04/02/2022
Depois de anos com muitos
desafios para a área da saúde, 2022 começa com a promessa de ainda mais avanços
no setor. Isso porque a pandemia acelerou o uso de Inteligência Artificial,
Internet das Coisas e teleatendimento e, para este ano, a expectativa é que
essas soluções sejam consolidadas, principalmente com a implementação do 5G,
que deve ser um dos grandes destaques do período.
Estimativas
apontam que cerca de 30% dos dados gerados no mundo sejam relacionados a
cuidados com a saúde. Diante dessa estatística, fica evidente o papel relevante
que o 5G irá representar nesta área, trazendo mais qualidade no atendimento e
rapidez. A tecnologia irá agilizar diagnósticos e tornar os tratamentos mais
assertivos, acelerando, por exemplo, o resultado de exames por imagem. A alta
conectividade também vai permitir a disseminação de dispositivos para monitorar
a saúde dos pacientes, como smartwatches,
além de possibilitar o acionamento imediato de serviços de saúde.
Outro
ponto é que essa tecnologia irá intensificar cirurgias robóticas e atendimentos
remotos. Todo esse processo e conectividade irá garantir ainda mais qualidade
às teleconsultas, inclusive para pacientes e médicos fora dos grandes centros,
o que também representa um avanço na democratização do acesso à saúde no país.
A expectativa é que, de modo geral, o 5G melhore toda a experiência de
atendimento na saúde. Assim, será possível oferecer um acompanhamento mais
personalizado, integrado e os pacientes irão assumir o protagonismo.
Aliás,
o atendimento remoto deve se consolidar em 2022, o que é um caminho sem volta.
Isso é demonstrado em projetos, legislações e debates da área. O Projeto de Lei
916/20 tramita na Câmara dos Deputados para regulamentar a
realização de consultas com médicos, terapeutas, psicólogos e nutricionistas
por meio de tecnologias da informação e da comunicação. Esse novo texto deve
garantir respaldo para o teleatendimento, que ganha força a cada nova onda de
casos de Covid-19. Só em janeiro deste ano, os atendimentos por telemedicina
dobraram a cada 36 horas, segundo levantamento da Saúde Digital Brasil com
empresas que representam 90% do mercado privado de telessaúde no país.
Uma
área que também deve ser destaque em 2022 é a da saúde mental. O tema já ganhou
protagonismo no ano passado, quando aumentou significativamente o número de
transtornos mentais e a procura por tratamento. Como já era esperado, a
pandemia também teve um papel neste cenário. Uma pesquisa do instituto
Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, apontou que mais da metade dos
brasileiros entrevistados declararam que a saúde emocional e mental piorou
desde o início da pandemia.
Com
esse aumento de demanda, a tecnologia mais uma vez será essencial para garantir
qualidade e agilidade no atendimento. Devemos presenciar neste ano um salto em
terapias assistidas, por smartphones e outros dispositivos, que facilitam o
monitoramento, acompanhamento em tempo real e acionamento de serviços
especializados. Todo esse processo sendo guiado pela Inteligência Artificial,
uso de chatbots e
conectividade.
Com
todas essas frentes e altas expectativas em relação à tecnologia na área da
saúde, todos os lados saem ganhando. Há ainda mais espaço para crescimento das healthtechs – que
receberam o maior investimento da história em 2021, segundo a Distrito -,
operadoras, clínicas, médicos e, sobretudo, protagonismo dos pacientes. Os
usuários terão acesso a diagnósticos e tratamentos mais assertivos e ágeis,
além de contar como uma rede de apoio a apenas um clique, o que ajudará a
salvar vidas.
Gean
Pereira é Head de Inovação da healthtech Zitrus, que desenvolve
softwares de gestão para operadoras de plano de saúde, e do Zlabs, Hub de Inovação
e Aceleração
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