No Dia Mundial da Obesidade, cardiologista do Hospital São José alerta para os riscos do distúrbio que se tornou uma epidemia mundial
Em todo o mundo, os números relativos à obesidade são preocupantes. Estatísticas recentes revelam um aumento constante na incidência da doença em todas as faixas etárias e grupos demográficos. De crianças a adultos, de áreas urbanas e rurais, nenhum segmento da população está imune a essa tendência preocupante. As causas por trás dessa elevação são diversas, indo desde mudanças nos padrões alimentares até estilos de vida sedentários, passando por questões psicossociais e influências ambientais.
No dia 4 de março, celebra-se o Dia Mundial da Obesidade, data que visa conscientizar a população sobre os perigos que o distúrbio pode trazer para a vida da pessoa. Pensando nisso, a cardiologista do Hospital São José, Dr.ª Mirna Fontoura, explicou como a doença pode ser prejudicial para a saúde do coração e trazer consequências graves para o corpo humano.
“A obesidade tem um elevado impacto na saúde do coração. Isso porque o paciente obeso tem mais propensão ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. É comprovado que o paciente obeso vive menos e com uma qualidade de vida inferior. Não podemos romantizar a obesidade! Estamos falando de uma doença reconhecida pela OMS, que leva a grandes danos à saúde. Esse ano, a campanha do dia mundial da obesidade tem uma mensagem simples: ´Todos precisam agir`. Há a necessidade de melhorar a compreensão, a prevenção e o tratamento da obesidade no mundo”, esclarece a especialista.
A ingestão aumentada de calorias provoca acúmulo de gordura nos tecidos adiposos, o que ela a um processo inflamatório crônico. Isto irá desencadear resistência insulínica, aumentos dos níveis pressóricos, aumento do mal colesterol e diminuição do bom colesterol no sangue. Além de futuramente levar o desenvolvimento inúmeras outras doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular encefálico; câncer, diabetes, entre outros.
A herança genética, além de fatores biológicos do indivíduo somados a má alimentação e sedentarismo pode desencadear inúmeros problemas de saúde. “A obesidade precisa ser entendida como doença e não como falta de força de vontade, por exemplo. O mais importante disso é que hoje existem inúmeros tratamentos para ajudar o paciente a conquistar sua saúde e melhor qualidade de vida.”, lembra Dr.ª Mirna.
Uma alimentação de qualidade torna o organismo mais saudável com menos risco de desenvolvimento de doença, mantém uma boa imunidade, menos ingestão de gorduras trans e alimentos ricos em sódio, aditivos químicos, pró inflamatórios e cancerígenos. Além disso, a prática de exercício físico tem enorme ganho para a saúde do coração. O exercício feito de maneira regular (mais que 3x na semana pelo menos) torna o coração mais bem condicionado.
A médica ressalta que todo paciente obeso precisa fazer uma investigação para rastreio de doença cardiovascular insidiosa, mesmo assintomático. Se o paciente já apresenta sintomas como cansaço, falta de ar, dor no peito entre outros, essa avaliação se torna de extrema necessidade pelo indício da doença vigente.
As estratégias para prevenção de doença cardíaca são aquelas que geram bons hábitos de vida: evitar sedentarismo, manter-se sempre bem hidratado, não fumar, evitar o abuso de bebida alcóolica, ter uma alimentação rica em carnes magras, frutas, verduras, evitar açúcar, frituras, manter-se ativo com prática de atividade física mais de três vezes na semana, cuidar da saúde mental e da qualidade do sono.
“O estresse, a ansiedade, a depressão, os transtornos alimentares compulsivos, entre outros, se não tratados de forma adequada, se tornam gatilhos para o desenvolvimento de um comportamento vulnerável e propiciam o desencadeamento da obesidade. A qualidade do sono também tem sua contribuição. Uma noite de sono de baixa qualidade libera hormônio do estresse que irá comprometer o seu dia e o metabolismo corporal”, finaliza a cardiologista.
A Cura D'Alma
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