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sexta-feira, 4 de março de 2022

Hospital Márcio Cunha: Laboratório recebe equipamento moderno que permite diagnósticos mais rápidos e precisos


 03/03/2022


O laboratório do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), não para de inovar e adquiriu, recentemente, um equipamento que traz ainda mais modernidade ao setor de hematologia da região. Em parceria com o setor de Engenharia Clínica da Fundação São Francisco Xavier, o laboratório fez a aquisição de uma citocentrífuga que está possibilitando uma melhora expressiva na qualidade das imagens, permitindo um diagnóstico mais ágil e assertivo de doenças que comprometem o sistema nervoso central e demais órgãos do corpo. O investimento, na ordem de R$ 15.5 mil, é mais uma ação que o Hospital Márcio Cunha promove de assistência integrada à saúde da comunidade.

A citocentrífuga é uma centrífuga especializada usada para concentrar células em amostras de fluidos em uma lâmina de microscópio para que sejam coradas e examinadas. De acordo com a bioquímica do HMC, Suelen Stephane Ferreira de Oliveira, esse equipamento faz a separação dos líquidos corporais (líquidos biológicos como líquido pleural, peritoneal e cinoveal) e o líquor (uma amostra que pertence ao sistema nervoso central). O benefício do aparelho é que ele já apresenta a lâmina pronta para a coloração.

“Esse novo aparelho nos permite uma melhor visualização das células presentes, restos de líquidos corporais, sendo possível precisar quais e quantas são as células presentes nas amostras. É um procedimento ainda mais detalhado, qualitativo e quantitativo”, ressalta a bioquímica.

Entre as doenças mais facilmente diagnosticadas com a utilização da citocentrífuga estão: meningite, pneumonia, tuberculose e algumas infecções fúngicas. A especialista explica que a coleta do exame é feita por um médico, geralmente em ambulatórios ou com o paciente internado. O procedimento fica pronto em uma hora.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Artigo – Mulher na Medicina: desafios, dedicação e conquistas

03/03/2022


O Dia Internacional da Mulher, criado em 1910 e oficializado pela ONU em 1975, teve como objetivo homenagear a luta de 130 operárias que morreram carbonizadas no dia 8 de março de 1857, enquanto reivindicavam por melhores condições de trabalho nos Estados Unidos, como a redução da carga horária, a igualdade salarial e o tratamento digno no ambiente de trabalho. A data representa um símbolo de luta e de autoafirmação da mulher nos mais diversos âmbitos sociais.

Na área da Medicina, o ofício da cura era exclusivamente masculino, até 1849, quando a americana Elizabeth Blackwell tornou-se a primeira mulher a receber o título de médica no mundo, após dez universidades terem rejeitado sua admissão. Trinta anos depois, Maria Augusta Generoso Estrela foi a primeira brasileira a se graduar em medicina, nos Estados Unidos, uma vez que era vedado às mulheres o acesso ao ensino superior no Brasil.

A primeira médica diplomada em universidade brasileira foi Rita Lobato Lopes, em 1887. A partir dessa data, observamos uma crescente participação feminina na área médica, culminando com o observado atualmente: a maioria dos graduandos em Medicina é mulher.

Apesar desse número progressivamente maior de mulheres na Medicina, as especialidades cirúrgicas permanecem como um nicho predominantemente masculino em todo o mundo.

A cirurgia é, de longa data, uma especialidade essencialmente masculina, devido à ideia de estar mais associada à necessidade de maior força e resistência física, formação mais demorada, exigência de maior disponibilidade de tempo e dificuldade de coordenar práticas profissionais com a vida familiar.

No campo da Cirurgia Vascular, atualmente nos Estados Unidos, as mulheres correspondem a apenas 14,6% dos profissionais atuantes. Disparidade semelhante pode ser observada no Brasil, onde os homens representam 78,8% dos cirurgiões vasculares no estado de São Paulo.

Além disso, proporcionalmente, as cirurgiãs vasculares ocupam menos espaço nos cargos de liderança e na produção acadêmica, evidenciando que, a despeito do aumento no número de cirurgiãs, seu avanço nas posições influentes e de maior prestígio permanece limitado.

