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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Estudo aponta baixo impacto da pandemia na saúde mental de idosos


 29/07/2022


A pandemia de Covid-19 colocou a temática da saúde mental em foco, especialmente em razão do isolamento social, das mortes de amigos e familiares e do medo de contrair uma doença, até então, desconhecida. Diante desse cenário, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) buscaram compreender os impactos desse período na saúde mental de idosos. Os resultados foram publicados na revista científica Research, Society and Development.

O estudo contou com a participação de voluntários de 60 a 89 anos, tanto homens quanto mulheres, que frequentaram o ambulatório de Geriatria da PUCPR no câmpus de Londrina (PR) da Universidade e a Policlínica Municipal da cidade após o período de distanciamento social. Os idosos responderam ao questionário envolvendo autorrelato sobre o grau de receio da doença, medo de perder a vida em decorrência do vírus e nível de ansiedade ao ver notícias sobre a pandemia na mídia, entre outros pontos.

Conduziram a pesquisa os professores do curso de Medicina da PUCPR Londrina Lindsey Mitie Nakakogue e Carlos Eduardo Coral de Oliveira e as estudantes de graduação Maria Victoria Barbetta Itimura e Gabriela Nagem de Aragão.

O estudo mostra que a população estudada teve uma baixa incidência de sintomas depressivos e ansiosos, os pesquisadores acreditam que indivíduos mais velhos possuem uma melhor capacidade de regulação emocional. Outros dados obtidos durante o estudo revelaram uma baixa adesão ao acompanhamento psicológico e à tecnologia.

“Apesar da incidência de sintomas depressivos e ansiosos nos idosos ter sido baixa após o período de isolamento social, os dados obtidos durante o estudo revelaram uma baixa adesão ao acompanhamento psicológico e à tecnologia. Isso pode ser justificado conforme a renda de até um salário-mínimo dos 60% dos idosos”, afirma a médica geriatra Lindsey Mitie Nakakogue, professora da PUCPR Londrina.

O trabalho acadêmico joga luz sobre questões importantes relativas à saúde mental e as condições de vida na terceira idade. É possível acessar o estudo “Saúde mental de idosos durante o distanciamento social pela Covid-19” na íntegra no link: rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28356.

 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Método canguru auxilia na recuperação de bebês prematuros em Barcarena


 28/07/2022


“Não pude ter o primeiro contato com minha bebê quando ela nasceu, então, fazer o método canguru foi muito emocionante. Poder carregar, sentir no colo pela primeira vez, mesmo com ela ainda na UTI e entubada, não tem explicação, é um momento único”, conta emocionada Emanuelly Cristinne Souza, de 24 anos, mãe da pequena Laura.

A bebê nasceu no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), interior paraense, no último dia 15 de julho, com apenas 29 semanas de gestação. Por se tratar de um prematuro, com muito baixo peso e desconforto respiratório, Laura precisou ser entubada e encaminhada diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo).

O Método Canguru é voltado para o cuidado humanizado aos recém-nascidos e integra a participação de toda a família no processo de tratamento. A prática consiste em manter o bebê prematuro e de baixo peso, no contato pele a pele na posição vertical, junto ao colo dos pais, por um tempo indeterminado e de livre escolha.

No Materno-Infantil de Barcarena, unidade do Governo do Estado do Pará que atua como referência para gestantes de alto risco na região do Baixo Tocantins, esse cuidado vai além da mãe, incluindo também pai e avós.

“Enquanto prática humanizada dentro das UTIs, o método estabelece uma estratégia biopsicossocial ao recém-nascidos e seus familiares, promovendo a participação dos pais no cuidado do bebê, além do contato pele a pele de forma precoce, mesmo naqueles em uso de ventilação mecânica, como no caso da pequena Laura”, explica Nataliel Miranda, coordenador da UTI Neonatal do HMIB.

Segundo o profissional, há inúmeras vantagens na implementação dessa prática, como redução do tempo de separação mãe/pai e filho, facilidade no estabelecimento do vínculo afetivo, estímulo ao aleitamento materno, auxílio no controle térmico do recém-nascido, redução do risco de infecção hospitalar, do estresse e da dor. “Favorece ainda a estimulação sensorial protetora do bebê em relação ao seu desenvolvimento integral e melhora a qualidade neuropsicomotora”, complementa Nataliel.

