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domingo, 23 de janeiro de 2022

Acordo entre Saúde e FSFX garante verba para serviços inéditos do SUS no Vale do Aço Mineiro e Região


 21/01/2022


A Fundação São Francisco Xavier, entidade beneficente de assistência social e o Ministério da saúde, firmaram importantes convênios para a melhoria do atendimento aos serviços prestados ao SUS na região do Vale do Aço mineiro. O acordo garantirá uma verba de mais de R$ 6 milhões para a entidade que será destinada a serviços inéditos no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), e no Hospital e Maternidade Vital Brazil, em Timóteo (MG).

Os recursos serão para a compra de um aparelho oncológico, o PET-CT para a Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha e para a realização de uma triagem neonatal auditiva do HMVB.  O Diretor-Presidente da Fundação São Francisco Xavier Salvador Prado Júnior, comenta que a parceria só foi possível graças ao apoio de políticos engajados na causa da entidade. “Tivemos a ajuda dos Senadores Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira. Com essa parceria poderemos proporcionar aos pacientes SUS um acesso inédito a uma tecnologia de ponta”. Depois da fase de cotação e licitação, a expectativa é de que os novos serviços estejam à disposição da população no segundo semestre deste ano.

“É com grande alegria que recebemos a notícia dessa parceria da FSFX com o Ministério da Saúde para a aquisição de um aparelho de PET-CT. É uma tecnologia muito avançada, hoje presente apenas nas capitais e poucos centros oncológicos e raramente disponíveis em centros que atendam a um grande volume do SUS”, comemora Luciano de Souza Viana, médico oncologista da Fundação São Francisco Xavier.

O médico acrescenta. “É um mérito da Fundação e uma conquista de toda região porque coloca à disposição dos pacientes do SUS de nossa responsabilidade a mais moderna ferramenta de diagnóstico que permite avaliar a extensão da doença e a maneira como devemos tratar cada um desses pacientes”.

Inovação

O PET- CT é um dos mais modernos equipamentos utilizados em imagens médicas de última geração, responsável por diagnósticos e segmentos de alta precisão, realizados pela medicina nuclear. Na Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha ele vai possibilitar que pacientes façam um exame mais ágil e eficiente para o diagnóstico precoce do câncer, verificar o desenvolvimento do tumor ou mesmo se há metástase.

O aparelho, também conhecido como PET Scan, faz um scanner do corpo através de uma tomografia por emissão de pósitrons e é capaz de identificar de forma precoce e com muita precisão lesões malignas que não são detectadas pelos exames convencionais.

“Quando aplicamos o PET-CT temos uma extensão da doença presente naquele organismo e para se ter uma ideia do impacto do aparelho nos tratamentos com a utilização dele conseguimos modificar 1/3 dos planejamentos de tratamentos de câncer”, explica o oncologista.

O PET-CT é capaz de ajudar no tratamento do câncer de forma assertiva. “Com ele conseguimos oferecer a melhor oportunidade de tratamento para cada paciente. Isso porque conseguimos analisar a extensão da doença de uma forma muito mais precisa porque permite detectar aquelas lesões que estavam escondidas e que os exames convencionais não evidenciam”.

“É uma grande ferramenta que será incorporada a todo o parque tecnológico da Fundação São Francisco Xavier, do Hospital Márcio Cunha e que representa um grande avanço, ou seja, nós saímos de um patamar que já é muito bom no HMC para a condição de melhores centros de oncologia do país”, ressalta Viana.

Triagem auditiva neonatal

O convênio com o Ministério da Saúde também irá beneficiar a população da cidade de Timóteo e região, no Hospital e Maternidade Vital Brazil. O HMVB passará a contar com um novo serviço de triagem auditiva neonatal: o teste da orelhinha. O teste consiste no   registro das Emissões Otoacústicas Evocadas Auditivas Transientes (EOATs).

“É um método objetivo, relativamente simples, rápido, não invasivo e indolor que é realizado por um fonoaudiólogo. Esse é um exame imprescindível de ser realizado em todas as crianças logo ao nascer, principalmente naquelas que nascem com algum tipo de problema auditivo. Estudos indicam que um bebê que tenha um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver uma linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte. O grande problema é que a maioria dos diagnósticos de perda auditiva em crianças acontece muito tardiamente, com três ou quatro anos, quando o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança está seriamente comprometido”, explica a fonoaudióloga do HMVB, Gilmara Teixeira Panta Duarte.

