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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Dasa inaugura primeira unidade 100% voltada a pacientes oncológicos

 

05/12/2022


Dasa inaugurou sua primeira unidade exclusiva para o cuidado coordenado do paciente oncológico. Trata-se da unidade de Dasa Oncologia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), com 8 mil m2 de área construída, 25 consultórios, 30 salas de infusão individuais, posto avançado de coleta laboratorial, salas de emergência e pequenas cirurgias, além de equipamento de radioterapia de primeira geração, único no Brasil.

Estima-se que, a partir de 2027, o câncer será a maior causa de morte no Brasil, ultrapassando doenças cardiovasculares. Esse crescimento está relacionado ao envelhecimento da população e, consequentemente, aos fatores de riscos favoráveis ao desenvolvimento da doença. A Dasa está atenta a esse cenário. Desde 2020, a Oncologia se tornou uma unidade especializada de assistência e de negócios na empresa, consolidando a marca Dasa Oncologia. Para Emerson Gasparetto, diretor geral de negócios hospitalares e oncologia na Dasa, a empresa vem atuando tanto para atender melhor os pacientes, quanto para mitigar o impacto no sistema de saúde.

Segundo o diretor, o novo espaço no Rio de Janeiro foi planejado em prol do paciente para que este tenha o atendimento acolhedor e personalizado durante toda a sua jornada. “Ao focar na melhor experiência para o paciente oncológico, reunimos todos os serviços necessários para que esse cuidado seja realizado em um só lugar, desde a consulta, passando pela realização de exames, tratamento, pequenos procedimentos e acompanhamento pós-tratamento com uma equipe multidisciplinar de excelência. Esta unidade, portanto, concretiza o modelo de cuidado integrado que implantamos na Dasa desde 2017”, enfatiza o diretor.

Tal modelo de gestão de saúde da Dasa é baseado em medicina preventiva, preditiva e personalizada, a partir de uma rede integrada com os principais serviços de saúde. De acordo com o diretor nacional de oncologia da Dasa, Gustavo Fernandes, as linhas de cuidados são construídas a partir das necessidades de cada paciente. “A prática assistencial embasada em evidências clínico-científicas, experiência em casos de diversas complexidades e atuação integrada de equipes multidisciplinares especializadas possibilitam oferecer a mais efetiva conduta terapêutica a cada paciente”, explica Gustavo.

Diferenciais da nova unidade

A unidade da Barra contará com profissionais de oncologia clínica, hematologia, radioterapia, cuidados paliativos, além de especialistas cirúrgicos e equipe multiprofissional. Essa equipe será dividida em núcleos de especialidades, com destaques para tumores de mama, genito-urinário, pulmão, gastro-intestinais, ginecológicos, hematológicos, cabeça e pescoço, neurológicos, sarcomas, pele e ósseos.

Com arquitetura inovadora, humanizada e mais acolhedora, o novo espaço contará também com farmácia completa de manipulação própria, salas de triagem, área de conforto médico ambulatorial, salas de estética e terapias alternativas, um auditório com capacidade para 50 pessoas, amplas salas de recepção, além de consultórios e salas de infusão individuais.

Um dos destaques é na área de radioterapia, com a aquisição do Acelerador Linear Edge, da Varian, uma empresa Siemens Healthineers, sendo o único disponível no Brasil. O equipamento, de última geração, é considerado o estado da arte para procedimentos que demandam altas doses de radiação em regiões delicadas, como pulmão, cérebro ou coluna vertebral, onde a cirurgia tradicional não pode ser realizada. “Na radioterapia, a palavra-chave é ‘precisão’. Com o Edge, atingimos o máximo em segurança e eficácia, evitando tecidos saudáveis durante o tratamento”, ressalta Fernandes.

Outras inovações tecnológicas estarão à disposição do paciente, como a mesa robótica, aplicação de algoritmo específico para tratamento de metástases cerebrais e o sistema de gestão do movimento respiratório capaz de acompanhar, em tempo real, a posição do tumor com precisão. “Estima-se que em torno de 60% dos casos oncológicos a radioterapia é indicada em alguma etapa do tratamento. Com essas ferramentas e inovações, oferecemos as técnicas mais sofisticadas e atualizadas, acompanhadas do nosso corpo clínico capacitado”, resume o médico.

Avanços em Oncologia

Nesses últimos anos, a Dasa concentrou os investimentos em tecnologia, inovação, integração, talentos, pesquisa e unidades para tratamentos cada vez mais personalizados e com melhores desfechos. Desde então, foram realizadas mais de 30 mil consultas oncológicas, 3 mil cirurgias e 57 mil infusões em toda a rede.

Atualmente, a Dasa Oncologia engloba 15 hospitais com recursos especializados e 29 centros de oncologia em todo o país. A gestão de saúde prioriza antecipação de diagnóstico e maior agilidade no atendimento, com navegação individualizada, apoiada pela plataforma digital Nav para acompanhamento de pacientes, teleconsultas, agendamento e resultados de exames. “O modelo já permitiu redução no tempo entre diagnóstico e início de tratamento de 60 para 15 dias, em alguns casos”, compara diretor.

O uso de inteligência de dados permite identificar achados críticos, com aplicação de algoritmos especialmente desenvolvidos para leitura de laudos de exames, e apontar a necessidade de acompanhamento especializado. São milhares os resultados alterados por mês que, uma vez identificados, o médico responsável é contatado para tomar as medidas necessárias junto ao paciente. Em comum acordo, médico e paciente podem optar por seguir todo a jornada de cuidado em conjunto com o time de Dasa Oncologia.

A nova unidade se integra no Rio de Janeiro a outras unidades de tratamento do câncer como o Centron, clínica especializada em oncohematologia liderada pelo Daniel Tabak, e a unidade de oncologia do Centro Médico da Gávea do Hospital São Lucas Copacabana, liderada pelo Luiz Henrique Araújo. Recentemente, foi inaugurado o Espaço de Saúde Integrada em Alphaville, São Paulo (SP), com referência do Hospital Nove de Julho e Alta Excelência Diagnóstica. Além da Barra da Tijuca, ainda estão previstas duas novas unidades na capital paulista (Alto de Pinheiros e Mooca), outra no Arpoador, no Rio de Janeiro, e na Asa Norte, no Distrito Federal.

A Cura D'Alma




sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Neuromielite Óptica: Falta incentivo governamental para tratamentos


 02/12/2022

Por Marco Lana

No Brasil, a falta de apoio governamental para o desenvolvimento de pesquisas em saúde traz grande prejuízo à sociedade ocasionando maior dificuldade na criação de técnicas e estratégias de diagnóstico e tratamento de doenças, deixando a população brasileira órfã de cuidados médicos adequados e em risco de sequelas graves e irreversíveis.

Uma das doenças que ainda carece de pesquisas e melhor tratamento no Brasil é a Neuromielite Óptica. Ainda pouco conhecida pela população em geral, a NMO é uma doença autoimune rara, porém de extrema gravidade pelo risco de morte ou de incapacidade física permanente. Ela ataca o sistema nervoso central, envolvendo principalmente os nervos ópticos e a medula espinhal e causando perda da visão e paralisia.

A neuromielite se manifesta em surtos recorrentes de perda de visão, fraqueza muscular, dificuldade de caminhar, alterações da sensibilidade, perda de controle da bexiga e intestino, náuseas, soluços e vômitos. Outros sintomas são a visão dupla, dor ou dormência no rosto, vertigem ou tontura e perda de equilíbrio. O mecanismo da doença é o ataque às células nervosas pelo anticorpo contra a aquaporina-4, uma proteína com elevada concentração em algumas áreas do sistema nervoso, como os nervos ópticos e a medula espinhal.

A maior parte dos casos ocorre em mulheres jovens, entre 30 e 45 anos, e em negros e pardos. A doença, no entanto, acomete todas as raças, ambos os sexos, e qualquer idade, desde crianças a pessoas idosas.

Uma pesquisa do Centro de Investigação em Esclerose Múltipla (CIEM) da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, realizada com o apoio do Comitê Brasileiro de Pesquisa e Tratamento em Esclerose Múltipla (BCTRIMS), demonstrou que o Brasil pode ter uma das mais elevadas prevalências da neuromielite óptica em todo o mundo. A taxa de prevalência encontrada em Belo Horizonte foi de 4,5 casos para cada 100.000 habitantes, representando a segunda taxa mais elevada em todo o mundo.

