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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Hospital São Vicente de Paulo investe em Medicina Hospitalista

 

09/10/2023


Prática amplamente utilizada nos Estados Unidos, a contratação de médicos hospitalistas vem ganhando cada vez mais espaço e está sendo implementada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP-RJ). “Esta é uma especialidade cujo foco primário é o cuidado clínico integral de pacientes em internação, na maioria das vezes por patologias não cirúrgicas. Em geral, os médicos hospitalistas são profissionais que fazem especialização em Clínica Médica”, explica Adriana Pinheiro, coordenadora das Unidades de Internação do HSVP e do projeto. “Estes profissionais têm um papel fundamental na promoção da qualidade e na busca incansável pelos mais altos níveis de excelência e eficiência nos cuidados de saúde no ambiente hospitalar. Essa atenção diferenciada é mais um importante passo para colocar o paciente no centro do cuidado”, ressalta a diretora técnica do HSVP, Karina Carvalho Tenan.

O papel dos novos médicos hospitalistas é estratégico, como explica a coordenadora do projeto: “estes profissionais vão acompanhar os mesmos pacientes. Com o conhecimento acerca do fluxo assistencial, vai ser possível aprimorar o cuidado, aplicando tratamentos mais adequados e ágeis, capazes de proporcionar uma recuperação mais eficiente e mais humanizada. Além disso, vão prevenir situações de declínio do paciente”, destaca Adriana.

A diretora técnica do hospital complementa salientando que contar com profissionais treinados para esta especialidade garante aos gestores melhores resultados em eficiência, qualidade e segurança dos pacientes. “Importante frisar ainda que os médicos hospitalistas vão estar interagindo direta e assertivamente com toda a equipe multidisciplinar, de forma a evitar qualquer divergência sobre o plano terapêutico”, diz Karina. Adriana acrescenta: “uma equipe mais alinhada reduz falhas e consegue desenvolver o seu trabalho de forma muito mais efetiva”.

Entre os principais benefícios de contar com uma equipe de médicos hospitalistas estão: a redução do tempo de permanência do paciente no hospital e, consequentemente, minimizar os custos e o risco de eventos adversos, desta forma, melhorando a qualidade da assistência à saúde. A nova equipe do HSVP é formada pelos médicos Paulo Victor Benício, Marcelo Morato, José Paulo Amoedo Bueno Brandão e Lucas da Silveira Martins.


A Cura D'Alma





sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Centro Cirúrgico do HU-UFSC implanta metodologia Lean

 

04/10/2023


Redução de cancelamentos e de atrasos de cirurgias, otimização da disponibilidade operacional de salas e equipamentos e maior integração das etapas, desde o agendamento até a alta (incluindo autorizações, materiais, nivelamento de equipes, setup de salas cirúrgicas e leitos) são algumas das vantagens que o mapeamento do processo assistencial no Centro Cirúrgico do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), vai proporcionar.

“Esse mapeamento ocorre com a participação ativa dos profissionais que realizam a atividade-fim em todas as etapas do processo, incluindo o fluxo de informações, atividades, recursos empreendidos tanto no sentido quantitativo, como no qualitativo, além do tempo necessário para realização de cada atividade e nível de qualidade que se espera alcançar”, explica a professora do Departamento de Enfermagem da UFSC, Diovane Ghignatti, que atua na coordenação da iniciativa, ao lado da também professora Aline Magalhães.

O processo começou oficialmente no último dia 15 de setembro e deve se estender até junho de 2024. Antes, aconteceram ações preparatórias, tais como duas capacitações para os profissionais do HU sobre os aspectos conceituais a respeito da metodologia, além de uma reunião de alinhamento com a equipe do Centro Cirúrgico. “Ações como essas valorizam o trabalho de cada profissional da equipe com foco na qualidade assistencial e segurança do paciente”, afirma Aline Magalhães.

A metodologia utilizada é a Lean, uma ferramenta de gestão de recursos na cadeia de suprimentos, que simplifica e enxuga processos, proporcionando maior eficiência ao reduzir etapas, evitar o desperdício de tempo, além de diminuir custos e volume de material estocado. “Com as informações coletadas, elabora-se o MFV (Mapa de Fluxo de Valor) do estado atual e projeta-se o MFV futuro, a partir da mitigação dos desperdícios identificados”, destaca Diovane Ghignatti.