No que diz respeito à remuneração, em estudo recente publicado pela FMUSP, as mulheres médicas ganham 77% de renda em comparação com os homens. A desigualdade salarial foi explicada unicamente pela questão do gênero; um paradoxo, levando em conta que no Brasil há um número crescente de mulheres exercendo a profissão de médica ou que estão nas escolas de Medicina.

Nesse processo de feminização da Medicina, destacam-se a melhor relação médico-paciente o envolvimento dos pacientes nas tomadas de decisão, a eficácia das ações preventivas, a otimização de recursos, o melhor atendimento às populações em contexto de vulnerabilidade e o respeito às preferências individuais dos pacientes.

Um longo e árduo caminho foi percorrido pelas mulheres que nos antecederam para que hoje pudéssemos escolher nossa profissão e nossa amada especialidade, a Cirurgia Vascular. Seguiremos trilhando esse percurso que nos levará ao direito das mulheres de protagonizar a tomada de decisões em todas as áreas da vida, com remuneração igualitária, divisão de trabalho doméstico e de cuidados não remunerados, e o fim de todas as formas de violência contra a mulher.


 Dra. Camila Baumann Beteli é angiologista e cirurgiã vascular. Membro da Comissão de Varizes da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV

 

 

quarta-feira, 2 de março de 2022

Óculos de realidade virtual tornam-se aliados na reabilitação de pacientes em hospital SUS


 02/03/2022


Lucas Erichsen sentia-se triste. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), onde se viu novamente isolado e distante de sua rotina. O primeiro internamento havia sido em 2017, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Três anos depois, um aneurisma e uma pneumonia o fizeram retornar ao hospital para receber cuidados médicos. Mais uma vez, todos os seus planos foram suspensos e ele deu início ao período mais difícil: a luta pela vida.

Mas o sorriso de Lucas, de 22 anos, voltou a estar estampado no rosto após ser convidado a mergulhar em um novo universo. “Ali tudo era possível, desde andar de carro até pilotar um helicóptero”, conta. A experiência vivida pelo jovem não foi magia nem alucinação. Foi, sim, parte do tratamento do fisioterapeuta Rafael Cavalli, que faz uso de óculos de realidade virtual (RV) no atendimento a pacientes do hospital 100% Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. “A ferramenta ajuda a tornar as sessões de reabilitação mais divertidas e eficazes, auxiliando pacientes com limitações motoras na recuperação”, explica o fisioterapeuta.

De uns tempos para cá, a realidade virtual vem ganhando espaço no cotidiano. São computadores, videogames, óculos especiais e outros dispositivos que têm como principal proposta fazer com que o indivíduo se sinta imerso em uma espécie de existência fictícia. Não é de estranhar que essas ferramentas invadam os corredores de hospitais, consultórios e laboratórios. “Os óculos de RV podem ser usados para ajudar na locomoção de pacientes com mal de Parkinson, na fisioterapia de quem sofreu derrame cerebral e para amenizar os sintomas da depressão, por exemplo”, detalha Rafael Cavalli.

O que as pesquisas dizem

Inicialmente desenvolvida para o entretenimento, a realidade virtual tem sido testada no tratamento de diversos problemas de saúde, como o estresse pós-traumático. A primeira utilização da tecnologia para esse fim foi em 1997, quando pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, realizaram um estudo com 10 veteranos de guerra traumatizados e que não haviam conseguido melhora pelas terapias convencionais. O programa, chamado Vietnã Virtual, expunha os ex-soldados a situações realistas que eles haviam vivenciado décadas antes na guerra.

Em um espaço seguro, controlado e com o acompanhamento de um profissional ao lado, a RV os levava de volta às selvas vietnamitas. Enquanto o terapeuta manipulava o software e intensificava os sons de batalha, os pacientes eram convidados a narrar seus traumas. O tratamento durou um mês e, no fim desse período, os 10 voluntários demonstraram melhora no quadro. A partir daí, foram iniciados mais testes, com número maior de participantes, tratados nos mais diversos cenários que simulavam situações distintas.

