plasamed

plasamed

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Artigo – Como a tecnologia certa pode ajudar a lidar com a crescente quantidade de dados, trazer mais segurança para pacientes e reduzir custos da assistência médica


 20/01/2022

O sistema de saúde vive em constante pressão por maior eficiência e melhor controle de custos. Embora algumas barreiras tenham sido quebradas nesses últimos anos, ainda existem vários desafios a serem superados, muitos deles relacionados à falta de emprego de tecnologia (na medida certa) para lidar com o elevado volume de informações.

As principais perguntas são: como os hospitais têm trabalhado com a tecnologia para melhorar a disponibilidade da informação para médicos, time de enfermagem, farmacêuticos, de forma a aumentar a segurança do paciente? Como esta informação tem sido utilizada para reduzir os custos dos tratamentos?

Nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 15% da atividade e das despesas hospitalares são decorrentes de eventos adversos. Os erros de medicação são uma das principais causas de lesões e danos evitáveis nos sistemas de saúde: globalmente, o custo anual associado a isto foi estimado em US$ 42 bilhões. Já no Brasil, R$ 10 bilhões foram consumidos pelos eventos adversos, no ano de 2017, somente na saúde suplementar, segundo a pesquisa mais recente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais (IESS-UFMG).

É nesse cenário que a tecnologia se apresenta como uma forte aliada dos serviços de saúde. Não é mais possível imaginar uma instituição de saúde segura sem recursos de suporte à decisão clínica (CDS “Clinical Decision Support”).  Hoje, o seu emprego está diretamente relacionado à qualidade e segurança assistencial prestada ao paciente. Ela ajuda a padronizar os processos e, ao mesmo tempo, viabilizar um atendimento personalizado, diminuindo erros de diagnósticos e mantendo uma relação mais humanizada. Sem o apoio da tecnologia, por exemplo, um farmacêutico clínico passa várias horas do dia revisando prescrições, ou então, assim como médicos, no caso de dúvidas, tem que recorrer aos livros.

Este tipo de recurso é também fator impactante no que tange à redução de custos e sustentabilidade, que é o segundo maior objetivo de uma instituição de saúde (o primeiro segue sendo a segurança do paciente, obviamente).

A tecnologia atualmente disponível já nos permite oferecer uma ajuda efetiva para estes profissionais. Sabemos o quanto é importante que o médico (durante o atendimento) e o farmacêutico também contem com o apoio de uma solução que concatene e avalie um conjunto de informações, tanto sobre o que está sendo prescrito, como a respeito das condições clínicas; exames mais adequados naquele caso; previsão de alta; abordagens possíveis; dosagens; alergias; duplicidades de drogas; interações medicamentosas; condições genômicas alteradas etc.

Ferramentas de automação e soluções que empregam evidências científicas são cruciais para viabilizar a fármaco segurança e a fármaco economia. Trazer informações relevantes, com aprofundamento sob demanda, validadas cientificamente, estruturadas e confiáveis são fatores para qualidade e segurança, e acima de tudo, sustentabilidade, em especial em sistemas públicos. Ou seja, assegurar simultaneamente aumento de qualidade e redução de custos.

Tecnologias avançadas conseguem mapear todos os dados ao mesmo tempo e ainda criar milhões de combinações, agregando capacidade analítica e oferecendo as melhores respostas para a tomada de decisão do médico. Obviamente, este tipo de transformação digital não é para todos. Inserir tecnologia nas atividades apenas por modismo, sem objetivos claros e sem o apoio do corpo clínico pode trazer muito desconforto, aumentar os custos e piorar a qualidade da assistência. É necessário o autoconhecimento para se obter reais benefícios.

Em suma, as instituições de saúde precisam da tecnologia certa, na médica certa. E é isso que irá responder aos desafios de segurança, custos e de colocar o paciente, sempre, no centro de tudo.


Matheus Q. Barbosa é Gerente de Canais & Alianças para Medi-Span Clinical na Wolters Kluwer, empresa global especialista no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Oncogenética é decisiva na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer


 18/01/2022


Três dos principais tipos de câncer em incidência – mama, próstata e colorretal – têm em comum questões hereditárias importantes. No câncer de mama, por exemplo, 10% dos casos possuem causas hereditárias. Dentro de um universo de 69 mil diagnósticos anuais no país, significa que quase 7 mil mulheres com câncer de mama têm uma causa genética de base. No Centro de Oncologia Campinas, o geneticista Pablo Domingos Rodrigues De Nicola responde por uma especialidade fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, a oncogenética.

