20/10/2021
Mudar a percepção da
população de um hospital de idosos e pacientes crônicos com 88 anos de tradição
em uma unidade moderna, com diversas especialidades e infraestrutura completa é
um dos principais desafios que o novo diretor médico do Hospital São Francisco
na Providência de Deus (HSF), situado no Rio de Janeiro (RJ).
Guilherme Costa, que já atuou como gestor de rede de uma grande
operadora de saúde, atribui esse estigma ao fato de o hospital estar vinculado
à Igreja Católica e pelo próprio perfil etário da população da Grande Tijuca,
onde está localizado. “Pensando nesse público, estamos estudando abrir uma
unidade de transição de cuidados com foco na reabilitação dos clientes para a
vida social, laboral e familiar. Vamos mostrar ao nosso público que uma abordagem
multidisciplinar pode trazer resultados, em termos de valor, para todas as
partes com um menor tempo de permanência intra-hospitalar. Isso requer mudança
de cultura, de processos e, principalmente, de comunicação, que precisa ser
mais assertiva com nossos clientes internos e externos”, explica Costa, que
possui MBA Executivo em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas.
Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro –
UNIRIO, com residência médica em Ginecologia pelo Hospital da Piedade e em
Obstetrícia pelo Hospital Maternidade Carmela Dutra, nos últimos 6 anos, Costa
dedicou-se à área de gestão e inovação em saúde, paralelamente à atuação
médica. Assumir a direção médica do HSF para ele foi uma oportunidade, tanto
afetiva quanto profissional. “Sempre tive um carinho muito grande pelo
Hospital, pela sua fachada histórica e pela sua vocação de alinhar a
filantropia ao cuidado técnico em várias especialidades de saúde. Além disso,
sou nascido e criado na Tijuca, de família católica e meus avós maternos
(portugueses) eram devotos de São Francisco”, conta ele.
Para além do viés afetivo, Costa apresenta uma visão pragmática
do HSF. “Poucos hospitais privados no país possuem hoje o espaço físico,
quantidade de leitos e especialidades que nós temos aqui. Além disso, somos o
único hospital geral no Rio de Janeiro com leitos de internação psiquiátrica, o
que é de extrema importância, sobretudo em uma época em que a saúde mental de
todos tem sido muito pressionada pelas questões relacionadas à pandemia. Eu
creio que fazer tudo isso funcionar de forma sinérgica vai nos levar a outro
patamar da gestão do cuidado junto à saúde suplementar”, afirma.
Visando incrementar a relação com os convênios, sempre buscando
prestar um atendimento de excelência aos pacientes, Costa pretende abrir um
caminho de diálogo com os principais parceiros. “Hoje os convênios estão muito
preocupados com a chamada inflação médica e tendem a enxergar os hospitais
credenciados como os grandes vilões do custo em saúde. Vamos conversar e criar
juntos linhas de cuidado de saúde, onde o objetivo principal é fornecer saúde
de ponta a ponta, oferecendo todo tipo de atendimentos, aliado a novos modelos
de remuneração, mais previsíveis e que estimulem tanto a eficiência quanto o
valor em saúde”, planeja.
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