Alguns desses efeitos podem ser percebidos de forma imediata, como lembra Emanuelly. “Quando ela estava comigo, senti diferença no meu corpo, principalmente em relação ao estímulo do leite, que vazou bastante. Além disso, apensar ser uma bebê agitada, ela teve um momento de calmaria enquanto sentia o meu calor”.

Etapas do Método Canguru

A prática ocorre em três etapas e de forma gradativa. A primeira começa ainda no pré-natal na gestação de alto risco, e após a internação com o recém-nascido prematuro na UTI Neo. Os pais são acolhidos e informados sobre o quadro clínico do bebê, as rotinas do setor e da equipe. Durante a internação, os pais têm livre acesso à unidade e são encorajados a tocar no bebê para, em seguida, colocá-lo na posição canguru.

Na segunda etapa, o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe ou pai, que participa ativamente dos cuidados. Com o ganho do peso e a familiarização do contato no colo, os pais ficam mais seguros, estimulando a permanecer com o bebê na posição canguru o maior tempo possível.

Já na terceira etapa, o bebê vai para casa, já com a saúde estável. Com a orientação da equipe, os pais são estimulados a realizar a manutenção do método até o bebê alcançar o peso adequado.

“É uma técnica humanizada que traz benefícios clínicos muito significativos. Pode ser realizado de forma segura em bebês entubados e já existem estudos e revisões que apontam de forma positiva essa aplicação. Por isso, aqui no Materno-Infantil, a prática do método canguru é tão fortalecida”, ressalta Lorena Portal, diretora Assistencial do HMIB.

O Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan é gerenciado pela entidade filantrópica Pró-Saúde e presta atendimento 100% gratuito por meio do Sistema único de Saúde (SUS). Em agosto de 2021, se tornou o primeiro hospital da região do Baixo Tocantins a receber o selo Amigo da Criança, concedido pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e OMS (Organização Mundial da Saúde), aos hospitais que realizam o cumprimento dos dez passos para o sucesso do aleitamento materno.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Sociedade de Cirurgia Bariátrica propõe ao Ministro da Saúde organização de filas estaduais para o SUS e revisão de portarias


 26/07/2022


A diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) solicitou, nesta quarta-feira (26), em audiência com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a revisão das portarias número 424 e 425 de 19 de março de 2013 e que estabelecem as diretrizes do tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como o regulamento de normas e critérios para a Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade.

“Desde 2013 o cenário da obesidade no Brasil mudou muito, especialmente depois da pandemia, quando tivemos a paralização dos procedimentos e, em contrapartida, o aumento da obesidade e das doenças associadas a ela no país”, afirmou o presidente da SBCBM, Fábio Viegas.

Segundo ele, por sugestão do próprio Ministro da Saúde, será montado um grupo de trabalho para a revisão de portarias que já estão complementando uma década e, que poderão trazer benefícios aos pacientes, incluindo a viabilização da cirurgia laparoscópica, por meio de programas de qualificação e incentivo para os hospitais.

Em 2021, 52% dos brasileiros entrevistados pelo estudo Diet & Health Under Covid-19, declararam ter engordado. Segundo a pesquisa, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período.

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reiterou a importância da revisão das portarias, uma vez que após nove anos as diretrizes para prevenção e tratamento da doença vêm sendo atualizadas.

“Teremos um grupo de trabalho para formalizar esta revisão, juntamente com representantes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica”, declarou o Ministro.

Fila de acesso à bariátrica

“Em contrapartida as filas para o acesso a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aumentaram e, em muitos estados do Brasil, o número de pessoas que aguardam pelo procedimento é desconhecido pelo sistema público”, afirmou Fábio Viegas.

A diretoria da SBCBM sugeriu a organização de filas estaduais para que seja possível promover o acesso, priorizando principalmente os pacientes mais graves. “A obesidade e doenças associadas a ela aumentaram e, aliado a isso, houve uma redução no número de cirurgias bariátricas em 2020. Este cenário ocasionou em um tempo de espera ainda maior para os pacientes que buscam o SUS para o tratamento cirúrgico da obesidade”, afirma Viegas.

