14/10/2021
Nos últimos anos, a
cirurgia de prótese de quadril ou, como também é conhecida, artroplastia de
quadril, tem sido tema para estudos voltados ao avanço da especialidade, que
visa a reabilitação precoce dos pacientes que passam pelo procedimento.
Responsável por substituir a articulação danificada ou fraturada, a prótese
implantada segue o formato da anatomia original das estruturas ósseas, sendo
utilizada com frequência pela área de ortopedia já que promove, de maneira
ágil, a melhoria da qualidade de vida dos pacientes que necessitam do recurso.
Reconhecida e admirada por profissionais de todo o mundo, a
equipe médica de ortopedia do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV),
em Jundiaí (SP), comemora mais uma conquista após realizar a primeira cirurgia
por via anterior da américa latina, utilizando a técnica denominada ‘Anterior
Path’. Referência para ortopedia e traumatologia, a instituição já havia
alcançado o feito no início de 2017, utilizando a técnica ‘SuperPath’, voltada
para as vias posteriores. Renomado em sua área de atuação, o médico ortopedista
e traumatologista, especializado em artroplastia, Dr. Eduardo Gomes Machado,
explica que ambos os procedimentos apresentaram excelentes resultados,
principalmente por serem minimamente invasivos.
“Esse tipo de cirurgia não se restringe ao corte pequeno do
local a ser operado, já que isso é uma questão mais voltada para a estética.
Nossa preocupação é como isso beneficia a recuperação do paciente, como esse
procedimento será realizado perto da articulação do quadril, da cápsula
articular e do musculo. Nas cirurgias minimamente invasivas, como não liberamos
tanta musculatura, o sangramento e a dor são menores, fazendo com que esse
paciente apresente um baixíssimo risco de transfusão sanguínea e necessidade de
internação em UTI. Com a técnica, também evitamos uma complicação que é comum
na prótese de quadril, a luxação. Como preservamos toda a musculatura, a
prótese é mais estável, evitando o deslocamento. Na maior parte das vezes, o
paciente já é liberado no dia seguinte ao procedimento”, conta Dr. Eduardo.
As maiores incidências são de idosos com desgaste na
articulação, devido à artrose e artrite reumatoide ou espondilite anquilosante,
inflamação que afeta os tecidos conjuntivos, articulações da coluna e de
grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões. No entanto, os
pacientes jovens não estão livres do procedimento, uma vez que a cirurgia
também é realizada em casos de fraturas do colo do fémur, por exemplo.
“Percebemos que nas últimas décadas as indicações são cada vez de pacientes
mais jovens. Fizemos um levantamento e nos últimos três anos, levando em conta
o período anterior a pandemia, a média de idade dos pacientes de cirurgias
eletivas de prótese de quadril é de 54 anos. Geralmente, são pessoas ativas,
que praticam atividades físicas ou desempenham uma função que exige um grande
esforço físico. As técnicas utilizadas nessa cirurgia são fundamentais para que
essas pessoas não fiquem muito tempo afastadas de suas rotinas”, evidencia o ortopedista.
O acompanhamento pré e pós-operatório é realizado no ambulatório
de ortopedia do hospital, onde a equipe avalia, de forma abrangente, a condição
clínica do paciente. Inovador, o método ainda encontra algumas limitações,
especialmente com pacientes que possuem grandes deformidades ou que a equipe
considere de risco. Porém, de acordo com os profissionais, a maioria dos casos
registrados no ambulatório com indicação de prótese, são realizados
normalmente. A vasta experiência da equipe em cirurgias minimamente invasivas,
garante a efetividade das avaliações. O procedimento só é realizado em casos
selecionados.
Resultados positivos
A primeira paciente a passar pelo procedimento com uso da
‘Anterior Path’, foi a sra. Edmea Girotto Pellizzari, de 76 anos. “Eu estava
lavando o banheiro e acabei caindo. Por conta da queda, fraturei o fêmur e
precisei da cirurgia de prótese de quadril. Enquanto estávamos na consulta,
eles me falaram que essa seria a primeira cirurgia a usar dessa técnica. Fiquei
surpresa e desejei que desse tudo certo. Ainda é recente, mas agora estou bem,
me recuperando. Continuo em acompanhamento pelo ambulatório de ortopedia do
hospital e faço fisioterapia para ajudar com os movimentos”.
Já no caso da paciente Alessandra Gonçalves de Macedo, de 46
anos, a técnica utilizada pela equipe foi a ‘SuperPath’. “Descobri um
probleminha no joelho e o médico me disse que eu iria precisar colocar a
prótese. Fiz uma cirurgia em 2019 e a outra, em julho deste ano. Já precisei do
São Vicente muitas vezes e sempre fui tratada com muito carinho e
profissionalismo. Também continuo com as minhas consultas no ambulatório. Nos
ajuda muito ter esse tipo de procedimento e atendimento, ambos de forma
gratuita, feitos via SUS”, relata a paciente com gratidão.
Orgulho
Pioneiro nas duas técnicas, considerado o 3º Hospital de Ensino
do Estado de São Paulo e credenciado com o mesmo título pelo Ministério da
Saúde/MEC, o HSV se consolidou e se tornou essencial para a formação de
profissionais nas mais diversas áreas da saúde. Reforçando seu compromisso com
a educação, a equipe médica de ortopedia também fará o treinamento dos médicos
de toda a américa latina que atuam na colocação de prótese de quadril.
“Estar associado a grandes nomes como a Faculdade de Medicina de
Jundiaí (FMJ), onde sou professor e a um hospital de referência como o São
Vicente, é um grande prazer. Nosso serviço é de excelência e proporcionar esse
benefício para os pacientes é o que nos motiva. É sempre uma satisfação poder
contribuir com a saúde do município e região”, finaliza Dr. Machado.
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