Logo, a realidade virtual se mostrou ser mais do que apenas uma ferramenta descolada para transportar o usuário para outros cenários. De acordo com pesquisa feita pelo hospital americano Cedar-Sinai, publicada no periódico JMIR Mental Health, a tecnologia também contribui para diminuir dores de pacientes. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores contaram com a ajuda de 100 pacientes diagnosticados com dor nível 3, em uma escala de 0 a 10. Metade deles usou óculos de realidade virtual e os outros 50 pacientes assistiram à televisão, ambos com cenas relaxantes. Os resultados mostraram que aqueles que usaram os óculos tiveram uma queda média de 24% na escala de dor, já para quem assistiu na tela 3D a dor diminuiu apenas 13%.

Além da dor, a RV vem sendo minuciosamente estudada como um moderno instrumento de apoio à prática fisioterapêutica, podendo ser aplicada de múltiplas formas. Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) concluíram que o uso da realidade virtual provoca níveis leves e moderados de atividade física em pacientes da UTI. Durante as 100 sessões de fisioterapia monitoradas na pesquisa, os pacientes internados nas unidades do Departamento de Emergência do Instituto Central do Hospital das Clínicas atingiram grau leve de atividade em 59% da duração das sessões, e 38% de nível moderado de atividade.

Tecnologia que humaniza

“Não estou atendendo bem um paciente pelo que ele tem, mas pelo que ele é”. A frase do fisioterapeuta Rafael Cavalli explica a importância de iniciativas inovadoras dentro do SUS. No Hospital Universitário Cajuru, o tratamento com óculos de realidade virtual permite ouvir, oferecer conforto e compreender as opiniões dos pacientes. Longe de perder o protagonismo no processo de reabilitação, os profissionais de saúde passam a atuar como supervisores de todo processo. “Se fosse eu internado lá, será que eu ia gostar de receber apenas um tratamento padrão? A realidade virtual vem nesse sentido, de personalizar e humanizar o atendimento”, relata o fisioterapeuta.

O objetivo do tratamento de reabilitação é estimular os movimentos musculares de modo que o paciente crie uma memória motora. É nesse contexto, então, que entra a realidade virtual. Uma ferramenta inovadora na fisioterapia e que tem sido utilizada na avaliação e reabilitação de pessoas com distúrbios do movimento, do equilíbrio postural e da marcha. “Imagine um paciente que perdeu movimentos de determinadas partes do corpo e precisa se submeter à fisioterapia. E se esses exercícios pudessem ser facilitados com o uso de cenários de realidade virtual?”, questiona o fisioterapeuta.

É por essa razão que a realidade virtual já está sendo utilizada como parte do tratamento para alguns pacientes em reabilitação, como o Lucas Erichsen, sendo uma maneira mais lúdica de aplicar as atividades. “O Lucas é um paciente jovem que estava há três meses internado no hospital. Após uma conversa, descobri que ele gostava de corrida, música eletrônica e aviação. A partir disso montei um vídeo que se encaixasse naquilo e o resultado foi surpreendente”, complementa Rafael.

A humanização no tratamento devolve esperança para pacientes e permite que eles voltem a sonhar. Com um acompanhamento mais próximo e especializado, é possível reduzir o sofrimento e proporcionar um tratamento mais digno. “Foi bom receber esse carinho durante a internação no hospital. O tratamento me ajudou a evoluir e sair da depressão”, revela Lucas.

terça-feira, 1 de março de 2022

Hospital Unimed de Sorocaba “Dr. Miguel Villa Nova Soeiro” é recertificado HIMSS 7


 25/02/2022


O Hospital Unimed de Sorocaba (SP) “Dr. Miguel Villa Nova Soeiro”, que há 26 anos atua como referência na área da saúde na região de Sorocaba (SP), recebeu no dia 11 de fevereiro, a recertificação internacional da HIMSS 7 (Healthcare Information and Management Systems Society).

A certificação foi criada pela Healthcare Information and Management System Society (HIMSS), organização americana que possui maior reconhecimento nas áreas de Tecnologia da Informação e Saúde, estimulando o uso de soluções digitais em hospitais de todo o mundo. O modelo de análise vai do estágio zero ao estágio 7 e mede o sucesso da estratégia de análise de dados de um hospital. Os fatores considerados incluem infraestrutura, processos, tecnologia e liderança.

