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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica lança manual de cuidados paliativos


 23/12/2021


O foco dos cuidados paliativos é tratar e controlar sintomas que podem impactar a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes e de seus familiares, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais e psicológicos.

Com o objetivo de orientar os oncologistas para melhor compreensão e manejo de sintomas do câncer, acaba de ser lançado o ‘Manual de Tratamento Sintomático em Cuidados Paliativos‘, produzido pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em parceria com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). De acordo com a publicação, cuidados paliativos adequados estão também associados a um significativo aumento da sobrevida global mediana.

Os principais sintomas que devem ser avaliados pelos médicos encontram referência nas letras das palavras em inglês PAIN RULES: dor, anorexia, incontinência, náusea, sintomas respiratórios, ulcerações, nível de funcionalidade, energia e sedação. Muitos aumentam na medida em que a doença se agrava – por isso, a recomendação enfatizada aos profissionais é que as abordagens para controle de sintomas sejam feitas desde o início do tratamento.

“O oncologista é o profissional mais instrumentalizado e capacitado para tratar o paciente com câncer”, afirma a Dra. Fátima Gaui, membro da SBOC e coordenadora da publicação. “Com o Manual de Tratamento Sintomático em Cuidados Paliativos pretendemos demonstrar a importância de ouvir e valorizar os sintomas de cada paciente.”

O olhar multidisciplinar faz parte das orientações. Além de suporte psicológico para ajudar o paciente a lidar com diversas questões, que vão da autoimagem a medo, terapias integrativas são indicadas para constar no rol de cuidados. A comunicação efetiva com o paciente e sua família é mais um aspecto ressaltado no material – inclusive para abordar temas sensíveis, como o luto.

“A formação do médico oncologista naturalmente foca em farmacologia, prescrição de quimioterapia, indicação de remédios e incorporação de novas tecnologias”, diz Dra. Natalia Nunes, uma das autoras do manual. “No entanto, a atenção ao manejo dos sintomas é fundamental para a qualidade de vida, especialmente de pacientes com doença metastática”, acrescenta a médica.

A identificação precoce de sintomas e seu devido manejo, contribui também para a adesão ao tratamento. “Dor, fadiga ou caquexia, por exemplo, são comuns em grande parte dos casos, mas o profissional de saúde sempre pode fazer alguma coisa para amenizar desconfortos”, destaca o oncologista clínico Dr. Ricardo Camponeiro, co-autor da publicação.

O download gratuito do material está disponível em sboc.org.br/servicos/consensos-e-guias.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Crianças internadas no Hospital Estadual Materno Infantil recebem presentes de Natal


 23/12/2021


Essa quinta-feira (23), antevéspera do Natal, teve um gostinho diferente para as crianças internadas no Hospital Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia (GO). Elas receberam presentes da Polícia Penal e do grupo Tudo por Amor, que buscaram o Serviço Social da unidade para fazer a distribuição dos brinquedos.

A ação trouxe alegria para as crianças e mamães que acompanham os filhos internados na unidade e que não poderão passar o Natal no conforto do lar. As crianças que estavam passando por consultas também foram presenteadas.

Todos os brinquedos doados pela Polícia Penal foram produzidos por 14 detentos e entregues pelos policiais, que fizeram a alegria da criançada. Foram carros de polícia, fogão, miniaturas de móveis, tudo confeccionado em madeira. Estiveram presentes na ação: o diretor-geral de administração penitenciária, Josimar Pires; o diretor geral adjunto de administração penitenciária, Aristóteles El Assal; a gerente de produção agropecuária e indústria, Alline Scaglia e o chefe da seção industrial, Moisés Santana.

“Uma ação de suma importância como essa nos traz muita alegria e honra. São crianças que vão poder esquecer um pouco do ambiente hospitalar e brincar. O universo mágico da imaginação infantil é um lugar sem fronteiras e, com certeza, a nossa ação irá auxiliar no tratamento. Levamos um acolhimento que vai garantir a esperança positiva para o combate de qualquer enfermidade”, disse o diretor-geral Josimar Pires.

Pelo terceiro ano consecutivo, o grupo Tudo por Amor se mobilizou para fazer a entrega de brinquedos. “Para gente é gratificante fazer esse trabalho do bem, tornar o Natal de uma criança mais feliz e o sentimento é de realização”, afirmou a integrante do grupo Sione Santos.

