02/02/2022
A dor causada pelas doenças
na coluna afeta um grande número da população adulta no Brasil. No Hospital
Unimed Sul Capixaba, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), a nova técnica cirúrgica
minimamente invasiva vem modificando o tratamento cirúrgico da hérnia de disco
e promovendo o alívio dos sintomas logo após o procedimento.
Nessa técnica, um endoscópio é conectado a um sistema de câmera,
que captura e transmite imagens em tempo real, permitindo à equipe cirúrgica
remover os segmentos lesados com precisão, menor trauma e alta precisão. A
técnica ainda é pouco usada no Espírito Santo, sendo o Hospital Unimed de
Cachoeiro o único a executá-la no sul do Estado, exigindo uma alta curva de
aprendizado dos cirurgiões, com cursos e especializações específicas na área.
O neurocirurgião Rogério Pacheco destaca que o procedimento é
indicado para tratamento das hérnias de disco da coluna vertebral, das
estenoses, além das infecções discais (discite). “O tempo de duração da
cirurgia fica entre 40 minutos e duas horas, com menos risco de infecção,
recuperação mais rápida, sangramento mínimo, pouca dor pós-operatória e
retorno mais rápido às atividades do dia a dia. Além disso, é realizado com
anestesia local e sedação, o que possibilita que o paciente fique acordado durante
a cirurgia”, completa o especialista.
O diretor de Provimento de Saúde da Unimed Sul, Abel SantAnna
Junior, ressalta que pode haver contra indicações ao uso da técnica como está
previsto no Rol de eventos da ANS, tais como hérnias em vários níveis,
instabilidade da coluna, síndrome da cauda equina, e hérnias recidivadas. Ele
esclarece ainda que, todo e qualquer procedimento, antes de ser liberado,
é analisado por auditores médicos e consultores especializados que atestam a
indicação, garantindo a segurança do paciente.
O agricultor e pecuarista aposentado Gilson Hadadd de Mendonça,
de 72 anos, fez o procedimento no dia 17 de janeiro, como tratamento de uma
hérnia de disco. Morador de Muqui, ele conta que há dez anos sofria com dores
na coluna. “Eu andava torto e sentia muitas dores nas pernas e no quadril.
Hoje, sinto que melhorei 80%, já saí do hospital andando normalmente, quase sem
dor e voltei para casa no mesmo dia. Sinto que a recuperação está sendo muito
boa”, afirma.
Quem também passou pelo procedimento foi Arildo Valgmar
Costalonga, de 67 anos, que é morador de Vila Rica, em Cachoeiro de Itapemirim.
Ele diz que durante toda a vida trabalhou com serviços pesados, incluindo o
último emprego em uma pedreira. Há dois anos, no entanto, precisou se afastar por
causa das fortes dores que sentia. Após a cirurgia, feita no mês de dezembro,
ele conta que se sente outra pessoa. “Sinceramente, não gosto nem de lembrar
das dores. Além da coluna, eu sentia muita dor e dormência nas pernas. Quando
andava, tinha que parar e sentar ou me deitar de tanta dor. Muitas vezes, eu me
deitava e chorava. Hoje, as dores nas pernas passaram e consigo andar cerca de
um quilômetro sem precisar parar para sentar. A única coisa que realmente não
posso fazer é pegar muito peso”, relata.
Para o neurocirurgião Rogério Pacheco, com o advento da
cirurgia endoscópica de coluna, as dores da coluna, sejam na região cervical,
torácica ou lombar, ganharam uma técnica cirúrgica que proporciona diversas
vantagens e resultados operatórios muito satisfatórios, oferecendo mais
qualidade de vida ao paciente.
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