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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Muito além da quimioterapia: especialistas explicam tratamentos avançados que estão revolucionando combate ao câncer


 


25/11/2021

A incidência global de câncer deve atingir patamares recorde nos próximos anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentando uma evolução contínua que deve fazer com que em 2040 mais de 28 milhões de pessoas recebam o diagnóstico da doença – um aumento de quase 50% em relação aos registros mundiais feitos em 2020, quando 18 milhões de novos casos foram detectados mundialmente. Atualmente, considerando uma prevalência de 5 anos da doença, a entidade informa que mais de 50 milhões de pessoas estão vivendo com Câncer em todo mundo, sendo que 1,5 milhão delas está no Brasil. Por aqui, este ano outros 625 mil novos casos da doença serão somados a essa equação em 2021, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Vale lembrar ainda que as neoplasias malignas já figuram entre as principais causas de morte em mais de 200 países, o que exige das lideranças governamentais e dos cidadãos de forma geral uma atenção aos cuidados com a saúde, a partir da conscientização sobre hábitos de vida saudáveis e a detecção precoce de tumores por meio de uma rotina de acompanhamento médico e exames. A boa notícia é que aliada à ampliação de campanhas para conscientização sobre o câncer, a ciência avança a passos largos no acesso à saúde e a tratamentos avançados, com a chegada de drogas inovadoras e tratamentos que prometem melhorar não só as chances de sobrevivência, mas também ao bem estar dos pacientes.

“Alternativas de terapias cada vez mais personalizadas e individualizadas fazem com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefícios efetivos à qualidade de vida de pessoas com diagnóstico da doença”, aponta o oncologista Bruno Ferrari, fundador e CEO do Grupo Oncoclínicas.

Para ele, o futuro do tratamento da doença é promissor, e permitirá que cada vez mais pessoas tenham alternativas terapêuticas para muito além da quimioterapia e radioterapia. “Temos novidades que têm se mostrado bem sucedidas nos meio médico e científico, como a imunoterapia e o tratamento com anticorpos monoclonais. O chamado CAR-T Cell também vem conquistando grande espaço em casos de tumores hematológicos, um avanço que se mostra animador quando nos referimos a em especial a leucemias e linfomas”, aponta.

O Dr. Bruno enfatiza que a produção de conhecimento na área da oncologia no Brasil e no mundo passa por uma fase de crescimento incomparável. Mas, mesmo sinalizando os próximos anos como positivos e de chegada de avanços, lembra que há desafios no tocante às aprovações necessárias para adoção dos testes moleculares e chegada de novas medicações, como também na garantia do acesso igualitário à toda sociedade. Apesar da ressalva, o médico garante que há motivos para comemorar e indica que a informação é ferramenta essencial para assegurar o protagonismo a todos, pacientes ou não, em um momento de mudanças nos paradigmas da doença.

Junto com o Dr. Bruno Ferrari, os oncologistas do Grupo Oncoclínicas Clarissa Mathias, Carlos Barrios, Carlos Gil e Wellington Azevedo esclarecem as principais perspectivas no combate ao câncer:

Análise genômica é palavra de ordem

O avanço dos estudos envolvendo o genoma humano, código genético presente nas células e de forma única em cada indivíduo, fez com que nos últimos anos a análise dos genes se tornasse parte indispensável das áreas da medicina. Dentro delas, a oncologia vem se beneficiando tanto na precisão diagnóstica, quanto na eficácia do tratamento – ambas proporcionadas por essas avaliações.

Segundo o Dr. Carlos Gil, exames que ajudam a detectar o perfil molecular de tumores como de pulmão, intestino e melanoma têm se mostrado importantes aliados no controle da condição.

“Esse tipo de teste proporciona maior precisão e melhor qualidade no diagnóstico, o que é fundamental para uma definição precisa do tratamento. Isso porque, apenas conhecendo com precisão as células malignas o profissional de saúde conseguirá especificar o melhor tratamento para aquele caso”, comenta.

Individualização e imunoterapia

O conhecimento cada vez maior de como as células cancerígenas funcionam em cada tipo de organismo foi o avanço necessário para implementar outros tratamentos que têm revolucionado a oncologia. O principal dele é a imunoterapia, citada no Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 2018.

Segundo o Dr. Bruno, ela é um tipo de tratamento biológico com o objetivo de potencializar o sistema imunológico do indivíduo para combater o câncer. “A prática terapêutica vem apresentando resultados muito significativos para diversos tumores, especialmente mama, pulmão, colo de útero, endométrio, melanoma e cânceres de cabeça e pescoço”.