Apesar de sua alta prevalência no país, a doença é ignorada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que não fornece meios para seu diagnóstico e tratamento. O teste laboratorial para confirmação da neuromielite óptica é a identificação no sangue do anticorpo anti-aquaporina 4 que inicia o processo inflamatório responsável pelo aparecimento dos sintomas do paciente. Este teste, disponível na rede laboratorial privada ou dos planos de saúde, já por muitos anos, não é feito pelo SUS, ocasionando o atraso do diagnóstico e do tratamento.

O SUS também não disponibiliza os medicamentos imunossupressores usados após os ataques agudos da doença para a redução do risco de recorrências. Evidências científicas demonstram que novos ataques com maior dano à visão e à medula espinhal predominam nos primeiros meses após o início da doença, tornando o diagnóstico e o tratamento precoces fatores de grande importância para a preservação da saúde dos pacientes. Enquanto a população de países desenvolvidos já vem recebendo os medicamentos mais modernos, com maior eficácia na prevenção de novos ataques da neuromielite óptica, os brasileiros ainda lutam para ter o diagnóstico da doença, mesmo tardiamente, e o uso das drogas menos efetivas em seu controle.

O estudo da prevalência da neuromielite óptica, em Belo Horizonte, por enquanto, é o único que reúne dados sobre a frequência da doença no país. O BCTRIMS planeja mapear a neuromielite óptica no Brasil, mas necessita de apoio governamental para o desenvolvimento da pesquisa. Fundado justamente com o objetivo de estudar as doenças desmielinizantes, como a Esclerose Múltipla e a Neuromielite Óptica, o Comitê, apesar do entusiasmo de seus pesquisadores, oriundos das várias universidades brasileiras, continua vendo suas atividades científicas limitadas pela falta de recursos.

O melhor conhecimento da frequência da neuromielite óptica nas várias regiões do Brasil poderá fornecer subsídios para o estabelecimento de estratégias de saúde pública para a mais rápida identificação da doença e início do tratamento, preservando a vida e evitando sequelas incapacitantes como a cegueira e a paralisia.


*Marco Aurélio Lana Peixoto é vice-presidente do BCTRIMS e fundador do Centro de Investigação em Esclerose Múltipla (CIEM) da Universidade Federal de Minas.


A Cura D'Alma




quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Uso de máscaras é obrigatório no Hospital das Clínicas Nossa Senhora da Conceição


 01/12/2022

Com a alta dos casos, a medida tem o objetivo de proteger pacientes, colaboradores e visitantes

Com a chegada de uma nova variante do coronavírus, o número de pessoas infectadas pela doença voltou a aumentar. Visando proteger a população e reduzir os casos, o uso de máscaras voltou a ser recomendado e, em alguns locais, obrigatório. Como é o caso do HCNSC, que sempre mantivemos o uso das máscaras na Unidade.

O enfermeiro do serviço de controle de infecção hospitalar do HCNSC, Felipe Silveira, explica que o uso de máscaras dentro do hospital é fundamental para proteger o paciente, de ter complicações em seu estado de saúde, e o visitante, de contrair uma enfermidade. Ele também destaca que o uso correto das máscaras tem se mostrado um grande aliado na prevenção e erradicação da doença.

¨O uso contínuo de máscaras é fundamental, pois funciona como uma barreira para evitar a propagação das partículas que podem ser liberadas por indivíduos infectados assintomáticos. Estes, podem estar espalhando a doença sem nem saber. Por isso, é importante que todos tomem cuidado sempre, não só quando surgir algum sintoma¨, disse o enfermeiro.

Além disso, diante dessa nova fase da pandemia, o HCNSC tem reforçado os seus cuidados internamente a fim de garantir mais segurança também aos colaboradores. A parceria entre a equipe de medicina do trabalho e colaboradores tem dado certo e Felipe conta um pouco das orientações que são passadas.

¨Por aqui, orientamos os profissionais a sempre higienizarem as mãos, usarem o equipamento de proteção individual corretamente e respeitarem as medidas de precaução e o distanciamento, quando possível. Também aproveitamos o momento para reforçar a limpeza e desinfecção dos ambientes ̈, contou.

Outro ponto ressaltado pelo enfermeiro foram as precauções que devem ser tomadas pelos visitantes para prevenção de infecção e proteção do internado, como: higienizar as mãos ao chegar ao leito, evitar tocar em superfícies desnecessárias, não sentar na cama do paciente e respeitar o distanciamento mínimo de um metro.

