29/04/2022
O Hospital de Caridade São
Vicente de Paulo (HSV), De Jundiaí (SP), reduziu o seu índice de reinternação
de pacientes a 10%. Índice abaixo da média nacional aceitável, que é de 20%
definida pelo Ministério da Saúde, o que – mais uma vez – eleva o patamar da
assistência ofertada pelo hospital a níveis compatíveis com as melhores
instituições de saúde do Brasil. É o menor índice de reinternação dos últimos
cinco anos do HSV. A instituição é referenciada para oncologia, cardiologia,
neurocirurgia, traumato-ortopedia e urgência e emergência.
A taxa de reinternação é definida como aquela em que o paciente
volta ao hospital em até 30 dias após sua primeira internação. O
superintendente do HSV, Matheus Gomes, explica que este índice é um importante
indicador de qualidade. “Reflete diretamente os cuidados com o paciente antes,
durante e depois de sua alta. Isso também envolve o empenho da assistência à
saúde em geral, ofertado no município, por isso é um trabalho em conjunto”,
enfatiza. “A efetividade também depende da disponibilidade de medicamentos, do
acesso à informação, da estrutura familiar e da adesão às orientações médicas”.
Para viabilizar este cenário, o HSV tem investido em uma série
de ações. “Dentre outros fatores, implementamos ferramentas de gestão como o
Huddle, que consiste em três reuniões diárias, rápidas, com equipes
multidisciplinares que tomam as decisões mais assertivas para o quadro de cada
paciente; implementamos o monitoramento dos pacientes em casos de reinternação;
criamos o programa Alta Responsável que visa o encaminhamento dos pacientes pós
alta para acompanhamento em unidades referenciadas de saúde, a fim de garantir
a efetividade do tratamento recebido durante a internação; o suporte dado pela
equipe de Internação Domiciliar, em casos que possibilitam a conclusão do
tratamento no próprio lar; temos investido no conhecimento do perfil da
população atendida pelo hospital, por meio de pesquisas de satisfação e
estatísticas, tendo impacto direto na assertividade da assistência”, elenca
Matheus.
Todos estes esforços beneficiam não somente o paciente que se
recupera, mas a comunidade de forma geral. “A gestão eficiente dos leitos
possibilita a realização de mais cirurgias, de um maior giro de leitos, média
de permanência adequada a cada diagnóstico, taxas de ocupação dentro das metas
do hospital e otimização dos recursos, tudo isso sem comprometer a segurança, a
qualidade da assistência e a humanização”, completa.
A supervisora do departamento de Psicologia do HSV, Caroline
Alves, explica que, do ponto de vista emocional a internação é um fator de
desconforto para o paciente. “Por melhor que sejam as instalações – como nos
casos dos quartos revitalizados no hospital; pela melhora do quadro clínico
devido à eficiência assistencial; pelos cuidados com nutrição, fisioterapia,
fonoaudiologia e outras especialidades, estar no hospital não é algo desejado e
causa estresse”, explica. “Por isso, há todo um esforço contínuo não só no
sentido de curar ou propiciar uma melhor qualidade de vida – dependendo do
diagnóstico que trouxe o paciente até aqui, mas também no sentido de evitar
sequelas que exijam uma nova passagem”.
Além do conhecimento prático, o argumento de Caroline tem
respaldo em um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do
Paciente (IBSP), que constatou que 40% das readmissões são geradas por motivo
diferente da primeira. Porém, possuem relação com o período passado em um
hospital. Dentre as razões, estão: perda de peso, porque os pacientes deixam de
se alimentar como e quando querem; perda muscular rápida, por conta da
limitação de movimentos; dificuldade do sono devido às interrupções constantes
de luzes e sons desconfortáveis.
É com esse olhar individualizado, baseado na dignidade e
respeito que as instituições de saúde, assim como o HSV, se preparam para
cuidar da saúde, tendo a ciência e a medicina como base de um trabalho que
precisa ser também estratégico, eficiente e com novos desafios.
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