05/11/2021
Um estudo publicado no The
Lancet, recentemente, apontou que a pandemia do Covid-19 levou ao
aumento global da depressão e da ansiedade. De acordo com a pesquisa, o aumento
de casos de depressão de 2019 para 2020 foi de 28% e de ansiedade de 26%.
O
problema é que a depressão e a ansiedade, como alguns outros transtornos
mentais, nunca vêm sozinhos. Em muitos casos, há presença de dores crônicas e
outras condições físicas.
Um
estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas
de São Paulo, mostrou que mais da metade das pessoas com transtornos do humor
apresenta dores crônicas.
Para
o médico especialista em acupuntura, Dr. Eduardo Costa Neto, o agravante da
pandemia é que as pessoas ficaram paradas, sem se movimentar.
“Na
verdade, é uma somatória de acontecimentos. Normalmente, quem tem depressão
costuma não ter energia para se exercitar. Com a necessidade de ficar em casa,
a inatividade, certamente, foi ainda maior”.
“Já
para os ansiosos, as dores podem estar relacionadas ao aumento do estresse e da
tensão, já que normalmente quem sofre com a ansiedade acaba sendo mais
agitado”, diz o médico.
Gravidade da dor
As
evidências científicas ao longo dos anos demonstraram que, em geral, quem tem
depressão e ansiedade costuma ter uma percepção maior da dor.
“Isso
quer dizer que o limiar para sentir dor é menor do que na população em geral.
Por outro lado, quem sente dores de forma crônica tem mais risco de desenvolver
transtornos do humor. Portanto, são condições que quase sempre estão
relacionadas”, afirma Neto.
Acupuntura pode ajudar
Nos
últimos anos, a acupuntura ganhou mais espaço no Brasil com a sua inclusão no
Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma terapia integrativa que pode
ajudar a melhorar tanto os sintomas físicos como os emocionais.
“A
acupuntura sempre foi vista como uma terapia voltada para o alívio de dores
devido ao seu mecanismo opiodorrégico. Em outras palavras, o estímulo de pontos
de acupuntura leva a alterações no funcionamento do sistema nervoso central.
Isso, por sua vez, modula a liberação dos neurotransmissores que são essenciais
para a melhora da dor e dos transtornos do humor”, explica Neto.
Técnicas integradas
“Hoje,
é preciso avaliar o paciente como um todo. Algumas técnicas, como a acupuntura,
por exemplo, podem ser usadas juntamente com a medicação. Além disso, todo e
qualquer exercício físico também regula os neurotransmissores envolvidos tanto
nos distúrbios do humor, quanto nas dores em geral”, reforço o especialista.
“Portanto,
agora que estamos em um momento mais tranquilo da pandemia, com o retorno das
atividades profissionais, escolares e sociais, é importante que as pessoas
adotem um estilo de vida mais saudável, incluindo a prática de uma atividade
física e procurem terapias como a acupuntura, por exemplo, para aliviar os
problemas físicos e mentais”, encerra Neto.
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