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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Artigo – Quais são as tendências na área da saúde para 2022




 04/02/2022

Depois de anos com muitos desafios para a área da saúde, 2022 começa com a promessa de ainda mais avanços no setor. Isso porque a pandemia acelerou o uso de Inteligência Artificial, Internet das Coisas e teleatendimento e, para este ano, a expectativa é que essas soluções sejam consolidadas, principalmente com a implementação do 5G, que deve ser um dos grandes destaques do período.

Estimativas apontam que cerca de 30% dos dados gerados no mundo sejam relacionados a cuidados com a saúde. Diante dessa estatística, fica evidente o papel relevante que o 5G irá representar nesta área, trazendo mais qualidade no atendimento e rapidez. A tecnologia irá agilizar diagnósticos e tornar os tratamentos mais assertivos, acelerando, por exemplo, o resultado de exames por imagem. A alta conectividade também vai permitir a disseminação de dispositivos para monitorar a saúde dos pacientes, como smartwatches, além de possibilitar o acionamento imediato de serviços de saúde.

Outro ponto é que essa tecnologia irá intensificar cirurgias robóticas e atendimentos remotos. Todo esse processo e conectividade irá garantir ainda mais qualidade às teleconsultas, inclusive para pacientes e médicos fora dos grandes centros, o que também representa um avanço na democratização do acesso à saúde no país. A expectativa é que, de modo geral, o 5G melhore toda a experiência de atendimento na saúde. Assim, será possível oferecer um acompanhamento mais personalizado, integrado e os pacientes irão assumir o protagonismo.

Aliás, o atendimento remoto deve se consolidar em 2022, o que é um caminho sem volta. Isso é demonstrado em projetos, legislações e debates da área. O Projeto de Lei 916/20 tramita na Câmara dos Deputados para regulamentar a realização de consultas com médicos, terapeutas, psicólogos e nutricionistas por meio de tecnologias da informação e da comunicação. Esse novo texto deve garantir respaldo para o teleatendimento, que ganha força a cada nova onda de casos de Covid-19. Só em janeiro deste ano, os atendimentos por telemedicina dobraram a cada 36 horas, segundo levantamento da Saúde Digital Brasil com empresas que representam 90% do mercado privado de telessaúde no país.

Uma área que também deve ser destaque em 2022 é a da saúde mental. O tema já ganhou protagonismo no ano passado, quando aumentou significativamente o número de transtornos mentais e a procura por tratamento. Como já era esperado, a pandemia também teve um papel neste cenário. Uma pesquisa  do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, apontou que mais da metade dos brasileiros entrevistados declararam que a saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia.

Com esse aumento de demanda, a tecnologia mais uma vez será essencial para garantir qualidade e agilidade no atendimento. Devemos presenciar neste ano um salto em terapias assistidas, por smartphones e outros dispositivos, que facilitam o monitoramento, acompanhamento em tempo real e acionamento de serviços especializados. Todo esse processo sendo guiado pela Inteligência Artificial, uso de chatbots e conectividade.

Com todas essas frentes e altas expectativas em relação à tecnologia na área da saúde, todos os lados saem ganhando. Há ainda mais espaço para crescimento das healthtechs – que receberam o maior investimento da história em 2021, segundo a Distrito -, operadoras, clínicas, médicos e, sobretudo, protagonismo dos pacientes. Os usuários terão acesso a diagnósticos e tratamentos mais assertivos e ágeis, além de contar como uma rede de apoio a apenas um clique, o que ajudará a salvar vidas.

 

 

Gean Pereira é Head de Inovação da healthtech Zitrus, que desenvolve softwares de gestão para operadoras de plano de saúde, e do Zlabs, Hub de Inovação e Aceleração

 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Técnica cirúrgica permite recuperação mais rápida, devolvendo qualidade de vida a quem sofre de dores na coluna


 02/02/2022


A dor causada pelas doenças na coluna afeta um grande número da população adulta no Brasil. No Hospital Unimed Sul Capixaba, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), a nova técnica cirúrgica minimamente invasiva vem modificando o tratamento cirúrgico da hérnia de disco e promovendo o alívio dos sintomas logo após o procedimento.

