16/12/2021
Melhorar a eficiência na
gestão da saúde está na lista de prioridades dos principais executivos do setor
no país. A transformação digital e a incorporação de inovação nas mais diversas
etapas do ciclo produtivo trouxeram um extraordinário benefício à Medicina,
sobretudo na precisão de diagnósticos e cirurgias. Mas como incorporar inovação
para melhorar processos e ainda por cima contribuir para uma melhor
sustentabilidade dos negócios?
O desafio foi aceito por um trio de empresas que tem a inovação
no DNA: a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de
saúde do País; a Boston Scientific, líder global em tecnologia médica; e a
GTPlan, empresa de tecnologia voltada ao segmento de supply chain.
Juntas, as empresas investiram em uma iniciativa pioneira no segmento de Saúde
que, a partir do uso de uma solução de vendor managed inventory (VMI),
prevê a colaboração no gerenciamento em tempo real do estoque em consignação de
órteses, próteses e materiais especiais (OPME).
“Uma das principais finalidades é melhorar a gestão desses
itens, garantindo os insumos necessários para cada atendimento dentro da
instituição. Estamos contentes com esse projeto criativo e inovador e queremos
sempre dialogar com parceiros que nos ajudem a pensar em soluções inteligentes
para questões importantes do nosso dia a dia”, afirma Denise Santos, CEO da BP.
Do total de OPME cadastrados na BP, cerca de 20% (5 mil) estão
na categoria de consignados. E uma vez que a reposição desse tipo de material
ocorre somente depois dos respectivos ciclos de faturamento (da fabricante
contra a BP e da BP contra a fonte pagadora), o estoque de materiais
consignados tem que ser bem maior do que a demanda de consumo mensal.
Batizado de Projeto Turing, o principal objetivo dessa iniciativa
é melhorar o ciclo de abastecimento desses itens, garantindo que os produtos
necessários para os procedimentos cirúrgicos realizados na BP estejam sempre
disponíveis, sem que para isso haja necessidade de grandes volumes de estoque.
“Queremos dar aos pacientes cada vez mais acesso aos nossos produtos. Temos que
garantir que os médicos tenham nossa tecnologia, a toda e qualquer hora que
precisarem, para que possam salvar e transformar vidas. Esse projeto evita
desperdícios, o eventual descarte de materiais não utilizados que se aproximam
do prazo de validade, e permite a otimização do estoque em campo, trazendo
ganhos para toda a cadeia envolvida”, explica Eduardo Verges, presidente da
Boston Scientific do Brasil.
Por meio de uma integração de sistemas com base em VMI, uma
série de alertas automáticos são disparados cada vez que um material é usado e
com isso a reposição passa a ser quase imediata (cerca de 24 horas), sem a
necessidade de uma intervenção manual e de um grande volume de estoque.
“Nós temos auxiliado empresas de diversos segmentos a fazerem
uma melhor gestão de ativos, mas é a primeira vez que um projeto desse tipo é
aplicado para a gestão de OPME consignados. Esse é um exemplo de excelência em
gestão só possível de ser implantado com a união de esforços de instituições
como a BP e a Boston Scientific, que têm o olhar voltado para a inovação no
setor de Saúde”, afirma Thiago Fialho, CEO da GTPlan.
Expansão
As tratativas iniciais para colocar de pé o projeto Turing
tiveram início em 2020. A Boston Scientific encontrou na BP uma das
instituições com os melhores processos e ferramentas de gestão de estoque de
consignados e entendeu que a instituição tinha o nível de maturidade de gestão
necessários para avançar em eficiência e velocidade. “Escolhemos a BP para ser
a primeira parceria dessa iniciativa, pois ela apresentou evidências de gestão
e muita experiência para torná-lo possível. Este certamente não é um projeto
pontual, mas o começo de uma história muito maior, que vai levar inteligência e
inovação para outros níveis de gestão, contribuindo para a sustentabilidade de
todo o setor de Saúde”, diz Luis Roberto Cunha, diretor de Supply
Chain Latam da Boston Scientific.
Como o projeto é totalmente escalável a outros clientes, a
Boston Scientific já estuda expandir o Projeto Turing para outras regiões do
Brasil e também para outros países na América Latina onde a empresa atua.
Para a BP o projeto também representa a oportunidade de envolver
outros parceiros nesse modelo de gestão de estoque, já que muitos outros
fornecedores integram a cadeia de suprimentos da instituição. “O controle e a
total visibilidade dos materiais em estoque, bem como a reposição no tempo
adequado, são vitais para garantirmos nossa operação e, por isso, já
trabalhamos com a possibilidade de expandir esse projeto para outros tipos de
materiais e outros parceiros”, conclui Ana Paula Melo, gerente-executiva de
Farmácia e Logística da BP.
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