O Brasil conta atualmente com 7.700 hospitais, em 5.568 municípios brasileiros. Destes, apenas 98 serviços realizam a cirurgia bariátrica e metabólica, sendo que quatro estados brasileiros não oferecem o procedimento. Atualmente Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá não possuem serviços habilitados no SUS para bariátrica.

A Sociedade ofereceu suporte no que se refere a certificação e acreditação de cirurgiões e hospitais no Brasil, para avaliação dos serviços de cirurgia existentes e para ampliar a oferta de atendimento e capacitar serviços que ainda não estão habilitados em cirurgia bariátrica pelo SUS.

“Estamos dispostos a contribuir com este processo, já que existe desinformação quanto a habilitação e credenciamento dos estabelecimentos no SUS. A ideia é desenvolver um plano estratégico para a demanda de procedimentos eletivos postergados durante a pandemia, diminuindo o tempo de espera para realização do procedimento cirúrgico”, destacou Viegas.

Dados de Bariátrica no Brasil

Entre os anos de 2019 e 2021 foram realizadas 19.203 cirurgias bariátricas pelo SUS no país, sendo 12.568 procedimentos em 2019; 3.129 procedimentos em 2020 e 1935 procedimentos em 2021. A queda foi de 77 % se comparado o ano de 2019 com o ano de 2021 e de 23% se comparado o ano de 2020 com o ano de 2021.

Já as cirurgias por planos de saúde, segundo os últimos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), saíram de 52.699, em 2019 para 46.419 em 2020. Já em 2021 foram realizados 56.991 procedimentos pela ANS. A queda de 2019 para 2020 foi de 11,9%.



Indicação

Entre os critérios previstos nas portarias 424 e 425 do Ministério da Saúde para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS estão o encaminhamento de pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) de 50 Kg/m2 e pacientes com IMC ³40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. Além disso, as portarias também permitem a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC > 35 kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos.

Obesidade e Diabetes no Brasil

No Brasil, a obesidade aumentou 72% entre 2006 e 2019, saindo de 11,8% para 20,3%, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O excesso de peso (IMC igual ou maior que 25) está presente em 55,4% dos brasileiros.

Com relação à diabetes, o Brasil é o sexto país em incidência da doença no mundo e o primeiro na América Latina. São 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros. Cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo são do Tipo 2, que está relacionado com o excesso de peso e resistência à insulina, segundo a Federação Internacional de Diabetes.

Cirurgia metabólica

Como acontece com qualquer tratamento médico, alguns pacientes podem não responder como esperado. Nesses casos, a cirurgia metabólica pode ser necessária para prevenir a progressão da doença e as consequências do diabetes. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou o tratamento cirúrgico do diabetes tipo 2 em 2017, com critérios de indicação para falha de tratamento e obesidade leve com índice de massa corporal (IMC) entre 30 kg/m 2 e 34,9 kg/m².

Audiência

Participaram da audiência o vice-presidente da SBCBM, Antônio Carlos Valezi; o vice-presidente-executivo da SBCBM, Luiz Vicente Berti, o diretor médico da SBCBM, Luiz Fernando Córdova; o ex-presidente do Capítulo da Paraíba e conselheiro dos Capítulos da SBCBM, Augusto Almeida Júnior; o cirurgião e ex-presidente do Capítulo de Pernambuco da SBCBM, Flávio Kreimer e a diretora de relações institucionais da SBCBM, Galzuinda Maria Figueiredo Reis.

terça-feira, 26 de julho de 2022

McDia Feliz acontece dia 27 de agosto e ação destinará recursos ao Hospital de Base e Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto


 26/07/2022


O Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto (SP) vai estruturar uma quimioteca, um ambiente de tratamento humanizado para as crianças com câncer, onde elas vão poder brincar e interagir umas com as outras ao mesmo tempo em que recebem tratamento. Esse plano poderá ser concretizado com a verba do McDia Feliz, uma das principais campanhas do País em arrecadação de fundos para causas infantojuvenis, que tem sua próxima edição confirmada para 27 de agosto. Na data, toda a renda gerada com as vendas de sanduíches Big Mac nos restaurantes McDonald’s de todo Brasil será revertida para o Instituto Ronald McDonald, que promove a saúde e a qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer e suas famílias e para o Instituto Ayrton Senna, que contribui para ampliar oportunidades para os jovens por meio da educação.

Dentre as instituições que serão beneficiadas pela ação, está o Hospital de Base (HB) e Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, que integram o complexo Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme). No ano passado, o HB/HCM recebeu R$ 168.012,23 da ação, valor que foi importante para manutenção dos atendimentos do SUS e foi empregado na compra de um aparelho de ultrassonografia portátil, muito importante no diagnóstico e tratamento do câncer de nossas crianças.

Mesmo com todas as adversidades vividas em 2021, o pior ano da pandemia de Covid-19, a última edição do McDia Feliz arrecadou, em outubro de 2021, um total de R$ 22,5 milhões em todo o Brasil, que foram investidos em projetos de saúde e educação em todo o País. Em 2021, foram beneficiados 66 projetos de 56 organizações que atuam na oncologia pediátrica no Brasil, selecionados pelo Instituto Ronald McDonald.

Dr. Jorge Fares, diretor-executivo da Funfarme, reitera o quanto esse tipo de parceria é essencial para os trabalhos do SUS da instituição. “O sistema público é subfinanciado e toda iniciativa que envolva as empresas e a população nos ajuda muito a atender os pacientes com a qualidade que eles merecem”, pontua.

Dra. Amália Tieco, diretora-administrativa do Hospital de Base, destaca a importância de participar de uma campanha deste porte. “É uma honra para nós fazer parte pelo terceiro ano consecutivo do McDia Feliz, uma das maiores campanhas em prol de crianças e adolescentes do país, uma iniciativa que ao mesmo tempo mobiliza e conscientiza os mais diferentes setores da sociedade sobre o câncer infanto-juvenil”, afirma Dra. Amália.

Dr. Antônio Soares, diretor-administrativo do HCM, pontua que por meio da verba arrecadada no McDia Feliz será possível estruturar uma quimioteca, um espaço lúdico e humanizado onde as crianças passarão por tratamento. “Nós disponibilizaremos um ambiente especial, acolhedor e humanizado. É isso que nós desejamos e ficamos muito agradecidos com mais essa ação que será concluída com êxito através do McDia Feliz.”

Dra. Francine Megid, oncologista pediátrica do HCM, explica que a quimioteca terá uma estrutura lúdica, que possibilitará o brincar mesmo em uma situação tão hostil quanto a quimioterapia. “Vai ajudar muito nossos pequenos estruturar esse ambiente com uma decoração adequada, em um local em que as crianças possam se locomover para realizar outras interações enquanto recebem a quimioterapia, ter poltronas próprias para as atividades com terapeuta ocupacional, e locais adequados para que esse material seja guardado de forma acessível. Assim podemos ter uma ressignificação do ambiente hospitalar e ainda estimular o desenvolvimento infantil”, esclarece a especialista.

O franqueado da rede das cidades de São José do Rio Preto, Catanduva, Fernandópolis e Votuporanga, Rubens Fragoso, destaca a importância da campanha para o Hospital de Base (HB) e Hospital da Criança e Maternidade (HCM), entidades beneficiadas por meio da parceria com o Instituto Ronald McDonald, referência no tratamento oncológico em todo o país. “O McDia Feliz é parte do compromisso da marca com a sociedade. Utilizamos nossa escala para conscientizar e promover a saúde, a qualidade de vida, além de contribuir com a educação de crianças e adolescentes em todo o país através do Instituto Ayrton Senna, a partir de uma rede de solidariedade formada por todos os nossos colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes, que se unem para gerar mudanças e impactar de forma duradoura a vida de milhares de crianças e jovens e suas famílias que precisam de apoio”, ressalta Fragoso.

Os tíquetes já estão disponíveis. O valor individual é de R$ 18,00 e pode ser adquirido diretamente na Captação de Recursos do Hospital de Base. O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira das 7h30 às 17h30 e na sexta-feira das 7h30 às 16h30. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (17) 99622-6614.

A campanha faz parte da estratégia de atuação ESG da Arcos Dorados, Receita do Futuro.

