09/08/2022
Cirurgiões pediátricos do
Hospital Pequeno Príncipe realizaram, em conjunto com integrantes do Grupo
Cooperativo Multi-institucional Brasileiro, uma cirurgia de correção de
extrofia de cloaca pela técnica de Kelley. A doença é uma malformação rara e
grave em que os órgãos dos tratos genital, urinário e intestinal estão abertos
em uma placa na parede abdominal.
A técnica de Kelley é considera inovadora por reparar o defeito
sem modificar a estrutura da pelve, preservando outros órgãos do corpo humano.
“Um dos diferenciais desse procedimento é fazer a mobilização dos tecidos moles
da região perineal, permitindo que melhore a visualização dos órgãos e,
consequentemente, as condições de incontinência urinária dos pacientes”,
explica o chefe do Serviço de Urologia Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe,
Antonio Carlos Moreira Amarante.
O procedimento foi realizado em um menino de um ano e sete meses
por sete cirurgiões pediátricos especializados em urologia – um deles da
Colômbia – e nove residentes. Outros profissionais do país também puderam
acompanhar a operação por meio de uma transmissão on-line. Além disso,
simultaneamente, outra cirurgia de correção de epispadia era realizada pelo grupo
em Fortaleza.
A cirurgia de alta complexidade foi realizada no dia 30 de julho
e teve duração de nove horas. Desde 2019, o Hospital Pequeno Príncipe realiza
essa técnica, que já beneficiou outras seis crianças. No Brasil, 40 meninas e
meninos passaram pelo procedimento. “A técnica de Kelly tem como benefícios, em
relação às técnicas antigamente usadas, uma exposição melhor das estruturas com
visualização da interação, o que beneficia o paciente em relação à continência
e funcionamento local. Outro benefício é o alongamento peniano e resultados
estéticos mais satisfatórios”, finaliza a cirurgiã pediátrica Karin Schultz, do
Hospital Pequeno Príncipe.
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