Para Tahine da Silva, ver o sorriso no sorriso da filha não tem preço. “Nesse momento difícil, receber esse carinho  é uma alegria não só para os nossos filhos , mas também pra gente. Foi um gesto muito lindo”, disse. A filha, Natália Lopes, de 10 anos, ficou muito feliz. “Não esperava ganhar tantos presentes aqui no hospital. Gostei demais!”, falou sorrindo.

Para Yan Carlos, de 12 anos, foi um momento mágico. “Foi muito legal. Amei meus presentes”, afirmou o garoto. “É maravilhoso  ver que no meio da tristeza que estamos passando, Deus envia anjos para quebrar o clima de hospital, de injeções e agulhas. Fiquei muito feliz”, pontuou a mãe de Yan, Clemilda Vargas.

“Só tenho que agradecer a todas essas pessoas que reservam um pouco de seu tempo para fazer o bem, para dar alegria aos nossos pequenos pacientes. Ver o sorriso no rosto dessas crianças  é extremamente gratificante e nos impulsiona a continuar fazendo a diferença na vida das pessoas. Que todos tenham um Natal de amor e luz”, destacou a coordenadora do Serviço Social, Mariana Loyola.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

HCor completa 45 anos de excelência na saúde com investimentos e modernização

23/12/2021


Fundado pela Associação Beneficente Síria em 1976, o HCor completa 45 anos com investimentos programados na ordem de R$ 600 milhões para os próximos anos em expansão e modernização de sua estrutura e transformação digital, principais pontos do planejamento estratégico.

Hoje o HCor realiza atendimento em mais de 50 especialidades, conta com um centro próprio de Medicina Diagnóstica e é parceiro do Ministério da Saúde para o fortalecimento do SUS, via PROADI-SUS.

Recentemente o HCor inaugurou novo ambiente de atendimento a pacientes com câncer, com a criação de um Centro de Cuidado em Oncologia e Hematologia. Com investimento da ordem de R$ 10 milhões, a instituição construiu novos espaços para o tratamento oncológico, ampliou consultórios e reestruturou alas de procedimentos de quimioterapia.

O novo Centro apresenta como principal diferencial a possibilidade de o paciente ter acesso a todas as suas necessidades em um só lugar. A assistência será realizada de maneira coordenada e ágil por especialistas em oncologia clínica, cirurgiões oncológicos, radioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e psicólogos. Assim, o paciente receberá um plano terapêutico multidisciplinar para uma linha de cuidado completa.

O atendimento integrado e integral conecta as consultas do corpo clínico com a equipe multidisciplinar a exames diagnósticos, tratamentos e ao que há de mais moderno e avançado. que traz agilidade ao processo”, destaca Rafael Schmerling, líder da oncologia clínica do hospital.

“Fazer parte desta história é motivo de muito orgulho para todos os nossos trabalhadores. Seguiremos nos preparando para continuar a atender nossos pacientes com excelência, segurança e carinho de sobra”, comemora Fernando Torelly, CEO do HCor.

Nova marca

Recentemente o HCor apresentou sua nova marca ao mercado. O projeto se soma ao momento de transformação na gestão e implantação do planejamento estratégico institucional para os próximos quatro anos. O conceito de “boas ondas” materializa a vocação de fazer o bem e retribuir à sociedade, com ações que reverberam em todo o campo da saúde. Também traz um olhar mais contextual, positivo e otimista, que em um ambiente hospitalar é grande aliado no processo do cuidado.

HCor

O HCor oferece atendimento em mais de 50 especialidades, dentre as quais Neurologia, Oncologia, Ortopedia e Cardiologia – área na qual tem grande renome nacional e internacional -, contando ainda com um centro próprio de Medicina Diagnóstica. O hospital possui diversas acreditações, incluindo a Joint Commission International (JCI), e é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), há mais de 10 anos.

Instituição filantrópica, iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria. Além do escopo assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa (IP-Hcor) reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Também está à frente de um Instituto de Ensino (IE-Hcor) que capacita e atualiza milhares de profissionais anualmente e é certificado pela American Heart Association.

 

domingo, 26 de dezembro de 2021

Artigo – Gestão Disney pode ser aplicada na saúde para surpreender e encantar pacientes

 

23/12/2021


Não é novidade para ninguém que a Disney World é um dos destinos mais procurados para turismo no mundo. Independentemente da idade dos visitantes, todos eles conseguem ter suas expectativas superadas e se vislumbram por esse mundo mágico.