Informações: www.mcdonalds.com.br/mcdia-feliz

 

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Artigo – Saúde não tem preço. Mas tem custo


 22/07/2022


A água de boa qualidade é como a saúde. Só percebemos o valor dela quando acaba. Problemas com financiamentos, superlotação e déficit recorrente são fatores que colocam em risco a qualidade e a história do Sistema Único de Saúde (SUS). Para se ter uma ideia, enquanto 75% dos brasileiros são atendidos pelo sistema público, segundo a Agência Nacional de Saúde, 54% de tudo que é pago em medicamentos, atendimentos, exames e procedimentos saem dos bolsos de empresas ou famílias que mantêm os hospitais. Se a saúde lhe parece cara, não queira saber o preço da sua ausência. Para evitar isso, precisamos que público e privado trabalhem juntos.

Mas um barco não vai para frente se cada um remar à sua própria maneira. Mesmo que privado e público estejam interligados, falta o primeiro estar mais atento às reais necessidades do outro. Enquanto hospitais particulares estão mais focados no atendimento especializado a pacientes que estão internados para cirurgias eletivas e exames mais complexos, os hospitais públicos se destacam na atenção primária. E é nesse ponto que ambos podem unir forças: por meio do cuidado com as pessoas, em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas.

O caminho para alcançar o equilíbrio não é fácil, mas ninguém abre cadeados sem chaves. Então, muito provavelmente, a resposta esteja na filantropia. Uma ferramenta eficaz e indispensável, que hoje representa 70% da assistência de alta complexidade pelo SUS e tem mais de 3 milhões de pessoas dependentes dela para ter acesso a atendimento, cirurgia e internação. Os dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) mostram que o desafio imposto às instituições é grande. Principalmente quando o assunto é a atuação dos hospitais na linha de frente da pandemia da Covid-19, período que impossibilitou a realização de algumas das principais ações beneficentes de rotina dos hospitais, e trouxe novos entraves para levantar recursos para a manutenção e para a melhoria dos serviços.

Mas, assim como o rio, precisamos aprender a contornar os obstáculos. Qualquer que seja a direção escolhida, a colaboração de todos os agentes de ambos os sistemas, desde os usuários, profissionais de saúde e laboratórios farmacêuticos, até os próprios gestores de hospitais, operadoras e membros dos serviços, é de extrema importância. Afinal, cuidar da vida é um objetivo comum, que demanda cooperação, interesse e envolvimento coletivo. O que poucos entendem é que não precisamos escolher qual dos dois (privado ou público) é melhor. Mas, sim, perceber que há pontos de intersecção e de aprendizado em cada um.

O primeiro passo para garantir atenção digna está na qualidade e segurança assistencial. Por isso, a acreditação hospitalar é tão necessária. Já, se a sustentabilidade financeira não for conquistada, será inviável manter o SUS nos próximos anos e, também, dar sequência ao atendimento por meio de planos de saúde. No meio disso tudo não podemos esquecer de olhar para a essência de cada paciente, seja qual for a condição financeira ou classe social.

O que aconteceu com os hospitais durante a pandemia de Covid-19, com falta de insumos, infraestrutura e até mesmo de profissionais capacitados, foi uma demonstração do perigo que é ter um sistema sobrecarregado. Isso traz aos gestores de hospitais a grande missão de tornar esse acesso à saúde perene e sustentável para que a população brasileira usufrua de forma plena o direito à saúde. Se evoluirmos para um modelo centrado no paciente, nas suas necessidades, valorizando os desfechos que realmente importam para ele, fica mais fácil conseguirmos alinhar as expectativas de todas as partes interessadas. Um trabalho árduo e que, se não for realizado, colocará em xeque os sistemas de saúde.

Precisamos aprender com os passos que foram dados para trás e usar isso como estímulo para pensar em quantos passos serão dados para frente. Se olharmos com atenção, veremos que podemos tirar proveito do melhor que os dois mundos oferecem. Creio que, com pequenas atitudes, podemos construir juntos um sistema de assistência à saúde melhor.

Além de aproximar os setores público e privado e suas estruturas, é preciso concentrar esforços para melhorar as atuais políticas públicas e prestar muita atenção às necessidades do paciente. Nessa relação, a lei do retorno é praticamente imediata. A forma como lidamos com o problema agora será o resultado que vamos colher no futuro. Portanto, precisamos de mudanças urgentes na forma como os setores público e privado se relacionam, na maneira de remuneração das instituições hospitalares e, também, na sensibilização de todos em relação à importância dos hospitais filantrópicos. Afinal de contas, saúde não tem preço. Mas tem custo.

Juliano Gasparetto é diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru e Hospital Marcelino Champagnat

 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Enfermagem do Einstein recebe designação internacional inédita em hospitais da América Latina


 21/07/2022


Nesta quinta-feira (21), o Einstein foi designado com o selo Magnet®, considerado o maior reconhecimento pela excelência de práticas e estratégias de enfermagem no mundo. A organização é a primeira da América Latina a conquistar o título de hospital Magnet®. Hoje, apenas 14 centros de saúde fora dos Estados Unidos têm essa designação.

O Programa de Reconhecimento Magnet®, coordenado pela American Nurses Credentialing Center (ANCC), é conduzido como uma jornada, com acompanhamento contínuo de melhorias com base em indicadores assistenciais e de gestão internacionais, validado a cada 3 anos. Dessa forma, a designação é estruturada a partir de um roteiro para assegurar qualidade e segurança na prática das atividades, e cada organização participante da jornada define os processos, de acordo com sua cultura organizacional, para atender aos padrões do manual, que contemplam cinco pilares.

Durante a jornada, o Einstein reportou exemplos em cada um desses pilares, como seu foco em aumentar e manter o percentual de enfermeiros com pós-graduação, com as ações de apoio financeiro, avaliações de desempenho e elegibilidade; ou mesmo a redução da taxa de mortalidade em pacientes onco-hematológicos com lesão renal aguda (LRA), conquistada por meio do desenvolvimento do protocolo de utilização de ultrassonografia pulmonar realizado por enfermeiras do Centro de Diálise entre o final de 2017 e início de 2018.

“O aprimoramento do atendimento passa por cada profissional, que representa parte do empenho em entregar segurança e excelência em toda a jornada do paciente. Este reconhecimento é mais um avanço na excelência do atendimento ao paciente pelas nossas equipes de saúde”, celebra Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi do Einstein.

Jornada Magnet®

A jornada Magnet® prevê que o centro de saúde atue em cinco diferentes pilares, apresentando cases em cada um deles.

·         Liderança transformacional – Avalia a promoção de transformações com base em visão, influência, conhecimento clínico e uma forte expertise em relação à prática profissional de enfermagem;

·         Prática profissional exemplar – Analisa como os enfermeiros praticam, colaboram, se comunicam e se desenvolvem profissionalmente para fornecer cuidados de alta qualidade baseados em premissas como ética, trabalho em equipe, autonomia, apoio a especialistas, entre outros;

·         Estrutura de empoderamento – Observa pontos como governança da prática assistencial, engajamento e empoderamento de enfermeiros da beira do leito, decisão assistencial compartilhada em comitês/conselhos, melhor prática assistencial e excelência no desfecho clínico do paciente;

·         Novos conhecimentos, inovações e melhorias – Compreende a educação e conhecimento da enfermagem sobre a prática baseada em evidências e a pesquisa em processos clínicos e operacionais, permitindo exploração adequada das melhores e mais seguras práticas para atendimento aos pacientes, além do engajamento em inovação pela equipe de enfermagem;

·         Resultados empíricos – Mensura resultados de qualidade categorizados em termos de resultados clínicos sensíveis ao cuidado de enfermagem; resultados da força de trabalho; resultados do paciente e do consumidor; e resultados organizacionais.

A proposta do Programa de Reconhecimento Magnet® visa garantir um centro de saúde com melhores desfechos para os pacientes, além de um melhor ambiente de trabalho para o time de enfermagem – que, na Unidade Morumbi do Einstein, é composto por 3.070 profissionais.

 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

3 motivos para o setor da saúde investir em experiência do paciente


 19/07/2022


Cada vez mais presente na área da saúde, a expressão “atendimento humanizado” se tornou uma premissa para o setor. Destaque na mídia digital e no ambiente de trabalho, a prática tem inspirado inúmeras iniciativas ao redor do mundo, principalmente diante da sua importância no tratamento e recuperação do paciente.