A operação é detalhada e inclui até os requisitos para cada profissional realizar a atividade, além de incluir clientes e fornecedores. “Na perspectiva do paciente, seus requisitos para receber o atendimento também são mapeados, considerando que este é o principal cliente do processo, na linguagem do mapeamento é considerado o ‘input’ e o ‘output’, quando inicia o atendimento e quando finaliza, com sua alta”, pontua Diovane Ghignatti.

A iniciativa é uma parceria do HU com o Departamento de Enfermagem da UFSC e conta com a participação de estudantes dos cursos de Enfermagem e de Engenharia de Produção da universidade. A aplicação da metodologia Lean tem resultado em economia em diversos setores como o de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) e no Setor de Hotelaria Hospitalar (na área de Nutrição e Dietética, envolvendo dietas enterais).

Projetos

O mapeamento é fruto de dois projetos em atividade no HU-UFSC. O primeiro é o projeto de pesquisa “Gestão de Operações em Saúde: Estratégias para Otimizar Processos Assistenciais com Foco na Segurança do Paciente”, coordenado por Diovane Ghignati, contemplado com a bolsa de Iniciação Científica Edital PIC/Ebserh no Programa de Iniciação Científica (PIC) da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

E o segundo é o projeto de Extensão “Aplicação da Metodologia Lean na Gestão de Operações em Saúde, que é coordenado por Aline Magalhães, e foi contemplado com bolsa de extensão Edital Probolsas Proex-UFSC 2023, tendo iniciado em maio passado.


A Cura D'Alma





quinta-feira, 5 de outubro de 2023

HNCSC em parceria com a Suprema realizam palestras sobre Doação de Órgãos

 



O evento foi inspirador para comemorar a data e incentivar a solidariedade, visando salvar vidas e proporcionar uma segunda chance a quem precisa


05/10/2023


Na última semana, o auditório da Suprema foi palco de uma palestra emocionante e esclarecedora sobre a importância da doação de órgãos. O evento foi realizado em comemoração ao Dia Nacional de Doação de Órgãos, e contou com a participação de renomados profissionais da área médica e psicológica.

A programação teve início às 11h, com a palestra "Diagnóstico de Morte Encefálica", ministrada pelo Dr. Ricardo Martello, coordenador da CIHDOTT do HCNSC e HU UFJF, docente na Suprema TR. Martello compartilhou seu conhecimento e experiência sobre o diagnóstico preciso e ético da morte encefálica, um aspecto fundamental para a identificação de potenciais doadores de órgãos.

Em seguida, às 12h, a psicóloga do HCNSC Angélica Saldanha conduziu a palestra "Abordagem Familiar". Com sensibilidade e empatia, a psicóloga abordou a importância do suporte emocional às famílias envolvidas no processo de doação de órgãos. Ela destacou a necessidade de compreensão, acolhimento e respeito nesse momento delicado, visando facilitar a tomada de decisão e promover o consentimento informado.

À noite, a programação continuou com a palestra "Manutenção do Potencial Doador", novamente ministrada pelo Dr. Ricardo Martello que abordou os cuidados e procedimentos necessários para manter o potencial doador de órgãos, visando preservar a qualidade e viabilidade dos órgãos até o momento do transplante.

Em seguida, às 20h45, o palestrante Robson Ferreira apresentou a palestra "Cenário Atual: Transplante de Órgãos". Ele trouxe informações atualizadas sobre os avanços e desafios no campo dos transplantes de órgãos, destacando a importância da conscientização e do engajamento da sociedade nesse processo.

Uma novidade marcante no evento foi a disponibilização das palestras online, permitindo que um número maior de pessoas pudesse ter acesso ao conteúdo e se engajar na causa da doação de órgãos. O evento reforçou a importância de disseminar informações corretas sobre a doação de órgãos, desmistificar tabus e incentivar a solidariedade, visando salvar vidas e proporcionar uma segunda chance a quem precisa.


A Cura D'Alma



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Prevenção e reconstrução: as diferentes fases do câncer de mama

 


Hospital Santa Teresa realiza cirurgia plástica pós mastectomia desde 1986
05/10/2023




A campanha conhecida como Outubro Rosa visa compartilhar informações e alertar mulheres sobre os perigos do câncer de mama, uma doença silenciosa e que é o segundo tipo de tumor mais comum entre mulheres no Brasil. De acordo com uma projeção feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2023, foram estimados 73.610 casos novos em relação ao ano anterior. Este número representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos a cada 100 mil pessoas.

“O câncer de mama não tem sintomas em sua fase inicial ou intermediária. Por isso, é importante o autoexame e fazer sua consulta ginecológica anual para ser examinada. Já quando está em fase avançada pode-se perceber um nódulo, doloroso ou não”, esclareceu a ginecologista do Hospital Santa Teresa, Dra. Diane Leite.  

A médica lembra que o autoexame não faz a prevenção da doença e sim ajuda no diagnóstico em fase inicial, tornando as chances de tratamento e cura maiores. Alguns hábitos que podem auxiliar nessa prevenção é a melhora na qualidade da alimentação, não fumar, não fazer tratamentos hormonais sem orientação médica e realizar atividades físicas diariamente.

“Alguns fatores que podem aumentar o risco de câncer de mama são a pré-disposição genética, idade e a história reprodutiva. Além disso, rotinas comportamentais como fumo, alimentação, uso de hormônios, exposição à radiação ionizante, obesidade e inatividade física também podem ser perigosos”, completou a ginecologista.

Hoje, as técnicas estão mais avançadas e integradas e, com isso, existem diversas possibilidades de tratamento para redução ou eliminação do câncer de mama. O médico responsável define o método mais adequado de acordo com o estágio do paciente.  Um dos métodos são as cirurgias para retirada do nódulo que podem ser conservadoras ou invasivas, dependendo do grau da doença no organismo da paciente. As cirurgias invasivas são conhecidas como mastectomia onde toda a mama é retirada.

Grande parte das mulheres que passam por mastectomia têm indicação de realizar a cirurgia para reconstrução mamária. Esta funciona como uma plástica reparadora que possui o objetivo de restabelecer a estética corporal e melhorar a autoestima da paciente. Além disso, também restaura o volume perdido e assegura simetria com a mama contralateral.

No Hospital Santa Teresa, a reconstrução de mama é realizada frequentemente pela equipe da mastologia e cirurgiões plásticos. Um desses cirurgiões é o Dr. João Medeiros que já realizou inúmeras cirurgias deste tipo e trouxe de volta o sorriso de muitas mulheres.

“A primeira reconstrução de mama realizada por nós no Hospital Santa Teresa foi em 1986. Reconstrução tardia com o retalho do músculo reto abdominal. Posteriormente realizávamos reconstrução pelo SUS, convênios e particular. Em 2015, realizamos um mutirão no Hospital Santa Teresa quando fizemos 10 cirurgias em único dia”, contou o médico.

O especialista explica que toda paciente submetida à cirurgia de retirada de tumor da mama (segmentectomia, tumorectomia, quadrantectomia, adenomastectomia e mastectomia), pode realizar uma reconstrução mamária. “A reconstrução da mama pode ser imediata ou iniciar as etapas de reconstrução após o procedimento da Mastologia, ou tardia após o tratamento e liberação pelo mastologista e oncologista. O procedimento pode ser realizado com o tecido da própria mama, com os tecidos vizinhos como a pele e gordura do abdome, a pele do dorso, enxerto de gordura, expansores de tecidos e implantes”, explica o cirurgião plástico.

Por fim, sobre os riscos da cirurgia, Dr. João afirma que são semelhantes a qualquer outra cirurgia do mesmo porte. Desta forma, a paciente deve estar clinicamente preparada para o tipo de reconstrução que será realizada. Geralmente, no pós-cirúrgico, a paciente recebe acompanhamento do mastologista, cirurgião plástico, oncologista, fisioterapeuta e outros profissionais, caso seja necessário.

Caso alguma alteração seja observada nas mamas, procure imediatamente um mastologista ou ginecologista. E, mesmo que nenhuma mudança seja detectada com o autoexame, é importante realizar um acompanhamento de rotina com um especialista na área.


