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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Intermédica faz 3ª aquisição
 em dois anos e avança entre
 planos de saúde

24/09/2016

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Depois de nove meses de negociações, o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI)
 fechou ontem a compra da Unimed ABC. Com a operação, que deve ser divulgada
 na segunda-feira e não teve valor revelado, a gestora de hospitais e planos de saúde
 se consolida como a terceira maior operadora no segmento médico-hospitalar do País.
Essa é a terceira aquisição feita pelo grupo desde 2014, quando o fundo americano
 Bain Capital pagou, segundo estimativas do mercado, cerca de R$ 2 bilhões pelo
 controle da NotreDame Intermédica. Desde então, a empresa subiu duas posições
 no ranking das maiores operadoras do País em número de beneficiários no segmento
 médico-hospitalar.

Segundo dados da Associação Nacional de Saúde (ANS), que ainda não consideram
 a aquisição, o ranking é liderado pela Amil, com 3,87 milhões de vidas, seguido por
Bradesco (3,81 milhões), NotreDame Intermédica (1,958 milhão), Hapvida (1,943 milhão)
 e Sulamérica (1,75 milhão).

Com a aquisição da Unimed ABC, a NotreDame Intermédica incorpora 70 mil vidas,
 um hospital, cinco centros clínicos e duas unidades de atendimento 24 horas. Para ser
 concretizada, a operação deve passar pelo aval do Conselho Administrativo de Defesa
 Econômica (CADE) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Segundo o presidente do Grupo NotreDame Intermédica, Irlau Machado Filho, a compra
 faz parte da estratégia de expansão do grupo que, apesar da crise e da contração do setor,
 espera fechar o ano com um crescimento de 9% na carteira de beneficiários. "Além das
 aquisições, estamos crescendo graças a uma combinação de gestão eficiente, controle
 de custos e preços de planos que chegam a ser 20% mais baratos do que a concorrência",
 resume Machado Filho.
Com 12 hospitais próprios e atuação concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a
empresa consegue atender 65% dos sinistros em rede própria, eliminando custos. Segundo
 Machado Filho, procedimentos dentro de casa chegam a ser 40% mais baratos do que os
 feitos em rede credenciada.
O desempenho da operadora - que fechou 2015 com faturamento de R$ 2,9 bilhões
(crescimento de 18% em relação a 2014) e um aumento de 20% no número de beneficiários
 (saúde e odontológico) - destoa do cenário geral do mercado de planos de saúde. Pela
 primeira vez em dez anos, o setor registrou retração em 2015, reflexo da crise e do aumento
 do desemprego - os planos oferecidos por empresas respondem por dois terços do mercado.
 Com isso, quase 2 milhões de beneficiários deixaram os planos desde o início do ano passado.
Na avaliação de Paulo Furquim de Azevedo, coordenador do Centro de Estudos em Negócios
 do Insper, em função da atenção aos custos e dos preços mais competitivos, a empresa pode
 ter se beneficiado do movimento de 'downgrade' que o setor tem vivido.

Para Azevedo, além da crise em si, o setor sofre com um alto grau de ineficiência, o que faz
com que empresas que eliminem algumas imperfeições, consigam se destacar. "Companhias
 que chegam com alta tecnologia de informação e de gestão estão conseguindo um espaço de
 transformação não só em planos, como em hospitais e laboratórios", afirma, citando outro
 modelo em expansão: as clínicas populares de consulta médica, como Dr. Consulta.

Para Walter Cintra Ferreira Jr, professor da FGV e coordenador do curso de especialização em
administração hospitalar e de sistemas de saúde, o movimento de consolidação do mercado
tende a se fortalecer ainda mais. "Quem não tem escala e gestão não consegue mais se

 estabelecer nesse mercado."          

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