24/08/2022
A Associação Brasileira de
Reprodução Assistida (SBRA) divulgou nesta semana uma nota técnica para
orientar as clínicas de reprodução do país na implementação de medidas que
possam minimizar o risco de transmissão da Varíola dos Macacos nos
procedimentos de reprodução assistida. O documento traz, entre outras informações,
a importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos
profissionais de saúde e a necessidade de notificação ao setor de vigilância
epidemiológica. Além disso, a nota conscientiza as equipes médicas em centros
de medicina reprodutiva sobre os fatos, sinais e sintomas da doença.
(Veja
a versão completa AQUI.)
As novas orientações será um dos temas debatidos no 26º
Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA), que tem início no dia 31
de agosto, em São Paulo (SP). Segundo o presidente da SBRA, Dr. Álvaro Pigatto
Ceschin, a nota técnica, assim como o diagnóstico precoce, será importante para
que não haja um aumento exponencial da infecção que possa vir a afetar o número
de procedimentos de reprodução realizados. “No momento, a maioria das pessoas
que adquiriram a doença seria de homens com relações homoafetivas ou com vários
parceiros, é importante ressaltar que a transmissão entre humanos ocorre
principalmente pelo contato pessoal com secreções respiratórias e lesões de
pele de pessoas infectadas, não devendo ser restrita a grupos específicos”,
disse Álvaro.
Além de minimizar o risco de contágio, o documento alerta ainda
para as consequências da infecção durante uma gestação: óbito fetal e o
abortamento espontâneo. A SBRA destaca, contudo, que a relação entre a
gravidade da doença materna e esses desfechos não é clara. O texto explica
também que o contágio da mãe para o feto pode levar à uma virose congênita ou
infecção secundária ao contato nas vias de parto, definindo preocupações
específicas como a vitalidade fetal, e o desfecho materno-fetal propriamente
dito.
Especificamente no que compete à relação da doença com a
Reprodução Humana, a nota informa que o vírus MPX pode ser encontrado no sêmen
e nos fluidos vaginais. De acordo com o Dr. Álvaro, a relação pode interferir
nos procedimentos de reprodução assistida. “Em casos positivos de sinais e
sintomas, assim como de contato definido com portador, abster o atendimento de
reprodução assistida por um período de pelo menos 21 dias, para o infectado,
até a remissão das crostas, quando deixa de infectar”, ressaltou.
Além da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a
nota técnica contou com a participação das Sociedades Latino-americanas de
Reprodução Humana, como a Red Latinoamericana de Reproducción Asistida
(Redlara), Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), Associação de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Associação Brasileira de Embriologistas
em Medicina Reprodutiva e outras doze sociedades sul americanas.
Varíola do Macaco (Monkeypox)
Causada por um vírus, os sinais e sintomas da doença podem durar
entre duas e quatro semanas. A transmissão ocorre principalmente pelo contato
pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas
contaminadas ou objetos infectados. A transmissão por meio de gotículas requer
contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso,
trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior
risco de contaminação. Até o momento, o Brasil confirmou 2.893 casos da varíola
do macaco, além dos 3.555 casos suspeitos, de acordo com o Ministério da Saúde.
26º Congresso de Reprodução
Assistida debate o tema
Um dos temas que será debatido no 26º Congresso Brasileiro de
Reprodução Assistida (CBRA 2022), que ocorre entre os dias 31 de agosto a 3 de
setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP), é a nova
epidemia da Varíola do Macaco. O evento terá mais de 30 palestrantes de
diversos países, como Estados Unidos, Japão, Espanha, Portugal, Argentina,
Alemanha, entre outros, e vai reunir mais de 1200 participantes especialistas
na área da reprodução assistida.
Este ano o evento é presidido pelo especialista em reprodução
humana assistida, Dr. Edson Borges Jr., que explica que o 26º CBRA é um espaço
propício à continuidade das discussões, debates e troca de experiências mais
recentes da comunidade médica. “Contaremos com uma programação elaborada de
forma especial pelo Comitê Científico, com ênfase na Medicina Reprodutiva
contemporânea, atenta aos avanços científico-tecnológicos que causaram
transformações em todas as esferas da sociedade humana”, assegura.
Para mais informações e ficar por dentro de tudo o que vai rolar
no 26º CBRA, acesse sbracongressos.com.br.
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