A Cura D'Alma









 


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Hospital Madre Theodora investe R$ 30 milhões em nova unidade

 

03/10/2023


Hospital Madre Theodora, da rede Americas, anuncia a Unidade Nova Campinas, localizada na região central da cidade. O novo espaço, que recebeu investimento de R$ 30 milhões, oferecerá inicialmente um pronto atendimento adulto e ortopédico, centro cirúrgico ambulatorial para pequenos procedimentos com capacidade para realizar 200 cirurgias por mês – em formato day clinic, com alta no mesmo dia –, unidade de diagnóstico por imagem com ressonância magnética, tomografia e ultrassom, laboratório de análises clínicas, unidade cardiológica com M.A.P.A., Holter, teste ergométrico, ecocardiograma, além de áreas para exames de endoscopia e colonoscopia.

O espaço passa a compor ofertas mais completas nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, ortopedia, urologia, ginecologia, proctologia, cirurgia do aparelho digestivo, pneumologia, hepatologia, nefrologia, cirurgia cardíaca (adulto), cirurgia vascular e pneumologia. Esta é a terceira unidade da rede Américas em Campinas.

“A Unidade Nova Campinas do Hospital Madre Theodora tem como propósito ampliar o acesso à saúde em um complexo inovador que reúne, em um só local, os mais diversos tipos de exames, procedimentos das mais variadas especialidades médicas, com equipes multidisciplinares essenciais para proporcionar maior acessibilidade aos serviços de saúde “, afirma Átila Vendite, gerente médico do hospital.

Para José Emílio Bueno, Diretor Sênior de Operações da rede Americas, o grande benefício, além do atendimento dedicado à alta complexidade e qualidade, é também a localização na região central da cidade que facilitará o acesso do público. “A nossa missão é oferecer cuidado integrado, com atuação em conjunto com as demais unidades da rede.”

A nova unidade avançada, que abre suas portas em modelo soft opening, trará ainda mais tecnologias para a cidade. As principais são tomógrafo computadorizado de 64 canais e ressonância magnética de 1,5 Tesla, além de três equipamentos de ultrassom e um equipamento de ecocardiografia. Para a unidade serão gerados, em um primeiro momento, 52 empregos diretos e mais 120 indiretos.


A Cura D'Alma






terça-feira, 3 de outubro de 2023

Hospital São Domingos inaugura Centro de Arritmia e Eletrofisiologia

 

03/10/2023


Para oferecer uma melhor e mais completa jornada de cuidado do paciente cardíaco, o Hospital São Domingos (HSD), que faz parte da Dasa, acaba de inaugurar o Centro de Arritmia, Eletrofisiologia e Marca-passo. O serviço é o primeiro do estado do Maranhão com dedicação exclusiva à prevenção, diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas: alterações no ritmo de batimentos do coração que podem causar sérios problemas à saúde, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e morte súbita. De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), as arritmias acometem 20 milhões de brasileiros e são responsáveis por 320 mil mortes súbitas/ ano. Diante de números tão alarmantes, o diagnóstico precoce salva vidas e melhora a qualidade do dia a dia do paciente.


O Centro de Arritmia dispõe de uma equipe de especialistas formada por profissionais de referência no país e exames de alta precisão que auxiliam na decisão do tratamento mais adequado, como afirma José de Ribamar Costa, coordenador do serviço de cardiologia do HSD. “O desenvolvimento de técnicas inovadoras está transformando a forma como as doenças cardíacas são diagnosticadas e tratadas. Acompanhamos esses avanços para oferecer o que há de mais seguro e preciso para os nossos pacientes”.

O novo serviço do Hospital oferece exames de elevada acurácia. “O estudo eletrofisiológico avalia o sistema elétrico do coração. É uma importante ferramenta de diagnóstico para pacientes com palpitações, síncope, bradicardia e risco de morte súbita. Para casos mais complexos, dispomos do mapeamento tridimensional eletroanatômico, que mostra a atividade elétrica do coração em tempo real, facilitando a identificação do tipo e local da arritmia”, explica o coordenador do Centro de Arritmia, Pablo Bringel.

Com base nos resultados dos exames, é possível analisar e decidir pelo tratamento mais adequado. “A depender da condição clínica do paciente e do tipo de arritmia, seguimos com terapias medicamentosas ou intervencionistas, como ablação por cateter ou implante de dispositivos cardíacos eletrônicos, como marca-passos, ressincronizadores e desfibriladores”, complementa o coordenador.

