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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O DIRECIONAMENTO NA LIVRE ESCOLHA

Planos de saúde adotam sistema de medicina familiar

Praticada pelo SUS, ideia é fazer paciente passar por triagem antes do especialista

Helio Almeida
Rio - Os programas de medicina da família começaram a chegar aos planos de saúde. Prática já usada pelo SUS, a ideia é o cliente de convênio passar por um médico clínico geral, que fará o primeiro diagnóstico e depois direcioná-lo para um especialista, caso for preciso. No entanto, o usuário não pode ser impedido de procurar um médico de um determinado segmento, alerta especialista em Direito do Consumidor.


Para a advogada Melissa Areal Pires, o plano de saúde não pode impedir o usuário de procurar um profissional de sua preferência
Foto:  Divulgação

Até então com foco na saúde pública, as equipes de medicina da família das operadoras vão atuar em consultas de rotina ou em situações inesperadas, como crises de sinusite e problemas gastrointestinais. O paciente será examinado, medicado e encaminhado a um especialista, em seguida. O registro do prontuário servirá de histórico. A proposta é criar uma relação próxima entre médico e paciente.
A Unimed e a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) já possuem a atenção preliminar. Na Unimed, foi registrado melhora no acompanhamento da rotina de saúde de mais de 100 mil pacientes participantes de programas de Atenção Primária à Saúde. No momento, há duas unidades da Unimed com o sistema já implantado, com possibilidade de expansão para outros estados, como o Rio de Janeiro. A operadora testa há um ano um projeto-piloto, com 1.700 clientes.
“A meta é migrar gradualmente a longo prazopara o modelo de cuidado de Atenção Básica”, disse o coordenador do Centro de Inovação e Qualidade da Unimed, Paulo Borem.

Já a Cassi tem um modelo ainda mais abrangente. Com 700 mil usuários, a Caixa de Assistência mantém o serviço que foi implantado em 65 clínicas no país com equipes de saúde da família. Pelo menos uma vez por ano, os usuários cadastrados são procurados para agendarem consulta preventiva.
Além disso, também podem receber ligações para falar sobre possíveis dificuldades com a dieta ou exercícios, por exemplo. Mas é preciso que os clientes não sejam prejudicados com a demora na triagem.

“A iniciativa é boa, desde que não prejudique o atendimento. Muitos pacientes não têm problemas graves, mas precisam de rapidez no atendimento. E passar por clínico demoraria esse processo”, avalia a advogada Melissa Areal Pires, especialista em Direito do Consumidor. “O plano não pode impedir o usuário de procurar profissional de sua preferência”, ressalta a profissional.

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