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quarta-feira, 30 de julho de 2014

A BRIGA CONTINUA

Crise financeira da Santa Casa vira briga política

Governos trocam farpas e, no final das contas, mais de R$ 70 milhões deixaram de entrar na entidade

Pronto-Socorro Central da Santa Casa / Arquivo/ Diário SP

Por: Lucilene Oliveira
lucilene.oliveira@diariosp.com.br
A grave crise financeira da Santa Casa de São Paulo, que levou ao fechamento do pronto-socorro do hospital na região central da capital paulista por quase 30 horas na semana passada, se tornou pano de fundo para uma briga política e eleitoral entre os governos federal e estadual.
O foco principal não é mais os pacientes que aguardam horas para serem atendidos na entidade, mas sim a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista.
Depois de ser acusado pelo Ministério da Saúde, cujo ex-titular é o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, de não ter repassado cerca de R$ 54 milhões para financiar a Santa Casa em 2013, o secretário estadual da pasta, David Uip, disse que parte dos   números na tabela é falso.
Uip assumiu a secretaria em setembro do ano passado justamente para defender a política de saúde do governador Geraldo Alckmin (PSDB), favorito à reeleição. “Os contratos mostram que o dinheiro foi absolutamente repassado”, disse.
Do outro lado, o ministro Arthur Chioro, sucessor de Padilha, insiste que,  só este ano, São Paulo “deve”  R$ 20,6 milhões à Santa Casa. Uip rebate dizendo que  a tabela apresentada pelo ministério possui “erros grosseiros”. De acordo com ele,  dois repasses mensais  de R$ 3 milhões  foram contabilizadas  em duplicidade. Uma verba adicional  de mais de  R$ 1 milhão, que começou a ser paga em janeiro deste ano, aparece na tabela desde agosto de 2013.
“A tabela compromete duas vezes o mesmo dinheiro, justamente os R$ 72 milhões não repassados”, afirmou Uip. “Estou encaminhando para o ministro   um pedido de  R$ 72 milhões, já que ele falou ter  contabilizado esse repasse.” Horas depois, o ministério reafirmou, em nota, que o repasse, a menos por parte do governo estadual, soma mais de R$ 74 milhões entre “janeiro de 2013  e maio deste ano”. A pasta federal nega que tenha havido duplicidade nas contas e, sobre o valor de mais de R$ 1 milhão por mês, diz que  “o pagamento foi feito  em dezembro retroativo a agosto”.

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