O Centro de Arritmia do Hospital São Domingos está integrado com diversos serviços do hospital, como o de Hemodinâmica e Radiologia Intervencionista, que oferecem assistência às doenças do coração, para promover um atendimento rápido e preciso, garantindo resolutividade dos casos e o melhor em cuidado para os pacientes.


A Cura D'Alma






segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Mulheres desconhecem as recomendações médicas para a mamografia

 

02/10/2023


Embora as sociedades médicas recomendem a realização anual da mamografia a partir dos 40 anos de idade¹, grande parte das mulheres não está ciente dessa necessidade. Esse é um dos achados da pesquisa Câncer de Mama no Brasil: Desafios e Direitos, realizada pelo Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria com 1.400 mulheres, a pedido da Pfizer. Foram entrevistadas internautas de São Paulo (capital) e das regiões metropolitanas de Belém (PA), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Distrito Federal, com 20 anos ou mais de idade.

Uma em cada quatro mulheres (40%) entrevistadas pela pesquisa acredita que, em qualquer idade, a mamografia é necessária apenas quando outros tipos de exames (como o ultrassom) indicam alterações na mama, enquanto 17% não sabem avaliar se essa conduta seria ou não adequada. Além disso, quase metade da amostra (48%) tem a falsa percepção de que, caso nenhuma lesão seja identificada na mamografia, a mulher fica liberada, a partir daquele momento, para fazer apenas o autoexame em casa.

Erroneamente, 63% das mulheres ouvidas estão convictas de que o autoexame seria a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama. Esse porcentual chega a 68% entre as entrevistadas mais velhas, com 60 anos ou mais de idade, justamente a faixa etária sob maior risco para a doença². “A mamografia pode detectar tumores menores que 1 cm, enquanto aqueles muito pequenos podem não ser perceptíveis ao toque. Além disso, quando a mulher faz a palpação e não encontra alterações, pode deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam a doença precocemente, quando o prognóstico é muito melhor”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.

Uma a cada quatro entrevistadas (26%) também não sabe que mulheres sem histórico de câncer de mama na família devem fazer mamografia anualmente, a partir dos 40 anos. O mesmo porcentual de mulheres considera que a mamografia é necessária apenas a partir dos 55 anos ou a partir do momento em que a mulher entra na menopausa, uma taxa que chega a 35% entre as entrevistadas das regiões de Belém e do Recife, bem como também é maior entre aquelas que estudaram somente até o fundamental (43%), na comparação com o grupo do ensino superior (23%).

Exames atrasados

Perguntadas sobre os exames mamários de rotina realizados nos últimos 18 meses, apenas 47% das mulheres entre 40 e 49 anos entrevistadas pela pesquisa passaram pela mamografia. Mesmo entre as entrevistadas com 60 anos ou mais de idade esse porcentual é baixo, chegando a 54% neste segmento. Além disso, uma parcela importante das participantes afirma que não passou por nenhum exame médico focado nas mamas no período, como indica a tabela abaixo:

Exames mamários realizados nos últimos 18 meses

 

 

Os dados da pesquisa apontam também que os impactos da pandemia de covid-19 na saúde feminina ainda podem ser sentidos. Uma a cada 10 mulheres entrevistadas (13%) retomou seus cuidados médicos apenas neste ano de 2023, quando as autoridades decretaram o fim da emergência de saúde. Por outro lado, 22% voltaram a essa rotina já em 2021, após receberem a primeira dose da vacina contra a covid-19, enquanto 21% o fizeram no ano passado, quando receberam as doses de reforço indicadas para sua faixa etária (conforme indica o quadro abaixo).

“Se considerarmos que a pandemia começou no início de 2020, estamos falando de mulheres que ficaram anos longe do sistema de saúde. Isso significa que muitos diagnósticos de câncer de mama podem ter deixado de ser feitos de forma precoce”, complementa Adriana. Há, ainda, uma parcela considerável de respondentes que, até o momento, ainda não retomou seus cuidados médicos, especialmente entre as participantes da região metropolitana do Recife (PE), onde essa taxa chega a 9%,

Como ficaram os cuidados com a saúde durante a pandemia

Fatores de risco modificáveis são ignorados

Cerca de um terço (32%) das respondentes entende que o câncer de mama está relacionado a fatores de risco modificáveis, que dependem do estilo de vida. Porém, 7 a cada 10 participantes da pesquisa (71%) afirmam que a principal causa da doença seria a herança genética, ou seja, o diagnóstico de outros casos do tumor na família. Esse porcentual é sensivelmente maior na região metropolitana de Porto Alegre (RS), onde a taxa chega a 78%, embora a literatura médica aponte que apenas 5% a 10% do total de casos estão associados a esse fator².