A gestão Disney é a grande responsável por esse encantamento e surgiu junto com a criação da empresa, em 1923, e desde então segue prezando por proporcionar aos visitantes e espectadores uma experiência única e, consequentemente, a fidelização do cliente.

O que muita gente não imagina, é que é possível aplicar esse grande exemplo de gestão em outros segmentos, inclusive na área da saúde. Mas como?

Principalmente através da Jornada do Paciente. Ou seja, os usuários apresentam uma demanda e ela deve ser solucionada da melhor forma possível, alinhando as necessidades daquele cliente, com as expectativas que possui do serviço que irá receber e com a fidelização dele.

Pense, por exemplo, se a Disney se tornasse administradora do seu hospital ou do seu serviço de saúde. Com certeza, você tornaria a abordagem centrada no paciente e na sua jornada de atendimento, muito mais do que na eficiência do local.

Porém, como fazer isso pensando na realidade dos brasileiros?

Aí entra a tecnologia como grande aliada de uma gestão inovadora, que visa elevar a experiência do usuário, como é o caso da Doctoralia, plataforma de agendamentos de consultas médicas que oferece uma gama completa de soluções em saúde.

O novo perfil do “paciente digital”, mais bem informado, autônomo e exigente, espera ter em saúde uma experiência ágil e prática. Por esse motivo, tornar a experiência incrível, através da automatização, é um caminho sem volta.

Isso porque os centros de saúde precisam reduzir custos e, com o uso inteligente dos dados fornecidos pelo usuário, a tecnologia é capaz de otimizar tarefas rotineiras, segmentar e trazer melhores resultados, mantendo o toque de humanização.

Além de toda a questão tecnológica, é preciso dar atenção aos detalhes e propor inovações, mesmo que pequenas e pontuais, para fazer a diferença: ofereça um atendimento que exceda as expectativas, foque em melhorar a experiência do paciente, mostre que a liderança vem do exemplo.

O importante aqui é mostrar que existe a preocupação com o usuário e suas dores.

A forma como é feita a interação entre as instituições de saúde e seus clientes pode render novas visitas, indicações para outras pessoas e comentários positivos. Da mesma maneira que a Disney preza que os seus funcionários recebam seus visitantes de forma alegre e atenta em todos os pontos de contato, a clínica, o hospital ou qualquer outro serviço de saúde pode seguir o mesmo caminho.

Cadu Lopes é CEO da Doctoralia no Brasil, Chile e Peru

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Hospital Moinhos de Vento recebe certificação digital HIMSS


 22/12/2021


A reavaliação de processos, integração com sistemas de parceiros, aumento da segurança digital e qualificação dos seus colaboradores resultou ao Hospital Moinhos de Vento a certificação digital HIMSS (Healthcare Information and Management Systems Society) no Nível 06. A autenticação, confirmada nesta quarta-feira (22), reconhece que a instituição tem avançado na digitalização de seus processos, o que representa avanços importantes na qualidade e na segurança prestada a seus pacientes.

O superintendente administrativo do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre (RS), Evandro Moraes, ressalta que a conquista da certificação HIMSS é a comprovação da implementação e do uso adequado de ferramentas digitais em hospitais. Além disso, atesta níveis importantes de segurança da informação, tratamento, armazenamento e manuseio de dados dos pacientes. Atualmente, apenas sete instituições do Brasil estão neste nível.

“Seguiremos trabalhando fortemente a fim de concluir o projeto que tornará o Hospital Moinhos de Vento uma instituição digital, paperless e ainda mais seguro. Proporcionando, pelo uso de tecnologia, novos níveis de cuidado e qualidade assistencial, focados ainda mais no paciente e derrubando barreiras atualmente utilizadas pelo modelo tradicional, usualmente empregadas no segmento hospitalar do país”, ressaltou Moraes.

A certificação Nível 06 é o ponto de partida para que o hospital obtenha o reconhecimento pleno (Nível 07), que será buscado no próximo ano com ainda mais inovação e digitalização de novos processos. Apenas nove hospitais da América Latina possuem esse estágio pleno como hospitais digitais.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Oportunidades de ganhos assistenciais chegam a R$ 38,9 bilhões no setor de saúde

20/12/2021

 A Planisa – empresa especialista em soluções de gestão de saúde – e a Plataforma Valor Saúde DRG Brasil uniram conhecimento e as bases de informação disponibilizadas por seus clientes para pesquisa acadêmica, para definir qual o potencial econômico do controle de desperdício no sistema de saúde brasileiro. O levantamento aponta que 53% das despesas hospitalares brasileiras são desperdícios possíveis de se controlar e, ao corrigir determinadas falhas, as oportunidades de ganhos assistenciais chegam a R$ 38,9 bilhões para o setor.