Com a ajuda e consciência de todos, é possível salvar vidas e evitar um novo isolamento social. O Hospital orienta que os visitantes e pacientes tragam as suas máscaras de casa para utilizarem nas dependências da instituição. Salvo em casos de emergência, onde as máscaras são oferecidas à vítima e ao acompanhante.


Hospital Emílio Ribas lança marco zero de nova unidade de reabilitação

Em celebração ao dia 1º de Dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas lançou o marco zero das futuras instalações do Centro de Reabilitação Sérgio Tardelli, que será instalado em um prédio anexo ao Ambulatório do hospital. O novo centro deverá beneficiar pacientes com HIV que tiverem indicação de reabilitação.

O projeto é uma parceria entre o hospital, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Agência de Notícias da Aids e seus apoiadores. A agência tem a intenção de buscar junto a parceiros da iniciativa privada apoio para compra de equipamentos de reabilitação, como esteiras, aparelhos de ultrassom, estação de musculação, pranchas e barras paralelas, entre outros. Já o hospital cederá uma área de 1.000 metros quadrados.


O Ambulatório do Emílio Ribas oferece acompanhamento a 8 mil pacientes, sendo que 75% deles são PVHIV (Pessoas Vivendo com HIV). Antes de entrar em funcionamento, o espaço passará por uma reforma que será conduzida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e que fará parte do pacote da 3ª e última etapa da reforma do hospital.

As equipes

A chefe da Reabilitação do Emílio Ribas, a fisioterapeuta Graziela Ultramari de Lima Domingues, será responsável pelo gerenciamento das equipes multiprofissionais do Emílio Ribas que atuarão no serviço. O centro é um “sonho antigo” dentro do hospital, com o projeto elaborado agora em conjunto pelas equipes de Reabilitação (fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos), Grupo de Neurociência, Grupo de Lipodistrofia (síndrome comum a pacientes com HIV e que causa um desequilíbrio na distribuição de gordura pelo corpo) e com o Setor de Medicina do Trabalho.

“É um projeto inédito, pois na cidade de São Paulo, por exemplo, não há nenhuma unidade de reabilitação específica para PVHIV”, afirma Graziela. De acordo com ela, pelo menos 70 atendimentos por dia poderão ser realizados. Uma parcela dos PVHIV do Emílio Ribas convive com complicações neurológicas, motoras, cognitivas e respiratórias.

A unidade também poderá receber pacientes de outras doenças atendidas no hospital, como Covid e HTLV (vírus considerado “primo” do HIV e que pode causar doença neurológica grave).

Homenagem

O tradutor Sérgio Tardelli, que morreu em novembro de 1994, será homenageado e dará nome ao Centro de Reabilitação. Ele foi um dos precursores na conquista pelo direito de ser atendido pelos planos de saúde como paciente de HIV, após mover na Justiça uma ação que acabou beneficiando todos os demais pacientes.

A jornalista Roseli Tardelli, sua irmã, fundou a Agência de Notícias da Aids quase dez anos depois, em 2003, para dar visibilidade ao tema e contribuir com a disseminação de informações sobre HIV/aids, fortalecer as ONGs e combater o preconceito. Anteriormente, ela já havia criado um Centro de Reabilitação para pessoas carentes vivendo com HIV em um de seus próprios imóveis. “Essa homenagem do Emílio é mais uma conquista na luta pela dignidade das pessoas vivendo com HIV/aids”, afirma Roseli.

Brasil e mundo

Hoje 38 milhões de pessoas vivem com HIV/aids no mundo. Em 2021, 650 mil pessoas morreram em decorrência da doença, sendo 13 mil deles no Brasil. Segundo o Relatório Anual do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids) divulgado agora em julho com o título “Em perigo”, o risco de novas infecções pela doença dobrou nos últimos 20 anos. Apesar dos tratamentos eficazes e das ferramentas para prevenir, detectar e tratar infecções oportunistas, uma pessoa morre a cada 60 segundos no mundo em decorrência da doença.

A Cura D'Alma




 

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Hcor realiza crioablação de câncer de mama pela primeira vez

 

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Câncer de próstata tem novo tratamento com radioterapia reduzida


  29/11/2022

A fase aguda da pandemia da Covid-19 afetou os pacientes com câncer de próstata, que não podiam parar o tratamento, mas precisavam continuar se cuidando para evitar a contaminação pelo coronavírus. Uma das medidas implantadas com o objetivo diminuir o risco de transmissão da Covid-19, foi a redução no número de sessões de radioterapia para o tratamento.

