05/02/2024
O InCor acaba de incorporar uma nova tecnologia para remoção de dióxido de carbono (CO2) em pacientes sob ventilação mecânica como estratégia de proteção pulmonar, indicada para casos de hipercapnia.
O trabalho envolve profissionais da divisão de pneumologia e da área de nefrologia do InCor, formada por médicos e enfermeiros especializados. “O uso desta técnica foi possível por conta da modernização do parque tecnológico de equipamentos para diálise, com o que há de melhor ao nível mundial. Este processo trará mais segurança aos procedimentos em pacientes críticos que necessitam de suportes renal e respiratório” explica a Dra. Maristela Carvalho da Costa, Coordenadora da Nefrologia do Instituto do Coração (InCor).
Outro diferencial no procedimento é o uso da anticoagulação regional com citrato, uma substância segura que pode ser alternativa à heparina nos casos em que há riscos ao paciente. O tema entrará em estudo por grupo coordenado pelo Dr. Marcelo Amato, supervisor da UTI-Respiratória, com o objetivo de desenvolver um protocolo de anticoagulação do circuito de diálise com remoção de CO2. “O estudo terá como objetivo mostrar que o uso de citrato durante a diálise de um paciente com quadro respiratório grave auxilia na proteção pulmonar, evitando o risco de acúmulo de CO2 no organismo e poupando os pulmões. Estamos em busca de desenvolver novas tecnologias para UTI”, explica Amato.
Conexão entre os rins, coração e pulmões
Os especialistas explicam que o tratamento de pacientes internados em UTI com problemas pulmonares ou cardiológicos não é feito de forma isolada e inclui cuidados com os rins, devido à relação entre esses órgãos. “Se os rins não estão funcionando adequadamente, o coração e os pulmões poderão ser impactados, e o mesmo vale para quando pulmões ou coração estão comprometidos”, explica Dra. Maristela Carvalho da Costa.
Estudos¹ mostram que a injúria renal aguda (IRA) é uma complicação que pode ocorrer em cerca de 20% dos pacientes hospitalizados e em 30% a 50% das internações em unidades de terapia intensiva (UTI). A perda da função renal leva a uma resposta inflamatória e acúmulo de substâncias que podem afetar a função pulmonar, além de prolongar a necessidade de ventilação mecânica.
“Por conta desse efeito cascata, o tratamento intensivo aos pacientes engloba estratégias protetoras para minimizar os impactos nos órgãos, melhorando o quadro do paciente e a qualidade de vida para o período pós-internação”, finaliza a médica nefrologista.
A Cura D'Alma
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