Um exemplo é o câncer de mama triplo negativo, um subtipo agressivo da doença que afeta principalmente mulheres jovens e representa, segundo a Dr. Clarissa, cerca de 13% dos casos. “O uso da imunoterapia com quimioterapia apresentou aumento significativo de resposta patológica completa – ou seja, quando a doença desaparece após o uso de um medicamento o que é uma importante evolução contra esse subtipo, normalmente associado a um prognóstico ruim por causa de sua agressividade”, pontua a oncologista.

As terapias-alvo também se mostram cada vez mais eficazes e são boa notícia para os próximos anos. Os testes com esses medicamentos têm mostrado “resultados excelentes, principalmente para para tumores de mama e de ovário”, frisa a Dra Clarissa, que também é a atual presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

O tratamento é feito com substâncias que foram desenvolvidas para identificar e atacar características específicas das células cancerígenas, bloqueando assim o crescimento do tumor e permitindo que o organismo do paciente recupere as condições para derrotá-lo.

Anticorpos monoclonais: menos toxicidade e maior efetividade

Um dos destaques, nesse sentido, são as terapias conjugadas de quimioterapia com anticorpos, por exemplo, como ressalta o Dr. Carlos Barrios. “O que acontece, nesses casos, é que a combinação vai levar a quimioterapia diretamente para a célula cancerígena, focando o tratamento apenas nela, o que diminui a toxicidade para o organismo, ao mesmo tempo que aumenta a efetividade do tratamento”, diz.

Segundo ele, é importante frisar que, para alcançar bons resultados com essas terapias, um fator é primordial: conhecer profundamente o tipo de câncer e as características de cada paciente e cada célula, para atingir a doença com mais precisão.

“É preciso estar equipado com tecnologia que identifique as alterações genéticas com detalhes. Não são muitos locais que oferecem esse tipo de tratamento”, afirma.

Para linfomas e leucemia, uma alternativa de sucesso

Uma nova opção de tratamento para linfoma e leucemia, que vem sendo estudada por meio da terapia genética, é a do CAR-T Cell, que usa células do próprio pacientes geneticamente modificadas em laboratório para combater o câncer. A estratégia consiste em habilitar células de defesa do corpo (linfócitos T) com receptores capazes de reconhecer o tumor e atacá-lo de forma contínua e específica.

O CAR-T cell é uma combinação de várias tecnologias, envolvendo a terapia gênica, imunoterapia e terapia celular. Nos Estados Unidos e na Europa já existem produtos comercialmente disponíveis.

O Dr. Wellington explica que o Brasil ainda está atrasado, em função da indefinição da legislação que regula esse assunto. Mas, ele ressalta que a Anvisa irá liberar em breve uma autorização que regulamenta o uso. “A expectativa é que ainda em 2020 as indústrias farmacêuticas já sejam capazes de registrar esses medicamentos no país”, complementa.

O alto custo para a produção preocupa, mas o avanço é inegável: o tratamento conquistou popularidade no Brasil na segunda metade de 2019, quando um paciente com linfoma não Hodgkins avançado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, no interior de São Paulo, foi considerado o primeiro paciente da América Latina a alcançar a remissão da doença com uso das células CAR-T.

Para o Dr. Wellington, a estratégia usada para o tratamento abre frentes para uso não só em tumores hematológicos, como o linfoma, podendo possivelmente ser usada para qualquer tipo de câncer. “A metodologia já conta com pesquisas voltadas a protocolos para leucemia mieloide aguda e mieloma múltiplo. Há expectativas de que em um futuro próximo seja possível o uso do CAR-T Cell em tumores sólidos, caso do câncer de pâncreas, apenas para citar uma das possibilidades que já estão em discussão”, finaliza.

 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Tratamento humanizado: Hospital do Câncer em Uberlândia ganha Projeto Lúdico da Radioterapia para crianças