Assim como o câncer de mama, cerca de 10% dos tumores de próstata têm componente genético por trás – dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos a cada ano no Brasil. No câncer colorretal, cuja estimativa do Inca é de 41 mil novos casos anuais, de 3% a 5% estão sujeitos fatores genéticos.

Entre suas muitas atribuições, a oncogenética permite identificar pessoas com risco aumentado de desenvolver tumores cancerígenos, a partir da história pessoal, de estudos de históricos familiares e de exames genéticos. “Sabendo qual é a alteração genética, é possível estabelecer os riscos dessa pessoa desenvolver câncer. Estabelecendo os riscos e os órgãos vulneráveis, podemos montar um protocolo de vigilância, de rastreamento do câncer, que permitirá detectar o tumor, caso ocorra, ainda na fase inicial”, detalha Pablo De Nicola.

Outro aspecto importante, aponta, é a existência de tratamentos, com remédios específicos, voltados aos indivíduos que apresentam alteração genética. “Há uma oportunidade de tratamentos mais eficazes, com drogas de última geração, específicas para indivíduos com alterações genéticas.” O protocolo de rastreamento tem algumas diferenças no caso dos que apresentam risco aumentado para a doença. “Enquanto uma pessoa da população geral faz uma colonoscopia a partir dos 50 anos, e repete o exame a cada cinco anos, uma pessoa com alteração genética inicia os exames aos 35 anos, e com intervalo de dois anos”, exemplifica.

A detecção precoce de tumores cancerígenos afeta diretamente o prognóstico. Quanto mais cedo a doença for identificada e tratada, melhores serão as chances de cura e maior poderá ser a sobrevida do paciente. “Hoje sabemos o quanto é importante ter um serviço de genética dentro de um Centro de Referência em Oncologia”, observa.

Histórico

O câncer é definido como uma doença genética, resultado de mutações no DNA das células. A existência de um histórico familiar pode apontar para a predisposição de desenvolver neoplasias, porém, o perfil de risco é traçado a partir de um complexo estudo familiar e de exames laboratoriais. Os testes genéticos, explica Pablo De Nicola, são indicados em situações específicas. “As pessoas que normalmente são encaminhadas para o teste genético são aquelas que têm câncer em idade jovem e as que, ao fazermos o histórico familiar para a doença, que é a árvore genealógica, percebemos a existência de muitas outras pessoas com câncer na família”, confirma.

Para traçar a árvore genealógica, conta, são analisados parentes até de terceiro grau. Tios, primos, sobrinhos, irmãos, netos, avós e pais ajudam a montar o histórico de casos de câncer de uma família. Um número significativo de ocorrências estabelece os níveis de risco para a doença.

A realização de testes genéticos, aconselha o médico, é positiva não só por trazer benefícios à pessoa alvo da avaliação, mas também por ajudar a mitigar os riscos de outros familiares e das próximas gerações.

“Existe, por exemplo, a possibilidade de diagnóstico pré-implantacional. Na fertilização in vitro, o teste genético mostra quais são os embriões que não apresentam alterações genéticas e que posteriormente podem ser implantados. É também uma forma de cessar o ciclo de doença oncológica na família”, orienta. “Outro fator importante é que, quando se faz o teste genético, executamos depois o rastreamento dos familiares para saber se possuem alteração genética. Dessa forma, podemos começar a fazer o rastreamento preventivo de outras pessoas.”

O teste genético, salienta, não é exclusivo dos pacientes oncológicos, embora eles sejam a maioria dos que procuram pelo atendimento. “O geneticista é como se fosse um clínico com quem se faz um check-up. A grande maioria, infelizmente, chega ao geneticista já com o câncer, mas quem tem histórico familiar pode procurar o geneticista. Aqueles que apresentarem alterações genéticas e risco aumentado poderão começar, assim, a fazer as prevenções primária e secundária.” Os exames genéticos são feitos a partir de amostras de sangue e demoram em média 30 dias para ficarem prontos.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Laboratório do Hospital Ernesto Dornelles é certificado com Prêmio de Excelência em Qualidade


 18/01/2022


Pelo terceiro ano consecutivo, o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do Hospital Ernesto Dornelles, de Porto Alegre (RS), recebeu, no último mês, a certificação de Excelência em Qualidade pelo Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). O Programa avalia, anualmente, por meio de testes de proficiência, mais de 5700 laboratórios brasileiros e cerca de 130 instituições de 11 países da América Latina e Europa.