Por outro lado, a maior parte das participantes ignora a relação entre o estilo de vida e a doença: 70% delas não identificam a associação com o consumo de bebidas alcoólicas, uma percepção que permeia todas as regiões e faixas etárias contempladas pela pesquisa. O impacto do excesso de peso, sobretudo após a menopausa, é outro fator de risco desconhecido pela maioria das mulheres contempladas pelo levantamento (58%).

“Estamos falando de uma doença multifatorial, em que hábitos de vida e até comportamentos sociais, como a redução no número de filhos, são considerados fatores de risco”, reforça a diretora médica da Pfizer. “Acreditar que a herança genética é o principal fator que determina o aparecimento da doença desencoraja a adoção de comportamentos que dependem da tomada de decisões e que realmente podem fazer a diferença nesse contexto, como a manutenção de um peso saudável, a partir de atividades físicas e alimentação adequada”, reforça Adriana.

Se de um lado fatores de risco importantes são ignorados, de outro mitos antigos ainda persistem. Mais de um terço das respondentes (37%) tem dúvidas sobre a relação entre o uso de sutiã com bojo (estruturado) e o risco de câncer de mama: na região metropolitana de Belém, apenas metade das mulheres entrevistadas está convicta de que essa associação é falsa. As diferenças de percepção também variam consideravelmente entre as faixas etárias, com as mais velhas mais bem informadas a esse respeito.

A falsa associação entre o surgimento do câncer de mama e fatores subjetivos, ligados às emoções ou à espiritualidade, é um mito que vem perdendo força entre as mulheres, mas ainda está presente em parte das entrevistadas: 8% delas atribuem a doença a esses aspectos, mas esse porcentual era de 14% na edição 2022 da pesquisa realizada pelo Ipec, quando essa mesma pergunta foi aplicada. Atualmente, a associação do tumor a esses elementos subjetivos (o surgimento do tumor em decorrência de mágoa e falta de perdão, ou por estar nos planos de Deus) é mais pronunciada entre as entrevistadas de menor escolaridade (com ensino fundamental), nas quais esse dado chega a 15%.

Direitos em saúde

O levantamento realizado pelo Ipec também abordou a percepção das mulheres sobre seus direitos na saúde, tanto em relação a exames e tratamentos para o câncer de mama quanto sobre a participação social nas decisões ligadas ao tema no País e dentro de sua própria família.

Quatro a cada 10 entrevistadas pela pesquisa do Ipec (45%) desconhecem que um paciente com câncer tem direito a iniciar seu tratamento na rede pública em até 60 dias contados após o diagnóstico do tumor e praticamente o mesmo porcentual (44%) também ignora que, caso exista uma suspeita de câncer, os exames feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para confirmar o diagnóstico devem ser realizados em até 30 dias.

Além disso, menos da metade das respondentes (44%) sabe da existência da ferramenta de participação social Consulta Pública, que o governo pode usar para conhecer a opinião da sociedade sobre decisões ligadas às redes pública ou suplementar de saúde. O conhecimento sobre esse tema é ainda menor entre as mulheres mais velhas (38%), como indica a tabela abaixo:

Os dados da pesquisa indicam que em todas as faixas etárias e regiões há pouca familiaridade sobre as oportunidades de participação social nas decisões de saúde do País a partir de consultas públicas. Contudo, a região metropolitana de Belém é a única em que a maioria das respondentes (51%) afirma já ter participado de um processo desse tipo. Por outro lado, a participação é menor entre as entrevistadas de maior escolaridade (com ensino superior), entre as quais essa taxa é de 36% – esse porcentual sobe para 48% no grupo com menos anos de estudo (com ensino fundamental).

“Precisamos resgatar nas pessoas o senso de cidadania, o que se conecta com conhecer e exercitar direitos e deveres, em especial com relação à própria saúde. Conhecer não é privilégio, é oportunidade. E, se eu não me envolvo, alguém vai se envolver por mim”, comenta a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.

