02/01/2024
O Einstein, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolveu uma Escala de Vulnerabilidade Familiar (EVFAM-BR) que apresenta potencial para ser aplicada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo dos próximos anos.
A EVFAM-BR faz parte do plano de trabalho do projeto PlanificaSUS, que apoia a implantação da Planificação da Atenção à Saúde, gerando resultados capazes de apoiar o processo de reorganização das equipes para o fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde, das quais fazem parte, por exemplo, unidades básicas de saúde, unidades ambulatoriais especializadas, serviços de hemoterapia e hematologia, centros de apoio psicossocial, entre outros.
A ferramenta foi desenvolvida pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Prática em APS e Redes (CEPPAR) do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein a partir de um estudo com a participação de mais de 120 profissionais da saúde e mais de mil usuários da Atenção Primária à Saúde de todas as regiões do país. É composta por 14 itens distribuídos nas dimensões “renda”, “cuidado em saúde”, “família” e “violência”, e tem como objetivo possibilitar a mensuração da vulnerabilidade no contexto familiar. Desta forma, seus itens se referem ao núcleo familiar. Os detalhes sobre o desenvolvimento e validação da escala foram publicados, no final do mês de outubro, em artigo científico na revista PLOS ONE.
A implementação, iniciada este ano, contempla moradores das regiões do Campo Limpo e Vila Andrade/Paraisópolis, em unidades da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo que são administradas pelo Einstein. Das cerca de cem mil famílias cadastradas, 49.363 (48,5%) já foram estratificadas por meio da EVFAM-BR, entre as quais: 80,17% (39.573) apresentam baixa vulnerabilidade; 12,16 % (6002), moderada vulnerabilidade familiar; e 7,67 % (3788), alta vulnerabilidade familiar. A utilização da EVFAM-BR apoiará a tomada de decisões para o planejamento da oferta de cuidado à população, de forma a promover equidade em saúde.
A ferramenta pode ser aplicada por qualquer profissional da equipe multidisciplinar ou até mesmo ser autopreenchida, com potencial de ser aplicada na rotina de visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). “A escala foi pensada, estudada e baseada em pesquisa para identificar as características das famílias, e com isso garantir um cuidado mais efetivo a partir da gestão de base populacional”, explica Marcio Paresque, gerente de projetos e novos serviços do Einstein e coordenador do PlanificaSUS.
“É uma conquista implementar um produto da ciência em tão pouco tempo: levamos cerca de quatro anos para chegar à versão validada dessa ferramenta e já iniciar a sua utilização na rotina de trabalho de algumas UBS, quando a literatura mostra que a utilização de boas evidências demora em torno de 17 anos para serem incorporadas na prática dos serviços de saúde”, finaliza Marcio.
A Cura D'Alma
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