 23/11/2021



Nesta terça-feira (23/11), Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, o Grupo Luta Pela Vida e o Hospital do Câncer em Uberlândia (MG) iniciam o Projeto Lúdico da Radioterapia, em que os pacientes infantis passam a contar com decoração personalizada nas salas, durante as sessões, com a utilização de imagens dos personagens favoritos de cada criança. Além disso, acompanhados da equipe de radioterapia e psicólogos, os pequenos poderão se distrair com um jogo de tabuleiro relacionado ao tratamento, sendo que a cada sessão realizada, o paciente “avança” uma casa no jogo, representando mais uma etapa vencida.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Atualmente, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos com a doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Com o Projeto Lúdico da Radioterapia, os pacientes infantojuvenis que fazem tratamentos oncológicos radioterápicos poderão passar pelos procedimentos de forma mais leve, como explica a Chefe do Setor de Cuidados Especializados e rádio-oncologista em oncopediatria do Hospital do Câncer, Dra. Claudia Helena Tavares. “A radioterapia é um tratamento feito de forma diária, podendo variar de 20 a 40 aplicações, em um processo que para as crianças pode ser difícil e cansativo. De segunda a sexta elas precisam acordar cedo, ficar em jejum quando necessitam de sedação, realizar o tratamento e ir pra casa. Este projeto é uma forma de tornar essa rotina um pouco mais fácil, leve e lúdica”, explica a rádio-oncologista.

A psicóloga Jodi Hunt, que também participou da idealização do projeto, destaca que este passo representa o avanço nos trabalhos de humanização que são realizados de forma contínua no Hospital do Câncer e que são essenciais para garantir uma melhor aceitação do tratamento, especialmente em relação às crianças. “Por ser lúdico, o projeto pode contribuir para o melhor enfrentamento do procedimento radioterápico, influenciando na motivação do paciente e consequentemente na adesão ao tratamento. Além disso, a iniciativa também tem o objetivo de promover a interação entre equipe, paciente e família, aproximando o paciente mirim dos profissionais que realizarão os procedimentos”, destaca a psicóloga.

Além dos games que foram desenvolvidos e da decoração personalizada, ao concluir o tratamento, os pacientes infantis poderão registrar o momento em uma placa para fotos e também no painel ilustrado que fica localizado na brinquedoteca do Hospital, outro espaço pensado para atender os pacientes infantis.

A escolha do dia 23 de novembro para o início deste projeto foi por conta de ser o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, criado em 2008 pela Lei nº 11.650. O objetivo da data é divulgar e estimular iniciativas educativas e preventivas associadas à doença, além da promoção do apoio para as crianças e seus familiares.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Artigo – O verdadeiro impacto do 5G na saúde

 

23/11/2021


Ao contrário do que muitos acreditam, você não tem a tecnologia móvel de quinta geração (5G) em sua casa na rede wireless chamada 5G. Seu Wi-Fi 5G é apenas uma faixa de wireless na qual funciona a frequência de 5 GHz (gigahertz). Da mesma forma, a rede 2G do wi-fi não é mais antiga, mas opera na frequência de 2,4 GHz. A grande diferença entre as duas frequências é a estabilidade, melhor na de 5 GHz por oferecer banda maior. Contudo, a frequência 2,4 GHz tem um maior alcance, chegando mais longe, com maior cobertura e menos estabilidade.

Já a tecnologia 5G que falamos que vai revolucionar todos os setores é a quinta geração de internet móvel sem fio. Da mesma forma que notamos diferenças importantes com a mudança do 2G para o 3G, que nos possibilitou usar os smartphones, e com a chegada do 4G fazer downloads mais rápidos, o 5G vai revolucionar a nossa forma de relacionamento utilizando a internet, com um aumento de até 100 vezes na velocidade de navegação e download, sem a necessidade de fibra.

Imagine como será quando, após se acostumar com uma internet ultrarrápida, você voltar ao 4G, que é a realidade de hoje. É a mesma sensação que vivenciamos quando viajamos para uma cidade menor que só tem cobertura 3G ou Edge, também conhecida como “2,75G”. Cada segundo se torna uma eternidade.

Essa será nossa realidade por pelo menos mais oito anos, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que prevê que apenas em dezembro de 2029 100% dos municípios com menos de 30 mil habitantes serão cobertos pelo 5G.

Logo, o primeiro verdadeiro impacto da tecnologia 5G para a população será o que alguns brasileiros que já utilizam a tecnologia em outros países relataram, que é o maior uso das telas e a falta de paciência. Estamos caminhando para um mundo cada vez mais conectado, globalizado e ocupado. Enquanto os especialistas defendem a diminuição das jornadas de trabalho, caminhamos cada vez mais rápido para o aumento do tempo no meio virtual e a diminuição das relações interpessoais presenciais. E ainda não vamos levantar a discussão sobre o Metaverso.

Ficaremos cada vez mais impacientes porque um filme de 2 horas demorou mais que 3 segundos para baixar fora da cobertura 5G, ou então porque as férias em família são em uma cidade que conta apenas com 4G. Mas esse é um ponto de discussão frente a incontáveis benefícios da nova tecnologia em todos os setores, e principalmente na saúde.