As bases assistenciais são de hospitais da saúde suplementar e do SUS, distribuídas em todo Brasil, por meio de 326 hospitais. Estas informações de saúde foram codificadas por médicos e enfermeiros especialistas. Da base de custos, participaram 78 hospitais, públicos e privados, no primeiro semestre de 2021, que usam a solução KPIH (Key Performance Indicators for Health). A análise contou com a supervisão de consultores especializados em custos hospitalares, por meio da metodologia de custeio por absorção pleno. A elevada qualidade dos dados de ambas as bases torna as conclusões mais seguras.

Em 2020, foram registradas 10.534.951 internações pelo SUS. Considerando média de permanência de 5 dias, o estudo concluiu que foram utilizadas, aproximadamente, 52,6 milhões de diárias e, destas, 26,5 milhões são desperdícios.  “Levando em consideração que o custo diário hospitalar médio apurado na base KPIH da Planisa é de R$ 799,00 em hospitais SUS e R$ 1.149,00 em hospitais da saúde suplementar, podemos estimar o desperdício do SUS por falhas de entrega de valor em R$ 21,1 bilhões, ou seja, 7,1 % dos R$ 297,3 bilhões do orçamento anual SUS”, explica o diretor de Serviços da Planisa e especialista em gestão de custos hospitalares, Marcelo Carnielo. “Na saúde suplementar, esse valor, por falhas de entrega, chega a R$ 17,7 bilhões, totalizando R$ 38,9 bilhões”, completa.

De acordo com as informações levantadas, as 4.432.566 altas hospitalares – 413.277 do SUS e 4.019.289 da saúde suplementar, consumiram 19.519.511 diárias, sendo 10.338.670 diárias (53%) desperdício por falhas de entrega de valor. O cenário na saúde suplementar (53,3%) é semelhante àquele encontrado no Sistema Único de Saúde (50,3%).

Do desperdício, 56,12% são determinados por ineficiência no uso do leito hospitalar e 17,94% por internações por condições sensíveis à atenção primária, que poderiam ser evitadas pelo aumento de eficácia nesse nível de atenção. O levantamento aponta, ainda, que 13,64% do desperdício é determinado por condições adquiridas graves, sendo que 65% delas preveníveis; 7,75 % das diárias em excesso foram utilizadas por pacientes que reinternam em 30 dias com o mesmo problema ou condição adquirida que se agravou no domicílio; 3,15% se devem à baixa resolutividade da emergência e 1,4% à não ambulatorização cirúrgica.

Carnielo ressalta que a boa notícia é que há a possibilidade de transformar o cenário em oportunidade para aumento de acesso qualificado ao povo brasileiro. “Quando se trata de desperdício do sistema de saúde, o que nos difere dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é que eles colocaram este fato como prioridade, que reflete nas políticas públicas. Temos informações apenas de algumas etapas da cadeia produtiva da saúde, ou seja, a notícia pode ser ainda melhor, pois o desperdício total da saúde certamente é bem maior”, pontua.

Um sistema de saúde de alto valor para os usuários realiza um triplo objetivo: melhorar a experiência individual de cuidado; melhorar a saúde das populações; e reduzir os custos per capita de atendimento às populações. Com isso, se controla o desperdício. “Um sistema de saúde baseado em valor é bom para todos. O paciente pode reduzir seus danos físicos, psicológicos e seus custos. A sociedade pode garantir maior acesso ao sistema de saúde e aumentar a competitividade de sua economia. Os prestadores podem ser melhor remunerados e os financiadores mais sustentáveis se controlarmos o desperdício”, elenca o presidente do Grupo IAG Saúde e co-fundador do DRG Brasil, Renato Couto. “É necessária uma concertação da sociedade centrada na entrega de valor em saúde ao usuário e compartilhamento dos recursos do controle do desperdício para um novo ciclo de entrega de mais acesso qualificado a sociedade brasileira”, conclui Couto.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Crianças apresentam resposta imune diferenciada em comparação a adultos para SARS-CoV-2


 16/12/2021


Crianças infectadas pelo vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, costumam apresentar uma forma mais leve da doença quando comparadas aos adultos, e a mortalidade de crianças pela doença é menos frequente, segundo o infectologista pediátrico do PROADI-SUS e do Hospital Moinhos de Vento, Marcelo Comerlato Scotta.