Nessa técnica, um endoscópio é conectado a um sistema de câmera, que captura e transmite imagens em tempo real, permitindo à equipe cirúrgica remover os segmentos lesados com precisão, menor trauma e alta precisão. A técnica ainda é pouco usada no Espírito Santo, sendo o Hospital Unimed de Cachoeiro o único a executá-la no sul do Estado, exigindo uma alta curva de aprendizado dos cirurgiões, com cursos e especializações específicas na área.

O neurocirurgião Rogério Pacheco destaca que o procedimento é indicado para tratamento das hérnias de disco da coluna vertebral, das estenoses, além das infecções discais (discite). “O tempo de duração da cirurgia fica entre 40 minutos e duas horas, com menos risco de infecção, recuperação mais rápida, sangramento mínimo, pouca dor pós-operatória e retorno mais rápido às atividades do dia a dia. Além disso, é realizado com anestesia local e sedação, o que possibilita que o paciente fique acordado durante a cirurgia”, completa o especialista.

O diretor de Provimento de Saúde da Unimed Sul, Abel SantAnna Junior, ressalta que pode haver contra indicações ao uso da técnica como está previsto no Rol de eventos da ANS, tais como hérnias em vários níveis, instabilidade da coluna, síndrome da cauda equina, e hérnias recidivadas. Ele esclarece ainda que, todo e qualquer procedimento, antes de ser liberado, é analisado por auditores médicos e consultores especializados que atestam a indicação, garantindo a segurança do paciente.

O agricultor e pecuarista aposentado Gilson Hadadd de Mendonça, de 72 anos, fez o procedimento no dia 17 de janeiro, como tratamento de uma hérnia de disco. Morador de Muqui, ele conta que há dez anos sofria com dores na coluna. “Eu andava torto e sentia muitas dores nas pernas e no quadril. Hoje, sinto que melhorei 80%, já saí do hospital andando normalmente, quase sem dor e voltei para casa no mesmo dia. Sinto que a recuperação está sendo muito boa”, afirma.

Quem também passou pelo procedimento foi Arildo Valgmar Costalonga, de 67 anos, que é morador de Vila Rica, em Cachoeiro de Itapemirim. Ele diz que durante toda a vida trabalhou com serviços pesados, incluindo o último emprego em uma pedreira. Há dois anos, no entanto, precisou se afastar por causa das fortes dores que sentia. Após a cirurgia, feita no mês de dezembro, ele conta que se sente outra pessoa. “Sinceramente, não gosto nem de lembrar das dores. Além da coluna, eu sentia muita dor e dormência nas pernas. Quando andava, tinha que parar e sentar ou me deitar de tanta dor. Muitas vezes, eu me deitava e chorava. Hoje, as dores nas pernas passaram e consigo andar cerca de um quilômetro sem precisar parar para sentar. A única coisa que realmente não posso fazer é pegar muito peso”, relata.

Para o neurocirurgião Rogério Pacheco, com o advento da cirurgia endoscópica de coluna, as dores da coluna, sejam na região cervical, torácica ou lombar, ganharam uma técnica cirúrgica que proporciona diversas vantagens e resultados operatórios muito satisfatórios, oferecendo mais qualidade de vida ao paciente.

 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Oncoclínicas de Uberlândia conquistam acreditação máxima por qualidade de processos, gestão e segurança do paciente



 02/02/2022

Cuidados para preservar o bem-estar e a segurança do paciente devem ser prioridade para instituições que prestam serviços de saúde. Além de evitar riscos ao paciente no período em que ele receberá os cuidados necessários, reduzem as possibilidades de gastos inesperados com eventos adversos. Com uma atuação baseada nessa premissa, em que mantém a pessoa no centro das atenções, as unidades Oncoclínicas em Uberlândia (MG), localizadas no bairro Santa Mônica e no Uberlândia Medical Center – UMC, já acreditadas pela Organização Nacional da Acreditação (ONA), avançaram para o nível 3 da certificação sendo consideradas acreditadas com excelência pela qualidade nos processos estabelecidos e proteção oferecida ao paciente.