O número de sessões foi reduzido de 39 para 20 aplicações. A experiência foi tão bem-sucedida que passou a ser adotada como rotina no pós-pandemia. Ao lado de exames e tratamentos sofisticados, essa é uma das novidades do combate ao câncer de próstata, que ganha destaque durante a campanha do Novembro Azul, que segue até o próximo dia 30.

No entanto, a redução se aplica a determinados pacientes, que apresentam características específicas. “Quando o paciente não apresenta risco de complicação, o tempo de tratamento por radioterapia pode ser mais curto, com cinco sessões com maior intensidade de radiação”, esclarece a médica Mariana Bruno Siqueira, oncologista da Oncologia D’Or, com foco em uro-oncologia.


O que impede a redução de sessões, explica a médica, é o tamanho da próstata e a distância entre a próstata e o reto, que é a parte final do intestino. “As complicações que a temos mais receio são diarreia e eventualmente sangramento nas fezes. É uma decisão do médico radioterapeuta, baseado nos dados da anatomia do paciente, para definir se tem segurança de fazer em menos tempo com maior dose. Então é uma decisão para cada paciente e em conjunto com radiooncologista, que é quem vai planejar o tratamento”.

Essa é uma tendência que começou antes da pandemia da Covid-19, e foi intensificada e adotada de forma mais ampla e disseminada no Brasil para vários tipos de neoplasias com a chegada da pandemia, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Marcus Simões Castilho, médico radioterapeuta.

“A redução de tempo de tratamento de radioterapia é conhecida como hipofracionamento e é uma tendência em diversas patologias. Em próstata, já existe um corpo de evidência científica consolidada. Fundamental pontuar que doses maiores pressupõe maior controle de entrega e consequentemente tecnologia. Isso é uma limitação no Brasil uma vez que somente um terço dos equipamentos têm radioterapia guiada por imagem, fundamental no hipofracionamento do câncer de próstata”, explica o médico.

A SBRT realizou um Consenso de Hipofracionamento na Radioterapia no Câncer de Próstata em setembro de 2019, antes da pandemia, e publicou esse material na Revista da Associação Médica Brasileira em janeiro de 2021.

A estratégia já é consolidada para hipofracionamento moderado entre 20 e 28 frações, reduzindo o tratamento de 7 a 8 semanas para 4 a 6 semanas. “Estratégias de tratamentos em somente uma semana estão sendo adotadas, porém muito dependentes de alta tecnologia”, disse Castilho.

A radioterapia é uma modalidade terapêutica importante no cuidado das neoplasias tanto em condições malignas quanto benignas, em condições radicais e também paliativas. “Estima-se que cerca de 60% dos pacientes oncológicos irão receber radioterapia em algum momento do curso do seu tratamento”, disse a SBRT.

Além dos estudos para o hipofracionamento no tratamento de câncer de próstata, já existiam estudos garantindo a segurança para algumas situações, como, por exemplo, para pacientes com tumores de mama iniciais.

“Mas existiam algumas situações, como para pacientes com câncer de mama mais avançados, onde a adoção do hipofracionamento ainda não era consensual. Com a chegada da pandemia, o encurtamento do tratamento foi ampliado para todos os pacientes. Logo em seguida, estudos foram publicados comprovando que, realmente, todas as pacientes podiam encurtar o tratamento”, disse Castilho.

Hipofracionamento

O hipofracionamento se aplica a casos em que estudos de nível I de evidência, os mais confiáveis, confirmaram que o tratamento mais curto é igualmente eficaz e seguro para os pacientes, “incluindo próstata, pulmão, mama, reto, tratamentos paliativos de metástases ósseas, entre outros”, disse o presidente da SBRT.

A orientação sobre o hipofracionamento é a mesma para a rede pública. “Porém, em muitos casos, como para pacientes de próstata e pulmão, o hipofracionamento requer tecnologias mais avançadas, que geralmente não estão disponíveis para os pacientes do SUS, pelo déficit de financiamento do setor”, disse Castilho.

Como existe dependência de tecnologia para garantia que as doses mais elevadas estão atingindo somente a próstata, a limitação da estratégia é o uso em equipamentos que disponham de IGRT (radioterapia guiada por imagem). Segundo a entidade, cerca de um terço das máquinas no país têm a tecnologia e algumas delas estão na rede pública.