Muito provavelmente o setor da saúde será o maior beneficiado pela cobertura móvel 5G, não apenas pelo aumento da velocidade das videochamadas de telemedicina, mas também pela necessidade de adaptação das redes de transmissão. As cidades se prepararão para receber a nova tecnologia, levando maior acesso à internet para as regiões mais remotas. Ninguém vai querer ficar de fora da novidade e existe um plano nacional para ampliação da rede para todo o Brasil.

As telecirurgias, ainda pouco realizadas no Brasil e no mundo devido ao risco pela latência do sinal, serão cada vez mais vistas, com uma equipe médica dividida em mais de um centro de saúde. Um paciente poderá ser operado por uma equipe presencialmente em um hospital brasileiro, com apoio técnico em tempo real de um médico americano, que poderá inclusive operar à distância um dispositivo cirúrgico como uma câmera ou um foco cirúrgico.

A maior velocidade na captação, no armazenamento e na análise dos dados permitirá diagnósticos cada vez mais precisos e rápidos, sem contar a possibilidade de avanço da inteligência artificial. Terapias para tratamento de condições neurológicas e de saúde mental poderão ser aperfeiçoadas com a realidade virtual e a realidade aumentada.

E o maior benefício para o paciente é no aperfeiçoamento da sua jornada, integrado à internet das coisas, que na medicina também é chamada de IoMT (Internet of Medical Things). Através de dispositivos integrados, como os smartwatches, assistentes virtuais e demais wearables, conectaremos milhares de dispositivos, sem que isso interfira na qualidade da transmissão, possibilitando uma análise rápida e integrada dos dados do paciente para o entendimento da sua jornada e um delineamento do seu cuidado com o paciente no foco de toda decisão.

O fato é que a tecnologia impactará diretamente o setor da saúde, possibilitando diagnósticos e acompanhamentos cada vez mais precisos, integrados e rápidos, mas, quando falamos em velocidade, esbarramos na demora da implantação da rede móvel de quinta geração no Brasil, que caminhará a passos mais lentos que o esperado devido à necessidade de adaptação necessária para receber a tecnologia.

Rafael Kenji Hamada é CEO da Feluma Ventures uma Corporate Venture Builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras voltadas ou adaptadas para as áreas de saúde e educação

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Unimed Volta Redonda recebe selo por uso de energia renovável

 

22/11/2021


A Unimed Volta Redonda (RJ) recebeu o selo de Energia Limpa do Grupo Prime Energy, que atesta a contratação de Energia Elétrica de Fontes Renováveis. A Cooperativa também foi certificada, com base nas diretrizes e as boas práticas ambientais do Ministério de Desenvolvimento Brasileiro e da EPA (Environmental Protection Agency – EUA), por ter deixado de emitir no meio ambiente, com a compra de 49.056,48 MWh de energia incentivada, mais de 8 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2), equivalente a filtragem de 59 mil árvores.

O uso de energia incentivada vai ao encontro de investimentos que a Cooperativa vem fazendo em busca de novas soluções que reduzam o seu impacto ambiental e tornem suas atividades cada vez mais sustentáveis. “As mudanças climáticas são uma preocupação para o nosso planeta e exigem que as empresas tomem medidas responsáveis. Por sermos da área de saúde, o dever é ainda maior, pois os problemas ambientais impactam diretamente no bem-estar das pessoas”, ressalta a diretora da Unimed Volta Redonda, Dra Elaine de Fatima Nogueira, que lembra que a organização também recebeu, neste ano, uma certificação pelo descarte consciente de sucata de cabos.

Dentre outras soluções sustentáveis implementadas pela Unimed, destaca-se o painel digital que monitora os sistemas de água, esgoto e eletricidade. Ele foi desenvolvido para otimizar os processos do dia a dia, prever problemas por meio de monitoramento de variáveis e como melhoria contínua. Com o controle do hospital na tela do computador ou celular, é possível identificar qualquer diferença nas variáveis e agir rápido na solução. A empresa também realiza coleta seletiva, tratamento dos resíduos sólidos e líquidos, reciclagem de lâmpadas, bem como possui um sistema de reaproveitamento da água da chuva, e desde a fundação, o hospital utiliza o prontuário eletrônico. Foi pioneiro na substituição do papel pela versão digital.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

InCor realiza primeira operação no mundo com dois corações para hipertensão pulmonar

 

22/11/2021


O InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) realizou cirurgia inédita no mundo para tratar a pressão alta no interior do pulmão de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) que necessitam de transplante de coração mas que não podem fazê-lo por causa exatamente da doença pulmonar. A nova técnica mostrou-se capaz de resgatar esses pacientes dessa condição que, em 100% dos casos, evolui para cuidados paliativos, sem qualquer alternativa terapêutica.