No estudo “Pediatric COVID-19 patients in South Brazil show abundant viral mRNA and strong specific antiviral responses”, que será publicado na Nature Communications, revista científica de alto impacto, os pesquisadores demonstraram que, apesar de apresentarem títulos virais semelhantes aos dos adultos, as crianças apresentam uma resposta imune diferencial. A pesquisa faz parte do Estudo COVIDa, projeto realizado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), numa parceria com o Ministério da Saúde e os Laboratórios de Imunoterapia e Imunovirologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento. A iniciativa foi criada com o objetivo de gerar dados sobre o comportamento do vírus e avaliar resposta imune contra o novo Coronavírus.

A próxima etapa, que já está em andamento, avalia a memória imunológica desenvolvida pelas crianças após a infecção, estudando o período de 3 a 6 meses depois; por quanto tempo ficam protegidos; e quais as diferenças e semelhanças da resposta de memória nas crianças e adultos com o passar do tempo.

Dados obtidos

Foram analisadas amostras de 91 pacientes diagnosticados com Covid-19, representando grupos de crianças; adultos com doença leve; e adultos com doença grave. As crianças, todas com sintomas leves, apresentaram respostas específicas robustas contra o vírus, tanto de anticorpos como de células T, com diferenças importantes no tipo de células responsáveis pela resposta antiviral. O nível geral de resposta não é diferente dos adultos, mas a qualidade de resposta observada é o grande achado do estudo. Esses achados contribuem com o melhor entendimento sobre a resposta contra o vírus e podem auxiliar em estratégias de enfrentamento da pandemia, como desenvolvimento de vacinas.

O estudo tem impacto internacional, porque contribui para desvendar os mecanismos da resposta imune em crianças infectadas por Covid-19, que é diferente do que se observa em adultos.

O responsável técnico pelo Estudo COVIDa no Hospital Moinhos de Vento, Dr. Renato T. Stein, explica que o estudo contempla uma série de análises que ajudarão também a traçar um panorama aprofundado do comportamento do vírus SARS-CoV-2 em populações com diferentes níveis socioeconômicos. “Iniciamos a coleta de amostras em maio de 2020, praticamente no início da pandemia, levando em conta diversas particularidades, desde níveis socioeconômicos, faixas etárias e até mesmo padrões genéticos que podem influenciar no comportamento do vírus. Várias análises ainda estão em andamento, no entanto, é inegável a relevância de uma pesquisa desse porte sendo feita durante a pandemia no Brasil. A partir dos resultados iniciais que mostram um evidente padrão de resposta diferenciada entre adultos e crianças, começam a surgir propostas de intervenções e medicações ajustadas para esses grupos etários”.

A análise das amostras foi conduzida na UFCSPA, nos laboratórios de Imunoterapia, liderado pela Dra. Cristina Bonorino, e Imunovirologia, liderado pelo Dr. Luiz Rodrigues. A especialista comenta sobre a importância da iniciativa. “O estudo é um dos poucos que analisa em detalhe a imunidade em crianças com Covid-19, abordando a resposta de anticorpos e de células imunes à infecção natural pelo SARS-CoV-2. O Estudo COVIDa também traz dados detalhados sobre a imunidade de adultos, cruciais para o mapeamento da imunidade da população brasileira atingida pelo vírus, dada a escassez de dados nessa área”.

O Superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Eduardo Mariath, destaca que a parceria com o Ministério da Saúde por meio do PROADI-SUS está alinhada aos objetivos da organização.

“Estamos fomentando ciência e geração de conhecimento com importante retorno à comunidade. Em um momento extremamente desafiador, unimos esforços, reforçando o nosso compromisso de gerar mudanças positivas e entregar conhecimento para a sociedade”.

PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúneseis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão:Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse o portal PROADI-SUS.

domingo, 19 de dezembro de 2021

Saúde mira executivos do alto escalão em 2022, revela pesquisa

 

16/12/2021


A tecnologia vai continuar ditando os rumos do mercado de trabalho em 2022. É o que evidencia o levantamento anual realizado pelo PageGroup, referência mundial em recrutamento especializado de executivos de todos os níveis hierárquicos. A consultoria traz a lista de cargos que estarão em alta no próximo ano, com destaque para posições ligadas a transformação digital, comércio eletrônico, inovação e desenvolvimento. O material, produzido pelos consultores da Page Executive, Michael Page, Page Personnel, Page Interim, Page Outsourcing e Page PCD, traz as profissões com maior possibilidade de demanda a partir de análises de mercado e tendências de contratações das empresas para o próximo ano. Os cargos considerados nessa lista contemplam o alto escalão, média e alta gerência, níveis técnico e de suporte à gestão, além de terceiros e temporários.

“A expectativa de retomada de crescimento pós-pandemia, com o avanço índice de vacinação e retorno das atividades econômicas, está provocando uma busca cada vez maior por profissionais dos setores de Marketing e Tecnologia, responsáveis pela transformação digital, sobretudo aquelas que investiram nisso durante a pandemia. A expansão de empresas em negócios online deve seguir em alta em 2022”, explica Gil van Delft, presidente do PageGroup no Brasil. “Mas também detectamos uma forte tendência para contratações de executivos ligados a planejamento financeiro, redução de custos e expansão de novos mercados, além de um maior volume de posições ligadas à diversidade e inclusão”, completa.

Para estruturar essa relação, o PageGroup consulta permanentemente empresas de todos os portes (pequena, média e grande) em 14 setores de todo o Brasil. A partir dessa conversa e do entendimento das reais necessidades de contratação, os consultores consolidam essas informações e produzem a relação final dos cargos com maior possibilidade de demanda das empresas.

Confira a lista referente a área de saúde:

Cargo: diretor de operações hospitalar

O que faz: tem a responsabilidade de gerenciar a unidade hospitalar perante a cadeia operacional: atendimento, nutrição, higienização e limpeza, manutenção hospital, farmácia e suprimentos, além de relacionar-se indiretamente com os setores: faturamento, relacionamento com parceiros, segurança e materiais/OPME. Deve traçar o planejamento estratégico e metodologias para problemáticas, tentando encontrar o equilíbrio financeiro e produtivo da unidade. Esse profissional, junto às áreas envolvidas, é o ponto principal de viabilidade de expansão de novos serviços e implementação de novos leitos nas diversas complexidades, complementando a volumetria/produção da unidade, bem como a rentabilidade. Garante os fluxos de processos recomendados por órgãos hospitalares e indicadores.

Perfil da vaga: necessário formação superior e pós-graduação voltados a Administração Hospitalar, Gestão em Saúde e Gestão de Pessoas. Experiência na gestão operacional no ambiente hospitalar é uma vivência muito importante e na parte comportamental do profissional deve manter o foco estratégico e analítico para o atingimento dos resultados, bem como o gerenciamento de pessoas e processos complexos.

Salário: R$ 30 mil a R$ 45 mil

Motivo para a alta: a demanda por esse profissional está crescente e deve continuar por conta da consolidação e profissionalização do setor, além do momento do mercado em verticalização e novas aquisições e fusões.

Cargo: diretor comercial – medical devices

O que faz: cuida de toda estrutura de vendas da empresa, e em algumas estruturas essa posição pode abranger marketing também. É a posição que vai olhar para todos os clientes, empacotando e oferecendo soluções adequadas a cada necessidade.

Perfil da vaga: esse profissional é o responsável pela criação do plano de apresentação ao mercado para sua linha de produtos. Ele atua na esfera estratégica e também na tática, respondendo pela elaboração e execução do plano comercial junto com sua equipe. Seu objetivo principal é o crescimento do volume de vendas, rentabilidade, incremento do seu catálogo no mercado, além das áreas de suporte ao cliente e pós-venda. Ele pode atuar nos canais público e privado com venda direta ou em parceria com representantes e distribuidores.

Salário: R$ 30 mil a R$ 45 mil + 4 salários

Motivo para a alta: por conta do grande aumento do número de leitos em hospitais públicos e privados, a demanda por dispositivos médicos, principalmente consumíveis e equipamentos, vai continuar alta para os próximos meses por uma margem substancial. Esse crescimento resultará numa procura por profissionais que consigam criar um plano de negócios robusto e executá-lo da melhor forma para absorver a maior parte desta alta.

