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sábado, 22 de janeiro de 2022

Em lives, especialistas dizem que pandemia expôs importância do farmacêutico clínico


 21/01/2022


Os medicamentos fazem parte do cotidiano dos brasileiros, seja em casa, no trabalho ou no hospital. O país está entre os dez que mais consomem medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia.

Com a pandemia da Covid-19, as discussões sobre essa temática ganharam força, alcançando os ambientes científico e acadêmico, e chegando até a casa dos brasileiros.

Termos como aprovação de vacinas, fase de testes, uso emergencial, eficácia de medicamentos e efeitos adversos, passaram a integrar conversas corriqueiras — e até discussões — entre familiares e amigos.

Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comunicação fácil — por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens — trouxe uma série de opiniões, muitas vezes sem embasamento científico.

A observação do especialista foi realizada durante a palestra “Deliberação de Registros de Medicamentos e Produtos Biológicos no Brasil em Tempos de Pandemia”, que abriu a quarta edição da Semana de Farmácia Hospitalar da Pró-Saúde.

A entidade, uma das maiores no ramo em que atua, promoveu uma série de lives, entre os dias 17 e 21 de janeiro, para celebrar o Dia do Farmacêutico (20), que contaram com a participação de profissionais de referência, levando informação qualificada para pessoas e profissionais da área em todo o Brasil.

“Diante da situação de calamidade, a Anvisa criou mecanismos regulatórios, que não abriram mão de qualidade ou eficácia, para garantir que esses produtos chegassem o mais rápido possível para a população”, explicou Gustavo. Um dos exemplos, é a autorização de uso emergencial de vacinas.

Já Helaine Capucho, gerente de Farmacovigilância da Anvisa, apresentou um dado surpreendente: Na pandemia, houve um aumento superior a 1.000% da  participação do cidadão nas notificações para a Anvisa, sobre reações adversas.

A farmacovigilância, tema central da sua participação no segundo dia do evento, existe desde a década de 60, para monitorar o uso dos medicamentos em diferentes populações.

“Nosso trabalho de vigilância não é algo que surgiu agora com a pandemia, mas essa participação da população é recente e muito positiva”, destacou.

No terceiro dia, Lívia Maria Gonçalves Barbosa, especialista em Farmácia Clínica, abordou outro tema relevante para o momento de pandemia, o gerenciamento dos medicamentos.

No contexto em que vivemos, o ponto central, segundo Lívia, é a redução de desperdício e a atuação do farmacêutico clínico na adoção de estratégias para buscar também melhores desfechos e experiências.

“Isso é valor em saúde. Durante a pandemia, onde lidamos com muitos casos de desabastecimentos no mercado, o gerenciamento dos medicamentos se mostrou vital para manutenção dos atendimentos”, ressaltou.

Já com foco na parte assistencial das unidades de saúde, Daniela Cristina Santos, pesquisadora no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, abordou questões voltadas para a segurança do paciente, uma vez  que os medicamentos são a principal causa de danos evitáveis.

Para ela, “o papel fundamental do farmacêutico, quando falamos em segurança do paciente, é avaliar o cenário da unidade. Em cada perfil assistencial temos medicamentos com alto risco em evidência”.

Ao abordar a importância dos protocolos, a especialista,  que atua na gestão dos projetos de saúde do Proadi-SUS, deixou uma mensagem simples e poderosa: Tem que ser fácil fazer o certo.

“A chave é reduzir a distância entre o que existe no papel e o que acontece no mundo real. Ou seja, colocar os protocolos em prática, de forma simples”, explicou.

Ainda segundo Daniela, a comunicação efetiva é uma das principais estratégias de segurança. “O farmacêutico não pode atuar de forma isolada. É preciso uma sinergia entre todos os setores para um melhor resultado”, complementou.

No enceramento, Marinei Ricieri, professora universitária e consultora, alertou para outra situação pandêmica, “a resistência antimicrobiana, crônica e silenciosa, nos assola desde a década de 50 e é extremamente preocupante no cenário mundial”, alertou.

A profissional abordou o papel do farmacêutico no uso dos antimicrobianos (ATM), segunda classe de medicamentos mais prescrita, e o papel do farmacêutico no stewardship — termo inglês que designa um comportamento ético e responsável na gestão de recursos — de ATM.

Para o diretor corporativo Médico da Pró-Saúde, Fernando Paragó, o evento foi enriquecedor. “Tivemos discussões sobre temas relevantes na farmácia clínica, com alta qualidade técnica, o que contribuiu para o aperfeiçoamento dos nossos colaboradores e, por consequência, no atendimento prestado”, ressaltou.

“Com formato aberto, nosso objetivo foi expandir o acesso e levar informação qualificada para o público que têm interesse em conhecer e aprender sobre a farmácia clínica”, complementou Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica da Pró-Saúde.

Para assistir as palestras completas da quarta edição da Semana de Farmácia da Pró-Saúde, acesse: bit.ly/4SFHYT

 

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