06/05/2022
No terceiro dia da Medical
Fair em São Paulo, o auditório FBAH recebeu especialistas de fundos de
investimento e operadoras de saúde para discutirem fusões, aquisições e
abertura de capital no setor da saúde. Entre os principais pontos discutidos,
considerando a implantação de modelos individuais, coletivos, vendas de
carteiras e outros, um ativo foi levantado pelos especialistas como fundamental
para o sucesso de fusões, aquisições e abertura de capital: as pessoas.
De acordo com Cátia Horsts, CEO da Rhopen, consultoria de RH,
esse processo começa pelos donos da operação, indo para as lideranças de área
e, por fim, as equipes. “Durante processos de fusões, aquisições e abertura de
capital, os acordos feitos viram contrato jurídico. Mas antes disso há vaidades,
expectativas, sonhos, medos. Ou seja, você chega no momento de lidar com o
principal ativo da sua operação: pessoas. São elas que irão definir o
verdadeiro sucesso da sua nova empresa”, declara a executiva.
Cátia ressalta que, durante esses processos, mais do que
considerar as pessoas chave da companhia que precisam permanecer, é entender
com clareza as condições que a nova operação irá rodar, e como isso irá
impactar as equipes novas e remanescentes. “Costumo dizer que, mais do que
juridicamente bem amarrado, o contrato é bom quando ele não precisa ser tirado
da gaveta. Ou seja: os termos e condições estão claros e bem aplicados à
cultura corporativa”.
Predominância de culturas e
pontos cegos na gestão de pessoas – ainda de acordo com a
especialista, um aspecto fundamental que as empresas precisam considerar na
fusão ou aquisição entre companhias de culturas distintas é como isso será
adequado e refletido para todo o novo negócio. “Há um senso comum de que a
empresa que entra com o maior montante de capital é aquela cuja cultura deve
predominar, e essa é uma ideia bastante equivocada. Nem sempre a organização
que tem a maior fatia financeira da operação apresenta a melhor cultura, e,
portanto, a que deve ser imposta”, destaca. “Sendo as pessoas o principal ativo
dessas operações, é fundamental que as companhias envolvidas trabalhem em
sinergia e definam denominadores comuns que resultem em premissas que gerem um
bom clima organizacional”, acrescenta Cátia.
“Outra frente muitas vezes negligenciada nesses processos é a
gestão operacional de pessoas, aquela zona cinzenta entre a equipe de
Departamento Pessoal e os sistemas. Os executivos que encabeçam esses processos
ficam tão focados nos capitais investidos que deixam de passar o ‘pente fino’
nessa frente e, com isso, acabam perdendo quantias preciosas para a operação da
nova companhia”, finaliza a especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário