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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Hospital da Baleia abre vaga para Residência Médica em Oncologia Pediátrica


 25/01/2022


O Hospital da Baleia, de Belo Horizonte (MG), por meio do seu Núcleo de Ensino, Pesquisa e Inovação (NEPI), disponibiliza 1 (uma) vaga para Residência Médica em Oncologia Pediátrica. A inscrição do Processo Seletivo Unificado Complementar (PSU) deve ser feita pelo site da Associação de Apoio a Residência Médica de Minas Gerais – AREMG: www.aremg.org.br. O prazo para inscrição, preenchimento e envio de documentos do currículo será de 4 a 8 de fevereiro. A prova está marcada para 17 de fevereiro, no Hospital da Baleia.

O filantrópico Hospital da Baleia é referência em Minas Gerais no atendimento oncológico adulto e pediátrico. Atende a 88% dos municípios do estado, sendo 95% via Sistema Único de Saúde, o SUS. Além da Oncologia adulta e pediátrica, há outros Centros de Referência, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria, com destaque para o Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare), além de mais de outras 30 especialidades médicas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Hospital São Vicente investe em dispositivos para reabilitação motora


 25/01/2022


O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), investiu em novos equipamentos para a reabilitação motora dos pacientes internados. São dois aparelhos eletroestimuladores neuromusculares da marca IBRAMED, além de halteres, faixas elásticas, caneleiras e aparelhos para fortalecimento muscular respiratório, que serão utilizados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e nas enfermarias sob o comando da equipe de fisioterapia do hospital. O investimento foi da ordem de R$ 4.232,04.

Embora estudos indiquem o aumento da sobrevida em pacientes críticos, internados em UTIs, o tempo prolongado de internação causa o declínio da força muscular e consequentemente uma redução de suas funcionalidades. Daniel Gimenez, coordenador da equipe de fisioterapia do HSV, explica que a disfunção simultânea de vários nervos periféricos por todo o organismo (chamada de polineuropatia) é uma das complicações que mais comuns entre pacientes que passaram por internações prolongadas.

“Os doentes críticos são aqueles que possuem uma condição clínica frágil e que dependem de suporte, monitorização e uma intervenção terapêutica mais avançada. A polineuropatia é a perda de força muscular global, principalmente devido ao uso de sedativos, necessários em alguns tratamentos, restrição ao leito e tempo de internação. A perda de massa muscular na doença crítica foi identificada como uma das principais preocupações clínicas que pode levar a fraqueza muscular persistente, retardar a recuperação e limitar a função física e, consequentemente, a qualidade de vida em pacientes que tiveram alta da UTI”, conta Gimenez.

Os novos equipamentos permitirão a Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) nos pacientes, uma alternativa aos exercícios. Por definição, EENM é a aplicação da estimulação elétrica sensível não invasiva, que provoca a contração do músculo independente do esforço do paciente. Assim, o recurso pode ser utilizado tanto na prática clínica, quanto em ambiente hospitalar para aumentar a massa e força muscular, além da tolerância ao exercício.

“Quando realizadas no início, as Intervenções de fisioterapia e reabilitação podem ser especialmente importantes. Várias medidas terapêuticas são utilizadas para este fim, incluindo uma série de exercícios de movimento, posicionamento e exercícios resistidos, que aumentam a força dos músculos com o levantamento de pesos ou o uso de faixas elásticas. Estudos mostraram que a EENM pode manter ou aumentar a massa muscular, força e volume, reduzir o tempo de ventilação mecânica, tempo de desmame e, consequentemente, diminuir o tempo de internação e aumentar a sobrevida dos pacientes”, ressalta o profissional.

Orgulhoso, Daniel destaca que os equipamentos complementam uma gama de recursos já existentes na instituição. “Desde o início da pandemia o HSV tem investido em novos recursos, não só para o tratamento dos pacientes com Covid-19, mas para todos os internados na unidade. É fundamental para a nossa área de atuação contar com a ajuda desses aparelhos, pois dessa forma promovemos uma recuperação mais rápida dos nossos pacientes. Os profissionais da equipe de fisioterapia estão sempre em busca de conhecimento, sempre atualizados e os protocolos do Hospital São Vicente não perdem em nada para os melhores hospitais do Brasil”, conclui.