Além de melhorar a qualidade de vida do paciente, a estratégia de encurtamento amplia a oferta de vagas da radioterapia. O último censo disponível, segundo a entidade, mostra que somente 50% das máquinas necessárias para tratamento estão disponíveis, a maioria delas com mais de 10 anos de funcionamento e distribuídas de forma desigual pelo país.

O levantamento é baseado no estudo Análise das necessidades e custos globais de radioterapia por região geográfica e nível de renda.

De acordo com o presidente do Conselho Superior da SBRT, Arthur Accioly Rosa, o cálculo de necessidade de máquinas é complexo. “Envolve fatores como distribuição epidemiológica dos casos, disponibilidade geográfica, diagnóstico – muitos pacientes morrem sem diagnóstico de câncer – ocupação das máquinas com hipofracionamento, dentre outros. A saúde suplementar tem atendido sua demanda aparentemente sem limitações. Nos cálculos de novos casos de câncer, usando a proporção de 52% de uso de radiação e mensurando o número de tratamentos no SUS, projetam-se mais de 100 mil casos que não foram irradiados em 2020. Não quer dizer que não receberam tratamentos como quimioterapia, por exemplo, mas é um dado que documenta a dificuldade de acesso”.

Na avaliação da SBRT, esquemas de radioterapia mais convenientes para os pacientes e igualmente efetivos devem ser estimulados, já que trazem benefícios clínicos, logísticos e financeiros.

A SBRT disse que tem feito vários esforços e adotado estratégias específicas para disseminar a prática do hipofracionamento no Brasil, principalmente para os pacientes do SUS. “Porém, a plena adoção do hipofracionamento no SUS depende do avanço do investimento em radioterapia, principalmente via recomposição da tabela do SUS, extremamente defasada, o que permitirá que os mais diversos serviços ao redor do país possam executar não só tratamentos mais curtos, como de maior qualidade, para todos os brasileiros”, explica o presidente da SBRT.

Prevenção

A próstata é uma glândula que só o homem tem e que produz parte do sêmen. Ela se localiza na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nos homens o câncer de próstata é o segundo mais comum, ficando atrás apenas do câncer de pele.

Os fatores de risco são a idade avançada, a partir dos 50 anos, e o histórico familiar. Os negros constituem um grupo de risco para o câncer de próstata. A alimentação saudável, o peso corporal adequado e a prática da atividade física ajudam a reduzir a incidência desse e outros tipos de câncer.

A maioria dos tumores na próstata cresce de forma lenta, não chegando a dar sinais ao longo da vida. Uma minoria cresce de maneira acelerada, espalha-se para outros órgãos (metástase) e pode levar à morte. Os sintomas iniciais são dificuldade para urinar, demora em começar e terminar em urinar, sangue na urina, diminuição do jato da urina e necessidade urinar várias vezes à noite.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento. Por isso, os homens com 50 anos de idade ou mais devem ir uma vez por ano ao urologista para o toque retal e o exame de sangue que identifica o antígeno prostático específico (PSA).

“Os homens com histórico familiar de câncer de próstata, e os negros, que têm maior incidência deste tipo de câncer, devem iniciar as consultas anuais aos 45 anos de idade”, recomenda a médica Rafaela Pozzobon, oncologista da Oncologia D’Or com foco em uro-oncologia.

Tratamento

Entre os exames mais recentes para detecção do câncer de próstata está o PET-CT PSMA, que une a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). O procedimento com PSMA (sigla do inglês para Antígeno de Membrana Específico para Próstata) consegue detectar mais de 90% dos casos de metástase desse tipo de câncer, permitindo um diagnóstico mais assertivo e um tratamento melhor direcionado.

“Quando a doença está restrita à próstata, o paciente é submetido à cirurgia ou radioterapia. Em caso de metástase, o tratamento é feito com hormonioterapia ou quimioterapia”, explica a médica Mariana Bruno Siqueira.

Para pacientes com câncer de próstata metastático, o tratamento mais recente é o PSMA-Lutécio 177, que foi destaque do Congresso Americano de Oncologia (Asco) de 2021. O lutécio é uma substância radioativa que, assim como um míssil teleguiado, é levado às células com PSMA, uma molécula que apresenta a expressão aumentada na superfície das células cancerígenas.

A substância radioativa danifica o DNA da célula e provoca sua morte. O tratamento demanda quatro a seis aplicações, sendo que a quimioterapia são no mínimo seis aplicações. Por ser direcionado às células cancerígenas, é melhor tolerado que a quimioterapia, dizem os especialistas.

“O PSMA-Lutécio 177 é uma partícula radioativa que vai ser introduzido no paciente pelo sangue. Então a partícula vai caminhando pelo sangue e chega aonde o câncer está, vai achar o câncer porque ele é ligado a um marcador do PSA. A partícula vai achar essas células, e pela radiação, que é carregada por esse PSMA, que é um marcador que vai achar a célula do câncer, ou seja, a célula que produz o PSA, para matar essa célula. Então ele vai, carrega essa radiação até a célula maligna, e uma vez que ela chega lá na célula, a radiação vai quebrar a fita de DNA e vai matar a célula do câncer. A radiação é pela circulação sanguínea”, explica a médica Rafaela Pozzobon.

O exame PET-CT PSMA e o tratamento PSMA-Lutécio 177 ainda não estão disponíveis pelo SUS.

Mutação

Nos últimos anos, os cientistas descobriram que o câncer de próstata, assim como o de mama, ovário e pâncreas, pode ter relação com a mutação do gene BRCA 1 e 2. “Entre 5% e 10% dos pacientes com câncer de próstata podem ter uma origem hereditária da doença, principalmente por causa da mutação genética no BRCA 2”, disse a médica Mariana Bruno Siqueira.

Em razão dessa descoberta, os médicos recomendam que homens que tiveram câncer de próstata mais agressivos ou com metástases, devam realizar testes a fim de detectar uma possível mutação do BRCA.

Em caso positivo, seus familiares podem ser aconselhados a realizar o exame também, além de adotar medidas preventivas e fazer exames periódicos para o diagnóstico precoce da doença. Existem ainda medicações específicas para os homens com a mutação do BRCA, que são usadas para controlar o câncer em cenários metastáticos.  (Com informações da Agência Brasil)

A Cura D'Alma




segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Mark Truty analisa os avanços no tratamento do câncer de pâncreas

 Mark Truty, oncologista da Mayo Clinic: quimioterapia antes da cirurgia tem resultados melhores.

Um diagnóstico de câncer pode ser devastador. E o câncer de pâncreas é o que possui menor chance de sobrevivência de todos os cânceres conhecidos. Isso porque, quando diagnosticado, ele geralmente já está disseminado. Mark Truty, cirurgião oncologista da Mayo Clinic, diz que o estigma do diagnóstico pode fazer com que as pessoas se sintam sem esperança. Ele gostaria que as pessoas com câncer de pâncreas soubessem que os avanços no tratamento significam que há mais opções disponíveis do que nunca.

“Se você considerar câncer de mama, câncer de próstata, câncer de pulmão, câncer de cérebro, o câncer de pâncreas continua a ter a menor chance de sobrevivência de todos os cânceres”, diz. “Mas a chance de sobrevivência é maior agora do que era antes. Isso se deve em parte aos avanços na abordagem de tratamento do câncer”.

Os pacientes que podem fazer a cirurgia de câncer de pâncreas vivem por mais tempo do que aqueles que não podem. Infelizmente, no passado, a cirurgia não era uma opção para a maioria dos pacientes. Mas a melhora na quimioterapia gerou grandes mudanças. Atualmente, mais pacientes são considerados candidatos para a realização da cirurgia curativa.

“Os pacientes que podem se submeter à quimioterapia antes da cirurgia tendem a ter resultados muito melhores do que tinham historicamente”, diz Truty.

Isso inclui os pacientes que podem ser sido considerados inoperáveis em outros locais devido a tumores complexos envolvendo vasos sanguíneos. A Mayo Clinic é o primeiro e único centro que usa a tomografia por emissão de pósitrons ou PET, para ajudar a determinar se a quimioterapia é eficaz.

“É isso que queremos ver no início: queremos ver um tumor se iluminando muito antes da quimioterapia. E, após a quimioterapia, queremos vê-lo desaparecer, que é a atividade que sugere que a quimioterapia foi eficaz. E então, quando finalmente operamos esses pacientes e removemos os tumores, o patologista nos diz que todo o câncer está morto”, explica.

O principal objetivo de qualquer paciente com câncer de pâncreas é prolongar sua vida e manter ou melhorar sua qualidade de vida. Avanços como esse estão dando esperança aos pacientes.
“Sem dúvida, eles devem ter esperança”, conclui.

A Cura D'Alma