Especialista do Hospital São José fala sobre a pressão alta, uma das principais causas de morte no país
Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão é uma doença que o número de casos diagnosticados vem crescendo bastante nos últimos 15 anos. Ela é caracterizada pelo aumento da pressão sanguínea nas artérias, o que pode levar a problemas sérios de saúde, como doenças cardíacas e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
No dia 17 de maio celebra-se o Dia Mundial da Hipertensão. A data visa conscientizar a população acerca da importância do diagnóstico preventivo e tratamento da doença. Pensando nisso, a chefe do serviço de cardiologia do Hospital São José, Dr.ª Mirna Fontoura, falou sobre alguns dos sintomas que podem surgir em sua fase inicial.
“A doença pode se manifestar na pessoa com sensação de mal-estar, cansaço, dor de cabeça, náuseas, vômito, visão embaçada, sangramento ocular e até sangramento nasal. Mas, em muitos casos, o paciente pode apresentar a pressão elevada e não manifestar nenhum sintoma”, disse a cardiologista.
Sobre os riscos e desdobramentos da enfermidade, a médica explica que a hipertensão arterial sistêmica é fator de risco para vários males como doença coronariana (infarto do miocárdio, angina), miocardiopatias (coração aumentado), acidente vascular encefálico (derrame cerebral), doença renal que pode evoluir para necessidade de hemodiálise, doença na retina levando a cegueira, entre outras.
Dr.ª Mirna lembra também que a prática regular de atividades físicas é forte aliada no tratamento da hipertensão. Além disso, ter um estilo de vida saudável é importante para evitar diversas doenças.
“A hipertensão arterial sistêmica na maioria das vezes é de causa desconhecida. É uma doença com componente genético e interação com o meio ambiente, ou seja, também relacionada a maus hábitos de saúde. Por isso, a necessidade de práticas para manter uma boa saúde ajuda a evitar. Lembrando que ela também pode ter causas secundárias (ou seja, outras doenças que levam a hipertensão) como feomocromitoma, coartação de aorta, entre outras. Por isso cabe ao médico investigá-las”, esclareceu.
Sobre o tratamento, a mudança de estilo de vida é o primeiro passo a ser tomado. Reduzir a ingestão de sódio na alimentação, evitar abuso de bebida alcóolica, não fumar, reduzir o peso corporal e ter uma alimentação saudável são algumas das atitudes que precisam ser tomadas a fim de evitar uma piora do quadro de saúde do paciente. Além disso, existe o tratamento medicamentoso, mas este deve ser feito totalmente com a orientação e sob os cuidados do especialista responsável.
A médica ressalta que a doença não tem idade certa e pode surgir em qualquer idade: crianças, adultos e idosos e até durante a gestação. Por isso, é necessário ir ao médico com regularidade para avaliar a sua saúde.
“Dependendo da causa, na maioria das vezes a hipertensão é para o resto da vida. Por isso, deve-se evitar a interrupção do uso das medicações por conta própria. Muito comum no dia a dia do consultório, o paciente afirma que parou de tomar as medicações porque não sente nada. Mas quando vou examiná-lo, ao aferir a pressão, ela se encontra muito elevada”, destaca a especialista.
A Cura D'Alma
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