Cuidados paliativos e o fim da vida

“Cuidados paliativos são medidas adotadas visando a qualidade de vida do paciente oncológico e de sua família durante toda a jornada de enfrentamento da doença, inclusive quando há chance de cura, como forma de prevenir ou aliviar o sofrimento ao longo desse processo”, diz a oncologista Solange Sanches, coordenadora da Equipe Mama do Centro de Referência de Tumores de Mama do AC Camargo Câncer Center. Entre as mulheres que participaram do levantamento, contudo, menos da metade (47%) tem essa percepção adequada sobre o tema e existe uma variação importante conforme os anos de estudo da mulher: a taxa vai de 30% entre aquelas com ensino fundamental para 51% no grupo com ensino superior.

A pesquisa também investigou a percepção das mulheres sobre medidas e decisões relacionadas aos pacientes terminais, no que se refere às ações de médicos, familiares e amigos de um paciente quando a possibilidade de morte parece inevitável e previsível. A maioria delas (68%) afirma que não saberia como agir em uma situação como essa, taxa que alcança 75% entre as mais novas, de 20 a 29 anos de idade.

As participantes da pesquisa esperam que os médicos sejam sinceros sobre o tempo de vida esperado para um paciente oncológico, considerando que ele pode querer se preparar para esse momento ou se despedir de alguém. Essa é a percepção de 77% das entrevistadas. Para 30%, em contrapartida, esse tema não deveria ser abordado com o paciente pelos profissionais, para que ele não passe seus últimos momentos angustiado ou triste.

Ainda em relação aos pacientes terminais, embora 72% das mulheres ouvidas estejam de acordo com a ideia de que a família tem o dever de compartilhar com o paciente uma informação tão séria como o tempo de vida esperado, 41% dizem que os médicos deveriam revelar essa informação apenas aos familiares, ficando a cargo deles a decisão de compartilhar ou não a notícia. É forte a percepção, contudo, de que a família deve respeitar qualquer decisão de um paciente terminal, mesmo que ele decida não se tratar mais: 79% estão de acordo com essa conduta.

Percepções sobre como devem agir médicos, familiares e amigos de um paciente que tem câncer, quando a possibilidade de morte parece inevitável e previsível

A pesquisa aponta, ainda, que a maior parte das mulheres entrevistadas não tem conhecimento adequado sobre o testamento vital, que permite a toda pessoa a definição de quais tratamentos ela deseja receber caso enfrente uma doença terminal e incurável: apenas 27% da amostra tem essa percepção sobre o documento, enquanto 41% desconhecem a ferramenta. Entre as respondentes com 60 anos ou mais de idade, 12% acreditam que o testamento vital ainda não é permitido no Brasil.

Tratamento e acesso

Quando perguntadas sobre a evolução do tratamento do câncer de mama no Brasil nos últimos cinco anos, a principal percepção das mulheres é a de que “o tratamento está cada vez mais eficaz, com menos efeitos colaterais, proporcionando uma vida melhor e mais longa”: essa é a opinião de 36% das respondentes, mas a taxa sobe para 47% entre aquelas com 60 anos ou mais de idade. Uma pequena parte da amostra (13%), contudo, ainda não está convencida da possibilidade de tratar o tumor em fase metastática.

Ainda em relação à evolução do tratamento do câncer de mama no Brasil, 28% das entrevistadas apontam para o acesso desigual no País. Além disso, uma em cada 5 respondentes a partir de 60 anos de idade acredita que, embora o tratamento tenha avançado bastante no mundo, as brasileiras ainda não têm acesso a muitas medicações usadas fora do País.

Na opinião de 19% das mulheres entrevistadas, o tratamento avançou para quem tem plano de saúde, mas as pacientes da rede pública não têm acesso às medicações mais modernas: essa visão é sensivelmente maior na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde 23% das participantes concordam com a afirmação. Vale destacar, ainda, que 23% das mulheres mais jovens ouvidas pelo levantamento, entre 20 e 29 anos de idade, não têm nenhuma informação sobre o tratamento do câncer de mama no Brasil, conforme o gráfico a seguir:

Percepções sobre a evolução dos tratamentos para o câncer de mama



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