Médica do Hospital São José explica a diferença de sintomas e tratamentos dos dois tipos mais comuns da doença
O diabetes é uma doença crônica que pode se manifestar de diversas formas, sendo que as mais comuns são o diabetes tipo 1 e o tipo 2. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), aproximadamente 16,8 milhões de brasileiros (ou cerca de 7,7% da população adulta) vivem com a doença. As complicações relacionadas a ela estão entre as principais causas de morte no Brasil. Por isso, a clínica do Hospital São José, Dra. Camila Grandini, explicou mais sobre o problema e ressaltou o aumento dos casos nas últimas décadas.
“O diabetes tipo 1 é causado pela destruição das células beta do pâncreas, geralmente por um processo autoimune, o que resulta em uma deficiência grave na secreção de insulina. Esta forma da doença é normalmente diagnosticada na infância ou adolescência. Já o diabetes tipo 2 é o mais prevalente e está frequentemente associado a fatores como obesidade, sedentarismo, má alimentação, menopausa e baixa qualidade de vida. Esse tipo de diabetes tem um início traiçoeiro e começa geralmente com a resistência à insulina, sendo identificado por sinais como fome frequente; sede constante; formigamento nos pés e mãos; vontade de urinar diversas vezes; infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele; feridas que demoram para cicatrizar; e visão embaçada. Além dos tipos 1 e 2, existem outros menos comuns, como o gestacional e o denominado Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA)”, esclarece a médica.
Os sintomas comuns do diabetes tipo 1 incluem uma apresentação clínica abrupta devido à grave deficiência de insulina, com grande potencial para desenvolver cetoacidose diabética. As manifestações clássicas são conhecidas como as 4 P: poliúria (aumento da produção de urina), polidipsia (aumento da ingestão de água), polifagia (aumento da ingestão de alimentos) e perda involuntária de peso.
O tratamento requer a administração contínua de insulina, pois o organismo não consegue produzir este hormônio em quantidade suficiente. As injeções de insulina atuam suprindo essa necessidade do corpo, ajudando a manter os níveis de glicose no sangue sob controle. A atividade física também desempenha um papel crucial na regulação da glicose sanguínea, pois durante o exercício, o músculo em contração capta a glicose, mimetizando o efeito da insulina e aumentando a sensibilidade a este hormônio por até 16 horas após a atividade.
Já a prevenção do diabetes tipo 2 também pode ser alcançada através de melhorias na qualidade de vida, como a adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física.
Para o diagnóstico do diabetes, são utilizados exames como a medição da glicose de jejum, que deve ser maior ou igual a 126 mg/dl, a hemoglobina glicada, com valores iguais ou superiores a 6,5%, e a glicemia de 200 mg/dl ou mais. É necessário que pelo menos dois desses exames apresentem resultados alterados para confirmar o diagnóstico.
“O estresse pode dificultar o controle do diabetes, já que desencadeia a liberação de hormônios que mobilizam grandes quantidades de energia armazenada na forma de açúcar e gordura, alterando os níveis de glicose no sangue e impedindo a produção ou utilização adequada da insulina. Além disso, pessoas estressadas podem ter comportamentos que agravam o controle do diabetes, como consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e falta de exercícios físicos”, conta a especialista.
Dra. Camila lembra que o diabetes mal controlado pode levar a complicações graves a longo prazo, incluindo doenças coronarianas, neuropatia diabética, acidentes vasculares e isquemias severas nos membros inferiores.
No campo das inovações, as pesquisas continuam avançando com o desenvolvimento de antidiabetogênicos, como as injeções subcutâneas de moléculas que imitam hormônios intestinais como GLP-1 e GIP, mostrando grande potencial na redução da glicose. A nova medicação Mounjaro, com o composto tizepatida, está chegando ao Brasil e promete avanços significativos no tratamento. Além disso, a terapia celular para diabetes representa uma fronteira promissora no manejo da doença.
A Cura D'Alma
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