Primeiro paciente tratado com a técnica de dois corações do InCor, o professor universitário Lincon Paiva, de 55 anos, está desde o dia 5 de novembro se recuperando em casa, de onde ficou distante por mais de cinco meses. “Estou muito feliz de poder voltar para minha vida normal e daqui pra frente é poder recuperar e retomar minha vida”, disse.

A nova técnica do InCor consiste basicamente em utilizar um coração novo doado, para reverter a pressão alta pulmonar, enquanto o coração doente, que está mais apto a trabalhar com a sobrecarga da pressão alta do pulmão, dá suporte ao coração implantado.

Durante alguns meses, enquanto se processa a melhora da pressão pulmonar, o paciente vive com dois corações trabalhando simultânea e harmoniosamente, com batimentos cardíacos, pulsação e funções circulatórias específicas.

A técnica de utilização de dois corações conjugados já existe no mundo e é chamada de heterotópica. Usada em caráter permanente, essa técnica não tem bons resultados para a sobrevida dos pacientes que foram submetidos a ela.

“O que fizemos foi desenvolver uma variante técnica dessa cirurgia, de maneira que, num primeiro momento, o coração doado seja usado como terapia para a hipertensão pulmonar e, ao final, substitua o coração doente”, diz o Dr. Fábio Gaiotto, cirurgião cardiovascular que criou a técnica.

“O tratamento da hipertensão pulmonar é complexo. Em alguns casos, a única terapia possível é através de um ventrículo artificial, que é um equipamento de difícil acesso no mundo pelo seu alto custo. Por isso desenvolvi uma técnica que pode ser uma saída para esses pacientes e nós, como centro de pesquisa, conseguiremos ensiná-la para outros médicos no Brasil e no mundo”, afirma o cirurgião, que também é chefe da equipe cirúrgica de transplante de coração do InCor.

Vivendo com dois corações

Vítima de infarto em fevereiro de 2020, quando estava no auge do stress com seu trabalho de conclusão de Doutorado, Lincon teve que ser submetido à implantação de três stents em seu coração. A pandemia forçou a parada no tratamento e, quando retornou ao médico, descobriu que estava com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) grave nível 3, em uma escala em que a 4ª posição é considerada terminal. Nesse momento, o médico orientou tratamento com medicamentos e alertou sobre a possibilidade de, no futuro, ele vir a precisar de transplante. O futuro chegou muito mais rápido do que ele imaginava. O diagnosticado de hipertensão pulmonar associada à ICC piorou seu estado de saúde, até que em 7 de junho ele teve que ser internado no InCor.

A hipertensão nos pulmões é uma doença grave, que costuma acometer pacientes jovens, com idade entre 40 e 50 anos, e que acarreta alta mortalidade – mais de 50% dos pacientes morrem ao cabo de dois anos e meio, se não forem tratados. Quando está associada à insuficiência cardíaca grave, que demanda transplante de coração como terapia de sobrevida, ela é ainda mais agressiva, a ponto de ser um fator de contraindicação para a cirurgia.

Era exatamente essa a situação que se encontrava Lincon, quando soube que o Dr. Fábio Gaiotto estava pronto para experimentar uma nova técnica para salvar pacientes na condição em que ele estava.

Em julho deste ano, ele fez a primeira etapa da cirurgia de dois corações e, em outubro, a segunda fase em que seu coração doente foi removido.

“Você vai progredindo (após a cirurgia) e vai entendendo, até que percebe que está com dois corações mesmo. A primeira vez que eu vi o ecocardiograma, vi os dois corações batendo. Aquilo era muito impressionante não só pra mim, mas para maioria dos médicos, enfermeiros, equipe de exames laboratoriais”, afirma o paciente.

Lincon respondeu tão bem ao tratamento que já com três meses da primeira etapa (frente aos seis meses previstos na pesquisa), a pressão interna do seu pulmão estava normalizada, dando sinal verde para a realização da segunda fase do tratamento.


Gaiotto trabalhou durante três anos no desenvolvimento da técnica inovadora, realizada em caráter de pesquisa clínica pelo InCor. A técnica tem duas etapas. Na primeira, acontece a implantação de um novo coração sadio de doador, de forma heterotópica, ou seja, na posição contrária à do coração nativo, no tórax do paciente.

