03/12/2021
Embora as internações por Covid-19
tenham despencado desde o início da campanha de vacinação, o custo por paciente
com a doença em uma internação UTI está em patamares máximos na pandemia. É o
que aponta estudo da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) a
partir de dados coletados com seis operadoras associadas à entidade, que
representam 25% do total de beneficiários da saúde suplementar.
Os custos por internação Covid-19
(UTI), em setembro/20, estavam em R$ 63.966 em média, por paciente. Após um
ano, esse número saltou para R$ 97.328, valor 52,2% a mais. Em relação a
agosto/21, os valores de setembro/21 se mostram estáveis, porém, a estabilidade
se dá em níveis muito altos.
Fonte:
FenaSaúde (projeção baseada nos dados de seis associadas, que representam 25%
dos beneficiários de planos médico-hospitalares)
“É muito preocupante essa estabilidade
dos custos em patamares tão expressivos, os maiores da série histórica e podem
trazer consequências para a sustentabilidade do sistema. Além disso,
infelizmente, os beneficiários sentirão os reflexos dos custos altos no
reajuste do ano que vem”, ressalta a diretora executiva da FenaSaúde, Vera
Valente.
A FenaSaúde entende que os dados são
reflexo da variação cambial, aumento de custos logísticos e das incertezas na
economia brasileira, que refletem na escalada de preços. Mas não é só isso.
“Infelizmente, há uma característica comercial brasileira muito comum: depois
que os preços aumentam por uma necessidade econômica do momento, passado isso,
dificilmente eles voltam a cair”, explica Vera Valente.
No geral, as despesas das operadoras
de saúde deram um salto: de R$ 77,580 bilhões, no 1º semestre de 2020, para R$
96,901 bilhões, no mesmo período deste ano, um crescimento de 25%.
Número de beneficiários em alta
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) divulgou recentemente dados relativos aos números de
beneficiários de planos de saúde. Em setembro, o setor se manteve em
crescimento e totalizou 48.566.216 usuários em planos de assistência médica,
número recorde desde abril de 2016. Em planos exclusivamente odontológicos são
28.764.725 beneficiários.
Em um ano, já são 1.548.701 novos
beneficiários de planos médico-hospitalares, um crescimento de 3,3% em relação
a setembro de 2020. No comparativo de setembro com agosto, o crescimento foi de
186.773 mil usuários. Já nos planos exclusivamente odontológicos, foi
registrado aumento de 2.593.020 beneficiários em um ano – o que representa 9%
de crescimento no período – e de 402.609 em um mês (comparativo com agosto).
O aumento no número de beneficiários
de planos de assistência médica em relação a setembro de 2020 foi notado em 25
dos 26 estados brasileiros. Com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Paraná,
que apresentaram, em números absolutos, o maior número de beneficiários. Entre
os odontológicos, todas as unidades federativas registraram crescimento no comparativo
anual, sendo também São Paulo, Minas Gerais e Paraná os estados com maior
crescimento em números absolutos.
Para a FenaSaúde, entidade que
representa os 15 maiores planos do país, é fundamental incentivar esse
crescimento, a fim de garantir que mais pessoas tenham acesso à saúde
suplementar. E isso passa por mudanças profundas no Marco Legal da saúde
suplementar que está em discussão no Congresso Nacional. Entre elas, maior
segmentação, com mais modalidades de cobertura; novos modelos de franquias e
coparticipação; e mais liberdade para a comercialização de planos individuais,
com regras competitivas para preços e reajustes.
“Outro ponto importante é
diversificar e ampliar os tipos de coberturas que podem ser oferecidos, a
chamada modulação de produtos, pois hoje são apenas cinco opções, restringindo
a criação de opções adequadas para o perfil de cada família ou empresa”,
conclui a diretora executiva da FenaSaúde.
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