Esta recertificação demonstra o nível de maturidade do Hospital Unimed de Sorocaba na adoção do prontuário eletrônico, usando a Tecnologia da Informação para ganhar eficiência operacional, melhor qualidade assistencial e maior segurança do paciente.

De acordo com Luís Carlos Terciani, gerente executivo de Tecnologia da Informação da Unimed de Sorocaba, essa recertificação representa a continuidade de um processo iniciado em 2019, com a primeira certificação, e que visa a melhoria dos cuidados com o paciente com a ajuda da tecnologia da informação. “Essa recertificação significa que aprimoramos qualidade de serviços, pois um dos critérios que a HIMSS preconiza é a evolução do processo. Nosso objetivo maior é sempre melhorar os cuidados com os pacientes e esse selo sacramenta isso”, observou.

Terciani ressaltou que a tecnologia da informação foi fundamental para manter a qualidade dos atendimentos durante a pandemia de Covid-19. “Tivemos um crescimento fenomenal de forma repentina. Se não tivéssemos a tecnologia da informação, não seria possível atender com a mesma qualidade esse grande contingente de pessoas. Mas foi na pandemia que verificamos que o Hospital já estava preparado e isso foi um grande diferencial. Além disso, algumas possibilidades surgiram com a pandemia na área da tecnologia, como por exemplo a teleconsulta, que também teve um grande crescimento”, comentou.

Para a médica Priscila Garber, diretora técnica do Hospital Unimed de Sorocaba, é muito gratificante ver o empenho da equipe assistencial e não assistencial em torno da qualidade da prestação de serviço. “Essa recertificação digital impacta diretamente no atendimento aos pacientes, uma vez que melhora a segurança de todos os processos e permite que os gestores acompanhem cada etapa em tempo real. Esse sistema traz alertas para os médicos e enfermeiros sobre as condições do paciente e podemos ter, de uma forma muito objetiva e prática, indicadores de saúde em todas as áreas do hospital. Essas informações facilitam muito a nossa gestão, pois podemos entender a necessidade de cada área e agir rapidamente”, explicou.

O gerente administrativo do Hospital Unimed de Sorocaba, Admilson Costa destacou a importância da rastreabilidade dos processos. “Passamos um ano difícil e mantivemos a qualidade. Com esse sistema podemos fazer a rastreabilidade de materiais e medicamentos e isso traz segurança e demonstra que estamos fazendo o melhor para os nossos clientes. Durante a pandemia, isso agilizou ainda mais alguns processos dando um tempo de resposta muito rápido”, observou.

Segundo o presidente da Unimed Sorocaba, o médico oncologista Gustavo Ribeiro Neves, a recertificação na HIMSS 7 é de vital importância e está alinhado com o plano de inovação e modernização da cooperativa, que inclui o uso de tecnologia para conferir aos clientes um atendimento ágil e seguro. “Essa é uma certificação que avalia principalmente a tecnologia empregada no tratamento dos pacientes, no diagnóstico e na assistência. Para nós é um orgulho muito grande sermos recertificados pelo nível máximo da HIMSS e isso só vem confirmar o que sempre tivemos como ideal, que é utilizar a tecnologia e a inovação a favor da saúde e do bem-estar do paciente”, destacou.

De acordo com a auditora da HIMSS, Aline Brenner de Souza, o nível 7 é o mais elevado em termos de certificação digital e são pouquíssimas organizações no Brasil que tem esse selo. “A gente ficou muito feliz com o comprometimento da equipe e com os processos que estão voltados para a segurança do paciente durante todo o tempo. Nestes dois dias de auditoria estivemos junto com a equipe da Unimed Sorocaba e pudemos ver o comprometimento com a qualidade. Não tenho dúvida de que isso se reflete no dia a dia dos cuidados com os pacientes, gera melhores resultados para a equipe e para os médicos, assim como para aqueles que estão sendo cuidados dentro do hospital”, ressaltou.

Para a recertificação foi demonstrado todos os processos clínico-assistenciais, relatórios, indicadores, administração de medicamentos, digitalização de documentos, entre outros que tornam o Hospital Dr. Miguel Soeiro uma instituição digital.

