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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

FEBRE CHIKUNGUNYA

Ministério da Saúde admite possibilidade de epidemia da febre chikungunya no país
Sociedade deve ficar atenta aos cuidados e prevenção. A doença, também transmitida pelo Aedes aegypti, tem sintomas semelhantes aos da dengue

Ana Pompeu - Correio BraziliensePublicação:25/09/2014 09:24Atualização:25/09/2014 09:32
Ações de combate ao mosquito intensificadas em Feira de Santana (BA): 14 doentes registrados na cidade
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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que é possível o Brasil viver um cenário de epidemia de febre chikungunya. A América Central apresenta um surto com mais de 61 mil casos confirmados, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de dezembro de 2013 a maio de 2014. Na última terça-feira, a pasta confirmou 16 situações em que a doença foi transmitida internamente no país e não apenas por viajantes, como vinha acontecendo. A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito da dengue e os sintomas são semelhantes, apesar de ser menos letal.

“É possível (falar em epidemia), mas a gente ainda não consegue ter a dimensão do número de casos, nem a velocidade de propagação da doença”, afirmou Arthur Chioro. “Quando não há registro de casos e aparece alguns, você caracteriza como epidemia, no primeiro momento”, enfatiza. Desde 2010, quando o Brasil registrou três casos importados da doença, o Ministério da Saúde passou a acompanhar e monitorar a situação do vírus.

Apesar de a pasta ter um plano de contingência estabelecido desde 2012, o ministro explica que apenas a partir do segundo ano da presença do vírus no país é possível analisar a situação com mais clareza. “É quando a gente começar a estabelecer um coeficiente de incidência da doença. Aí nós vamos poder ver a magnitude e o comportamento que ela vai assumir no nosso país”, detalha Chioro.

Em 2014, 37 casos da doença foram registrados no Brasil em pessoas que vieram do exterior, especialmente soldados em missão no Haiti. Outros dois foram registrados em Oiapoque, no Amapá, na divisa com a Guiana Francesa, e 14 em Feira de Santana, na Bahia. O ministro informou que equipes do ministério foram enviadas aos municípios para auxiliar no bloqueio do vírus e controle da doença. Além disso, o trabalho junto às secretarias municipais e estaduais de saúde será intensificado, principalmente a partir de dezembro. “Pelas características epidemiológicas, vamos ter que trabalhar com a presença de mais uma doença viral. A chikungunya não tem a mesma dramaticidade, letalidade e gravidade da dengue, mas isso reforça a necessidade da sociedade não esperar o próximo verão para iniciar as ações de controle de vetores”, disse.

Controle
Além do Aedes aegypti, o Aedes albopictus é um vetor importante na transmissão do vírus Alphavirus — são os dois Aedes que circulam no Brasil. Para o médico sanitarista colaborador na Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia Pedro Tauil, é quase certo que o vírus passe se espalhar pelo país. “É questão de tempo”, diz. O combate à doença é feito da mesma forma que o combate à dengue: controlando a proliferação dos mosquitos. “O único elo vulnerável da cadeia de transmissão é o vetor. Não existe vacina nem tratamento contra o vírus, apenas contra os sintomas”, disse Tauil.

A doença provoca dores fortes nas articulações e pode se prolongar por semanas, além de febre, mal-estar e dor de cabeça. O tratamento consiste no alívio dos sintomas, que costumam durar de três a 10 dias.

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