Menos de 1% dos mais de 300 mil serviços de saúde que atuam no país possuem alguma certificação de seus processos e segurança oferecidos, de acordo com a ONA. Para a acreditação com excelência – nível 3, são analisados se são cumpridos padrões de qualidade e segurança, gestão integrada, e se a instituição possui uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. O nível 3 é a classificação máxima atribuída pela ONA e a conquista reforça o compromisso da Instituição em adotar padrões reconhecidos de qualidade e segurança, como destaca a oncologista e diretora das unidades Oncoclínicas em Uberlândia, Dra. Valéria Ribeiro. “Os critérios que uma instituição precisa atender para ser considerada acreditada com excelência são inúmeros. São analisados processo de segurança e até questões estruturais, desde o espaço físico até a legislação e os recursos humanos, dentre outros aspectos. Para nós, conquistar o progresso para a certificação nível 3, a classificação máxima atribuída pela ONA e que reconhece a excelência das nossas unidades, é uma satisfação e um reforço do nosso propósito em ter o paciente no centro de tudo. Com a acreditação, buscamos potencializar a confiança que a comunidade de Uberlândia e outras cidades da região já depositam em nosso trabalho na luta contra o câncer”, comenta Dra. Valéria.

 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

MBA Gestão Estratégica da Promoção da Saúde e Bem-Estar capacita com foco no empreendedorismo


 28/01/2022


Estão abertas as inscrições para o MBA Gestão Estratégica da Promoção da Saúde e Bem-Estar, promovido pela Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), em parceria com o Centro Universitário São Camilo.

O curso de pós-graduação lato sensu tem início previsto para 8 de fevereiro e para aumentar sua abrangência e alcançar profissionais de todo o Brasil será na modalidade síncrona, com aulas 100% on-line e ao vivo, mediadas por tecnologias, seguindo as regulamentações do Ministério da Educação (MEC). Os associados da ABQV têm 15% de desconto na mensalidade.

Multidisciplinar, o MBA foi desenvolvido para profissionais graduados com formação superior, que pretendam atuar na área da promoção da saúde e bem-estar, como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais, e em outras áreas envolvidas com Recursos Humanos e segurança do trabalho.

“É um curso cujo objetivo é capacitar profissionais de diferentes especialidades para atuarem com foco no empreendedorismo, voltado ao desenvolvimento de produtos, serviços e na gestão integrada de projetos e programas de promoção da saúde e melhoria do bem-estar em organizações públicas, privadas, operadoras de planos de saúde e outras instituições”, explica Sâmia Aguiar Brandão Simurro, coordenadora do MBA.

Ela ressalta que a crescente conscientização da importância da saúde para a sociedade e a economia, o alto custo da assistência médica, a ineficácia de algumas iniciativas e a necessidade do mercado de profissionais capacitados para desenvolverem projetos que atendam às demandas de promoção da saúde nas organizações, hospitais, clínicas, operadoras de saúde, cooperativas e seguradoras, inspiraram o desenvolvimento deste curso.

“O MBA foi idealizado por duas entidades referências na área da saúde e bem-estar (ABQV/São Camilo), que se uniram para oferecer um aprendizado científico de aplicação prática e imediata, possibilitando o desenvolvimento e aperfeiçoamento de projetos nesta área de conhecimento”, destaca a coordenadora.

O programa do treinamento visa instrumentalizar profissionais com ferramentas e tecnologias atualizadas para atender às necessidades do cenário da saúde. O corpo docente, além de qualificado, é composto por profissionais com larga experiência de mercado, que apresentarão suas trajetórias e impressões sobre essas tendências.