 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Hospital Estadual Materno-Infantil e Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes realizam teste gratuito de Covid-19


 21/01/2022

O Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) e Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL), de Goiânia (GO), estão realizando testagem gratuita de Covid-19. A ação, que teve início no dia 17 de janeiro, está sendo feita todos os dias da semana, das 8h às 17h, e se estenderá até o dia 31 deste mês, nas tendas montadas ao lado das unidades de saúde.

Os testes foram disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), para toda a população, com ou sem sintomas.

O teste de antígeno é feito com amostras de swab (cotonete) de nasofaringe. É um teste rápido capaz de detectar a proteína do nucleocapsídeo viral do SARS-CoV-2, que, se o resultado for positivo, significa infecção viral ativa. Nos dois hospitais, os resultados ficam prontos em aproximadamente 15 minutos.

A pessoa que testar positivo, passa por avaliação médica na própria unidade de saúde, onde é orientada sobre o que fazer, como manter o isolamento social e encaminhamento para os serviços de saúde.

Testados

O comerciário Florisval da Silva mora no setor Faiçalville, porém resolveu fazer o teste no HEMNSL. “Tenho que retornar ao trabalho e precisava fazer o teste. Aqui, facilitou demais. É rápido e não tem custo”, disse o comerciário. O casal Jenifer Moura (estudante) e Alisson Correia (designer) moram próximos da maternidade e resolveram fazer a testagem, junto com a filha de quatro anos. “Muito boa essa oportunidade. Perto de casa, de graça e está tranquilo”, pontuou Alisson.

A dona de casa, Zoraide Barbosa – moradora do Parque Industrial João Braz, fez o teste no HMI. “Estava aqui por perto e aproveitei para fazer o teste junto com minha filha. Com o resultado positivo, já passei pelo atendimento médico e recebi as recomendações. Tudo muito prático e rápido”, afirmou a senhora que fez questão de chamar o esposo para fazer a testagem.

A recepcionista Gildete Paz, trabalha no HMI e fez o exame. “Fiz o teste e fiquei aliviada com o resultado negativo. Achei muito bem organizado, prático e rápido, o que facilita para a população no geral”, destacou Gildete.

Atendimentos

Nos quatro primeiros dias de atendimentos, o HEMNSL realizou 927 testes, sendo 623 não reagentes e 304 positivos. Já no HMI foram feitas 1.597 testagens. Destes, 1.168 negativos e 429 positivos. Todos foram notificados, conforme as normas sanitárias.

Os profissionais das duas unidades estão empenhados nesta ação que é de grande importância para que as autoridades de saúde tenham uma ideia de como está a circulação do vírus e para o controle da pandemia.

As coordenadoras do Núcleo Hospitalar Epidemiológico (NHE), do HMI – enfermeira Wanda Lopes e do HEMNSL – enfermeira Thaynara Silva estão satisfeitas com o andamento dos trabalhos. “Estamos com um espaço amplo, sem aglomeração. Nossos colaboradores estão bem orientados e os atendimentos estão fluindo bem”, afirmou Wanda. “Sinalizamos o local de entrada e saída durante a testagem, além de acomodação na tenda de espera de resultados. Estamos felizes em contribuir para essa testagem que ajuda a diminuir essa circulação viral, uma vez que as pessoas seguem para o isolamento quando são positivadas”, destacou Thaynara.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Acordo entre Saúde e FSFX garante verba para serviços inéditos do SUS no Vale do Aço Mineiro e Região


 21/01/2022


A Fundação São Francisco Xavier, entidade beneficente de assistência social e o Ministério da saúde, firmaram importantes convênios para a melhoria do atendimento aos serviços prestados ao SUS na região do Vale do Aço mineiro. O acordo garantirá uma verba de mais de R$ 6 milhões para a entidade que será destinada a serviços inéditos no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), e no Hospital e Maternidade Vital Brazil, em Timóteo (MG).

Os recursos serão para a compra de um aparelho oncológico, o PET-CT para a Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha e para a realização de uma triagem neonatal auditiva do HMVB.  O Diretor-Presidente da Fundação São Francisco Xavier Salvador Prado Júnior, comenta que a parceria só foi possível graças ao apoio de políticos engajados na causa da entidade. “Tivemos a ajuda dos Senadores Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira. Com essa parceria poderemos proporcionar aos pacientes SUS um acesso inédito a uma tecnologia de ponta”. Depois da fase de cotação e licitação, a expectativa é de que os novos serviços estejam à disposição da população no segundo semestre deste ano.

