Senadores vão cobrar de Paulo Rebello Filho providências contra
operadora acusada de ocultar mortes de pacientes por Covid e de pressionar
médicos pela prescrição de remédios ineficazes.
Por g1 — Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid
ouve nesta quarta-feira (6) o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho.
A ANS, autarquia vinculada ao Ministério da
Saúde, é responsável por fiscalizar a atuação de operadoras de
plano de saúde e aplicar penalidades a essas empresas. Senadores querem que
Paulo Roberto Rebello Filho preste esclarecimentos sobre as ações que a agência
reguladora tomará diante das denúncias contra a operadora de saúde Prevent
Senior.
A Prevent Senior é acusada de ocultar mortes
de pacientes por Covid-19 e de pressionar
médicos a prescreverem remédios ineficazes contra a doença. O
plano de Saúde também é suspeito de participar de um "gabinete
paralelo" do Palácio do Planalto, que, para a CPI, orientava o presidente Jair
Bolsonaro sobre condutas durante a pandemia.
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A empresa nega as acusações e
afirma que sempre atuou dentro de parâmetros éticos e legais. O plano de saúde
diz ainda que sempre respeitou a autonomia dos médicos e nega fraude em estudo
realizado para testar eficácia da hidroxicloroquina no combate à Covid-19.
No último dia 22, à CPI, o diretor-executivo da Prevent Senior
negou que a operadora de saúde tenha omitido dados sobre mortes de pacientes infectados com a
Covid durante a realização de um estudo no qual foram
aplicados medicamentos ineficazes para a doença.
O requerimento de convocação de Paulo Rebello Filho é
de autoria do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar destaca
que compete à ANS o papel de polícia administrativa na fiscalização dos planos
de saúde.
"Requer-se a convocação do
atual diretor-presidente da ANS, para que preste esclarecimentos sobre as ações
e medidas adotadas pela referida agência reguladora para coibir e
responsabilizar irregularidades praticadas pela operadora de plano de saúde
Prevent Senior ao longo da pandemia de Covid-19", afirma Randolfe.
Envolvimento com Ricardo Barros
Os
senadores também pretendem questionar Paulo Roberto Rebello Filho sobre o seu
relacionamento com um dos investigados pela comissão: o deputado federal Ricardo
Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara
dos Deputados.
Paulo Rebello Filho foi chefe de
gabinete do Ministério da Saúde, quando Ricardo Barros era ministro da Saúde do
governo do ex-presidente Michel
Temer. Ao longo da CPI, surgiram denúncias de ilegalidades que
teriam sido cometidas na pasta durante a gestão de Barros.
Antes disso, o atual
diretor-presidente da ANS teria ocupado outros cargos públicos no governo por
indicação do PP.
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