20/09/2022
Os hospitais têm investido
cada vez mais em tecnologia e procedimentos minimamente invasivos, visando
trazer mais segurança e qualidade, com uma recuperação mais rápida aos
pacientes. Nesse aspecto, umas das especialidades mais beneficiadas é a
cardiologia. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Cardiovascular (SBCCV), são realizadas, por ano no Brasil, aproximadamente 95
mil cirurgias cardíacas. Este número, afetado pela pandemia da Covid-19, está
retomando ao normal, com o auxílio de tecnologias que otimizam o trabalho do
médico e aceleram a recuperação do paciente no pós-operatório, mesmo em casos
mais graves. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 60 mil pacientes
tiveram procedimentos de saúde suspensos ou adiados durante a Covid-19.
Com o propósito de garantir um retorno seguro aos hospitais,
principalmente em pacientes que não podem ser submetidos a cirurgias
tradicionais de tórax aberto, a equipe de cardiologia do Hospital Santa Catarina
– Paulista têm optado pela realização de procedimentos cirúrgicos minimamente
invasivos, com técnicas inovadoras. Recentemente, três cirurgias realizadas na
Instituição se destacaram, devido à complexidade do quadro clínico, idade dos
pacientes e técnicas empregadas.
Uma delas consistiu na instalação de dois stents com válvula
para corrigir a insuficiência tricúspide de um paciente de 65 anos. Uma
operação considerada rara no mundo, com pouco mais de 100 casos. Esses
mecanismos visam impedir o retorno do sangue para a cabeça ou corpo.
Para o procedimento, os médicos optaram pela utilização da
hemodinâmica, exame que identifica deficiências das válvulas e do músculo
cardíaco. E utilizaram o equipamento Azurion, plataforma de terapia guiada por
imagem com exibição 3D, que permite com que o médico observe simultaneamente a
tomografia, o coração do paciente e a simulação do local onde a válvula será
posicionada.
“Esse procedimento é reservado para pacientes de alto risco que
já fizeram outras operações ou têm órgãos com problema. Entre os principais
benefícios estão a rápida recuperação, em comparação com a cirurgia
tradicional, que possibilita alta de 24 a 48 horas, e o fato dela ser
minimamente invasiva. Somado a isso, o tempo de operação é menor, trazendo
benefícios para o médico e o paciente”, afirma o Dr. Diego Gaia, cirurgião
cardiovascular do Hospital Santa Catarina – Paulista.
Cirurgia robótica de grande
porte
Também com foco na segurança e recuperação mais rápida do
paciente, pela primeira vez, o Hospital Santa Catarina – Paulista realizou uma
cirurgia cardíaca de grande porte utilizando o robô Da Vinci Xi, equipamento de
última geração composto por quatro braços robóticos. A operação foi realizada
em uma paciente de 72 anos com quadro de insuficiência cardíaca, causada por
regurgitação tricúspide. A cirurgia consistiu na substituição da válvula
responsável pelo controle do fluxo do sangue no coração, por uma prótese.
Segundo o médico, o Da Vinci Xi já é utilizado na Instituição,
principalmente pelas especialidades da urologia, gastrenterologia e
ginecologia, mas pela primeira vez foi utilizado em uma operação de grande
porte para a cardiologia. “O objetivo da cirurgia robótica é reduzir a
agressividade e a invasão. Na cirurgia convencional, por exemplo, é necessário
abrir a barriga ou tórax do paciente. Com o robô, a mesma cirurgia é feita por
meio de pequenos orifícios menores que 1 cm, no tórax, possibilitando a remoção
da válvula defeituosa e a implantação da prótese”, explica Dr. Gaia.
Entre os principais ganhos para os pacientes estão o menor tempo
de internação, assim como menor risco de sangramento e infecção, cicatriz menor
e o retorno precoce às atividades. “A recuperação de um paciente que faz uma
troca de válvula por robô costuma variar entre uma semana até 10 dias. Sendo
que em uma cirurgia convencional, esse mesmo paciente precisa de 45 a 60 dias
para retornar às atividades normais”, compara o cardiologista.
O robô Da Vinci Xi é controlado pelo cirurgião a partir de um
console, colocado na sala cirúrgica. Para a operação, foi necessária uma equipe
de sete pessoas, todas treinadas fora do Brasil. O Hospital Santa Catarina –
Paulista possui uma das duas equipes no país com permissão para realizar
procedimentos dessa escala.
Equipe instala MitraClip em
paciente com mais de 100 anos
Outro destaque foi a realização de procedimento chamado
MitraClip em um paciente com mais de 100 anos. O MitraClip é um dispositivo que
corrige o vazamento da válvula mitral, unindo as partes defeituosas da mesma.
Introduzido a partir de um vaso sanguíneo localizado na virilha,
o procedimento evita a necessidade de abertura do peito do paciente. Por isso,
é indicado para enfermos que não podem passar por cirurgias mais invasivas.
Segundo o cirurgião cardiovascular do Hospital Santa Catarina —
Paulista, Dr. José Honório Palma, o procedimento foi o primeiro no país
realizado em um paciente com idade tão avançada.
“Por ser minimamente invasivo, o procedimento com o MitraClip
tende a diminuir significativamente o período de recuperação dos pacientes,
para 48 horas”, completa o Dr. Gaia.
A Cura D'Alma
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