“É com grande alegria que recebemos a notícia dessa parceria da FSFX com o Ministério da Saúde para a aquisição de um aparelho de PET-CT. É uma tecnologia muito avançada, hoje presente apenas nas capitais e poucos centros oncológicos e raramente disponíveis em centros que atendam a um grande volume do SUS”, comemora Luciano de Souza Viana, médico oncologista da Fundação São Francisco Xavier.

O médico acrescenta. “É um mérito da Fundação e uma conquista de toda região porque coloca à disposição dos pacientes do SUS de nossa responsabilidade a mais moderna ferramenta de diagnóstico que permite avaliar a extensão da doença e a maneira como devemos tratar cada um desses pacientes”.

Inovação

O PET- CT é um dos mais modernos equipamentos utilizados em imagens médicas de última geração, responsável por diagnósticos e segmentos de alta precisão, realizados pela medicina nuclear. Na Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha ele vai possibilitar que pacientes façam um exame mais ágil e eficiente para o diagnóstico precoce do câncer, verificar o desenvolvimento do tumor ou mesmo se há metástase.

O aparelho, também conhecido como PET Scan, faz um scanner do corpo através de uma tomografia por emissão de pósitrons e é capaz de identificar de forma precoce e com muita precisão lesões malignas que não são detectadas pelos exames convencionais.

“Quando aplicamos o PET-CT temos uma extensão da doença presente naquele organismo e para se ter uma ideia do impacto do aparelho nos tratamentos com a utilização dele conseguimos modificar 1/3 dos planejamentos de tratamentos de câncer”, explica o oncologista.

O PET-CT é capaz de ajudar no tratamento do câncer de forma assertiva. “Com ele conseguimos oferecer a melhor oportunidade de tratamento para cada paciente. Isso porque conseguimos analisar a extensão da doença de uma forma muito mais precisa porque permite detectar aquelas lesões que estavam escondidas e que os exames convencionais não evidenciam”.

“É uma grande ferramenta que será incorporada a todo o parque tecnológico da Fundação São Francisco Xavier, do Hospital Márcio Cunha e que representa um grande avanço, ou seja, nós saímos de um patamar que já é muito bom no HMC para a condição de melhores centros de oncologia do país”, ressalta Viana.

Triagem auditiva neonatal

O convênio com o Ministério da Saúde também irá beneficiar a população da cidade de Timóteo e região, no Hospital e Maternidade Vital Brazil. O HMVB passará a contar com um novo serviço de triagem auditiva neonatal: o teste da orelhinha. O teste consiste no   registro das Emissões Otoacústicas Evocadas Auditivas Transientes (EOATs).

“É um método objetivo, relativamente simples, rápido, não invasivo e indolor que é realizado por um fonoaudiólogo. Esse é um exame imprescindível de ser realizado em todas as crianças logo ao nascer, principalmente naquelas que nascem com algum tipo de problema auditivo. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver uma linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte. O grande problema é que a maioria dos diagnósticos de perda auditiva em crianças acontece muito tardiamente, com três ou quatro anos, quando o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança está seriamente comprometido”, explica a fonoaudióloga do HMVB, Gilmara Teixeira Panta Duarte.

Segundo a fonoaudióloga, o exame é fundamental para os recém-nascidos da região. “O nosso propósito é detectar o mais precocemente possível as alterações auditivas desde o nascimento em todos os neonatos nascidos no hospital submetidos ao exame, possibilitando assim um diagnóstico efetivo, uma intervenção auditiva assertiva e segura e um tratamento precoce, diminuindo assim um impacto negativo no desenvolvimento da fala e da linguagem do indivíduo”, conclui.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Em lives, especialistas dizem que pandemia expôs importância do farmacêutico clínico


 21/01/2022


Os medicamentos fazem parte do cotidiano dos brasileiros, seja em casa, no trabalho ou no hospital. O país está entre os dez que mais consomem medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia.

Com a pandemia da Covid-19, as discussões sobre essa temática ganharam força, alcançando os ambientes científico e acadêmico, e chegando até a casa dos brasileiros.