Cargo: CEO – Hospitais

O que faz: tem a responsabilidade de garantir que todos os aspectos do desempenho dos hospitais estejam funcionando de maneira eficiente. Ele precisa encontrar um equilíbrio na gestão das operações do dia a dia, relacionados à operação assistencial e jornada do paciente, e ao mesmo tempo, liderar iniciativas de desenvolvimento estratégico, necessárias para o sucesso a longo prazo.

Perfil da vaga: o responsável por fornecer a estratégia para entregar a melhor qualidade de atendimento ao paciente, pela liderança e formação da equipe enquanto cria uma cultura positiva e produtiva, por definir os padrões de excelência operacional, além de zelar pela conformidade exigida nos regulamentos estaduais e federais, e nas políticas do hospital. Como todo CEO, é também quem responde pelos lucros e perdas da organização, buscando sempre um saldo positivo da operação.

Salário: R$ 40 mil a R$ 60 mil

Motivo para a alta: a demanda por líderes hospitalares experientes está maior do que nunca, e deve continuar crescendo por conta da forte onda de consolidação e profissionalização do setor. As grandes redes hospitalares e operadoras de saúde verticalizadas devem buscar CEOs para liderar suas novas estruturas, enquanto hospitais pequenos e médios devem acompanhar essa onda de profissionalização do setor, buscando fortalecer sua liderança com executivos que tenham experiência para gerenciar todo o hospital.

Cargo: médico do trabalho – coordenador

O que faz: o médico coordenador contratado por determinada empresa ou indústria tem a responsabilidade de fazer a gestão da equipe médica e acompanhar o andamento da saúde dos colaboradores por meio de exames ocupacionais e assistenciais, assim como definir ações de melhoria por meio de programas preventivo e/ou corretivos.

Perfil da vaga: normalmente é contratado por uma organização com número elevado de funcionários e certo grau de risco para definir a melhor estratégia a fim de reduzir os níveis de absenteísmo e prevenir a possível incidência de determinada patologia ocupacional.

Salário: R$ 8 mil a R$ 10 mil para 15 horas semanais

Motivo para a alta: a demanda por um médico do trabalho coordenador tem sempre se mostrada elevada, porém com o advento da pandemia, as indústrias têm requisitado ainda mais esse perfil de profissional por conta de ações necessárias para prevenir e monitorar a incidência e disseminação de casos de Covid-19 dentro do ambiente de trabalho.

 

sábado, 18 de dezembro de 2021

Projeto de indicadores de qualidade hospitalar auxilia avaliação de serviços prestados por instituições privadas


 16/12/2021


Com o objetivo de incentivar o debate sobre a qualidade na assistência à saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), promove a continuidade do projeto de indicadores de qualidade hospitalar, lançando um novo documento com dados das instituições associadas. A íntegra da publicação está disponível no link.

Segundo o diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto, além de nortear as decisões administrativas dos hospitais associados, o projeto tem como finalidade estimular o aprimoramento das instituições. “Esses dados nos ajudam a enxergar onde estão as oportunidades de melhoria contínua, além de avaliar a eficácia e a efetividade das medidas aplicadas para este fim. As informações ficam disponíveis para consulta e servem como base para que os contratantes conheçam mais profundamente os serviços que estão contratando. No final das contas, quem ganha é o paciente”, afirma.

O documento da Anahp que traz dados referentes ao 3º trimestre de 2021, aponta que a taxa de mortalidade institucional dos hospitais associados caiu de 3,25% no mesmo período de 2020, para 2,54% deste ano. “Nessa análise, há uma série de fatores que precisam ser levados em consideração, como gravidade, idade e comorbidades do paciente, entre outros. Mas a lógica para avaliação desse índice é sempre quanto menor, melhor”.

Outro indicador que apresentou melhora no 3º trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior é a taxa de partos normais, que saiu de 18,69% para 21,37%. “Essa informação está em concordância com a forte mobilização da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para reduzir as taxas de cesarianas no Brasil”, reforça o executivo.

A publicação sobre qualidade hospitalar da Anahp demonstra o desempenho dos 124 hospitais associados e tem periodicidade trimestral, contando com 16 indicadores.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Eficiência logística em hospitais: Projeto pioneiro para melhorar gestão de estoque de dispositivos implantáveis


 16/12/2021


Melhorar a eficiência na gestão da saúde está na lista de prioridades dos principais executivos do setor no país. A transformação digital e a incorporação de inovação nas mais diversas etapas do ciclo produtivo trouxeram um extraordinário benefício à Medicina, sobretudo na precisão de diagnósticos e cirurgias. Mas como incorporar inovação para melhorar processos e ainda por cima contribuir para uma melhor sustentabilidade dos negócios?