O novo coração é conectado tanto em artérias quanto em partes do coração antigo. Sua função, no novo sistema de tratamento, é auxiliar na diminuição da pressão arterial no pulmão doente, de forma semelhante ao que costuma acontecer com os ventrículos artificiais de última geração. O coração doente também sofre alterações de fluxo, para se adaptar ao novo sistema e facilitar as manobras da segunda cirurgia.

O protocolo prevê que depois de seis meses do funcionamento ordenado dos dois corações, a pressão pulmonar está normalizada. Nesse momento, entra em ação a segunda etapa da técnica, chamada de “autotransplante”, que é a mais difícil e complexa.

Trata-se de retirar o coração doente, colocando o coração sadio doado na posição normal, que antes era ocupada pelo coração que foi retirado. Essa manobra exige uma rotação de 180 graus do órgão para coloca-lo na nova posição, além de costuras cirúrgicas de suas artérias e veias, de maneira a restabelecer o fluxo natural da circulação cardiopulmonar.

Desse momento em diante, o paciente passa a ter a vida normal de uma pessoa com o coração transplantado. Nessa condição, ele salta de uma expectativa de vida de três meses para uma que pode chegar a mais de 20 anos com boa qualidade, diz o Dr. Gaiotto.

“O Lincon teve a confiança de ser o primeiro a participar dessa cirurgia, e seu quadro evoluiu tão bem que pudemos dar alta para ele, com a expectativa de que a sua recuperação o leve a retomar aos poucos suas atividades físicas, sociais e de trabalho”, diz o médico.

“Optando pelo coração mecânico, eu optaria somente por me ajudar. Porém dentro desse novo protocolo de cirurgia, eu sabia que eu poderia ajudar outras pessoas nas mesmas condições que eu. Então isso pesou muito na minha decisão”, relembra Lincon.



domingo, 21 de novembro de 2021

Pfizer e AMIB colocam “Poder na Palma da Mão” da população com ações de conscientização sobre resistência bacteriana

 

19/11/2021


Para incentivar boas práticas que ajudam na prevenção e no combate à resistência bacteriana, a Pfizer Brasil e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) irão mostrar como a sociedade tem “O Poder Na Palma da Mão” em duas intervenções urbanas que acontecerão em São Paulo e em Brasília no mês de novembro.

Durante a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos, de 18 a 24 deste mês, a avenida Paulista será ocupada por bactérias gigantes infláveis, entre a rua da Consolação e a avenida Brigadeiro Luís Antônio. De forma educativa, bactérias resistentes gigantes serão instaladas sobre bancas.

Já, entre os dias 19 e 21 de novembro, as bactérias multirresistentes desembarcarão no Pontão do Lago Sul, em Brasília. No local, uma cortina d’água será palco de uma projeção educativa de luzes, sons e cores para chamar a atenção do público sobre o uso consciente de antibióticos. A projeção poderá ser acompanhada pelos visitantes a partir do entardecer. Em ambas as cidades, as intervenções ainda terão painéis informativos, alertando sobre a resistência bacteriana e redirecionando o público para o hotsite da campanha www.pfizer.com.br/opodernapalmadamao.

“A pandemia da Covid-19 reforçou a necessidade de ação urgente e abrangente para ajudar a prevenir e a combater a propagação de doenças infecciosas. Também nos mostrou que gestos simples como lavar a mão e cumprir corretamente o calendário vacinal têm um grande impacto em saúde pública. Precisamos usar isso como aprendizado também para o que a resistência bacteriana representa. São atitudes simples e acessíveis; o poder está realmente na palma das nossas mãos, explica Márjori Dulcine, Diretora Médica da Pfizer Brasil.

Resistência bacteriana

Lavar as mãos regularmente, manter a vacinação em dia e usar antibióticos conforme prescrito pelo médico são medidas de segurança para combater uma das maiores ameaças à saúde global: a resistência bacteriana, condição em que micro-organismos resistem à ação de antibióticos[i]. Em todo o mundo, ela é responsável pela morte de 700 mil pessoas por ano[ii]. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050, mais de 10 milhões de mortes serão causadas por bactérias resistentes, mais do que as provocadas atualmente pelo câncer, caso não haja medidas de conscientização para evitar o surgimento e a disseminação de resistência aos antibióticos2. Apesar disso, é baixo o conhecimento da população sobre o assunto[iii].