Segundo a fonoaudióloga, o exame é fundamental para os recém-nascidos da região. “O nosso propósito é detectar o mais precocemente possível as alterações auditivas desde o nascimento em todos os neonatos nascidos no hospital submetidos ao exame, possibilitando assim um diagnóstico efetivo, uma intervenção auditiva assertiva e segura e um tratamento precoce, diminuindo assim um impacto negativo no desenvolvimento da fala e da linguagem do indivíduo”, conclui.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Em lives, especialistas dizem que pandemia expôs importância do farmacêutico clínico


 21/01/2022


Os medicamentos fazem parte do cotidiano dos brasileiros, seja em casa, no trabalho ou no hospital. O país está entre os dez que mais consomem medicamentos no mundo, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia.

Com a pandemia da Covid-19, as discussões sobre essa temática ganharam força, alcançando os ambientes científico e acadêmico, e chegando até a casa dos brasileiros.

Termos como aprovação de vacinas, fase de testes, uso emergencial, eficácia de medicamentos e efeitos adversos, passaram a integrar conversas corriqueiras — e até discussões — entre familiares e amigos.

Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comunicação fácil — por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens — trouxe uma série de opiniões, muitas vezes sem embasamento científico.

A observação do especialista foi realizada durante a palestra “Deliberação de Registros de Medicamentos e Produtos Biológicos no Brasil em Tempos de Pandemia”, que abriu a quarta edição da Semana de Farmácia Hospitalar da Pró-Saúde.

A entidade, uma das maiores no ramo em que atua, promoveu uma série de lives, entre os dias 17 e 21 de janeiro, para celebrar o Dia do Farmacêutico (20), que contaram com a participação de profissionais de referência, levando informação qualificada para pessoas e profissionais da área em todo o Brasil.

“Diante da situação de calamidade, a Anvisa criou mecanismos regulatórios, que não abriram mão de qualidade ou eficácia, para garantir que esses produtos chegassem o mais rápido possível para a população”, explicou Gustavo. Um dos exemplos, é a autorização de uso emergencial de vacinas.

Já Helaine Capucho, gerente de Farmacovigilância da Anvisa, apresentou um dado surpreendente: Na pandemia, houve um aumento superior a 1.000% da  participação do cidadão nas notificações para a Anvisa, sobre reações adversas.

A farmacovigilância, tema central da sua participação no segundo dia do evento, existe desde a década de 60, para monitorar o uso dos medicamentos em diferentes populações.

“Nosso trabalho de vigilância não é algo que surgiu agora com a pandemia, mas essa participação da população é recente e muito positiva”, destacou.

No terceiro dia, Lívia Maria Gonçalves Barbosa, especialista em Farmácia Clínica, abordou outro tema relevante para o momento de pandemia, o gerenciamento dos medicamentos.

No contexto em que vivemos, o ponto central, segundo Lívia, é a redução de desperdício e a atuação do farmacêutico clínico na adoção de estratégias para buscar também melhores desfechos e experiências.

“Isso é valor em saúde. Durante a pandemia, onde lidamos com muitos casos de desabastecimentos no mercado, o gerenciamento dos medicamentos se mostrou vital para manutenção dos atendimentos”, ressaltou.

Já com foco na parte assistencial das unidades de saúde, Daniela Cristina Santos, pesquisadora no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, abordou questões voltadas para a segurança do paciente, uma vez  que os medicamentos são a principal causa de danos evitáveis.

Para ela, “o papel fundamental do farmacêutico, quando falamos em segurança do paciente, é avaliar o cenário da unidade. Em cada perfil assistencial temos medicamentos com alto risco em evidência”.

Ao abordar a importância dos protocolos, a especialista,  que atua na gestão dos projetos de saúde do Proadi-SUS, deixou uma mensagem simples e poderosa: Tem que ser fácil fazer o certo.

“A chave é reduzir a distância entre o que existe no papel e o que acontece no mundo real. Ou seja, colocar os protocolos em prática, de forma simples”, explicou.

Ainda segundo Daniela, a comunicação efetiva é uma das principais estratégias de segurança. “O farmacêutico não pode atuar de forma isolada. É preciso uma sinergia entre todos os setores para um melhor resultado”, complementou.