O coordenador do LAC HED, Paulo Alberto Sartori, explica como funciona o processo de certificação. “O PNCQ envia amostras com valor desconhecido para serem testadas por todos os laboratórios. Os resultados são comparados entre si e expressos em percentual de acertos de acordo com as metodologias utilizadas”.

O índice de eficiência do Laboratório do HED foi de 96,04% nos testes realizados entre outubro de 2020 e setembro de 2021. “Estas comparações nos dão a segurança de que os nossos resultados estão de acordo com a maioria dos participantes do programa e que estamos oferecendo um serviço de excelência aos nossos pacientes”.

O Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do HED realiza, em média, cerca de 80 mil exames mensais nos setores de Hematologia, Imunologia, Bioquímica, Urianálise e Bacteriologia, além de prestar atendimento ambulatorial nas unidades de internação e no Serviço de Emergência do hospital.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Hospital Estadual Materno-Infantil promove Campanha do Silêncio


 17/01/2022


Várias pesquisas têm comprovado os efeitos negativos da poluição sonora para a saúde das pessoas em geral, principalmente as que estão internadas nos hospitais. De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído sonoro, (barulho), em hospitais não deveria passar dos 30 a 40 decibéis e pela Norma Brasileira 10152 (NBR 10152), os parâmetros são de 35 a 45 dB na maioria dos  ambientes internos do hospital. Para alertar e conscientizar os colaboradores para a redução de ruídos, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), de Goiânia (GO), iniciou nesta semana, nos dias 13 e 14 de janeiro, a Campanha do Silêncio.

O engenheiro de segurança do trabalho – Marcus Vinícius Freitas e os técnicos de segurança – Maria de Lourdes Souza e Roberto José de Azevedo Júnior, passaram nos setores do hospital, fazendo medição de ruído e orientando as equipes a diminuir a intensidade de fala, colocar celulares no modo vibratório, usar calçados com solados macios, aumentar os cuidados na manipulação de equipamentos, fazer vigilância aos alarmes dos monitores e bombas de infusão de medicamentos, entre outros. “Nosso objetivo é estimular atitudes simples que contribuam para a diminuição do barulho e melhoria da qualidade ambiental nas áreas interna e externa do hospital”, afirmou Roberto.

Rodas de carrinhos estão sendo trocadas para diminuir barulho. Foto: Marilane Correntino

O silêncio traz tranquilidade e relaxamento e quando se trata de um ambiente hospitalar, ele se torna ainda mais importante, pois contribui para a recuperação do paciente e para a concentração dos profissionais da unidade. Por isso, a ação foi aprovada por todos. “Gostei da iniciativa! O silêncio é um ato de respeito dentro do hospital”, disse a técnica de enfermagem, Cleide Adriano. “Importantíssima essa campanha, principalmente no ambiente neonatal. Temos que ter cuidado para fazer o mínimo de barulho possível, já que o silêncio é um remédio para os pacientes”, afirmou a pediatra Áurea Oliveira. “É uma campanha necessária, pois dependendo da intensidade do ruído, pode prejudicar o desenvolvimento neurológico dos recém-nascidos”, destacou a fonoaudióloga, Thaynara Borges.

Segundo o engenheiro do trabalho, alguns locais da unidade como recepção,  refeitório e corredores, em alguns horários distintos, foram detectados picos altos de ruídos, acima do recomendado, chegando a 60 dB. Por isso, além da conscientização, o Sesmt iniciou a troca das rodas dos carrinhos que transportam produtos hospitalares por rodas de silicone. “Vamos disseminar a cultura do silêncio em toda a unidade, durante esses cinco meses. Até chegar em 7 de maio – data que se comemora o Dia do Silêncio -, estaremos trabalhando uma programação especial para combater o excesso de ruído, visando o bem-estar dos pacientes e dos colaboradores”, destacou o engenheiro do trabalho, Marcus Vinícius.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Artigo – A genética e a medicina preditiva são o futuro da saúde