A metodologia de ensino do curso, segundo Sâmia, é pautada no aprofundamento do profissional em competências como inovação, métodos ágeis para o desenvolvimento de projetos, planejamento estratégico, gestão financeira e visão de negócios, possibilitando melhores desfechos para à saúde e às  empresas.

“Este modelo favorece a dinâmica de discussão dos conceitos, com a interação e troca entre docentes e alunos, enquanto é passado pesquisas, leitura de artigos e casos práticos”, aponta a coordenadora.

Sâmia revela que os inscritos no curso, sem custo adicional, poderão participar de eventos da ABQV e terão a possibilidade de ter, na entidade, a plataforma de divulgação de seus trabalhos aplicados ao fim do MBA.

“Com a conclusão da especialização, o aluno estará instrumentalizado com conhecimentos para uma visão sistêmica das necessidades de saúde e bem-estar e serão capazes de desenvolver ações mais eficazes para o novo cenário do mercado atual dos programas de qualidade de vida”, conclui.

Facilidades

Os participantes do MBA terão acesso a todas as facilidades disponibilizadas pelo Centro Universitário São Camilo, como: bibliotecas, consultas às principais redes de informação e base de dados, recebimento das publicações periódicas da instituição, entre outras vantagens.

A realização do curso de ensino a distância será pela plataforma Microsoft Teams e pode ser acompanhado pelo computador, tablet ou smartphone. As aulas serão semanais, às terças e quintas-feiras, das 19h às 22h30, podendo ocorrer ajustes em função de feriados ou eventos do Centro Universitário São Camilo.

O MBA tem início em fevereiro de 2022 e a data prevista de encerramento é um ano depois, em fevereiro de 2023.

Informações e inscrições: abqv.org.br/mba

 

sábado, 29 de janeiro de 2022

HubCovid avalia reflexo da pandemia na saúde mental do trabalhador de saúde


 28/01/2022


Oito em cada dez profissionais de saúde relatam exaustão emocional após um ano de pandemia. O dado é de levantamento liderado pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que aplicou uma survey online a 1.829 profissionais de saúde do setor público, como médicos, profissionais de enfermagem, agentes comunitários e outros.

Além de mostrar que 80% dos trabalhadores entrevistados sentem impactos negativos na saúde mental causados pela pandemia, sendo que apenas 19% buscaram ajuda para lidar com o problema, os autores também observaram que a maioria (70%) ainda não se sente preparada para lidar com a pandemia. Os entrevistados também citam, como maiores preocupações, a má condução da pandemia pelo Governo Federal, negacionismo científico e medo de expor o vírus à família.

Diante deste cenário, o HubCovid, marcando o final do Janeiro Branco, mês de conscientização sobre saúde mental,  anuncia a Live “Saúde mental do trabalhador de saúde no contexto da pandemia”, que acontece na segunda-feira (31), às 18h, com transmissão pelo canal do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS): youtu.be/RiwBA_IPqig. O HubCovid é fruto de uma parceria entre o CONASEMS,  Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (IPADS) e a Johnson & Johnson.

Participam do bate-papo o coordenador do HubCovid, Thiago Trapé, mestre e doutor em Saúde Coletiva; o assessor técnico do Conasems, Flávio Álvares; o psicólogo sanitarista Gilberto David Filho, que coordenada projeto em Cidade de Goiás-GO e o médico psiquiatra, mestre em Políticas Públicas e Serviços de Saúde Mental pela Universidade de Lisboa, Rodrigo Martins Leite.

HubCovid e suas contribuição para a Saúde Mental – Em uma de suas frentes de atuação, que é a realização de cursos voltados para gestores, agentes comunitários de saúde e endemias e demais profissionais da saúde, o HubCovid oferece gratuitamente o curso “Saúde mental no contexto a Covid-19”, que destaca a necessidade permanente de capacitar e adaptar profissionais, serviços e sistemas de saúde de modo a garantir acesso, acolher e ofertar cuidado individual e populacional ao sofrimento mental relacionado à pandemia. As videoaulas estão disponíveis em hubcovid.org.br/curso/saude-mental-no-contexto-da-covid-19.