No enceramento, Marinei Ricieri, professora universitária e consultora, alertou para outra situação pandêmica, “a resistência antimicrobiana, crônica e silenciosa, nos assola desde a década de 50 e é extremamente preocupante no cenário mundial”, alertou.

A profissional abordou o papel do farmacêutico no uso dos antimicrobianos (ATM), segunda classe de medicamentos mais prescrita, e o papel do farmacêutico no stewardship — termo inglês que designa um comportamento ético e responsável na gestão de recursos — de ATM.

Para o diretor corporativo Médico da Pró-Saúde, Fernando Paragó, o evento foi enriquecedor. “Tivemos discussões sobre temas relevantes na farmácia clínica, com alta qualidade técnica, o que contribuiu para o aperfeiçoamento dos nossos colaboradores e, por consequência, no atendimento prestado”, ressaltou.

“Com formato aberto, nosso objetivo foi expandir o acesso e levar informação qualificada para o público que têm interesse em conhecer e aprender sobre a farmácia clínica”, complementou Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica da Pró-Saúde.

Para assistir as palestras completas da quarta edição da Semana de Farmácia da Pró-Saúde, acesse: bit.ly/4SFHYT

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Artigo – Como a tecnologia certa pode ajudar a lidar com a crescente quantidade de dados, trazer mais segurança para pacientes e reduzir custos da assistência médica


 20/01/2022

O sistema de saúde vive em constante pressão por maior eficiência e melhor controle de custos. Embora algumas barreiras tenham sido quebradas nesses últimos anos, ainda existem vários desafios a serem superados, muitos deles relacionados à falta de emprego de tecnologia (na medida certa) para lidar com o elevado volume de informações.

As principais perguntas são: como os hospitais têm trabalhado com a tecnologia para melhorar a disponibilidade da informação para médicos, time de enfermagem, farmacêuticos, de forma a aumentar a segurança do paciente? Como esta informação tem sido utilizada para reduzir os custos dos tratamentos?

Nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 15% da atividade e das despesas hospitalares são decorrentes de eventos adversos. Os erros de medicação são uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde: globalmente, o custo anual associado a isto foi estimado em US$ 42 bilhões. Já no Brasil, R$ 10 bilhões foram consumidos pelos eventos adversos, no ano de 2017, somente na saúde suplementar, segundo a pesquisa mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG).

É nesse cenário que a tecnologia se apresenta como uma forte aliada dos serviços de saúde. Não é mais possível imaginar uma instituição de saúde segura sem recursos de suporte à decisão clínica (CDS “Clinical Decision Support”).  Hoje, o seu emprego está diretamente relacionado à qualidade e segurança assistencial prestada ao paciente. Ela ajuda a padronizar os processos e, ao mesmo tempo, viabilizar um atendimento personalizado, diminuindo erros de diagnósticos e mantendo uma relação mais humanizada. Sem o apoio da tecnologia, por exemplo, um farmacêutico clínico passa várias horas do dia revisando prescrições, ou então, assim como médicos, no caso de dúvidas, tem que recorrer aos livros.

Este tipo de recurso é também fator impactante no que tange à redução de custos e sustentabilidade, que é o segundo maior objetivo de uma instituição de saúde (o primeiro segue sendo a segurança do paciente, obviamente).

A tecnologia atualmente disponível já nos permite oferecer uma ajuda efetiva para estes profissionais. Sabemos o quanto é importante que o médico (durante o atendimento) e o farmacêutico também contem com o apoio de uma solução que concatene e avalie um conjunto de informações, tanto sobre o que está sendo prescrito, como a respeito das condições clínicas; exames mais adequados naquele caso; previsão de alta; abordagens possíveis; dosagens; alergias; duplicidades de drogas; interações medicamentosas; condições genômicas alteradas etc.

Ferramentas de automação e soluções que empregam evidências científicas são cruciais para viabilizar a fármaco segurança e a fármaco economia. Trazer informações relevantes, com aprofundamento sob demanda, validadas cientificamente, estruturadas e confiáveis são fatores para qualidade e segurança, e acima de tudo, sustentabilidade, em especial em sistemas públicos. Ou seja, assegurar simultaneamente aumento de qualidade e redução de custos.