Termos como aprovação de vacinas, fase de testes, uso emergencial, eficácia de medicamentos e efeitos adversos, passaram a integrar conversas corriqueiras — e até discussões — entre familiares e amigos.

Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comunicação fácil — por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens — trouxe uma série de opiniões, muitas vezes sem embasamento científico.

A observação do especialista foi realizada durante a palestra “Deliberação de Registros de Medicamentos e Produtos Biológicos no Brasil em Tempos de Pandemia”, que abriu a quarta edição da Semana de Farmácia Hospitalar da Pró-Saúde.

A entidade, uma das maiores no ramo em que atua, promoveu uma série de lives, entre os dias 17 e 21 de janeiro, para celebrar o Dia do Farmacêutico (20), que contaram com a participação de profissionais de referência, levando informação qualificada para pessoas e profissionais da área em todo o Brasil.

“Diante da situação de calamidade, a Anvisa criou mecanismos regulatórios, que não abriram mão de qualidade ou eficácia, para garantir que esses produtos chegassem o mais rápido possível para a população”, explicou Gustavo. Um dos exemplos, é a autorização de uso emergencial de vacinas.

Já Helaine Capucho, gerente de Farmacovigilância da Anvisa, apresentou um dado surpreendente: Na pandemia, houve um aumento superior a 1.000% da  participação do cidadão nas notificações para a Anvisa, sobre reações adversas.

A farmacovigilância, tema central da sua participação no segundo dia do evento, existe desde a década de 60, para monitorar o uso dos medicamentos em diferentes populações.

“Nosso trabalho de vigilância não é algo que surgiu agora com a pandemia, mas essa participação da população é recente e muito positiva”, destacou.

No terceiro dia, Lívia Maria Gonçalves Barbosa, especialista em Farmácia Clínica, abordou outro tema relevante para o momento de pandemia, o gerenciamento dos medicamentos.

No contexto em que vivemos, o ponto central, segundo Lívia, é a redução de desperdício e a atuação do farmacêutico clínico na adoção de estratégias para buscar também melhores desfechos e experiências.

“Isso é valor em saúde. Durante a pandemia, onde lidamos com muitos casos de desabastecimentos no mercado, o gerenciamento dos medicamentos se mostrou vital para manutenção dos atendimentos”, ressaltou.

Já com foco na parte assistencial das unidades de saúde, Daniela Cristina Santos, pesquisadora no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, abordou questões voltadas para a segurança do paciente, uma vez  que os medicamentos são a principal causa de danos evitáveis.

Para ela, “o papel fundamental do farmacêutico, quando falamos em segurança do paciente, é avaliar o cenário da unidade. Em cada perfil assistencial temos medicamentos com alto risco em evidência”.

Ao abordar a importância dos protocolos, a especialista,  que atua na gestão dos projetos de saúde do Proadi-SUS, deixou uma mensagem simples e poderosa: Tem que ser fácil fazer o certo.

“A chave é reduzir a distância entre o que existe no papel e o que acontece no mundo real. Ou seja, colocar os protocolos em prática, de forma simples”, explicou.

Ainda segundo Daniela, a comunicação efetiva é uma das principais estratégias de segurança. “O farmacêutico não pode atuar de forma isolada. É preciso uma sinergia entre todos os setores para um melhor resultado”, complementou.

No enceramento, Marinei Ricieri, professora universitária e consultora, alertou para outra situação pandêmica, “a resistência antimicrobiana, crônica e silenciosa, nos assola desde a década de 50 e é extremamente preocupante no cenário mundial”, alertou.

A profissional abordou o papel do farmacêutico no uso dos antimicrobianos (ATM), segunda classe de medicamentos mais prescrita, e o papel do farmacêutico no stewardship — termo inglês que designa um comportamento ético e responsável na gestão de recursos — de ATM.

Para o diretor corporativo Médico da Pró-Saúde, Fernando Paragó, o evento foi enriquecedor. “Tivemos discussões sobre temas relevantes na farmácia clínica, com alta qualidade técnica, o que contribuiu para o aperfeiçoamento dos nossos colaboradores e, por consequência, no atendimento prestado”, ressaltou.

“Com formato aberto, nosso objetivo foi expandir o acesso e levar informação qualificada para o público que têm interesse em conhecer e aprender sobre a farmácia clínica”, complementou Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica da Pró-Saúde.