Medicamentos como os antibióticos estão entre os recursos médicos mais importantes que o mundo já conheceu[iv]. Essas medicações mudaram drasticamente a medicina moderna e aumentaram a expectativa de vida média do ser humano em 23 anos[v]. De forma alarmante, no entanto, os antibióticos estão perdendo sua eficácia, porque as bactérias mudam e encontram maneiras de resistir aos seus efeitos, sobrevivendo e se multiplicando2.

“A resistência bacteriana preocupa a comunidade médica, porque está relacionada a consequências de forte impacto para os sistemas de saúde e a vida dos pacientes e suas famílias, tais como o aumento do tempo de permanência em hospitais, a dificuldade para enfrentar enfermidades para as quais já havia tratamentos estabelecidos e, consequentemente, o crescimento da mortalidade”, reforça Márjori Dulcine.

Apesar disso, uma pesquisa realizada pela Sepsis Alliance4 em março deste ano com entrevistados de cinco países, incluindo o Brasil, apontou que a conscientização sobre o assunto ainda é baixa. Embora 52% tenham declarado ter prévio conhecimento sobre o tema, 32% disseram que não sabem o que são bactérias resistentes e menos da metade das pessoas ouvidas não consegue descrever a ação delas no organismo humano. No entanto, quando bem informados, 85% indicam que estão preocupados com a resistência bacteriana e 73% reconhecem a responsabilidade individual para ajudar a prevenir e a combater as bactérias multirresistentes.

Conscientização sobre boas práticas – O Poder Na Palma da Mão:

·         São Paulo

Local: avenida Paulista, entre a rua da Consolação e avenida Brigadeiro Luís Antônio

Data: 18 a 24 de novembro

·         Brasília

Local: Pontão do Lago Sul

Data: 19 a 21 de novembro

Horário: a partir do entardecer

A programação poderá ser acompanhada na landing page da campanha www.pfizer.com.br/napalmadamao nas redes sociais da Pfizer Brasil no Instagram (@pfizerbrasil) e no Facebook (Facebook.com/PfizerBrasil) e no Instragram da AMIB (@amib_oficial).

Referências:

[i] World Health Organization (WHO). Antibiotic resistance key facts. Disponível em: www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/antibiotic-resistance. Acessado em: Setembro 2021

[ii] Review on Antimicrobial Resistance. Tackling drug-resistant infections globally: final report and recommendations. May 2016. Disponível em: amr-review.org/sites/default/files/160525_Final%20paper_with%20cover.pdf. Acessado em: Setembro 2021

[iii] Sepsis Alliance. Global perception of antimicrobial resistance (AMR) March 2021. Disponível em: ww1.prweb.com/prfiles/2021/03/25/17826118/AMR%20Public%20Global%20Summary%20Report%20FINAL.pdf. Acessado em: Setembro 2021.

[iv] Review on Antimicrobial Resistance. Tackling a crisis for the health and wealth of nations. December 2014. Disponível em: amr-review.org/sites/default/files/AMR%20Review%20Paper%20-%20Tackling%20a%20crisis%20for%20the%20health%20and%20wealth%20of%20nations_1.pdf. Acessado em: Setembro 2021.

[v] Hutchings MI, Truman AW, Wilkinson B. Antibiotics: past, present and future. Curr. Opin. Microbiol. 2019;51:72-80

sábado, 20 de novembro de 2021

Docentes das universidades de Harvard e Coimbra trazem perspectivas sobre inovação e segurança de dados na saúde

 

19/11/2021



A capital federal recebe nos dias 1, 2 e 3 de dezembro o 24º Congresso Internacional UNIDAS, para debater os desafios da saúde coletiva no segmento suplementar. Em formato híbrido e aberto ao público, o evento promovido pela União Nacional da Instituições de Autogestão em Saúde será realizado no CICB – Centro Internacional de Convenções do Brasil. Neste ano, a programação conta com dois grandes nomes internacionais: o professor Robert Janett, da Harvard Medical School e Carla Barbosa, professora da Universidade de Coimbra.

As apresentações realizadas no dia 2 de dezembro trarão uma discussão atual e de extrema importância para saúde no Brasil e no mundo. Janett abordará o tema ‘Inovação na construção de valor em saúde: mudança de modelos e busca de soluções integradas’ no primeiro painel do dia, com o debate agendado das 9h30 às 11h30. Já a professora portuguesa, especialista em dados, falará sobre o tema ‘Privacidade e gerenciamento de identidade e segurança da informação’, no quarto painel da programação, que acontecerá das 14h30 às 16h.

