27/09/2021
Não há dúvidas de que as instituições do setor de saúde sairão
mais fortalecidas após a pandemia da Covid-19. A maior crise sanitária do
século trouxe uma ruptura nos modelos tradicionais de assistência à saúde em
todo mundo, impondo aos gestores de instituições e aos profissionais de saúde a
necessidade repentina da implantação de protocolos rígidos de segurança e de
novos fluxos e processos em planejamento, cadeia de suprimentos, tecnologia e
atendimento aos usuários.
A nova rotina trouxe para as unidades de saúde novos
equipamentos, mais recursos humanos e, sobretudo, humanização ainda mais
presente na relação entre os profissionais de saúde e os pacientes e suas
famílias, o que reforça a atenção aos aspectos não apenas relacionados à saúde
física, mas também à saúde mental. Esse acolhimento veio para ficar e,
certamente, as instituições mais responsáveis estão atentas a essas condutas,
incorporando-as às suas diretrizes assistenciais.
A complexidade e a gravidade da Covid-19 exigiram uma resposta
rápida das equipes que se colocaram na linha de frente, e a surpresa diante da
pandemia trouxe o desafio de lidar com o desconhecido. Nesse cenário de
incertezas, profissionais experientes e qualificados foram fundamentais para
enfrentar e aprender mais rápido com a crise. O espírito solidário, bem como a
capacidade de aglutinar pessoas em torno de uma mesma filosofia de trabalho,
foram aspectos fundamentais para o enfrentamento dos momentos de maior estresse
nos hospitais.
A pandemia da Covid-19 nos trouxe diversos ensinamentos. Deixou
claro que é preciso investir mais em saúde pública e em saneamento básico, e
que o sistema de saúde fragilizado não interessa a ninguém. Ensinou também que
sair da crise requer solidariedade e união. Assim, foi de extrema importância a
realização de ações coordenadas de apoio às comunidades mais vulneráveis. A
Rede Mater Dei de Saúde somou-se a tantas outras organizações nesta corrente do
bem e disponibilizou 180 leitos para o SUS, assessoria técnica para produção de
respiradores, compra de EPIs para hospitais públicos, dentre outras ações.
A pandemia demonstrou que a saúde é o bem mais precioso da
humanidade e que as instituições do setor, públicas e privadas, precisam estar
qualificadas, robustas e trabalhar em uma rede de apoio à população. A crise
deixou as pessoas e as equipes de saúde mais próximas e mais engajadas. Esses
são legados que a pandemia nos trouxe e, com certeza, irão permitir a
consolidação e o fortalecimento dessas instituições que estiveram ao lado da
vida. Da minha parte, como presidente da Rede Mater Dei de Saúde, tive a
certeza de que estamos no caminho certo ao pautarmos, há 41 anos, nossa conduta
na humanização do atendimento e no acolhimento ao paciente.
Dr. Henrique Salvador é
presidente da Rede Mater Dei de Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário