Vivemos em um mundo cada vez
mais conectado e, nos hospitais, a conectividade emerge como um elemento tão
importante quanto os equipamentos e sistemas utilizados no atendimento clínico.
Porém, o conceito de hospital inteligente vai muito além do uso
das plataformas de gestão em telemedicina para o cuidado à distância do
paciente, das cirurgias realizadas com o apoio de robôs, da aplicação da
inteligência artificial para suporte à decisão clínica e do atendimento
informatizado ao paciente.
Tudo o que não está visível aos olhos também pode ser
beneficiado dessa inteligência. É o caso da área de engenharia clínica, que tem
uma grande importância dentro de um hospital, pois é responsável por
gerenciar e manter o parque tecnológico de unidades hospitalares, ou seja,
garantir que todas essas tecnologias utilizadas no atendimento funcionem
perfeitamente.
Isso porque não estamos falando só de um ambiente bem equipado
com tecnologia de ponta, mas de tudo o que está por trás. Todos os sistemas que
suportam essa estrutura precisam ser integrados, trabalhando em conjunto e de
forma dinâmica para que as tecnologias sejam utilizadas com seu máximo
potencial e possam aumentar a segurança do paciente.
Em alguns casos, o paciente não percebe diretamente essas
vantagens proporcionadas, já que muitos dos processos ocorrem internamente ou
na infraestrutura do setor. Aliás, esse é o principal objetivo: que tudo
ocorra da maneira mais imperceptível possível. Porém, é notável o avanço e o
aumento de performance de um estabelecimento cada vez mais conectado.
Isso inclui desde casos simples, como a infraestrutura de
ar-condicionado, ventilação, passando por criticidades moderadas, como
controles de temperaturas em câmaras de conservação, ruídos, até aspectos
críticos como sistemas de energia, água, controle de gases, entre outros.
Falhas em quaisquer um desses sistemas podem ser literalmente fatais e provocar
danos irreversíveis, inclusive à vida dos pacientes.
Porém, segundo a consultoria Gartner, apenas 52% dos hospitais
locais têm um plano de destreza digital, com estratégias efetivas para o uso da
tecnologia no dia a dia. Ou seja, a conectividade ainda não é efetivamente
aplicada na prática, em especial na área de engenharia clínica.
O processo ainda é tradicional e manual na maioria dos
hospitais. Equipes são responsáveis por fazer o monitoramento dos sinais vitais
de todos os equipamentos e de toda a infraestrutura. Uma ronda é feita de
tempos em tempos e anotações são realizadas manualmente. Este processo, além de
moroso, está obviamente sujeito às falhas humanas, imprevistos, atrasos e uma
série de outras intercorrências que podem acontecer no meio do caminho.
A IoT (Internet Of Things)
emerge como uma excelente alternativa. Com ela, é possível ter mais clara a
ideia de onde atuar e também reduzir as manutenções corretivas e, em
contrapartida, ampliar as manutenções preventivas. Isso porque, com o uso de
sensores que coletam dados nos equipamentos e trazem para uma plataforma, é
possível prever qualquer problema.
A boa notícia é que, mais do que uma tendência, essa tecnologia
tem ficado cada vez mais acessível, do ponto de vista financeiro. Tais soluções
podem ser contratadas como serviço, com um CAPEX muito baixo e baseadas em
OPEX. Ou seja, o céu é o limite.
Em suma, quando falamos de um hospital inteligente, estamos falando de sistemas, programas e equipamentos operando em rede, sem falhas ou interrupções, que trazem às instituições de saúde maior foco em eficiência, agilidade, otimizando a rotina, e garantindo mais segurança na operação, economia, e, claro, redução de custos.
Marcelo
Fanganiello é diretor de GetConnect, divisão de
Telemedicina, Integração e Conectividade da Oxy System, que desenvolve
plataformas de gestão em saúde, integrando ferramentas tecnológicas de ponta e
projetos de telemedicina para o mercado, priorizando a humanização
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