Outro curso disponível, também gratuitamente, é o “Saúde mental para trabalhadores da saúde no contexto da Covid-19”, que aborda a necessidade urgente de incluir o sofrimento mental relacionado ao trabalho como pauta definitiva para gestores, trabalhadores e sociedade de todos os pontos de atenção da rede de atenção. O estigma, as mudanças nos vínculos empregatícios e processos de trabalho nos serviços contribuem para a negação desta necessidade, agravada em virtude do cenário disruptivo da pandemia. As videoaulas estão disponíveis em hubcovid.org.br/curso/saude-mental-para-trabalhadores-da-saude-no-contexto-da-covid-19. Há vagas disponíveis para os dois cursos.

OMS e a saúde mental na pandemia – Em campanha, a Organização Mundial da Saúde (OMS), traz depoimentos de profissionais de saúde e assistência que atuam na linha de frente de combate à pandemia. Observa-se que eles enfrentam uma ampla gama de estressores psicológicos, que podem causar efeitos duradouros no bem-estar e na saúde mental, afetando a qualidade e a segurança dos cuidados que eles prestam aos seus pacientes.

A entidade ressalta que os profissionais de saúde sofreram com situações extremas, em especial, durante o primeiro ano de pandemia e correm o risco de sofrer uma tremenda pressão psicológica por causa do estresse acumulado, exaustão física, estigma e medo de infectar-se ou infectar seus entes queridos.

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Bebês do Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes recebem diploma por superação


 28/01/2022

Os pequenos pacientes da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) do Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL), de Goiânia (GO), são motivos de dedicação de toda a equipe de profissionais que trabalham no setor. Os colaboradores não medem esforços para proporcionar uma boa recuperação aos recém-nascidos.

A maioria dos recém-nascidos internados na UCIN nasceram prematuros, com baixo peso e  necessitam de assistência contínua. É uma luta diária pela vida.

Pela empatia com os pais que ficam aflitos e ansiosos para poderem levar seus filhos para casa, a equipe da UCIN entrega o Diploma de Sucesso, na alta hospitalar. Segundo a coordenadora de enfermagem da unidade, Paula Motta, essa é uma forma de comemorar uma etapa vencida. “O certificado tem o objetivo de celebrar a vitória desses bebês na luta pela vida e homenagear os pais”, destaca.

Depoimentos

Com a internação, o contato dos familiares fica restrito, causando angústia e ansiedade. Uma dessas mães é a designer de unhas, Cândida de Carvalho, de 38 anos. Ela deu à luz a seu terceiro filho em 14 de janeiro.

Isaac nasceu prematuro, com 36 semanas e por causa do baixo peso (1,560 kg), teve que ficar internado na UCIN. Nesta quarta-feira (26), o bebê recebeu alta hospitalar, pesando 1,850 kg. “Não tenho palavras para explicar meu sentimento. Estou feliz demais! Durante todo esse período de internação, visitava meu filho, pegava no colo, amamentava e esperava por esse momento. Esse diploma é uma conquista. Agradeço a toda equipe, de coração, pela atenção e carinho dispensados ao meu filho e a mim”, falou Cândida, emocionada.

Outra mãezinha que passou pela mesma situação foi Weila Jesuino. A estudante de 17 anos, ganhou Enzo – seu primeiro filho, com 37 semanas. Devido ao baixo peso (1,655 kg), o recém-nascido teve que ficar na UCIN. A estudante ia todos os dias na maternidade visitar e amamentar seu filho. Sua mãe, Leila da Silva, fez questão de acompanhar a filha e o neto na hora da alta hospitalar. “É maravilhoso poder levar meu neto para casa”, disse Leila. “Agora é só felicidade! Enzo ficou 11 dias internado e foi muito bem cuidado. Agradeço a toda equipe de profissionais da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, sempre atenciosos, sou muito grata!”, disse Weila.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