 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Programa oportuniza aprimoramento médico e troca de experiências


 25/02/2022

Reconhecido pela excelência nos procedimentos intervencionistas realizados no Serviço de Hemodinâmica do Centro Cardioneurovascular, o Hospital Unimed Chapecó (SC) sai na frente mais uma vez. Com tecnologia de ponta e equipe de médicos e de enfermagem altamente qualificada, foram realizados três procedimentos complexos com foco na interdisciplinaridade.

A iniciativa fez parte do primeiro módulo do Programa “Realidade no Laboratório de Hemodinâmica”, realizado recentemente na Unimed Chapecó. O objetivo é promover a educação médica continuada, inserindo os médicos diretamente nos desafios do tratamento dos seus pacientes dentro da hemodinâmica.

A ideia central é que os cardiologistas, cirurgiões e hemodinamicistas que referenciarem seus pacientes para tratamento de intervenção dentro da Unimed estejam presentes no momento do ato cirúrgico e participem ativamente das decisões, das intercorrências e do resultado final do procedimento.

O implante valvar aórtico percutâneo (TAVI) foi feito em uma paciente idosa com estenose da válvula aórtica. O procedimento consistiu no implante de uma prótese dentro do coração para aliviar a obstrução causada pela válvula estreitada, inserida por uma artéria da virilha. Foram duas horas com atuação do Dr. Rogério Tadeu Tumelero como supervisor, do Dr. Julio Roberto Barbiero e do Dr. Guilherme Bernardi como operadores, da Dra. Ana Paula Rossini como ecocardiografista e dos anestesistas Dr. Humberto Hepp e Dr. Leonardo Ferrazzo. Atuaram também como convidados os hemodinamicistas Dr. Elias Conti e Dr. Fernando Bernardi.

“A troca de experiências foi excelente! Passamos um dia agradável, na companhia de amigos e colegas especialistas e pudemos acompanhar os casos, debatendo as condutas e participando dos procedimentos. Certamente uma grande iniciativa da equipe de Hemodinâmica do Hospital Unimed”, analisa o cardiologista e hemodinamicista, Dr. Guilherme Bernardi.

COMUNICAÇÃO INTERATRIAL

O fechamento de comunicação interatrial foi realizado em uma paciente jovem, com doença congênita caracterizada pelo não fechamento natural dos átrios direito e esquerdo. A prótese foi implantada também sem cortes, acessando o coração pela veia da virilha. A intervenção teve duração de uma hora e meia, com atuação do Dr. Rogério Tumelero como supervisor, Dr. Julio Barbiero e Dr. Mateus Rossato como operadores, Dra. Ana Paula Rossini como ecocardiografista e Dr. Leonardo Ferrazzo como anestesista.

INTERVENÇÃO CORONÁRIA

A intervenção coronária guiada por ultrassom foi realizada em um paciente de 59 anos com reestenose intrastent na coronária direita e lesão de óstio de descendente anterior e tronco de coronária esquerda. O ultrassom intracoronário ajuda a visualizar a artéria do coração “de dentro para fora”, auxiliando na melhor escolha de diâmetro e comprimento das próteses. Dr. Fernando e Dr. Guilherme Bernardi atuaram como operadores e Dr. Julio, Dr. Mateus e Dr. Rogério atuaram como assistentes no ultrassom.

“O Laboratório de Hemodinâmica da Unimed Chapecó está muito bem equipado com o que há de melhor na cardiologia intervencionista. Muito das evoluções obtidas nas últimas décadas no tratamento por cateterismo das doenças cardíacas, ocorreram em virtude do desenvolvimento tecnológico de materiais e equipamentos que possibilitam tratamentos cada vez mais precisos e, até pouco tempo, inimagináveis, impactando diretamente na qualidade do tratamento dos pacientes”, avalia Dr. Fernando Bernardi, cardiologista e hemodinamicista.

Segundo ele, obviamente, são necessários profissionais capacitados e comprometidos com uma agenda de treinamento constante para a incorporação adequada das novas tecnologias que são uma constante na cardiologia moderna. Tudo isto está presente hoje no Hospital Unimed Chapecó”, observa Dr. Fernando ao reforçar que a instituição hospitalar conta com equipe altamente qualificada e sintonizada com os avanços da medicina, somado a um ambiente de trabalho que proporciona o que há de mais avançado nos quesitos de estrutura, equipamentos e materiais.

