Estudos apontam que os médicos possuem uma vulnerabilidade
2,45 vezes maior que o restante das pessoas de desenvolver transtornos mentais
Por Marjourie Corrêa29/09/21 às 08H00 atualizado em 28/09/21 às
23H10
A saúde mental da população é
bastante discutida durante o nono mês do ano, quando acontece o Setembro
Amarelo — campanha brasileira de prevenção ao suicídio, realizada pela
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) junto ao Conselho Federal de
Medicina (CFM). E o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) desenvolveu,
dentro da ação, a campanha "Quebre o silêncio", a fim de entender
melhor como é possível promover o acolhimento da classe médica.
Pois, no mundo, cerca de 300 a 400 médicos tiram a sua própria
vida por ano, e o Brasil está em 8º dentre os países com maior incidência de
casos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, a OMS
constatou também que o Brasil é o país mais ansioso de todo o mundo e apresenta
um volume alto de transtornos da mente, que cresceram ainda mais durante a
pandemia.
Apesar de a preocupação ser voltada, sobretudo, para a população
em geral, estudos recentes deram conta de que os médicos possuem uma
vulnerabilidade 2,45 vezes maior que o restante das pessoas. "A
categoria médica adoece mentalmente de maneira constante e este é o maior
motivo de a campanha estar sendo realizada", declarou a presidente do
Simepe, Claudia Beatriz.
Já em andamento nas redes sociais do Sindicato, a campanha visa
compreender quais os fatores que trazem o médico ao extremo. É por meio dela
que o Simepe está realizando um levantamento para colher dados que auxiliem no
domínio do que é o autocídio entre médicos do estado.
A
pesquisa está sendo realizada por meio de um formulário, que está disponível no Instagram do Sindicato. Nele, são questionados qual a área
de atuação predominante do profissional, se ele é da rede pública ou privada,
se ele considera o trabalho como um fator que compromete a saúde mental, se o
profissional sofre de algum transtorno mental, além de tentar entender o nível
de problema do médico. Além do levantamento, o Sindicato se coloca à disposição
dos médicos para lidar melhor com os transtornos psicológicos.
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