Tecnologias avançadas conseguem mapear todos os dados ao mesmo tempo e ainda criar milhões de combinações, agregando capacidade analítica e oferecendo as melhores respostas para a tomada de decisão do médico. Obviamente, este tipo de transformação digital não é para todos. Inserir tecnologia nas atividades apenas por modismo, sem objetivos claros e sem o apoio do corpo clínico pode trazer muito desconforto, aumentar os custos e piorar a qualidade da assistência. É necessário o autoconhecimento para se obter reais benefícios.

Em suma, as instituições de saúde precisam da tecnologia certa, na médica certa. E é isso que irá responder aos desafios de segurança, custos e de colocar o paciente, sempre, no centro de tudo.


Matheus Q. Barbosa é Gerente de Canais & Alianças para Medi-Span Clinical na Wolters Kluwer, empresa global especialista no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Oncogenética é decisiva na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer


 18/01/2022


Três dos principais tipos de câncer em incidência – mama, próstata e colorretal – têm em comum questões hereditárias importantes. No câncer de mama, por exemplo, 10% dos casos possuem causas hereditárias. Dentro de um universo de 69 mil diagnósticos anuais no país, significa que quase 7 mil mulheres com câncer de mama têm uma causa genética de base. No Centro de Oncologia Campinas, o geneticista Pablo Domingos Rodrigues De Nicola responde por uma especialidade fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, a oncogenética.

Assim como o câncer de mama, cerca de 10% dos tumores de próstata têm componente genético por trás – dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos a cada ano no Brasil. No câncer colorretal, cuja estimativa do Inca é de 41 mil novos casos anuais, de 3% a 5% estão sujeitos fatores genéticos.

Entre suas muitas atribuições, a oncogenética permite identificar pessoas com risco aumentado de desenvolver tumores cancerígenos, a partir da história pessoal, de estudos de históricos familiares e de exames genéticos. “Sabendo qual é a alteração genética, é possível estabelecer os riscos dessa pessoa desenvolver câncer. Estabelecendo os riscos e os órgãos vulneráveis, podemos montar um protocolo de vigilância, de rastreamento do câncer, que permitirá detectar o tumor, caso ocorra, ainda na fase inicial”, detalha Pablo De Nicola.

Outro aspecto importante, aponta, é a existência de tratamentos, com remédios específicos, voltados aos indivíduos que apresentam alteração genética. “Há uma oportunidade de tratamentos mais eficazes, com drogas de última geração, específicas para indivíduos com alterações genéticas.” O protocolo de rastreamento tem algumas diferenças no caso dos que apresentam risco aumentado para a doença. “Enquanto uma pessoa da população geral faz uma colonoscopia a partir dos 50 anos, e repete o exame a cada cinco anos, uma pessoa com alteração genética inicia os exames aos 35 anos, e com intervalo de dois anos”, exemplifica.

A detecção precoce de tumores cancerígenos afeta diretamente o prognóstico. Quanto mais cedo a doença for identificada e tratada, melhores serão as chances de cura e maior poderá ser a sobrevida do paciente. “Hoje sabemos o quanto é importante ter um serviço de genética dentro de um Centro de Referência em Oncologia”, observa.

Histórico

O câncer é definido como uma doença genética, resultado de mutações no DNA das células. A existência de um histórico familiar pode apontar para a predisposição de desenvolver neoplasias, porém, o perfil de risco é traçado a partir de um complexo estudo familiar e de exames laboratoriais. Os testes genéticos, explica Pablo De Nicola, são indicados em situações específicas. “As pessoas que normalmente são encaminhadas para o teste genético são aquelas que têm câncer em idade jovem e as que, ao fazermos o histórico familiar para a doença, que é a árvore genealógica, percebemos a existência de muitas outras pessoas com câncer na família”, confirma.

Para traçar a árvore genealógica, conta, são analisados parentes até de terceiro grau. Tios, primos, sobrinhos, irmãos, netos, avós e pais ajudam a montar o histórico de casos de câncer de uma família. Um número significativo de ocorrências estabelece os níveis de risco para a doença.

A realização de testes genéticos, aconselha o médico, é positiva não só por trazer benefícios à pessoa alvo da avaliação, mas também por ajudar a mitigar os riscos de outros familiares e das próximas gerações.

“Existe, por exemplo, a possibilidade de diagnóstico pré-implantacional. Na fertilização in vitro, o teste genético mostra quais são os embriões que não apresentam alterações genéticas e que posteriormente podem ser implantados. É também uma forma de cessar o ciclo de doença oncológica na família”, orienta. “Outro fator importante é que, quando se faz o teste genético, executamos depois o rastreamento dos familiares para saber se possuem alteração genética. Dessa forma, podemos começar a fazer o rastreamento preventivo de outras pessoas.”