Dr. Elias Conti, cardiologista e hemodinamicista com atuação no Hospital São Paulo de Xanxerê, reconheceu a importância da iniciativa. “Gostaria, inicialmente, de parabenizar o Dr. Julio Barbiero pela iniciativa na realização do ‘Realidade no Laboratório de Hemodinâmica’ e dizer que tal programa, além de propiciar o aprimoramento no conhecimento médico e gerar uma importante troca de experiência, é também muito benéfico para o paciente, pois permite que vários especialistas discutam o caso e com isso cheguem ao melhor tratamento disponível”.

O médico também ressaltou que, em relação aos casos que presenciou nesse primeiro módulo do programa, o TAVI é realmente um procedimento inovador e que veio para ficar. “O procedimento traz para os pacientes idosos e, muitas vezes, frágeis os quais não iriam tolerar uma cirurgia de troca valvar aórtica convencional (cirurgia com abertura do peito do paciente), um procedimento totalmente percutâneo (realizado apenas com a punção de uma artéria periférica), com resultado no mínimo equivalente ao da cirurgia aberta e com durabilidade prolongada”, afirma Dr. Elias Conti.

No que se refere ao fechamento da comunicação interatrial, trata-se de um procedimento relativamente simples e de baixo risco, onde se implanta uma pequena prótese com acesso pela veia periférica, para fechar a comunicação entre os átrios (por onde podem passar coágulos e fluxo sanguíneo indevido). Com isso, o paciente já sai da sala de hemodinâmica com o problema resolvido.

“A educação continuada, interdisciplinaridade e o potencial humano e tecnológico da Unimed Chapecó colocam o serviço de Hemodinâmica em evidência e em condições de igualdade ao que de melhor se desenvolve no Brasil”, diz o Dr. Rogério Tumelero, hemodinamicista com atuação em Chapecó e Passo Fundo e supervisor de centenas de procedimentos de TAVI já realizados no Brasil e na América Latina.

Dr. Julio realçou que a troca de experiências entre especialistas é fundamental para o sucesso de um procedimento de intervenção em hemodinâmica. “O ambiente de educação médica proporciona um clima de atenção e de cuidado centrado no resultado final, que é a saúde e a satisfação do paciente”, complementa Dr. Julio, idealizador do programa. “Nossa ideia é que o programa seja sustentável e de longo prazo, abrindo as portas da nossa casa para os colegas que quiserem embarcar conosco na jornada do conhecimento”, finaliza Dr. Julio.

Os procedimentos também contaram com o apoio da equipe de enfermagem, formada por Taize Rigo, Sandra Paula C. Santos e Thais Pavelski.

 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Hospital São Vicente: Núcleo Epidemiológico de Vigilância Hospitalar visa minimizar riscos


 25/02/2022


Conhecidas como Doenças e Agravos de Notificação Compulsória (DNC), a aids, coqueluche, meningite, sarampo e rubéola, tuberculose, síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave – como a Covid-19 – são algumas das patologias listadas pela Secretaria de Estado da Saúde que exigem comunicação obrigatória às autoridades de saúde. No Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), a vigilância é constante e realizada pelo Núcleo Epidemiológico de Vigilância Hospitalar (NEVH).

Com objetivo de definir o perfil epidemiológico dos pacientes e elaborar planos de ação para controle de determinados agentes, o trabalho, coordenado pela enfermeira Bárbara Garcia, conta com a parceria do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) e da Vigilância Epidemiológica do município de Jundiaí. Desenvolvido em conjunto com as equipes assistências, que possuem papel fundamental na identificação dessas enfermidades, o serviço ainda está em fase de adaptação.

“Nós gerenciamos as doenças emergentes que constituem ameaça sanitária internacional. Todos os dias, acesso as fichas de óbitos registrados na instituição e avalio caso a caso. Posteriormente, faço o perfil epidemiológico e por meio desse recurso tentamos entender qual patologia é mais incidente, do que as pessoas estão falecendo. Em breve, o mesmo processo deve ser aplicado às internações. Frente aos dados, criamos protocolos e medidas de prevenção. Vale lembrar que também realizamos esse trabalho com os casos encaminhados dos Prontos Atendimentos dos quais administramos”, conta Bárbara.

