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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Artigo – A corrida por aquisições no setor de hospitais


 14/12/2021


Alguns fatores têm contribuído para o aumento do número de empresas gestoras de hospitais, abrindo capital com elevados múltiplos de avaliação, culminando numa corrida pela consolidação do setor. Fatores macro como o aumento da expectativa de vida, o aumento da renda média familiar, o fraco serviço e leitos insuficientes do SUS, entre outros, contribuem para a atratividade desse mercado, que tem como principais players listados em bolsa a Rede D’Or, Mater Dei, e Kora Saúde. Interessante notar que o Brasil possui 2,4 médicos por mil habitantes, mesma taxa do Japão e próxima dos Estados Unidos (2,6), Canadá (2,7) e Reino Unido (2,8), mas ainda ocupa a 37ª posição no que tange aos gastos per capita na área de saúde, gap que espero ser estreitado nos próximos anos.

As empresas atuantes nesse segmento foram, em sua maioria, formadas por médicos que ao longo de décadas geriram as instituições como braços de suas práticas médicas, de forma que a profissionalização em geral foi tardia. É bastante comum encontrar hospitais, por exemplo, constituídos por sociedades de dezenas de médicos, com baixas margens operacionais, elevadas dívidas e passivos fiscais, enquanto as receitas e dividendos são mantidos nas pessoas físicas desses profissionais. Isso não significa que o negócio em si é ruim, mas apenas mal gerido. Isso é um prato cheio para empresas estruturadas realizarem aquisições, reestruturarem operações e capturarem um valor grande deixado na mesa pelos sócios antigos.

A fragmentação e ausência de gestão profissional (em escala adequada) também é uma tese interessante para fundos de private equity entrando no setor objetivando consolidação, como o caso da Athena Saúde do Pátria, fundada em 2017 com a aquisição do Grupo Med Imagem no Piauí, e uma série de aquisições desde então, cujo IPO (almejando R$ 2,5 bilhões de captação) que deveria ocorrer esse ano foi postergado para um futuro não muito distante.

A Rede D’Or (8.788 leitos), com IPO de R$ 11,4 bilhões (dez/20), realizou 17 aquisições desde 2010, e aparece como líder no setor, com receita bruta dos últimos 12 meses (base 2T/21) de R$ 20,1 bilhões (R$ 2,3 milhões/ ano/ leito) e EBITDA de R$ 5,2 bilhões (25,7%), com dívida líquida equivalente a 1,7x seu EBITDA.

A Mater Dei (646 leitos), IPO de R$ 1,4 bilhões (mai/21), iniciou sua estratégia de aquisições em julho/21 com a aquisição do Grupo Porto Dias (maior rede privada de hospitais da região Norte), por R$ 1,1 bilhões (R$ 800 milhões pagos com caixa). A Mater Dei teve nos últimos 12 meses (base 2T/21) de receita bruta de R$ 965 milhões (R$ 1,5 milhões/ano/leito) e EBITDA de R$ 249 milhões (25,8%), e em junho tinha caixa líquido de R$ 1,1 bilhões, o que deve reduzir para R$ 300 milhões com aquisição recente.

A Kora Saúde (1.096 leitos), que já havia adquirido 2 operações entre fevereiro e julho/2021, realizou seu IPO de R$ 770 milhões (ago/21) e anunciou as primeiras aquisições, ainda que tímidas, do hospital são Mateus em Fortaleza e do Instituto de Neurologia de Goiânia. A Kora teve nos últimos 12 meses (base 2T/21) Receita Bruta de de R$ 891 milhões (R$ 810 mil/ ano/ leito) e EBITDA de R$ 167 milhões (18,7%), e em junho/21 tinha dívida líquida equivalente a 10x seu EBITDA, alavancagem considerável que, considerando os recursos do IPO, caiu para 5,7x.