13/01/2022

 

O diagnóstico precoce é o diferencial para a cura ou para melhores respostas terapêuticas aos tratamentos oferecidos aos pacientes. Não há dúvidas quanto a isso. A medicina preditiva permite identificar, por meio de testes genéticos, a predisposição para o desenvolvimento de diversas doenças, além de apontar a origem de certos cânceres, por exemplo. Isso possibilita ao médico fazer o acompanhamento mais próximo, realizar tratamentos mais assertivos e oferecer maior qualidade de vida aos pacientes.

Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, é possível identificar a predisposição genética familiar para o desenvolvimento de alguns cânceres, entre eles o de mama e o de próstata. Também é possível avaliar alterações cromossômicas do bebê antes do nascimento, como as síndromes de Down, Edwards e Patau, e as síndromes de Turner e de Klinefelter, que são alterações dos cromossomos sexuais.

Os testes genéticos também contribuem para o tratamento das doenças raras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 13 milhões de pessoas vivem com alguma enfermidade rara no Brasil e grande parte dessas doenças pode ser identificada por meio de testes genéticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as possibilidades de dar qualidade de vida a esses pacientes. No entanto, a estimativa é de que essas pessoas passem por pelo menos sete médicos até receberem um diagnóstico correto.

Por meio da farmacogenética, também é possível identificar quais fármacos oferecem as melhores respostas terapêuticas para cada paciente. Essa é uma colaboração muito importante para o tratamento da depressão e da ansiedade, já que o índice de falha terapêutica dos antidepressivos oferecidos inicialmente chega a até 50%.

Apesar dessas contribuições valiosas, o número de médicos geneticistas ainda é muito pequeno no Brasil por ser ainda uma especialidade relativamente recente. Atualmente, segundo o estudo Demografia Médica de 2020, apenas 332 profissionais se dedicam à genética, o equivalente a um para cada 1,25 milhão de brasileiros. A recomendação da OMS é que cada país tenha um geneticista para cada 100 mil habitantes, ou seja, temos um déficit de 1.800 profissionais.

Muitos estudantes de medicina sequer têm a oportunidade de conhecer os princípios básicos da genética médica, pois nem sempre as universidades incluem a disciplina na grade curricular. Diversas instituições têm estruturado cursos de especialização para a formação de novos geneticistas. Com o objetivo de contribuir para a formação e desenvolvimento de novos geneticistas, a GeneOne, laboratório de genômica da Dasa, por exemplo, abriu um processo seletivo para o programa de Treinamento em Análise e Classificação de Variantes, com vagas nas áreas de Genética Médica, Patologia Molecular e Biologia Molecular.

Também é necessário que médicos de diferentes especialidades se apropriem da contribuição da genética para oferecer as melhores opções de tratamento, acompanhar de perto os pacientes com predisposição para o desenvolvimento de doenças importantes e para chegar ao diagnóstico o mais breve possível. É importante disseminar esse conhecimento entre a classe médica, pois nem todos encaminham seus pacientes para a realização de aconselhamentos genéticos.

A medicina preditiva é o futuro e a genética é uma aliada importante para que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas.



Michele Migliavacca é geneticista da GeneOne, laboratório de genômica do maior ecossistema de saúde do Brasil, a Dasa, etem hoje sete verticais de atuação: doenças raras e neurologia, oncologia, onco-hematologia, reprodução humana e medicina fetal, cardiologia, farmacogenômica e oftalmologia. Tem uma ampla cobertura, que é a maior do mercado brasileiro, e atuação na América Latina, com operação no Uruguai, Argentina, Colômbia e Chile


quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Laboratórios alertam para ameaça de desabastecimento de insumos para testes de Covid-19


 12/01/2022

A importância da testagem de toda a população para controle epidemiológico e manejo de pacientes em uma pandemia é reconhecida por todos os profissionais de saúde e até mesmo por pacientes. Todavia a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alerta que, assim como em outras partes do mundo,  a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.

A alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da  capacidade produtiva global de testes, tanto de PCR como de antígeno, e se os estoques não forem recompostos rapidamente poderá ocorrer a falta de oferta de exames.

“Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil”, explica o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik. “Não é possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento”, alerta o executivo.

A entidade preparou uma nota técnica para seus associados (abramed.org.br/3006/nota-tecnica-sobre-desabastecimento-de-insumos-para-testes-de-covid-19) recomendando a priorização de pacientes para efetuarem os testes, segundo uma escala de gravidade: “O ideal seria seguirmos testando todo mundo que se expôs de alguma forma, porém, com o cenário que vislumbramos a curto prazo, recomendamos fortemente que sejam submetidos a testes apenas os pacientes que tenham maior gravidade de sintomas, pacientes hospitalizados e cirúrgicos, pessoas no  grupo de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde, e colaboradores de serviços essenciais, cessando a testagem de contactantes, assintomáticos e pessoas com sintomas leves, que devem permanecer em isolamento até que o cenário seja normalizado, deixando a possibilidade de teste para os pacientes mais críticos”, reitera Shcolnik.

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Artigo – O impacto da transformação digital na saúde no mercado PME


 12/01/2022


Nos últimos anos, a digitalização modificou diretamente diversos setores da economia. Na área da saúde, em especial, a pandemia acelerou o processo de transformação digital, viabilizando o desenvolvimento de novas tecnologias, enquanto soluções que já estavam na rotina médica foram aprimoradas. Neste sentido, serviços como telemedicina, prontuários eletrônicos, sistemas inteligentes, plataformas de prescrição digital, e-commerce de medicamentos e gestão de estoque e de suprimentos ganharam força e tornaram-se imprescindíveis no dia a dia das instituições de saúde.

Diante deste cenário, a criação de novas startups voltadas ao segmento cresceu na mesma velocidade em que os investimentos em saúde. De acordo com um levantamento realizado pela Sling Hub, plataforma que analisa dados de startups da América Latina, até o dia 30 de outubro de 2021, o setor de healthtechs captou 344,3 milhões de dólares em investimentos, um aumento de 329% em relação ao ano anterior. Mas, afinal, quais são os impactos que o processo de transformação digital na saúde traz para o mercado de pequenas e médias empresas (PME)?

Principais benefícios da digitalização da saúde no mercado PME

As vantagens da adoção de tecnologias na área da saúde são inúmeras. Por meio delas é possível obter diagnósticos mais precisos, redução de erros, precisão de informações, melhoria no atendimento hospitalar, além de viabilizar uma gestão mais eficiente.

Desta forma, as startups são capazes de desenvolver soluções disruptivas baseadas em tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e Armazenamento em Nuvem, por exemplo, que permitem aos gestores tomarem decisões mais assertivas, a partir de dados e informações precisas. Isto garante mais agilidade e soluções robustas o bastante para solucionar problemas complexos. Neste contexto, pequenas e médias empresas têm mais condições para concorrerem com grandes players do mercado.

O avanço da transformação digital na saúde contribui, ainda, para a democratização de soluções inteligentes, bem como o uso eficiente de suprimentos. Além disso, a digitalização promove a automatização de processos antes manuais, proporcionando a otimização de tempo e maior ganho de produtividade, garantindo, consequentemente, uma entrega mais qualificada para o público final.

O futuro da transformação digital na saúde

É fato que a pandemia causada pela Covid-19 despertou para pacientes, médicos, gestores e líderes de saúde um senso de urgência na aplicação de tecnologias no segmento. Neste contexto, as healthtechs têm como grande desafio promover, cada vez mais, a transformação digital nas pequenas e médias empresas.

A área de compras e estoque das PMEs, por exemplo, podem ser diretamente impactadas por healthtechs que promovem a digitalização deste segmento, uma vez que, ao utilizar um sistema que ajuda a tomar a decisão sobre o que comprar baseado em dados e modelos estatísticos, é possível reduzir a ineficiência de compras e diminuir, consequentemente, o desperdício de dinheiro parado.

A partir disto, o que veremos nos próximos anos para o mercado de PME é a continuidade e o fortalecimento de soluções de gestão, telemedicina e integração de sistemas, ajudando a consolidar soluções digitais que entregam benefícios aos empreendedores na mesma medida em que simplificam o dia a dia do público final.



Dr. Raphael Gordilho é Cofundador da Zaga, healthtech que otimiza processos de gestão de compras e suprimentos na área da saúde.