23/12/2021
O foco dos cuidados
paliativos é tratar e controlar sintomas que podem impactar a qualidade de
vida e bem-estar dos pacientes e de seus familiares, por meio da prevenção e
alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem
tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros
sintomas físicos, sociais e psicológicos.
Com o objetivo de orientar os oncologistas para melhor
compreensão e manejo de sintomas do câncer, acaba de ser lançado o ‘Manual
de Tratamento Sintomático em Cuidados Paliativos‘, produzido pela
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) em parceria com a Sociedade
Brasileira para Estudo da Dor (SBED). De acordo com a publicação, cuidados
paliativos adequados estão também associados a um significativo aumento da
sobrevida global mediana.
Os principais sintomas que devem ser avaliados pelos médicos
encontram referência nas letras das palavras em inglês PAIN
RULES: dor, anorexia, incontinência, náusea, sintomas
respiratórios, ulcerações, nível de funcionalidade, energia e sedação. Muitos
aumentam na medida em que a doença se agrava – por isso, a recomendação
enfatizada aos profissionais é que as abordagens para controle de sintomas
sejam feitas desde o início do tratamento.
“O oncologista é o profissional mais instrumentalizado e
capacitado para tratar o paciente com câncer”, afirma a Dra. Fátima Gaui,
membro da SBOC e coordenadora da publicação. “Com o Manual de Tratamento
Sintomático em Cuidados Paliativos pretendemos demonstrar a importância de
ouvir e valorizar os sintomas de cada paciente.”
O olhar multidisciplinar faz parte das orientações. Além de
suporte psicológico para ajudar o paciente a lidar com diversas questões, que
vão da autoimagem a medo, terapias integrativas são indicadas para constar no
rol de cuidados. A comunicação efetiva com o paciente e sua família é mais um
aspecto ressaltado no material – inclusive para abordar temas sensíveis, como o
luto.
“A formação do médico oncologista naturalmente foca em
farmacologia, prescrição de quimioterapia, indicação de remédios e incorporação
de novas tecnologias”, diz Dra. Natalia Nunes, uma das autoras do manual. “No
entanto, a atenção ao manejo dos sintomas é fundamental para a qualidade de
vida, especialmente de pacientes com doença metastática”, acrescenta a médica.
A identificação precoce de sintomas e seu devido manejo,
contribui também para a adesão ao tratamento. “Dor, fadiga ou caquexia, por
exemplo, são comuns em grande parte dos casos, mas o profissional de saúde
sempre pode fazer alguma coisa para amenizar desconfortos”, destaca o
oncologista clínico Dr. Ricardo Camponeiro, co-autor da publicação.
O download gratuito do material está disponível em sboc.org.br/servicos/consensos-e-guias.
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