15/07/2022
A nova pesquisa realizada pelo
SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São
Paulo, no período de 1 a 14 de julho, com 67 hospitais privados paulistas
revelou que os maiores problemas enfrentados pelos hospitais nesse momento são
a falta e aumento de preço dos medicamentos e dificuldades de importação. 51%
dos hospitais entrevistados apontaram o aumento de preços (20%), dificuldades
na importação (12%) e
falta de medicamentos (19%) como os maiores problemas enfrentados pelos hospitais
nesse momento.
Urgência lotada
Quase a metade (42%) serviços de
urgência dos hospitais privados paulistas registraram aumento de até 20% de
atendimentos nos últimos 15 dias, sendo 35% dos casos relacionados a pacientes
com suspeita de infecção por Covid-19.
O tempo de espera nas urgências é de
1 hora para 45% dos serviços e de 2 a 3 horas para 40% deles.
O levantamento nas urgências concluiu
que a Covid-19 responde por 35% dos atendimentos, sendo que 37% dos pacientes
apresentaram outras síndromes respiratórias (não Covid) e 2 % dos casos estão
relacionados a complicações por doenças crônicas e degenerativas como câncer,
diabetes e hipertensão.
Poucos que passam pela urgência são
internados por Covid
Apesar do aumento dos atendimentos na
urgência, houve um recuo das internações Covid: 77% dos hospitais informam que
até 5% dos pacientes atendidos na urgência com Covid foram internados,
indicando provavelmente que a doença apresenta menor gravidade.
Os 67 hospitais pesquisados somam
2.661 leitos de UTI e 6.602 leitos clínicos. 31% são da capital e 69% do
interior.
Segundo o médico Francisco Balestrin,
presidente do SindHosp, a Covid-19 disputa espaço nos hospitais com outras
síndromes respiratórias e não tem sido mais protagonista das internações hospitalares.
“Mas é preciso cuidado. Continuar com as medidas sanitárias e importante que
todos tomem o reforço da vacina antiCovid-19”, alerta.
Leitos com baixa ocupação Covid
A pesquisa mostrou também que 95% dos
hospitais privados paulistas estão com até 20% de ocupação dos leitos clínicos
e de UTI. Nas internações clínicas, 65% dos hospitais informam que são
pacientes na faixa etária de 30 a 50 anos enquanto revelam que na
UTI os pacientes têm entre 51 e 59 anos. O tempo médio de internação em UTI
para 49% dos hospitais é de 7 dias, sendo de 8 a 14 dias para 48% dos
hospitais.
Aumento de atendimento de crianças
66% dos hospitais apontam aumento da
ocupação de leitos de UTI por crianças, sendo 51% dos casos relacionados a
síndromes respiratórias não Covid, 23,5% casos pós-operatórios e 20,4% casos de
Covid-19.
Os medicamentos em falta
Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) feito com 2.469 prefeituras mostra cenário do desabastecimento de medicamentos nas cidades. A pesquisa constatou que mais de 80% dos gestores relataram sofrer com a falta de remédios para atender a população. A pesquisa também levantou o número de Municípios que optaram pelo retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em razão do aumento de casos da Covid-19 e de outras Síndromes Respiratórias Agudas (SRAG).
A CNM sugeriu às prefeituras que
alegaram problemas na insuficiência de medicamentos para elencar os tipos de
remédios da lista básica de uma listagem pré-estabelecida na pesquisa. Nesse
contexto, a falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% (1.350) dos
Municípios que responderam a esse questionamento. A ausência de Dipirona na
rede de atendimento municipal (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) foi
apontada por em 65,6%, ou 1.302 cidades.
A Dipirona injetável esteve na
resposta de 50,6% e a Prednisolona, utilizada no tratamento de alergias,
distúrbios endócrinos e osteomusculares e doenças dermatológicas,
reumatológicas, oftalmológicas e respiratórias, foi destaque por 45,3%. A
maioria dos gestores (44,7%) informou que a falta dos medicamentos se estende
entre 30 e 90 dias, enquanto 19,7% relataram o problema ser crônico pelo fato
de o desabastecimento se estender por mais de 90 dias.
Insumos
Além da falta de medicamentos em
serviços que cuidam das questões básicas ou menos complexas, a CNM quis saber
se faltam insumos nos Municípios, ou seja, seringas, gazes, agulhas e ataduras.
Esses materiais são de uso de descarte que se relacionam com o cuidado de baixa
complexidade. Sobre esse ponto, 28,5% registraram a falta de pelo menos algum
desses insumos.
Uso de máscaras
Em função do aumento de registros de
novos casos de Covid-19 em todo o território nacional e de outros casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a CNM questionou os gestores sobre se
houve decisão para retornar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais
fechados. Responderam positivamente 21,1%. Outros 75,5% disseram que não
retomaram a exigência.
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