02/12/2021
Em coletiva de imprensa, o
SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São
Paulo informou que está orientando os serviços de saúde – hospitais, clínicas e
laboratórios – para que redobrem atenção na anamnese epidemiológica de
pacientes suspeitos com Covid-19. Importante incluir no questionário perguntas
para saber se o infectado esteve no exterior e em quais cidades circulou no
país. Toda informação deve ser comunicada imediatamente às autoridades
sanitárias para que possa auxiliar na estratégia de contenção da nova cepa do
vírus.
Destacou o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp,
que os hospitais privados respondem por 60% do atendimento do SUS no estado e
os planos de saúde – por meio dos hospitais – atendem 37% da população
paulista. “Lembro que o primeiro vírus da Covid-19 foi detectado no Brasil pelo
Hospital Albert Einstein, que atendeu o paciente vindo da Itália. E neste
momento também foi no Einstein detectada a nova cepa em dois pacientes vindos
da África do Sul”, alerta o médico.
Aumento de testes
O SindHosp levantou também uma importante questão para o
mapeamento da nova cepa. Para Balestrin, aumentar a testagem aumenta a chance
de se identificar eventuais mudanças genéticas e a identificação da nova
variante.
Hospitais estão preparados
para uma nova onda?
O aparato dos hospitais para o atendimento de pacientes com
Covid-19 foi desmobilizado em decorrência da queda de internações e a
desocupação dos leitos clínicos e de UTI no estado de São Paulo. Na última
pesquisa SindHosp realizada em novembro 2021 (de número 20), apenas 14,71% dos
leitos clínicos encontravam-se ocupados enquanto a ocupação da UTI para o
paciente Covid-19 estava em 20,5%.
“No entanto, os mais de 18 meses da Covid-19 permitiram acumular
um aprendizado da pandemia com o treinamento de profissionais e a aquisição de
equipamentos o que nos deixa mais ágeis e preparados para enfrentar uma nova
situação”, destaca Balestrin.
“A UTI Covid-19 necessita de equipamentos especiais e uma equipe
altamente especializada. Caso haja uma nova onda, teremos que ter um prazo para
mobilizar novamente toda a estrutura. Por este motivo, ainda acreditamos ser
muito importante a manutenção de medidas sanitárias como o uso de máscaras em
ambientes fechados, a lavagem de mãos e se evitar aglomerações, sendo
imprescindível a vacinação em massa. Soma-se ainda a necessidade da implantação
de barreiras sanitárias nos portos e aeroportos, com critérios específicos,
para se evitar o alastramento da nova cepa”, destaca.
A trajetória das 20 pesquisas
SindHosp aponta desafios
A experiência do SindHosp com as 20 pesquisas Covid-19 levantou
os problemas enfrentados no combate à pandemia, apontou tendências e orientou
gestores públicos e privados e a população sobre os movimentos da pandemia. “E
esta experiência nos prepara e nos avaliza para novos enfrentamentos”, enfatiza
o presidente do SindHosp.
Entre os principais problemas apontados pelos hospitais no
combate à pandemia destacam nas pesquisas a falta de médicos (78% dos hospitais
apontam falta de médicos nas pesquisas de março e abril de 2021); 61% apontam
aumentos abusivos de preços de EPIs (fevereiro 2021); 58% apontaram a
dificuldade de reposição de estoques de materiais e medicamentos; 81% dos
hospitais apontam a falta de profissionais de saúde como problema em
praticamente todas as pesquisas.
“Não há sistema de saúde que suporte uma demanda exagerada de
pacientes Covid-19 de uma só vez. Para se evitar o colapso da rede de saúde, o
poder público precisa criar uma ampla estratégia, com integração da atenção
primária dos setores público e privado para o enfrentamento ao vírus, usando
preferencialmente, estratégias de prevenção”, frisa o médico.
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