07/07/2022
“Sempre me pergunto se foi
trocada mesmo a válvula no meu coração. Tive alta após dois dias da cirurgia e
uma semana depois já não sentia nenhum incômodo”, conta José Alberto Schimidt,
86 anos. O aposentado, com longo histórico de problemas cardíacos – como
diabetes, ponte de safena e angioplastia – foi submetido a uma nova técnica
cirúrgica, pioneira no estado, e que protege o paciente de AVC.
O cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Marcelo
Freitas, explica que na técnica tradicional da TAVI (implante transcateter de
válvula aórtica) existe o risco de uma placa de arteriosclerose da parede da
aorta, que esteja na passagem do sistema evolua para um AVC. “O Sentinel –
dispositivo que utilizamos – funciona como um filtro nas carótidas para, nos
casos em que ocorra a soltura dessa placa, ela seja filtrada, evitando que
vá para o cérebro. A técnica é indicada principalmente para pacientes com maior
risco cirúrgico”, conta.
A aterosclerose é o acúmulo de placas de gordura, cálcio e
outras substâncias nas artérias. Esses depósitos dificultam a passagem de
sangue dos vasos, o que chega a causar infartos, derrames e até morte.
Brasil
A técnica começou a ser utilizada no Brasil em fevereiro deste
ano e a cirurgia realizada no Hospital Marcelino Champagnat foi uma das
pioneiras no Paraná. O pós-cirúrgico tem mostrado que a técnica tem sido
efetiva e diminuído sensivelmente o risco de AVC.
“Mesmo pequenos eventos cognitivos podem resultar em
consequências significativas na qualidade de vida do paciente. Estudos mostram
que esta técnica – além de ser minimamente invasiva – capturou e removeu
detritos embólicos causadores de AVCs em 99% dos casos e isso faz muita
diferença”, complementa o médico.
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