Para assistir as palestras completas da quarta edição da Semana de Farmácia da Pró-Saúde, acesse: bit.ly/4SFHYT

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Artigo – Como a tecnologia certa pode ajudar a lidar com a crescente quantidade de dados, trazer mais segurança para pacientes e reduzir custos da assistência médica


 20/01/2022

O sistema de saúde vive em constante pressão por maior eficiência e melhor controle de custos. Embora algumas barreiras tenham sido quebradas nesses últimos anos, ainda existem vários desafios a serem superados, muitos deles relacionados à falta de emprego de tecnologia (na medida certa) para lidar com o elevado volume de informações.

As principais perguntas são: como os hospitais têm trabalhado com a tecnologia para melhorar a disponibilidade da informação para médicos, time de enfermagem, farmacêuticos, de forma a aumentar a segurança do paciente? Como esta informação tem sido utilizada para reduzir os custos dos tratamentos?

Nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 15% da atividade e das despesas hospitalares são decorrentes de eventos adversos. Os erros de medicação são uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde: globalmente, o custo anual associado a isto foi estimado em US$ 42 bilhões. Já no Brasil, R$ 10 bilhões foram consumidos pelos eventos adversos, no ano de 2017, somente na saúde suplementar, segundo a pesquisa mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG).

É nesse cenário que a tecnologia se apresenta como uma forte aliada dos serviços de saúde. Não é mais possível imaginar uma instituição de saúde segura sem recursos de suporte à decisão clínica (CDS “Clinical Decision Support”).  Hoje, o seu emprego está diretamente relacionado à qualidade e segurança assistencial prestada ao paciente. Ela ajuda a padronizar os processos e, ao mesmo tempo, viabilizar um atendimento personalizado, diminuindo erros de diagnósticos e mantendo uma relação mais humanizada. Sem o apoio da tecnologia, por exemplo, um farmacêutico clínico passa várias horas do dia revisando prescrições, ou então, assim como médicos, no caso de dúvidas, tem que recorrer aos livros.

Este tipo de recurso é também fator impactante no que tange à redução de custos e sustentabilidade, que é o segundo maior objetivo de uma instituição de saúde (o primeiro segue sendo a segurança do paciente, obviamente).

A tecnologia atualmente disponível já nos permite oferecer uma ajuda efetiva para estes profissionais. Sabemos o quanto é importante que o médico (durante o atendimento) e o farmacêutico também contem com o apoio de uma solução que concatene e avalie um conjunto de informações, tanto sobre o que está sendo prescrito, como a respeito das condições clínicas; exames mais adequados naquele caso; previsão de alta; abordagens possíveis; dosagens; alergias; duplicidades de drogas; interações medicamentosas; condições genômicas alteradas etc.

Ferramentas de automação e soluções que empregam evidências científicas são cruciais para viabilizar a fármaco segurança e a fármaco economia. Trazer informações relevantes, com aprofundamento sob demanda, validadas cientificamente, estruturadas e confiáveis são fatores para qualidade e segurança, e acima de tudo, sustentabilidade, em especial em sistemas públicos. Ou seja, assegurar simultaneamente aumento de qualidade e redução de custos.

Tecnologias avançadas conseguem mapear todos os dados ao mesmo tempo e ainda criar milhões de combinações, agregando capacidade analítica e oferecendo as melhores respostas para a tomada de decisão do médico. Obviamente, este tipo de transformação digital não é para todos. Inserir tecnologia nas atividades apenas por modismo, sem objetivos claros e sem o apoio do corpo clínico pode trazer muito desconforto, aumentar os custos e piorar a qualidade da assistência. É necessário o autoconhecimento para se obter reais benefícios.

Em suma, as instituições de saúde precisam da tecnologia certa, na médica certa. E é isso que irá responder aos desafios de segurança, custos e de colocar o paciente, sempre, no centro de tudo.


Matheus Q. Barbosa é Gerente de Canais & Alianças para Medi-Span Clinical na Wolters Kluwer, empresa global especialista no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Oncogenética é decisiva na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer


 18/01/2022


Três dos principais tipos de câncer em incidência – mama, próstata e colorretal – têm em comum questões hereditárias importantes. No câncer de mama, por exemplo, 10% dos casos possuem causas hereditárias. Dentro de um universo de 69 mil diagnósticos anuais no país, significa que quase 7 mil mulheres com câncer de mama têm uma causa genética de base. No Centro de Oncologia Campinas, o geneticista Pablo Domingos Rodrigues De Nicola responde por uma especialidade fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, a oncogenética.