O teste genético, salienta, não é exclusivo dos pacientes oncológicos, embora eles sejam a maioria dos que procuram pelo atendimento. “O geneticista é como se fosse um clínico com quem se faz um check-up. A grande maioria, infelizmente, chega ao geneticista já com o câncer, mas quem tem histórico familiar pode procurar o geneticista. Aqueles que apresentarem alterações genéticas e risco aumentado poderão começar, assim, a fazer as prevenções primária e secundária.” Os exames genéticos são feitos a partir de amostras de sangue e demoram em média 30 dias para ficarem prontos.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Laboratório do Hospital Ernesto Dornelles é certificado com Prêmio de Excelência em Qualidade


 18/01/2022


Pelo terceiro ano consecutivo, o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do Hospital Ernesto Dornelles, de Porto Alegre (RS), recebeu, no último mês, a certificação de Excelência em Qualidade pelo Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). O Programa avalia, anualmente, por meio de testes de proficiência, mais de 5700 laboratórios brasileiros e cerca de 130 instituições de 11 países da América Latina e Europa.

O coordenador do LAC HED, Paulo Alberto Sartori, explica como funciona o processo de certificação. “O PNCQ envia amostras com valor desconhecido para serem testadas por todos os laboratórios. Os resultados são comparados entre si e expressos em percentual de acertos de acordo com as metodologias utilizadas”.

O índice de eficiência do Laboratório do HED foi de 96,04% nos testes realizados entre outubro de 2020 e setembro de 2021. “Estas comparações nos dão a segurança de que os nossos resultados estão de acordo com a maioria dos participantes do programa e que estamos oferecendo um serviço de excelência aos nossos pacientes”.

O Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do HED realiza, em média, cerca de 80 mil exames mensais nos setores de Hematologia, Imunologia, Bioquímica, Urianálise e Bacteriologia, além de prestar atendimento ambulatorial nas unidades de internação e no Serviço de Emergência do hospital.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Hospital Estadual Materno-Infantil promove Campanha do Silêncio


 17/01/2022


Várias pesquisas têm comprovado os efeitos negativos da poluição sonora para a saúde das pessoas em geral, principalmente as que estão internadas nos hospitais. De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído sonoro, (barulho), em hospitais não deveria passar dos 30 a 40 decibéis e pela Norma Brasileira 10152 (NBR 10152), os parâmetros são de 35 a 45 dB na maioria dos  ambientes internos do hospital. Para alertar e conscientizar os colaboradores para a redução de ruídos, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), de Goiânia (GO), iniciou nesta semana, nos dias 13 e 14 de janeiro, a Campanha do Silêncio.

O engenheiro de segurança do trabalho – Marcus Vinícius Freitas e os técnicos de segurança – Maria de Lourdes Souza e Roberto José de Azevedo Júnior, passaram nos setores do hospital, fazendo medição de ruído e orientando as equipes a diminuir a intensidade de fala, colocar celulares no modo vibratório, usar calçados com solados macios, aumentar os cuidados na manipulação de equipamentos, fazer vigilância aos alarmes dos monitores e bombas de infusão de medicamentos, entre outros. “Nosso objetivo é estimular atitudes simples que contribuam para a diminuição do barulho e melhoria da qualidade ambiental nas áreas interna e externa do hospital”, afirmou Roberto.

Rodas de carrinhos estão sendo trocadas para diminuir barulho. Foto: Marilane Correntino

O silêncio traz tranquilidade e relaxamento e quando se trata de um ambiente hospitalar, ele se torna ainda mais importante, pois contribui para a recuperação do paciente e para a concentração dos profissionais da unidade. Por isso, a ação foi aprovada por todos. “Gostei da iniciativa! O silêncio é um ato de respeito dentro do hospital”, disse a técnica de enfermagem, Cleide Adriano. “Importantíssima essa campanha, principalmente no ambiente neonatal. Temos que ter cuidado para fazer o mínimo de barulho possível, já que o silêncio é um remédio para os pacientes”, afirmou a pediatra Áurea Oliveira. “É uma campanha necessária, pois dependendo da intensidade do ruído, pode prejudicar o desenvolvimento neurológico dos recém-nascidos”, destacou a fonoaudióloga, Thaynara Borges.