“Quero apresentar o ponto de equilíbrio que deve existir na saúde, quando falamos de privacidade e dados pessoais. Em minha perspectiva, isso não tem sido alcançado na maioria dos casos”, diz a docente Carla Barbosa. De acordo com ela, a atualidade demonstra que a prestação de cuidados de saúde está cada vez mais complexa, dependendo de vários recursos humanos e de muitos programas informatizados.

“Se por um lado a complexidade nos traz garantias e segurança; por outro, também proporciona diversos riscos quanto à privacidade e aos dados pessoais dos pacientes”, destaca a especialista. Pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), informações sobre saúde são considerados dados sensíveis e estão sujeitos a condições de tratamento específicas.

Para conferir as informações completas dos palestrantes e paineis, clique aqui.

Presencial

O evento seguirá todos os protocolos sanitários exigidos pelas autoridades de saúde, com número limitado de participantes. O ingresso no CICB exigirá dos presentes o certificado de vacinação e o uso de máscaras. A organização também disponibilizará totens com álcool em gel. Quem optar por acompanhar o evento presencialmente terá uma experiência diferenciada, com a presença de expositores e pitchs especiais com healthtechs.

Virtual

Para o público remoto, a plataforma digital oferecerá múltiplas experiências e engajamento, aliados a muito conteúdo. As inscrições são ilimitadas e 100% gratuitas para filiadas.

E mais: possibilidade de assistir todo o conteúdo científico a qualquer momento, em qualquer dispositivo eletrônico, por meio da plataforma do evento. Mais de 20 horas de carga horária em seu certificado de participação.

Palestrantes internacionais e nacionais são os destaques – O 24º Congresso UNIDAS reunirá um time de especialistas que debaterá assuntos como: potencialidades e oportunidades para os planos de saúde, o futuro da saúde no mundo, ESG e o futuro dos negócios, inovação na construção de valor em saúde, legislação da saúde suplementar e privacidade e gerenciamento de dados e o papel da segurança da informação.

Entre os palestrantes internacionais, destaque para Robert Janett, professor da Harvard Medical School (EUA), e Carla Barbosa, professora da Universidade de Coimbra (Portugal).

Também terão os executivos de destaque como Manoel Peres (presidente da Bradesco Saúde), Gustavo Glasser (CEO da Carambola), Adriana Ventura (Deputada Federal), Marcela Ungarretti (especialista em ESG da XP Inc), entre outros especialistas do setor. Para conferir as informações completas dos palestrantes e painéis, clique aqui. O evento contará com palestras patrocinadas no primeiro dia, antes da abertura oficial.

Startups – Quem participar presencialmente do 24º Congresso UNIDAS poderá acompanhar pitchs de seis startups do segmento de healthcare. São elas: Blendus, Camedics, Carefy, ConectGen, Hcentrix e Sleep Up. “Nossa ideia, ao criar o lounge de startups, foi aproximar o público de gestores das autogestões desse ecossistema. Queremos mostrar todas as soluções tecnológicas e tendências que movimentam esse mercado”, destaca o presidente da UNIDAS. “O pitch é uma oportunidade única tanto para as healthcares participantes quanto para os gestores presentes”, finaliza.

24º Congresso Internacional UNIDAS

A UNIDAS – Autogestão em Saúde convida a todos para refletir e debater os desafios e o futuro da Saúde Suplementar no seu 24° Congresso Internacional. A ideia é continuar interagindo com as autogestões e empresas do setor de forma inclusiva, levando conteúdo e discussões para diferentes públicos. É uma imersão à tecnologia e à interatividade. A participação presencial seguirá todos os protocolos sanitários. Para o público remoto, a plataforma digital oferecerá múltiplas e únicas experiências, engajamento, aliados a diversos conteúdos, relacionamento e network entre participantes e patrocinadores.

A programação contará com temas relevantes pautados nos desafios, potencialidades e oportunidades da saúde suplementar, na transformação digital e no novo protagonismo sustentável, orquestrada por palestrantes renomados, que promoverão debates enriquecedores com executivos de instituições filiadas e não filiadas à UNIDAS.

Neste ano, os participantes que estiverem no presencial poderão interagir na 7ª Expo UNIDAS, que promoverá networking entre congressistas e expositores. Trata-se de uma oportunidade única para divulgação e fomento de negócios no evento que já se tornou referência no sistema de saúde brasileiro.

Informações e inscrições: www.24congresso.unidas.org.br

Vagas limitadas. Aberto ao público.