Número de processos contra planos
de saúde
aumenta em São Paulo
A negativa de tratamento e o reajuste de mensalidades estão
entre as principais causas de ações judiciais
Por Letícia
Passos
access_time16 jul 2018, 16h10
- Publicado em 13 jul 2018, 14h14
De acordo
com pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo
(FMUSP), foi registrado o maior número de ações contra
planos de saúde dos últimos sete anos no
Estado de São Paulo.
Quando o levantamento foi feito pela primeira vez,
entre janeiro e junho
de 2011, foram registradas 3.300 ações; em 2017, o
número subiu para
14.623, representando um aumento de 386%.
Apenas
no primeiro semestre deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo
(TJSP) julgou 16.055
processos contra as operadoras, em primeira e segunda
instâncias. Entre as
principais causas das ações estão a negativa de tratamento
e/ou cobertura e o reajuste de mensalidades. A pesquisa também indicou
que,
em mais de 90% dos julgamentos, a decisão do juiz é favorável ao
consumidor.
‘O número
é pequeno’
Segundo a
pesquisa, realizada trimestralmente, a quantidade de ações vem
crescendo,
enquanto o número de beneficiários está diminuindo: nos últimos
sete anos, as
empresas de planos de saúde chegaram a perder quase 40.000
beneficiários por
ano — em 2011 eram 17.544.330 milhões de
consumidores;
agora são 17.308.464. Enquanto isso, o Judiciário recebe 127
novos casos por
dia.
A exclusão da cobertura ou
negativa de tratamento lideram as ações (52%).
Em seguida fica a insatisfação
dos consumidores com o reajuste da mensalidade
(28,6%). Outro dado aponta que
os idosos estão entre os que mais sofrem com
os problemas relacionados aos
planos de saúde: apesar de representarem apenas
12% dos beneficiários, na
Justiça eles correspondem a mais de 30% das ações.
Para o
pesquisador Rafael Robba, um dos autores do estudo,
apesar do crescimento,
o volume de processos ainda é pequeno. “O número de
ações na Justiça não reflete
a totalidade de problemas enfrentados pelos
beneficiários. Muitos consumidores
não procuram a Justiça e optam por
outros caminhos, como suportar o reajuste
abusivo ou abandonar o plano. No caso
de negativa de tratamento, a solução para
muitos é buscar o SUS”, explica.
Ele ainda
menciona que esse conflito entre planos de saúde e pacientes, em especial
a exclusão de coberturas, sobrecarrega o sistema público de saúde, já
que a maior parte
dos tratamentos recusados pelos planos é absorvida
pelo Sistema
Único de Saúde.
Em seguida fica a insatisfação dos consumidores com o reajuste da mensalidade
(28,6%). Outro dado aponta que os idosos estão entre os que mais sofrem com
os problemas relacionados aos planos de saúde: apesar de representarem apenas
12% dos beneficiários, na Justiça eles correspondem a mais de 30% das ações.
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