23/08/2023
Segundo dados da quarta edição de pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vítimas de violência doméstica no último ano. O valor equivale a, aproximadamente, 236 estádios do Maracanã lotados. Pensando nessas várias mulheres que sofrem com essa situação constantemente e não conseguem denunciar por variados motivos, foi criada a campanha do Agosto Lilás. Esta visa chamar a atenção da sociedade para o enfrentamento à violência doméstica.
Desde setembro de 2022, dentro do Hospital São José, em Teresópolis, existe o Núcleo de Violência Doméstica. Este é integrado apenas por membros da Instituição pertencentes a áreas distintas como: psicólogo, enfermeiro, assistente social, médico etc. O projeto possui o objetivo de acolher colaboradoras e pacientes que estejam sofrendo ou sofreram algum tipo de violência doméstica.
Para ser atendida, a mulher pode buscar contato com os profissionais presencialmente ou através dos telefones disponibilizados em cartazes espalhados pelo hospital. Depois deste primeiro contato, é realizado o acolhimento pela psicóloga e, posteriormente, a vítima é transferida ao serviço social para orientação, onde são realizados os encaminhamentos necessários. Sobre pacientes em atendimento na emergência, é feito de forma imediata o acolhimento e encaminhamento para a equipe multidisciplinar.
“O papel da psicóloga neste momento de dor e impotência é acolher, deixar a vítima segura, acionar as redes responsáveis por sua segurança. Orientá-la quanto a importância do acompanhamento psicológico na melhora da sua autoestima e autoconfiança, eliminando medos e inseguranças”, explicou Nara Moreno, psicóloga do hospital e voluntária no núcleo.
O Serviço Social atua no atendimento e acolhimento às pacientes e colaboradoras vítimas de violência doméstica. As mulheres são orientadas quanto às medidas protetivas e são realizados encaminhamentos para aos serviços especializados, para que elas possam ter acesso às Políticas Públicas de proteção e acolhimento, promovendo, assim, o exercício dos direitos à sua cidadania.
As assistentes sociais do HSJ, Nathana Esteves e Bárbara Ramos, que participam ativamente do núcleo, comentam sobre um caso que as marcou.
“Um dos integrantes do Núcleo foi acionado após uma colaboradora dar entrada na emergência, após sofrer violência física do seu companheiro. Foi realizada abordagem psicossocial a beira leito. Segundo a vítima, ela havia ido à delegacia abrir um boletim de ocorrência e estava sendo acompanhada por um dos Núcleos de Atendimento à Mulher de Teresópolis. Mas, mesmo assim, disponibilizamos apoio psicológico e realizamos as orientações necessárias. Após a alta hospitalar, a colaboradora continuou sendo acompanhada pelo Núcleo de Violência Doméstica do Hospital São José”, contam.
Um outro meio que o HSJ usa para tentar minimizar essa situação é através de palestras e orientação às colaboradoras.
“Muitas vezes a mulher não consegue perceber que está vivendo uma rotina de violência. Através dessas palestras e conversas, muitas conseguem entender o contexto em que estão vivendo e tomam a atitude de denunciar”, completa Renata Freitas, coordenadora do Núcleo de Violência Doméstica do HSJ.
Além da violência física, imediatamente associada ao tema, os maus tratos podem se manifestar de muitas outras formas. Entre as mais citadas e denunciadas estão as ofensas verbais, perseguição, ameaças de violências físicas, ofensas sexuais, lesão provocada por algum objeto que foi atirado nelas, dentre outras.
Não se cale! Dê um basta à violência contra a mulher!
A Cura D'Alma
Nenhum comentário:
Postar um comentário