Assim como o câncer de mama, cerca de 10% dos tumores de próstata têm componente genético por trás – dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos a cada ano no Brasil. No câncer colorretal, cuja estimativa do Inca é de 41 mil novos casos anuais, de 3% a 5% estão sujeitos fatores genéticos.

Entre suas muitas atribuições, a oncogenética permite identificar pessoas com risco aumentado de desenvolver tumores cancerígenos, a partir da história pessoal, de estudos de históricos familiares e de exames genéticos. “Sabendo qual é a alteração genética, é possível estabelecer os riscos dessa pessoa desenvolver câncer. Estabelecendo os riscos e os órgãos vulneráveis, podemos montar um protocolo de vigilância, de rastreamento do câncer, que permitirá detectar o tumor, caso ocorra, ainda na fase inicial”, detalha Pablo De Nicola.

Outro aspecto importante, aponta, é a existência de tratamentos, com remédios específicos, voltados aos indivíduos que apresentam alteração genética. “Há uma oportunidade de tratamentos mais eficazes, com drogas de última geração, específicas para indivíduos com alterações genéticas.” O protocolo de rastreamento tem algumas diferenças no caso dos que apresentam risco aumentado para a doença. “Enquanto uma pessoa da população geral faz uma colonoscopia a partir dos 50 anos, e repete o exame a cada cinco anos, uma pessoa com alteração genética inicia os exames aos 35 anos, e com intervalo de dois anos”, exemplifica.

A detecção precoce de tumores cancerígenos afeta diretamente o prognóstico. Quanto mais cedo a doença for identificada e tratada, melhores serão as chances de cura e maior poderá ser a sobrevida do paciente. “Hoje sabemos o quanto é importante ter um serviço de genética dentro de um Centro de Referência em Oncologia”, observa.

Histórico

O câncer é definido como uma doença genética, resultado de mutações no DNA das células. A existência de um histórico familiar pode apontar para a predisposição de desenvolver neoplasias, porém, o perfil de risco é traçado a partir de um complexo estudo familiar e de exames laboratoriais. Os testes genéticos, explica Pablo De Nicola, são indicados em situações específicas. “As pessoas que normalmente são encaminhadas para o teste genético são aquelas que têm câncer em idade jovem e as que, ao fazermos o histórico familiar para a doença, que é a árvore genealógica, percebemos a existência de muitas outras pessoas com câncer na família”, confirma.

Para traçar a árvore genealógica, conta, são analisados parentes até de terceiro grau. Tios, primos, sobrinhos, irmãos, netos, avós e pais ajudam a montar o histórico de casos de câncer de uma família. Um número significativo de ocorrências estabelece os níveis de risco para a doença.

A realização de testes genéticos, aconselha o médico, é positiva não só por trazer benefícios à pessoa alvo da avaliação, mas também por ajudar a mitigar os riscos de outros familiares e das próximas gerações.

“Existe, por exemplo, a possibilidade de diagnóstico pré-implantacional. Na fertilização in vitro, o teste genético mostra quais são os embriões que não apresentam alterações genéticas e que posteriormente podem ser implantados. É também uma forma de cessar o ciclo de doença oncológica na família”, orienta. “Outro fator importante é que, quando se faz o teste genético, executamos depois o rastreamento dos familiares para saber se possuem alteração genética. Dessa forma, podemos começar a fazer o rastreamento preventivo de outras pessoas.”

O teste genético, salienta, não é exclusivo dos pacientes oncológicos, embora eles sejam a maioria dos que procuram pelo atendimento. “O geneticista é como se fosse um clínico com quem se faz um check-up. A grande maioria, infelizmente, chega ao geneticista já com o câncer, mas quem tem histórico familiar pode procurar o geneticista. Aqueles que apresentarem alterações genéticas e risco aumentado poderão começar, assim, a fazer as prevenções primária e secundária.” Os exames genéticos são feitos a partir de amostras de sangue e demoram em média 30 dias para ficarem prontos.