O desafio foi aceito por um trio de empresas que tem a inovação no DNA: a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde do País; a Boston Scientific, líder global em tecnologia médica; e a GTPlan, empresa de tecnologia voltada ao segmento de supply chain. Juntas, as empresas investiram em uma iniciativa pioneira no segmento de Saúde que, a partir do uso de uma solução de vendor managed inventory (VMI), prevê a colaboração no gerenciamento em tempo real do estoque em consignação de órteses, próteses e materiais especiais (OPME).

“Uma das principais finalidades é melhorar a gestão desses itens, garantindo os insumos necessários para cada atendimento dentro da instituição. Estamos contentes com esse projeto criativo e inovador e queremos sempre dialogar com parceiros que nos ajudem a pensar em soluções inteligentes para questões importantes do nosso dia a dia”, afirma Denise Santos, CEO da BP.

Do total de OPME cadastrados na BP, cerca de 20% (5 mil) estão na categoria de consignados. E uma vez que a reposição desse tipo de material ocorre somente depois dos respectivos ciclos de faturamento (da fabricante contra a BP e da BP contra a fonte pagadora), o estoque de materiais consignados tem que ser bem maior do que a demanda de consumo mensal.

Batizado de Projeto Turing, o principal objetivo dessa iniciativa é melhorar o ciclo de abastecimento desses itens, garantindo que os produtos necessários para os procedimentos cirúrgicos realizados na BP estejam sempre disponíveis, sem que para isso haja necessidade de grandes volumes de estoque. “Queremos dar aos pacientes cada vez mais acesso aos nossos produtos. Temos que garantir que os médicos tenham nossa tecnologia, a toda e qualquer hora que precisarem, para que possam salvar e transformar vidas. Esse projeto evita desperdícios, o eventual descarte de materiais não utilizados que se aproximam do prazo de validade, e permite a otimização do estoque em campo, trazendo ganhos para toda a cadeia envolvida”, explica Eduardo Verges, presidente da Boston Scientific do Brasil.

Por meio de uma integração de sistemas com base em VMI, uma série de alertas automáticos são disparados cada vez que um material é usado e com isso a reposição passa a ser quase imediata (cerca de 24 horas), sem a necessidade de uma intervenção manual e de um grande volume de estoque.

“Nós temos auxiliado empresas de diversos segmentos a fazerem uma melhor gestão de ativos, mas é a primeira vez que um projeto desse tipo é aplicado para a gestão de OPME consignados. Esse é um exemplo de excelência em gestão só possível de ser implantado com a união de esforços de instituições como a BP e a Boston Scientific, que têm o olhar voltado para a inovação no setor de Saúde”, afirma Thiago Fialho, CEO da GTPlan.

Expansão

As tratativas iniciais para colocar de pé o projeto Turing tiveram início em 2020. A Boston Scientific encontrou na BP uma das instituições com os melhores processos e ferramentas de gestão de estoque de consignados e entendeu que a instituição tinha o nível de maturidade de gestão necessários para avançar em eficiência e velocidade. “Escolhemos a BP para ser a primeira parceria dessa iniciativa, pois ela apresentou evidências de gestão e muita experiência para torná-lo possível. Este certamente não é um projeto pontual, mas o começo de uma história muito maior, que vai levar inteligência e inovação para outros níveis de gestão, contribuindo para a sustentabilidade de todo o setor de Saúde”, diz Luis Roberto Cunha, diretor de Supply Chain Latam da Boston Scientific.

Como o projeto é totalmente escalável a outros clientes, a Boston Scientific já estuda expandir o Projeto Turing para outras regiões do Brasil e também para outros países na América Latina onde a empresa atua.

Para a BP o projeto também representa a oportunidade de envolver outros parceiros nesse modelo de gestão de estoque, já que muitos outros fornecedores integram a cadeia de suprimentos da instituição. “O controle e a total visibilidade dos materiais em estoque, bem como a reposição no tempo adequado, são vitais para garantirmos nossa operação e, por isso, já trabalhamos com a possibilidade de expandir esse projeto para outros tipos de materiais e outros parceiros”, conclui Ana Paula Melo, gerente-executiva de Farmácia e Logística da BP.