Quando olhamos para o Enterprise Value (valor das ações mais dívida líquida), temos a Rede D’Or avaliada em 28x EBITDA (R$ 16,4 milhões/leito), a Mater Dei avaliada em 26x EBITDA (R$ 10,1 milhões/leito) e a Kora avaliada em 40x EBITDA (R$ 6,1 milhões/leito). As avaliações (R$/leito) das empresas listadas superam múltiplas vezes o valor de aquisição por leito das empresas adquiridas, que em média, analisando as principais aquisições do setor desde 2010, foi de R$ 1,5 milhões por leito. A tese de consolidação parece fazer sentido, uma vez que, além dos benefícios da diluição de custos e ganhos de sinergia, tem como vantagem a arbitragem de múltiplos (comprar barato e “vender” caro). Os elevados múltiplos das listadas carregam uma expectativa do mercado, de aumento substancial do fluxo de caixa livre nos próximos anos, que precisa ser comprovado na prática, com a entrega de retornos sobre o capital investido pelos acionistas.

Comparando as 3 empresas, alguns pontos me chamam a atenção: (i) elevada alavancagem da Kora, que limita sua capacidade de crescimento com dívida. O crescimento via aquisição precisaria ser financiado com equity num possível follow on (nova emissão de ações), entretanto, o valuation da empresa já está consideravelmente superior às demais comparáveis, o que provavelmente forcaria uma captação com diluição maior dos acionistas atuais, ainda, sua Receita e EBITDA por leito são bem menores do que seus comparáveis; (ii) apesar de ser 20x maior que a Mater Dei, e possuir receita por leito também maior, a Rede D’Or tem EBITDA/Receita Bruta ligeiramente menor, o que me leva a conclusão que podem existir ainda sinergias a serem capturadas pela Rede D’Or em suas aquisições; e (iii) a Mater Dei possui caixa líquido, e possibilidade de alavancagem saudável, ou seja cerca de R$ 1,0 bilhão adicionais que lhe permitiriam adquirir cerca de 700 leitos adicionais (considerando os 388 leitos adquiridos recentemente, a empresa aumentaria em 157% seu número de leitos), que, considerando o “spread” entre o múltiplo atual e o múltiplo médio de aquisição do setor, podem gerar valor interessante.

Saliento alguns pontos de cautela: (i) os múltiplos de avaliação por leito adquirido tenderão a aumentar no futuro tornando as aquisições mais caras, (ii) os desafios da integração/ consolidação de operações, que não são fáceis, portanto, considerar com parcimônia os ganhos de sinergia; e (iii) levar em conta que o ano de 2021 foi favorável aos operadores hospitalares, dada a 2ª onda do Covid. Houve melhora dos resultados de curto prazo. Assim, assim recomendo uma análise mais detalhada, desconsiderando o efeito não-recorrente, para determinação do um fluxo de caixa de longo prazo, dado que o lucro por leito pode cair quando comparado com os últimos 12 meses. Note que os resultados das operadoras de planos de saúde (que são a contraparte dos hospitais), como Hapvida/GDNI/Bradesco/Sul América, tiveram queda abrupta nos lucros dos no mesmo período.

A presente análise foi realizada com informações disponíveis publicamente, não sendo recomendação de aquisição ou investimento. Avaliações bem mais aprofundadas se fazem necessárias afim de tomadas de decisão.


Estevão Seccatto Rocha é professor de Turnaround na FIA Business School. Engenheiro naval (Poli/USP), extensão em economia (Harvard), finanças e marketing (FEA/USP), tecnologia (Singularty University), mestrando (University of Liverpool). Foi head global de M&A da Atento (NYSE), reestruturador de empresas pela KPMG e IVIX , diretor da G4S (LSE) e associado no private equity Artesia. Assessorou mais de uma centena de empresas

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Artigo – Saúde dependerá do grau da maturidade digital de hospitais, clínicas e laboratórios


 14/12/2021


Em 2022, a ênfase em saúde digital será mais forte do que nunca, no Brasil e no mundo. Estudo da Organização Mundial da Saúde  mostra que até 2025, a integração entre medicina e tecnologia será crítica para garantir a entrega de serviços de saúde a todas as populações, em todos os países. Pesquisa da empresa de digital health Zebra Technologies divulgada em novembro de 2021 entra nos detalhes dessa jornada. Esse levantamento foi feito a partir de 1532 entrevistas com profissionais de saúde e de TI de dez países, incluindo o Brasil (305 das respostas). Cinco áreas são as que mais preocupam as pessoas que trabalham com saúde: monitoração remota dos pacientes por meio de dispositivos IoT, melhoria contínua das condições da telemedicina (consultas virtuais baseadas em videoconferência), uso de recursos de inteligência artificial e Big Data para analisar dados e suportar pesquisas, promover a interoperabilidade entre diferentes plataformas/tecnologias de saúde e, finalmente, usar recursos de nuvem de forma segura (privacidade de dados).

A inovação em medicina passa, necessariamente, pela disseminação do uso de tecnologias cada vez mais avançadas e disruptivas. Isso é feito dentro de uma visão colaborativa em que a infraestrutura digital garante a conexão entre profissionais de saúde localizados em diferentes instituições, cidades, países.

Orçamentos reduzidos

O outro lado desse quadro diz respeito às condições reais enfrentadas pelo setor de saúde em relação à essa evolução. Pesquisa realizada pelo Gartner no final de 2020 com 1000 CIOs de várias verticais e 64 países – incluindo líderes brasileiros de tecnologia da vertical saúde – revela que 41% dos CIOs do setor de saúde disseram que enfrentam, ano após ano, reduções em seus orçamentos.

O quadro fica ainda mais complexo quando se analisa os desafios trazidos pela relação entre a extensão geográfica do Brasil e a real oferta de profissionais de saúde.  Dados do Conselho Federal de Enfermagem de março de 2021 indicam que o Brasil conta com 6.649.307 profissionais de saúde – médicos, enfermeiros e técnicos de saúde. Esse contingente está distribuído de forma não homogênea pelo país. Segundo o Conselho Federal de Medicinal, o país conta com 1 médico para cada 470 habitantes. Nas regiões Norte e Nordeste, porém, a quantidade chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente.

A pandemia acelerou o uso de soluções de saúde digital em todo o país, representando uma solução inovadora para esse quadro.

É nesse contexto que, em 2022, torna-se premente prevenir as falhas na gestão dos ambientes digitais de hospitais, clínicas e laboratórios. A meta é incluir os recursos digitais da organização de saúde dentro de uma visão de governança que trabalhe pela continuidade dos processos, a favor da vida.

Heterogeneidade dos ambientes de saúde traz desafios ao gestor

Muitas das dificuldades são causadas pela profunda heterogeneidade dos dispositivos e plataformas digitais utilizados no setor de saúde. São tecnologias que nasceram proprietárias e, muitas vezes, sem conectores para o ambiente de TI. Essa realidade faz de um hospital, por exemplo, uma colcha de retalhos de protocolos e tecnologias díspares.

Um médico pode, por exemplo, ter problemas para acessar as imagens de raios X em seu tablet, durante uma visita ao leito do paciente. Diante dessa falha, o profissional pode ligar inicialmente para a estação de raios X, pedindo ajuda. Se a indisponibilidade continuar, é provável que o médico tenha de acessar o Service Desk da TI do hospital. Nesse momento, o profissional do Service Desk irá checar as condições do PACS (SACI – Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens). Se nenhum erro for identificado, é possível que o chamado escale dentro da TI – será necessário realizar checagens sobre a rede e os sistemas de TI, como bancos de dados, sistemas de armazenamento, servidores, rede e WLAN. Quando o erro que impede o médico de trabalhar é finalmente identificado e corrigido, diversos departamentos e numerosos sistemas proprietários de diversos setores terão sido envolvidos.

Isso é o oposto do que acontece com a organização de saúde que utiliza uma plataforma de monitoramento “White Label” que integra em uma única interface todos os dados de todos os dispositivos e sistemas hospitalares e de TI. Com isso, a área de TI conseguirá contar com um ponto central de monitoramento de todo o seu ambiente digital. Quando for necessário, poderá configurar dashboards específicos para profissionais de saúde que precisam ter uma visão detalhada do que se passe em seu setor, em cada uma das tecnologias digitais em uso.

Falhas digitais afetam o atendimento ao paciente

Além de evitar danos causados ​​por interrupções e perdas de desempenho, o monitoramento pode desempenhar um papel importante em ajudar a organização de saúde a economizar dinheiro: o monitoramento de longo prazo otimiza as infraestruturas de TI e o tempo dos profissionais desta área. Uma solução de monitoramento para um hospital inteiro, por exemplo, unifica o cenário dos aplicativos e libera os experts em TI para se focar em inovação.

Para isso, a plataforma precisa ser fácil de usar e, acima de tudo, oferecer a possibilidade de preparar claramente as informações certas para as pessoas certas – incluindo médicos –, alertando as pessoas relevantes de maneira direcionada e usando mecanismos de escalação para garantir que nenhum alarme passe despercebido.

Sem a correta resolução dos desafios de monitoração da ultracrítica vertical saúde, a maturidade digital da organização de saúde fica fragilizada e o atendimento aos pacientes, também.

Privacidade de dados

É importante, ainda, que a solução de monitoramento escolhida não possa acessar dados de pacientes diretamente, mas somente registrar o status dos dispositivos ou as informações acerca do transporte e armazenamento dos dados. Dessa maneira, a organização de saúde trabalhará alinhada à LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados.

Às vésperas de 2022, é fundamental elevar o grau da maturidade digital de hospitais, clínicas e laboratórios. Simplesmente não é mais possível falar de saúde e não falar de saúde digital. Quanto mais sólida e monitorada a base tecnológica desse setor, melhor será a saúde do brasileiro.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Einstein inaugura graduação em Administração de Organizações de Saúde


 14/12/2021

A Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) acaba de lançar a nova graduação em Administração de Organizações de Saúde, que formará um profissional multidisciplinar habilitado para trabalhar em diversas frentes da Administração. Serão oferecidas 70 vagas ao ano, e a previsão é que as inscrições comecem no segundo semestre de 2022, com duas possibilidades de ingresso: por meio de vestibular e submissão da nota do Enem.

A nova graduação em Administração do Einstein se destaca dos cursos já disponíveis no país, pois une diferentes frentes – desde as temáticas gerais, como Gestão e Estratégia, BI (Business Intelligence) & Data Science, Inovação e Empreendedorismo, Transformação Digital até as questões mais específicas do setor, como políticas públicas em saúde, acesso à saúde e economia da saúde.

“O curso formará administradores aptos a liderarem qualquer organização, do setor público ou privado”, explica João Paulo Bittencourt, coordenador da nova graduação. No entanto, o foco em saúde permite ao estudante mergulhar e vivenciar quase mil horas de prática em sua formação dentro do próprio sistema Einstein, que inclui 27 unidades no setor público e 13 unidades no setor privado.

“Organizações de saúde estão entre as mais complexas que existem. Para garantir uma formação que permita administrá-las, é necessário um longo período. Nesse sentido, nosso curso traz mais um diferencial: é como se o aluno adquirisse dez anos de bagagem em apenas quatro”, afirma Bittencourt.

Para o coordenador, a experiência prática supervisionada é fundamental para o desenvolvimento de gestores que atuam em setores complexos. Desde o primeiro ano, o aluno terá a oportunidade de planejar e executar programas de intervenção – ou seja, vai a campo para aplicar projetos que visam beneficiar a sociedade, seja em hospitais, unidades de pronto atendimento (UPAs), unidades de assistência médica ambulatorial (AMAs) ou ainda em unidades básicas de saúde (UBSs) que o Einstein administra na zona Sul paulistana.

A empregabilidade é tradicionalmente forte na área da saúde. Entre 2010 a 2019, mais de 820 mil empregos formais foram gerados no Brasil apenas no setor privado; no ano de 2020, mais 111 mil. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). E a pujança do setor de saúde também se traduz na economia, movimentando quase 10% do PIB brasileiro.

“O setor continuará em alta, com demandas geradas por fatores como envelhecimento populacional, doenças crônicas, saúde mental e a busca por uma vida cada vez mais saudável. Da nossa parte, precisamos formar empreendedores e líderes para esse cenário”, diz Bittencourt.

Outro grande diferencial em relação a cursos de Administração em outras instituições é a gestão de carreira, oferecida para cada aluno do curso, individualmente. A avaliação e a orientação considerarão o desempenho não só acadêmico, mas também entre os colegas e na resolução dos problemas em campo. Assim, o curso oferece avaliação 360º a todos os estudantes, desde o primeiro ano.

Para colocar o conhecimento em prática, os alunos também poderão atuar na empresa júnior. Apadrinhados pela Consultoria do Einstein, os alunos poderão implementar soluções e melhorias em operações e gestão em instituições de saúde do Brasil e até mesmo do exterior.

Alexandre Holthausen, diretor-superintendente de Ensino do Einstein, explica que a instituição ganhou espaço e relevância ao contribuir já por mais de três décadas com a educação na área da saúde do Brasil. “Tudo o que o Einstein se propõe a fazer, faz com excelência. Essa é uma premissa que se desdobra em todas as dimensões. Por meio do curso de Administração, vamos transmitir toda a expertise de gestão que adquirimos nos setores público e privado, e formaremos os líderes do futuro na área saúde, preparados para gerir organizações, mobilizar times, administrar crises e capazes de contribuir com o crescimento desse setor tão complexo e fundamental para o país”, diz Holthausen.

Para conhecer mais sobre a novidade, basta acessar o link.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

AMB apresenta propostas para reorganização do sistema de saúde do Brasil


 13/12/2021


Quatro meses após o pré-lançamento, em 3 de agosto, da Aliança pela Saúde no Brasil (ASB), a Associação Médica Brasileira (AMB) realiza nesta segunda-feira (13), a partir de 13h, a 1ª Oficina de Debates ASB.

Os cidadãos, médicos, imprensa, enfim, todos nós, teremos conhecimento de um rol de proposituras para a qualificação da assistência aos pacientes, das relações entre todos os entes da saúde e da reorganização dos sistemas público e privado.

As propostas são resultado de intenso trabalho, levado adiante em sintonia com instituições de diversos setores da sociedade civil, como Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Fiesp, Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Fecomercio, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Instituto Ethos e Sindusfarma, entre outras.

Uma nova saúde AMB – ASB

Os seguintes eixos serão propostos na Oficina de hoje, como indicadores de redesenho do sistema de saúde, iniciando um processo de aprofundamento de discussões que seguirá até o início de 2022:

1.         Formulação de um plano nacional conjunto entre os sistemas público e privado para provimento de equipes de saúde com médicos para áreas remotas e periferias das grandes cidades;

2.       Constituição de um Fórum Permanente de debates para atualização dos Currículos das Faculdades de Medicina do Brasil em diálogo com a experiência internacional diante dos desafios do século XXI;

3.       Elaboração de um plano de prevenção da violência e promoção da cultura da paz nas escolas médicas;

4.       Desenho de uma proposta instituindo a carreira médica como carreira de estado, contemplando participação tripartite no financiamento, provimento, na seleção, contratação, formação profissional e gestão descentralizada;

5.       Elaboração de uma política integrada de gestão de pessoas, destacando o fortalecimento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e a proposta de desenvolvimento de competências e conteúdos voltados para a gestão de emergências sanitárias;

6.       Realização de mapeamento da alta gestão em saúde para incrementar a diversidade na liderança do setor.

Detalhamentos e debates

Durante a 1ª Oficina ASB, contribuirão para a discussão e aperfeiçoamento necessários, nomes que são referências do campo da saúde, como Gonzalo Vecina Neto, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Zanetta, da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Milena Pavan Serafin, da Administração Pública da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP, e Marco Akerman, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Essencial registrar que, na oportunidade, haverá ainda o detalhamento do Plano de Governança e Ação da ASB, além da constituição da Rede Executiva da Aliança, cujo papel, a partir de então, será elaborar o programa mínimo para a saúde do Brasil, que será finalizado ainda nos primeiros meses de 2022, com vistas a ser parâmetro já dos debates do processo eleitoral aos cargos majoritários e parlamentares.

O presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, abrirá e coordenará a polêmica. Ele reitera que o foco da ASB é 100% a assistência de qualidade aos cidadãos do Brasil. Daí a bem-sucedida união de formas centrada em uma visão cidadã sem quaisquer ranços partidários, políticos ou ideológicos.

Em construção um novo projeto de saúde para o país

A Associação Médica Brasileira (AMB) dá novo e importante passo para a construção de um pacto social para a saúde no país, em conjunto e sintonia com forças representativas de distintos segmentos da sociedade civil: Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Fiesp, Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Fecomercio, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Instituto Ethos e Sindusfarma, entre outras.

Em 13 de dezembro realizará oficina de debates da Aliança pela Saúde do Brasil (ASB), que, desde o lançamento, em agosto de 2021, congrega todo esse leque plural de instituições.

O grupo reúne esforços na construção de um programa mínimo que possibilite, na prática, a efetivação de políticas públicas no Sistema Único de Saúde que “visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, conforme estabelece o artigo 196 da Constituição Federal.

Na oficina de 13 de dezembro, a ASB detalhará seu Plano de Governança e Ação, realizando ainda breve balanço dos primeiros meses de trabalho. Contribuirão para a discussão, referências do campo da saúde como Gonzalo Vecina Neto, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ana Maria Malik, professora titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sérgio Zanetta, da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Milena Pavan Serafin, da Administração Pública da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP, e Marco Akerman, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Essencial registrar que, na oportunidade, será constituída a Rede Executiva da ASB, cujo papel, a partir de então, é elaborar o programa mínimo para a saúde do Brasil, que será finalizado ainda nos primeiros meses de 2022, com vistas a ser parâmetro já dos debates do processo eleitoral aos cargos majoritários e parlamentares.

O presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, abrirá e coordenará a polêmica. Ele reitera que o foco da ASB é 100% a assistência de qualidade aos cidadãos do Brasil. Daí a bem-sucedida união de formas centrada em uma visão cidadã sem quaisquer ranços partidários, políticos ou ideológicos.

A transmissão das discussões será no Canal Oficial da AMB no YouTube: www.youtube.com/c/AMBoficial. Confira a grade da Oficina.

Programação:

13h – Abertura

Dr. César Eduardo Fernandes – Presidente da AMB

13h15 – Plano de Governança e de Ação da ASB

Milena Pavan Serafin – Professora de Administração Pública da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP.

Marcia Bandini – Professora do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.

Marco Akerman – Professor do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP

14h – Debate sobre as Propostas da ASB

Debatedores:

Gonzalo Vecina Neto – Professor do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Ana Maria Malik – Professora Titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Sérgio Zanetta – Professor da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo

15h30 – Intervalo

15h45 – Contribuições dos Participantes

Moderadores:

Dr. César Eduardo Fernandes – Presidente da AMB

Dra. Luciana Rodrigues Silva – 1ª Vice-Presidente da AMB

17h45 – Constituição da Rede Executiva da ASB

Dr. César Eduardo Fernandes – Presidente da AMB

18h15 – Encerramento

Dr. César Eduardo Fernandes – Presidente da AMB

 

sábado, 11 de dezembro de 2021

Instituto de Oncologia do Paraná e Hospital Marcelino Champagnat formalizam parceria em Curitiba


 10/12/2021


A incidência de câncer vem aumentando no Brasil. Some-se a isso a pandemia da Covid-19 que assola o país desde 2020 e temos o cenário perfeito para um boom de novos casos de câncer, uma vez que muitas pessoas deixaram de realizar os exames periódicos com medo da infecção pelo vírus.

Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para o triênio 2020-2202 cerca de 625 mil novos casos, mas esses números devem crescer 40%. No mundo, os dados mostram que são esperados 28,4 milhões de novos casos de câncer em 2040, um aumento de aproximadamente 47% em relação a 2020 – informações da Global Cancer Statistics 2020 (Globocan).

Os números apontam para esta realidade e é preciso estar preparado para oferecer cuidados que vão desde a prevenção, passando pelo diagnóstico até o tratamento personalizado. O Hospital Marcelino Champagnat (HMC) e o Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), em uma recém-estabelecida parceria, trazem à população uma área destinada exclusivamente à oncologia dentro do Hospital, que já estará em funcionamento a partir do dia 13 de dezembro  com as infusões de quimioterapia.

Juntos para somar e oferecer atendimento integral de excelência

A oncologia é uma especialidade que apresentou uma grande evolução nos últimos tempos. Da quimioterapia, passou a contar com anticorpos monoclonais, imunoterapia, exames moleculares, terapia-alvo, medicina personalizada. Os tratamentos eficazes contra o câncer também evoluíram, assim como a capacidade da medicina em se obter um diagnóstico cada vez mais precoce. Oferecer oncologia de ponta é uma das propostas da parceria entre o Instituto de Oncologia do Paraná e o Hospital Marcelino Champagnat.

“O Instituto de Oncologia do Paraná tem um know-how de 26 anos no tratamento do câncer e agora, com a parceria com o Hospital Marcelino Champagnat, vamos entregar mais e melhor. Os pacientes poderão contar com toda a estrutura do hospital, da prevenção ao tratamento, de exames à internação, dentro do que chamamos de atendimento integral, com qualidade, humanização e foco total no bem-estar do paciente, pontos fortes em comum das duas instituições”, cita Ronaldo Amorim, CEO do Grupo IOP.

“A parceria tem como objetivo a integração da medicina preventiva, consultoria diagnóstica, exames, quimioterapia, radioterapia, cirurgia, somada com a estrutura moderna, tecnologia de ponta para ofertar além do cuidado integral o cuidado humanizado na área oncológica”, afirma José Octávio Leme, diretor do hospital.

A área oncológica está situada no terceiro e quarto andares do hospital, contando com setor de quimioterapia – são 13 boxes destinados a infusões e mais três leitos disponíveis aos pacientes –, consultórios para corpo clínico e equipe multidisciplinar.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

5 tendências em tecnologia que vão impactar o setor de saúde em 2022

 

10/12/2021


A tecnologia e a digitalização estão cada vez mais presentes na vida de gestores e profissionais da saúde. A pandemia gerou uma revolução nas práticas clínicas e na gestão hospitalar, acelerando o uso de soluções tecnológicas robustas e modernas. Mas esse movimento não deve parar por aí, já que existe a previsão de que o mercado de TI voltado à saúde continue em crescimento.

De acordo com o relatório Future of Healthcare Report, que analisa o setor e as previsões para os próximos anos, mais de 50% dos consumidores estão interessados em soluções virtuais, como a telemedicina. Isso indica a necessidade de que os profissionais continuem investindo em inovação tecnológica para melhorar o atendimento aos pacientes e aumentar a eficiência de processos e tratamentos.

“A ascensão das soluções digitais foi fundamental durante a pandemia. Esse cenário não só expôs velhas falhas dos sistemas como reforçou a necessidade de inovações baseadas na tecnologia para atender a demandas que, até então, não pareciam urgentes”, comenta Luis Barros, gerente de Marketing e de Inteligência de Mercado da MV.

A MV, líder no desenvolvimento de softwares para a saúde na América Latina, traz algumas considerações sobre quais devem ser as tendências no setor da saúde, aliado à tecnologia, no próximo ano.

Estratégia omnichannel 

Segundo uma pesquisa da McKinsey, realizada com 7.500 consumidores em 6 países, 79% dos entrevistados demonstraram uma grande preocupação com o próprio bem-estar. Dentro desse índice, os entrevistados comentaram que o uso de dispositivos médicos, acesso a serviços remotos e rastreadores de atividade física e sono, por exemplo, contribuem para a sensação de que cuidam melhor da si mesmos

A necessidade de se adaptar para atuar em múltiplos canais será a chance das empresas aproveitarem um mercado em expansão, conquistando a confiança de pacientes e contribuindo para sua saúde.

Telemedicina 

Se, durante a pandemia, o número de atendimentos remotos já registrou um crescimento considerável, nada indica que vá voltar ao patamar anterior. Conforme um levantamento feito pela PwC Consultoria, 91% dos entrevistados usaram atendimento virtual por vídeo ao longo dos dois últimos anos e fariam isso novamente, confirmando que essa solução deve se consolidar a partir de 2022. Mas, além de se preocupar com o aprimoramento da conectividade para ampliar o acesso a esse sistema, é preciso que as empresas de saúde e as equipes médicas continuem protegendo a privacidade e os dados dos pacientes, o que reforça, também, o papel das empresas e soluções em segurança cibernética.

IA e Machine Learning 

A Inteligência Artificial (IA) é capaz de aumentar a produtividade dos serviços de saúde e produzir melhores resultados. Análises de variáveis como sintomas, estilo de vida, idade, status social e outros aspectos podem contribuir para diagnósticos presenciais ou remotos e tratamentos com o auxílio de IA, machine learning big data. Além disso, o uso de IA pode apoiar em uma variedade de áreas, como a administração e assepsia hospitalar.

Outra novidade é a chegada do 5G, que pode otimizar ainda mais a gestão no setor de saúde, a partir do momento em que seja possível oferecer a possibilidade de processamento e análise de uma grande quantidade de dados médicos, auxiliando na tomada de decisões.

A IA também pode ser útil na busca e na redução dos ciclos de desenvolvimento de medicamentos e possíveis tratamentos para doenças existentes, o que gera redução de custos e torna os processos de simulações mais rápidos.

Wearables por toda a parte 

Dispositivos inteligentes – de inaladores a colchões, passando por aparelhos de eletrocardiograma (ECG) e monitores portáteis de frequência cardíaca – auxiliam na prevenção e manejo de doenças crônicas, permitem o acompanhamento remoto de pacientes por equipes médicas e facilitam várias operações, como intercâmbio de dados com software de telemedicina, entre outras vantagens.

A pandemia aumentou não apenas o uso de wearables, mas estimulou o crescimento de plataformas digital-first. Com o uso da tecnologia, os pacientes recebem alertas quando chega a hora de repor os remédios ou de agendar uma consulta. Com a Cloud Computing, o compartilhamento de informações é facilitado e ganha-se em agilidade. Os dados coletados desses devices podem ser úteis no dia a dia e servir como guia em caso de necessidade.

Diferentes realidades 

Realidades virtual, aumentada e mesclada são exemplos de mundos gerados por computador que podem aprimorar de forma significativa a maneira como a medicina é praticada. Isso significa que, por meio dessas simulações, os profissionais de saúde podem planejar operações, terapias e analisar os resultados prováveis de diversos procedimentos.

A tecnologia VR pode ser usada para melhorar uma variedade de tarefas hospitalares, tanto no local quanto eletronicamente. O treinamento cirúrgico, o ensino de alunos com simulações de casos reais e a criação de experiências hospitalares virtuais são exemplos de uso de VR na saúde.

Com a realidade aumentada (AR), é possível melhorar sistemas de telemedicina, fazendo a combinação com os serviços e ferramentas já oferecidos de forma online. A AR também pode ajudar no transporte do paciente, por meio da previsão do itinerário por onde as equipes precisarão passar. Além disso, a tecnologia tem o potencial de melhorar a qualidade da varredura pulmonar dos pacientes, criando uma imagem em tamanho real sobre como o gás se distribui por todo o pulmão. Esse método é capaz de auxiliar na luta contra o Coronavírus, por exemplo.

As soluções de realidade aumentada incluem óculos inteligentes, instrumentos dentários e sensores de veia. Outras ferramentas de AR permitem que os médicos projetem seus dedos na tela de um cirurgião habilitado para AR no local, recebam instruções durante as operações, visualizem modelos 3D e muito mais.

“A expectativa é que, assim como tem ocorrido ao longo dos últimos anos, muitas outras atividades possam ser aprimoradas no meio virtual, com o uso de tecnologias digitais mais eficientes e modernas. Com esse movimento, reformas que levariam uma década para serem implementadas vão ser feitas em poucos meses”, finaliza Luis.