08/02/2022
A alta disponibilidade de
indicadores para auxiliarem na tomada de decisão, bem como a rastreabilidade
dessas informações, garantindo integridade, privacidade e segurança são
aspectos que fazem cada vez mais a diferença em hospitais de todos os portes.
Em especial, para as instituições menores que têm uma relação mais estreita com
a busca por custo x efetividade, ou então, aquelas que desejam alcançar alguma
acreditação internacional, por exemplo, são mais mandatórias ainda.
Através do monitoramento de indicadores é possível avaliar
os planos de ação implementados, como a organização está caminhando com relação
a ele e o que fazer para melhorar caso haja desvio do objetivo definido, seu
status quo, e também promover mudanças no modelo, se for necessário.
Indicadores geram conhecimento, o que, por sua vez, provoca
modificações. Quando você conhece o seu ambiente, sua gestão, você consegue
transformar e, ao mesmo tempo, priorizar. Se não definirmos um norte, qualquer
caminho serve. E, é isso que o indicador faz: auxilia na condução da melhor
forma de um ponto para outro. Obviamente, é preciso também a ação do gestor.
Aliás, esse é um aspecto muito importante: os indicadores não são milagrosos.
Eles aumentam as chances de serem tomadas as decisões corretas, todavia não
resolvem problemas. A solução depende também da atuação das pessoas
envolvidas.
Mas, o que analisar? Como de fato agregar inteligência
analítica? Acredito que nesse cenário, um desafio maior está na definição do
conjunto de indicadores que ajudem a responder exatamente o que os gestores
precisam, como estão suas instituições frente às suas estratégias, como se
posicionam no mercado, se elas estão sadias, financeiramente ou em qualidade,
por exemplo.
Normalmente, para se ter esse tipo de resposta, o caminho é
solicitar mil relatórios para as áreas responsáveis. Isso ocorre por existir um
problema de consolidação das fontes de informação. Apesar da riqueza de dados,
na maioria das vezes falta uma visão única, um olhar estratégico.
Também é bastante perceptível uma dificuldade de
identificar de maneira clara o tipo de informação que faz sentido para cada
nível na organização. Para o nível operacional, por exemplo, o conceito de
gestão da fila do pronto-socorro que está aumentando, é o que adiantará naquele
momento. É isso que dará subsídio para ele tomar uma ação ali, na hora. Já
outro conjunto de indicadores serão essenciais para o nível estratégico,
ajudando, por exemplo, a saber, como está o giro do leito na unidade XPTO e se
esse giro afetará a taxa de ocupação.
Ou seja, os indicadores fazem sentido quando eles servem de
munição para que cada um possa ter uma visão matricial. Isso pode ser sob a
perspectiva departamental (visão verticalizada), mas também um olhar
longitudinal, o que promove uma visão sistêmica, com foco no olhar do processo
todo, e identificando possíveis gargalos ou vazios de plano de ação. É o
pensamento de se realizar uma gestão micro para atingir um resultado macro, que
é a governança. Quando as organizações não têm esses painéis bem implementados,
elas acabam criando silos e não alcançando resultados.
É por isso, que pensar na tecnologia por si só, não adianta.
Muitas vezes optar por soluções que trazem painéis pré-formatados, construídas
com base em melhores práticas e já trazem essa bagagem embutida, pode ser um
ponto de partida interessante por onde começar, ao invés de construir
seus próprios painéis do zero, sem diretrizes.
Afinal, mais do que a estrutura por trás é o conhecimento que
fará a diferença. Certamente é esse o aspecto que agregará valor às decisões,
por um olhar estratégico, trazendo resultados de fato. E isso, é inteligência
analítica.
Murilo Fernandes é CEO da Salux Tecnhology, healthech 100% brasileira
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