Ouvir, compreender, aconselhar e respeitar as opiniões, queixas e necessidades dos pacientes são algumas características do atendimento humanizado. “Quando chegamos em um hospital, nos encontramos muitas vezes em uma posição de insegurança e fragilidade que requer cuidados especiais, por isso oferecer um atendimento humanizado é tão essencial quanto investir em tecnologias e sistemas de gestão de atendimento. O atendimento humanizado proporciona uma melhor forma de cuidar e auxilia alcançar resultados mais eficientes nos tratamentos”, explica Tomás Duarte, cofundador e CEO da Track.co, empresa brasileira especializada em Customer Experience e líder no setor de saúde.

De acordo com Tomás, a premissa básica para o setor é que o paciente receba um atendimento capaz de proporcionar a experiência mais confortável possível. Esta humanização na medicina estabelece um elo de confiança entre o médico e o paciente, propriamente. “Além disso, esta conexão também pode ser a base para a fidelização dos pacientes. Com isso, apostar na tecnologia como reparadora de ruídos, investir nos ambientes de espera e implantar treinamentos para que os profissionais saibam como lidar com quem está sendo atendido, é essencial. Lembrando que tudo isso deve ser praticado simultaneamente”, complementa o executivo.

Outro ponto fundamental é que nem sempre a humanização no atendimento dentro de clínicas e hospitais depende apenas dos profissionais. Existem alguns detalhes como infraestrutura e ambiente que também podem impactar quando se fala em atendimento humanizado. Estes elementos prejudicam não só a experiência do paciente, mas também a dos próprios funcionários.

Pensando nisso, o executivo listou abaixo três motivos pelos quais as instituições devem investir no bem-estar do paciente.

Acolhimento em um momento frágil

O acolhimento é um dos principais compromissos do profissional durante o atendimento humanizado do paciente. Ele implica em escutá-lo sem julgamentos, sempre ouvindo e considerando suas queixas e anseios. Durante o acolhimento estabelece-se além de vínculo, uma relação de confiança e transparência para com o outro, que proporciona mais satisfação, saúde e bem-estar. Acolher o paciente é um dos pilares essenciais da humanização no atendimento.

Além disso, assentos desconfortáveis, salas de espera mal higienizadas e atendentes grosseiros, tendem a aumentar a sensação de desconforto do paciente durante um exame ou consulta. “Aproximar-se dos pacientes traz um conjunto de benefícios para a instituição, o profissional e, sobretudo, para o próprio paciente, capaz inclusive de contribuir no processo de cura e de recuperação do mesmo”, aponta Tomás.

Fidelização do paciente

O atendimento humanizado possui um importante papel na fidelização do cliente, ao passo que um paciente satisfeito com o local e confiante nos profissionais que ali trabalham, provavelmente retornará à unidade em necessidades futuras.

Duarte explica que atender bem é o grande passo para ganhar de vez a preferência das pessoas. O paciente precisa enxergar o quanto aquele atendimento personalizado e humanizado contribuiu para o seu bem-estar e, sobretudo, na eficácia do tratamento. “Lembre-se sempre: o paciente, quando é bem atendido, volta e recomenda o serviço para outras pessoas”, complementa.

Profissionais mais capacitados e felizes 

Os colaboradores são os principais responsáveis por oferecer os alicerces para um atendimento humanizado, por isso investir em capacitação é essencial para um atendimento mais rápido e de qualidade.

“Não podemos esquecer que as equipes de atendimento estão em contato direto e constante com o público, por isso entendem melhor que ninguém as limitações tanto dos pacientes como da infraestrutura do local. Dispor de canais de comunicação e envolver os funcionários em exercícios de capacitação auxilia na disseminação dos conceitos, diretrizes institucionais e ações de humanização”, conclui.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Maior problema dos hospitais é a falta e aumento de preço dos medicamentos


 15/07/2022


A nova pesquisa realizada pelo SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, no período de 1 a 14 de julho, com 67 hospitais privados paulistas revelou que os maiores problemas enfrentados pelos hospitais nesse momento são a falta e aumento de preço dos medicamentos e dificuldades de importação. 51% dos hospitais entrevistados apontaram o aumento de preços (20%), dificuldades na importação (12%) e
falta de medicamentos (19%) como os maiores problemas enfrentados pelos hospitais nesse momento.