No aniversário de São Paulo, HC recebe doação de dois murais de Eduardo Kobra

25/01/2022


O paulistano Eduardo Kobra fez dois grandes murais para doar ao Hospital das Clínicas de São Paulo, no aniversário de São Paulo, 25 de janeiro. Desde o início da pandemia, o artista reduziu o número de trabalhos e adiou 39 dos 40 convites que tinha para pintar no Exterior. No Brasil, a maioria das obras foi relacionada à pandemia. Através da arte, Kobra conscientiza sobre a necessidade de se vacinar e do uso de máscaras e ajuda a levantar recursos para pessoas em situação vulnerável.

Agora, mais uma vez Kobra direciona seu olhar para a Saúde. Um dos murais (“Metamorfoses”) ocupa uma imensa parede que começa no Espaço de Convivência, no primeiro andar do Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas de São Paulo (onde está situada a Hematologia e a Fundação Pró-Sangue, maior banco de sangue da América Latina, com 10 mil doadores por mês) e se estende até o 8º e último andar. A obra está em processo final de produção e deve estar finalizada até o final de janeiro. De acordo com o Dr. Vanderson Rocha, presidente do Pró-Sangue e diretor do Serviço de Hematologia do HCFMUSP, e que apresentou o espaço para o muralista, passam diariamente pelo local de 10 a 15 mil pessoas.

Segundo Kobra, o painel de 34 metros de altura por 7,5 de largura mostra borboletas que saem da água, na base do mural, e vão até o alto do prédio. “Coloquei o nome ‘Metamorfoses’ pensando nas pessoas que estão doentes e precisam de esperança, fé e transformação para superar esse momento difícil”, conta o artista urbano, que prossegue: “Resolvi doar o painel pelo fato de o HC de São Paulo ser uma instituição pública que atende a milhares de pessoas por dia. Pessoas físicas, entidades e empresas apoiaram o projeto, como a Dionísio.Ag, que cuidou da logística do painel. De alguma forma acho que a arte pode inspirar, atenuar o sofrimento e dar ânimo para seguir adiante às milhares de pessoas que passam por ali todos os dias”.

O muralista conta ainda que pintou pedras preciosas nas asas de algumas das borboletas, como uma lembrança de que cada vida é preciosa e que devemos sempre lutar para preservá-la.

O segundo mural, finalizado na tarde de segunda-feira (24), fica à rua Dr. Eneias de Carvalho Aguiar, 255, em São Paulo. Traz uma mensagem clara e direta, na arte e no nome escolhido: “Ciência e Fé”. Com as cores que caracterizam boa parte de suas obras, mostra as mãos de um médico, com o jaleco e o estetoscópio, em posição de oração. “Esse painel pode ser visto por todas as pessoas. Tem 20 metros de altura por 10 metros de largura. A obra mostra que Ciência e Fé caminham lado a lado. Cada uma nos fornece algo que não se pode obter a partir da outra. Acredito demais na Ciência e na Medicina e agradeço aos médicos, enfermeiros e demais profissionais da Saúde que colocam suas vidas à nossa disposição. Eu e a maioria dos brasileiros também colocamos nossa fé em ação e o coração em Deus, para que ele abençoe nossas vidas, as vidas das pessoas que amamos e também a Ciência, para que ela encontre a cura. Tanto a Medicina quanto a Ciência nascem de uma única fonte: Deus! Então não existe essa contradição, que tentam criar, entre as duas. Não há por que acreditar só em uma ou na outra”.

O conhecido muralista brasileiro ressalta que ambos os murais foram doados. “É um gesto em meu nome, mas também dos paulistanos e brasileiros em geral para o Hospital das Clínicas de São Paulo, que faz um trabalho de excelência.  Eu mesmo, que tenho problemas graves de saúde, já fui atendido muitas vezes e acompanhei de perto a determinação de todos ali. É uma honra, um privilégio enorme poder, com o meu trabalho, retribuir tudo que esses profissionais fazem por nós com sua incrível capacidade de se doar em benefício do próximo”.

Espaço humanizado

O lugar de onde começa a obra “Metamorfoses”, de Eduardo Kobra, era até há pouco um vão cinza no prédio dos ambulatórios (Pamb) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Conta o Dr. Vanderson Rocha: “estamos no térreo e o teto ficou no andar da Hematologia. Um dia, quando eu e o arquiteto Luis Robles andávamos pelo HC, achamos o prédio muito impessoal e frio e tivemos a ideia de criar um espaço que trouxesse humanização e acolhimento dentro do Pamb. A Crefisa, a Fundação Pró-Sangue e a Superintendência do Hospital das Clínicas de São Paulo apoiaram essa ideia. Agora, com a arte magnífica que Eduardo Kobra produziu e doou, esse espaço será ainda mais importante para os pacientes e seus familiares, assim como para nossos funcionários.  Esperamos também que sirva de inspiração para que mais e mais pessoas contribuam com os projetos e cotidiano do hospital. Provavelmente quem estiver no Espaço de Convivência para doar sangue, por exemplo, e postar uma foto ou vídeo do mural ‘Metamorfoses’ nas Redes Sociais, inspirará mais pessoas a também se doarem em prol de quem precisa”, afirma o Dr. Vanderson Rocha. “É preciso estimular as doações. Durante a pandemia tivemos uma redução de cerca de 20% de doadores”, completa.

O superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Antonio José Rodrigues Pereira, destaca a importância dos murais de Kobra nesse período de pandemia. “É com enorme prazer e profunda gratidão que recebemos estes dois presentes do Kobra para o nosso complexo. Os profissionais da saúde do HC de São Paulo foram, sem dúvida alguma, grandes guerreiros nestes últimos dois anos e ter esse reconhecimento em forma de obra de arte, das mãos deste talentoso artista, nos honra imensamente”, afirma. E acrescenta: “são obras que remetem à resiliência dos nossos mais de 20 mil profissionais e, também, à ideia de que a fé e a ciência não são exatamente dissociáveis. É a Ciência que nos permite ter o conhecimento e as condições necessárias para salvar vidas, e é a fé que nos dá motivação e forças para continuar mesmo diante das adversidades. Ambas se complementam e foram fundamentais no enfrentamento à pandemia”.

Outras obras do artistas realizadas no contexto da pandemia

Em 2021, o artista urbano fez o mural “Seja Luz”, mais uma obra com o tema da pandemia do Covid-19. O mural de 30 metros de altura por sete metros de largura fica na rua Oscar Freire, nos Jardins.

Segundo o artista, que no mural pintou “O Pensador”, de Auguste Rodin (1840 a 1917), dentro de uma lâmpada, esse trágico momento de pandemia deve levar a humanidade a repensar valores. “Cada um precisa refletir sobre que tipo de entrega e atitude deve ter para ser luz na escuridão”, diz o muralista. “Acima de tudo é preciso ser luz na vida de alguém e fazer a diferença. É fundamental, mais que só ficar nas palavras e nas Redes Sociais, ouvir o outro, pensar no outro e fazer o bem”, afirma.

Em maio deste ano, Kobra lançou em São Paulo, na rua Henrique Schaumann, em frente à Igreja do Calvário, o mural “Coexistência – Memorial da Fé por todas as vítimas do Covid-19”, onde retrata crianças de cinco religiões – Islamismo, Budismo, Cristianismo, Judaísmo e Hinduísmo. A obra traz uma mensagem de fé e de esperança, ao mesmo tempo em que lembra as vítimas do Covid-19 e destaca a importância da Ciência, simbolizada pelo fundamental uso de máscaras.