Segundo o engenheiro do trabalho, alguns locais da unidade como recepção,  refeitório e corredores, em alguns horários distintos, foram detectados picos altos de ruídos, acima do recomendado, chegando a 60 dB. Por isso, além da conscientização, o Sesmt iniciou a troca das rodas dos carrinhos que transportam produtos hospitalares por rodas de silicone. “Vamos disseminar a cultura do silêncio em toda a unidade, durante esses cinco meses. Até chegar em 7 de maio – data que se comemora o Dia do Silêncio -, estaremos trabalhando uma programação especial para combater o excesso de ruído, visando o bem-estar dos pacientes e dos colaboradores”, destacou o engenheiro do trabalho, Marcus Vinícius.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Artigo – A genética e a medicina preditiva são o futuro da saúde


13/01/2022

 

O diagnóstico precoce é o diferencial para a cura ou para melhores respostas terapêuticas aos tratamentos oferecidos aos pacientes. Não há dúvidas quanto a isso. A medicina preditiva permite identificar, por meio de testes genéticos, a predisposição para o desenvolvimento de diversas doenças, além de apontar a origem de certos cânceres, por exemplo. Isso possibilita ao médico fazer o acompanhamento mais próximo, realizar tratamentos mais assertivos e oferecer maior qualidade de vida aos pacientes.

Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, é possível identificar a predisposição genética familiar para o desenvolvimento de alguns cânceres, entre eles o de mama e o de próstata. Também é possível avaliar alterações cromossômicas do bebê antes do nascimento, como as síndromes de Down, Edwards e Patau, e as síndromes de Turner e de Klinefelter, que são alterações dos cromossomos sexuais.

Os testes genéticos também contribuem para o tratamento das doenças raras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 13 milhões de pessoas vivem com alguma enfermidade rara no Brasil e grande parte dessas doenças pode ser identificada por meio de testes genéticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as possibilidades de dar qualidade de vida a esses pacientes. No entanto, a estimativa é de que essas pessoas passem por pelo menos sete médicos até receberem um diagnóstico correto.

Por meio da farmacogenética, também é possível identificar quais fármacos oferecem as melhores respostas terapêuticas para cada paciente. Essa é uma colaboração muito importante para o tratamento da depressão e da ansiedade, já que o índice de falha terapêutica dos antidepressivos oferecidos inicialmente chega a até 50%.

Apesar dessas contribuições valiosas, o número de médicos geneticistas ainda é muito pequeno no Brasil por ser ainda uma especialidade relativamente recente. Atualmente, segundo o estudo Demografia Médica de 2020, apenas 332 profissionais se dedicam à genética, o equivalente a um para cada 1,25 milhão de brasileiros. A recomendação da OMS é que cada país tenha um geneticista para cada 100 mil habitantes, ou seja, temos um déficit de 1.800 profissionais.

Muitos estudantes de medicina sequer têm a oportunidade de conhecer os princípios básicos da genética médica, pois nem sempre as universidades incluem a disciplina na grade curricular. Diversas instituições têm estruturado cursos de especialização para a formação de novos geneticistas. Com o objetivo de contribuir para a formação e desenvolvimento de novos geneticistas, a GeneOne, laboratório de genômica da Dasa, por exemplo, abriu um processo seletivo para o programa de Treinamento em Análise e Classificação de Variantes, com vagas nas áreas de Genética Médica, Patologia Molecular e Biologia Molecular.

Também é necessário que médicos de diferentes especialidades se apropriem da contribuição da genética para oferecer as melhores opções de tratamento, acompanhar de perto os pacientes com predisposição para o desenvolvimento de doenças importantes e para chegar ao diagnóstico o mais breve possível. É importante disseminar esse conhecimento entre a classe médica, pois nem todos encaminham seus pacientes para a realização de aconselhamentos genéticos.

A medicina preditiva é o futuro e a genética é uma aliada importante para que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas.



Michele Migliavacca é geneticista da GeneOne, laboratório de genômica do maior ecossistema de saúde do Brasil, a Dasa, etem hoje sete verticais de atuação: doenças raras e neurologia, oncologia, onco-hematologia, reprodução humana e medicina fetal, cardiologia, farmacogenômica e oftalmologia. Tem uma ampla cobertura, que é a maior do mercado brasileiro, e atuação na América Latina, com operação no Uruguai, Argentina, Colômbia e Chile