Urgência lotada

Quase a metade (42%) serviços de urgência dos hospitais privados paulistas registraram aumento de até 20% de atendimentos nos últimos 15 dias, sendo 35% dos casos relacionados a pacientes com suspeita de infecção por Covid-19.

O tempo de espera nas urgências é de 1 hora para 45% dos serviços e de 2 a 3 horas para 40% deles.

O levantamento nas urgências concluiu que a Covid-19 responde por 35% dos atendimentos, sendo que 37% dos pacientes apresentaram outras síndromes respiratórias (não Covid) e 2 % dos casos estão relacionados a complicações por doenças crônicas e degenerativas como câncer, diabetes e hipertensão.

Poucos que passam pela urgência são internados por Covid

Apesar do aumento dos atendimentos na urgência, houve um recuo das internações Covid: 77% dos hospitais informam que até 5% dos pacientes atendidos na urgência com Covid foram internados, indicando provavelmente que a doença apresenta menor gravidade.

Os 67 hospitais pesquisados somam 2.661 leitos de UTI e 6.602 leitos clínicos. 31% são da capital e 69% do interior.

Segundo o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, a Covid-19 disputa espaço nos hospitais com outras síndromes respiratórias e não tem sido mais protagonista das internações hospitalares. “Mas é preciso cuidado. Continuar com as medidas sanitárias e importante que todos tomem o reforço da vacina antiCovid-19”, alerta.

Leitos com baixa ocupação Covid

A pesquisa mostrou também que 95% dos hospitais privados paulistas estão com até 20% de ocupação dos leitos clínicos e de UTI. Nas internações clínicas, 65% dos hospitais informam que são pacientes na faixa etária de 30 a 50 anos enquanto revelam que na
UTI os pacientes têm entre 51 e 59 anos. O tempo médio de internação em UTI para 49% dos hospitais é de 7 dias, sendo de 8 a 14 dias para 48% dos hospitais.

Aumento de atendimento de crianças

66% dos hospitais apontam aumento da ocupação de leitos de UTI por crianças, sendo 51% dos casos relacionados a síndromes respiratórias não Covid, 23,5% casos pós-operatórios e 20,4% casos de Covid-19.

Os medicamentos em falta

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) feito com 2.469 prefeituras mostra cenário do desabastecimento de medicamentos nas cidades. A pesquisa constatou que mais de 80% dos gestores relataram sofrer com a falta de remédios para atender a população. A pesquisa também levantou o número de Municípios que optaram pelo retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em razão do aumento de casos da Covid-19 e de outras Síndromes Respiratórias Agudas (SRAG).

A CNM sugeriu às prefeituras que alegaram problemas na insuficiência de medicamentos para elencar os tipos de remédios da lista básica de uma listagem pré-estabelecida na pesquisa. Nesse contexto, a falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% (1.350) dos Municípios que responderam a esse questionamento. A ausência de Dipirona na rede de atendimento municipal (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) foi apontada por em 65,6%, ou 1.302 cidades.

A Dipirona injetável esteve na resposta de 50,6% e a Prednisolona, utilizada no tratamento de alergias, distúrbios endócrinos e osteomusculares e doenças dermatológicas, reumatológicas, oftalmológicas e respiratórias, foi destaque por 45,3%. A maioria dos gestores (44,7%) informou que a falta dos medicamentos se estende entre 30 e 90 dias, enquanto 19,7% relataram o problema ser crônico pelo fato de o desabastecimento se estender por mais de 90 dias.

Insumos

Além da falta de medicamentos em serviços que cuidam das questões básicas ou menos complexas, a CNM quis saber se faltam insumos nos Municípios, ou seja, seringas, gazes, agulhas e ataduras. Esses materiais são de uso de descarte que se relacionam com o cuidado de baixa complexidade. Sobre esse ponto, 28,5% registraram a falta de pelo menos algum desses insumos.

Uso de máscaras

Em função do aumento de registros de novos casos de Covid-19 em todo o território nacional e de outros casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a CNM questionou os gestores sobre se houve decisão para retornar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. Responderam positivamente 21,1%. Outros 75,5% disseram que não retomaram a exigência.