Pouco antes, na primeira ação do recém-criado Instituto Kobra, que tem como base a premissa de que a arte é um instrumento de transformação, o artista paulistano transformou um cilindro de oxigênio, em desuso, de 1,30m, em uma obra de arte, exemplar único, chamada “Respirar”. Kobra pintou o cilindro como se fosse um recipiente transparente, com uma árvore plantada dentro. “A mensagem central é a importância da vida. Que o sopro da minha arte ajude a levar um pouco de oxigênio para os hospitais mais necessitados e, ao mesmo tempo, provoque a reflexão sobre a importância de usar máscaras, lavar as mãos constantemente, manter o isolamento social e, claro, de preservar a natureza, que é um patrimônio de toda a humanidade”, disse.

A obra foi adquirida por 700 mil reais. Os recursos obtidos com a venda da peça foram aplicados integralmente na construção de duas usinas de oxigênio no Amazonas. Na prática, isso significou que 20 leitos de UTIs beneficiados 24h por dia, numa ação perene, que ficaram como legado. Em um dia, a usina gera 480 horas de oxigênio. Em um mês, são 14.400 horas. “A título de comparação, um cilindro abastece um leito de UTI com oxigênio por até 10 horas. Ou seja, para fazer uma entrega equivalente à usina, seriam necessários mais de 1.400 cilindros por mês. Com 700 mil conseguiríamos comprar 350 cilindros, o que equivaleria a 3.500 horas”, contou o muralista.

Em fevereiro de 2021, Kobra doou ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dois painéis (um para cada instituição) de um metro e oitenta por um metro e oitenta, que fez meses antes, inspirado na esperança do desenvolvimento de vacinas para imunizar as pessoas contra o Covid-19.

A Mão de Deus

Em novembro de 2020, o artista urbano entregou o mural “A Mão de Deus” na região do Minhocão, em São Paulo. O trabalho tem 33 metros de altura por sete metros de largura, na empena de um prédio situado à rua Traipu. De acordo com o artista, é a mais autobiográfica de todas as suas obras e, ao mesmo tempo, é uma obra que fala de todos. “O mural é inspirado em um momento muito difícil para mim, que começou a ser superado quando senti a mão de Deus. Foi algo que me ajudou e que me ampara até hoje”, diz.

Kobra afirma que o mural, é particular, mas também universal. “Serve para todas as pessoas, de qualquer fé, que passam por dificuldades como depressão, solidão, dificuldades econômicas, bebidas e drogas”. E complementa: “espero que nesses tempos de pandemia e mesmo depois que tudo isso terminar, o mural também inspire as pessoas a resgatarem a bondade e serem mais acolhedoras e solidárias uma com as outras”.

Também ao final de 2020, como uma ode à vida durante a pandemia, Kobra pintou na altura do km 44 da rodovia Presidente Castelo Branco, em São Paulo, o mural “A Linha da Vida”, de 600 metros quadrados. A obra traz oito personagens. Começa com uma criança e termina com uma senhora de cerca de 80 anos de idade.

Ainda em 2020, Kobra utilizou seu talento para uma campanha que ajudava famílias desassistidas, com situação de vulnerabilidade ainda mais agravada pela pandemia do Covid-19. Fez o painel “Coexistência”, onde mostrava crianças de cinco religiões – budismo, cristianismo, islamismo judaísmo e hinduísmo – em oração e vestindo máscaras. Uma Serigrafia da obra foi sorteada entre as pessoas que fizeram doações. Com o valor arrecadado, R$ 450 mil, foram produzidos e distribuídos 20 mil kits.

Pouco depois, com o leilão da tela “Ao Líbano com Carinho”, conseguiu arrecadar 50 mil dólares para as vítimas da explosão ocorrida na zona portuária de Beirute, capital libanesa. “A obra mostra duas mãos, que simbolizam as mãos da humanidade, levantando o cedro do Líbano, que é um símbolo de paz, de fraternidade, de união e respeito”, disse o artista, que utilizou a bandeira do Líbano como a base para a pintura. “O vermelho representa o sangue derramado pelas pessoas que se feriram ou morreram nas lutas para livrar o país das forças externas; o branco representa a permanente busca pela paz e a beleza das montanhas cobertas pela neve; e o cedro, árvore presente em boa parte do país, é um símbolo de força e eternidade"