Treinamento

Recentemente, as equipes receberam orientações que garantem a efetividade dos processos e reforçam a importância do fluxo para diminuição dos riscos. “Nós desenvolvemos um treinamento exclusivo para enfermeiros e obrigatório aos que realizam assistência em área de isolamento Covid. O objetivo é frisar a importância do preenchimento adequado das notificações e o envio para o e-mail correto dos responsáveis, fazendo com que a comunicação com a vigilância epidemiológica seja mais rápida e efetiva. Preparamos também um documento para que todos tenham acesso a lista de doenças. Esse será um tema que abordaremos semestralmente, pois as fichas se atualizam e trazem dúvidas ao time que executa seu preenchimento”, explica a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HSV, Diana Amaral.

 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Artigo – Soluções estruturais na saúde não podem esperar mais


 25/02/2022


Alguns desafios da saúde no Brasil ajudam a compreender que precisamos dar respostas mais rápidas e efetivas. Um estudo recente do DRG Brasil, por exemplo, analisou 4,4 milhões de altas hospitalares e descobriu que 53% das diárias consumidas no Brasil poderiam ser evitadas. Deste total, 56,12% aconteceram por permanência em excesso, 17,94% por ICSAP (Internação por Condição Sensível à Atenção Primária) e 13,64% por condições adquiridas graves, entre outros. A Planisa estimou essa possibilidade de economia em 2021 a partir do número de diárias no SUS e na saúde privada, com base em custos de diárias não críticas de 99 hospitais. O resultado foi R$ 39,7 bilhões somente no ano passado, sem contar os custos com diárias críticas (as UTIs).

Outro levantamento da Planisa avaliou as oportunidades de ganhos econômicos com a melhor utilização de leitos de internação e salas cirúrgicas no Brasil em 2021, sem considerar os leitos Covid-19. A conclusão foi R$ 17,5 bilhões de desperdícios em custos fixos (ociosidade), destaca-se, a utilização média de apenas 30% da capacidade operacional em 139 salas cirúrgicas analisadas.

Junto a isso, há o descompasso entre municípios, estados e governo federal, que consomem recursos sabidamente escassos em equipamentos de saúde ociosos e ineficientes; em hospitais normalmente de pequeno porte com baixas taxas de ocupação; a escalada da obesidade – a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) relatou que em 2016, 56% dos brasileiros eram obesos; 17,1% relataram problemas com consumo excessivo episódico de álcool em 2019, ante 5,9% em 2013; o envelhecimento da população;  a dificuldade em estabelecer organização da referência e contrarreferência permitindo que hospitais terciários de alto custo, projetados para assistência de alta complexidade,  continuem atendendo pacientes com resfriado, o subfinanciamento da saúde pública.

Também estão entre as situações desafiadoras o modelo de remuneração baseado no fee for service, que muda a passos lentos, mantendo no ringue as operadoras e os prestadores de saúde; a realização de exames desnecessários, o over use, por exemplo – se faz mais exames de ressonância magnética por pessoa no Brasil do que em outros países, enfim, apenas alguns pontos.

Tudo isso não é novidade e o setor tem excelentes técnicos especializados em gestão, além de empresas com know how, tecnologia e inovação. Mesmo assim, ainda é real a dificuldade para construir soluções estruturais robustas que são urgentes há tempos e, agora, definitivamente, não podem mais ser adiadas.

A pandemia trouxe à tona os problemas da saúde, as exigências se multiplicaram, a inovação e a tecnologia se tornaram ainda mais presentes e cada vez mais necessárias. Assim, é preciso gerar eficiência, transparência, integração e qualidade em todos os aspectos, organizando a jornada e colocando o paciente no centro do sistema, para ontem e, sem clichê, de verdade.

De modo geral, os players do setor sabem o que precisa ser feito, já existe um conjunto de alternativas e soluções que avançam tanto na esfera privada, quanto na pública, mas, na minha opinião, a maioria representada por ações conjunturais e não estruturais. Por isso, é importante romper os interesses incorporados e executar uma agenda de transformação para o país.

Marcelo Carnielo é administrador é diretor de Serviços da Planisa e especialista em gestão de custos hospitalares